Sempre que há a temporada de furacões nos Estados Unidos (EUA), o mercado energético precisa ficar atento. Isso ocorre porque esse fenômeno pode impactar a
Sempre que há a temporada de furacões nos Estados Unidos (EUA), o mercado energético precisa ficar atento. Isso ocorre porque esse fenômeno pode impactar a infraestrutura, a oferta e os preços de commodities energéticas como o petróleo, produtos refinados e o gás natural a nível local e global devido a interrupções nos fluxos de produção.
Convidamos Victor Arduin, Analista de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint, para falar sobre o assunto e destacar o papel da gestão de riscos neste contexto. Segundo ele, grande parte da estrutura energética dos Estados Unidos está localizada na costa do Golfo do México, polo importante para todo o planeta e que sofre a ação direta de furacões:
Victor Arduin, Market Intelligence Analyst
“No país, aproximadamente 45% da capacidade de refino de produtos derivados do petróleo se concentra nesta área, como nos estados do Texas, Louisiana, Mississippi e Alabama“, exemplifica.
Continue a leitura para saber mais!
Os furacões são uma tempestade climática e ocorrem perto da Linha do Equador. São formados quando a temperatura das águas está mais elevada. Por isso, a temporada de furacões no Atlântico ocorre de junho a novembro. Victor Arduin explica:
“Essas tempestades climáticas que se direcionam para o Golfo do México surgem devido a uma série de fatores climáticos. Entre eles, há a pressão atmosférica, direção dos ventos e temperatura das águas. Quando ganham intensidade, podem subir de uma escala de 1 a 5”.
Em 2023, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, tradução livre da sigla em inglês) prevê 40% de chances de uma temporada quase normal, 30% de chances de uma temporada acima do normal e 30% de chances de uma temporada inferior ao normal.
Para você entender como a temporada de furacões pode acarretar alterações em todo o setor energético norte-americano, vamos trazer alguns exemplos práticos.
Ao longo da história dos Estados Unidos, os furacões Audrey (1992), Katrina (2005), Ike/Gustav (2008), Harvey (2017) e Ida (2021) atingiram drasticamente o país, pois grande parte de sua produção energética está localizada no Golfo do México, área bastante prejudicada pelos furacões.
Produção histórica de óleo no Golfo do México (desde 2000)
Fonte: EIA (Energy Information Administration)
O Furacão Audrey, por exemplo, foi muito destrutivo nas Bahamas, na Flórida e em Louisiana:
“No mercado de energia estadunidense, foi responsável por destruir em torno de 13 plataformas offshore, estruturas industriais que são instaladas em águas profundas, geralmente no mar, para a exploração e produção de commodities como petróleo e gás natural. Com isso, prejudicou em torno de 5% da produção de gás dos EUA”, aponta Arduin.
Segundo Arduin, em momentos como esse, os preços das commodities energéticas sofrem grande volatilidade. Isso acontece porque o mercado precifica interrupções no fornecimento de petróleo, gasolina e diesel.
Já o Furacão Katrina apresentou ventos que alcançaram mais de 280 km/h e causaram enormes prejuízos no litoral sul dos Estados Unidos. A sua magnitude foi tão grande que paralisou cerca de 90% da produção de petróleo na costa do Golfo:
“O preço da gasolina disparou para valores muito altos. Na época, o governo de George W. Bush precisou liberar em torno de 30 milhões de barris de gasolina para uso público das suas reservas estratégicas”, pontua o especialista da hEDGEpoint.
O Furacão Ike, por sua vez, afetou em torno de 60 plataformas offshore. Arduin explica os principais efeitos:
“Além disso, danificou mais 31 plataformas de maneira bem significativa. Outro furacão de alta proporção foi o Harvey, que forçou a paralisação de 18 refinarias no Texas, prejudicando 20% da capacidade de refino dos Estados Unidos”.
A temporada de furacões interrompeu a produção de petróleo bruto e gás natural no Golfo do México (ano 2005-2018)
OCS, GOM Historical monthly Oil Production (since 200)
Em 2021, o Furacão Ida se tornou o segundo mais intenso furacão a chegar no estado da Louisiana. Como consequência, suspendeu o fornecimento de energia da costa do Golfo, fechando portos de exportação de commodities energéticas e reduzindo quase metade da produção de combustível para motores.
Ida deixou as operações de extração de petróleo mais inutilizadas do que outras grandes tempestades 9 dias após aterragem.
Fonte: Bloomberg
Você deve ter percebido que os furacões mudam toda a dinâmica energética nos Estados Unidos. Mas, a repercussão também acontece nos mercados de energia mundiais.
A região da costa do Golfo do México produz em torno de 2 milhões de barris de petróleo por dia. Só para se ter idéia dessa magnitude, o Brasil inteiro produz cerca de 3 milhões por dia. Arduin esclarece:
“Os estados norte-americanos da costa do Golfo do México são essenciais para a produção de petróleo mundial, correspondendo a cerca de 2% do total de oferta no mundo, que está em torno de 105 milhões de barris por dia”.
Quando acontecem essas tempestades que causam alterações na produção e fornecimento de petróleo, os mercados internacionais reagem. Com menos suprimento e demanda praticamente inelástica no mundo, há o aumento de preços.
“Essa situação causa temores no mercado. Um dos motivos é o próprio papel dos Estados Unidos, pois são um exportador tanto de petróleo como de produtos refinados. Com as tempestades, existem riscos de interrupção de produção, e diversos países sofrem impactos, pois dependem dos produtos norte-americanos”, comenta Arduin.
Para exemplificar, basta pensarmos no Brasil. O país importa grandes volumes de diesel dos Estados Unidos, por exemplo. Os Estados Unidos aproveitaram a deficiência produtiva de energia da América Latina como um todo para exportarem refinados e petróleo.
“A população cresce, assim como a demanda energética. Na América do Sul, não temos acompanhado essa capacidade de oferta em relação à demanda crescente, o que exige importar”, esclarece Arduin.
O mercado se prepara com apreensão, acompanhando fenômenos meteorológicos como um todo. Em relação à gestão de riscos, Arduin pondera que há dois pontos fundamentais: os riscos que podem ser controlados e aqueles que não podem.
“No primeiro caso, podemos fazer operações de hedge. Pense em uma empresa que importa diesel no Brasil e quer se proteger da exposição ao risco dos preços subirem abruptamente. Ela não sabe se o preço vai aumentar ou diminuir no futuro. Então, poderá usar derivativos para fazer a proteção e reduzir sua exposição à volatilidade, fixando sua margem e garantindo sua operação”, explica.
Assim, por meio de instrumentos financeiros, é possível ter um certo controle ou previsibilidade das receitas que podem ser auferidas. Agora, em relação aos riscos que não podemos controlar, imagine uma empresa norte-americana localizada na costa do Golfo:
“A empresa poderá recorrer aos derivativos, mas também depende da sua produção física. Quando ela é paralisada, não há o que fazer: a empresa está exposta a esse risco que não pode ser controlado”, pontua.
Para entender bem a questão, pense em uma produtora de petróleo, por exemplo. Se o preço do barril subir, é melhor para a companhia. Mas, o cenário muda para uma empresa aérea que depende da compra de querosene de aviação e que corre o risco de pagar mais caro pelo produto refinado, já que boa parte do custo depende do insumo que é o petróleo. Nesta situação, a empresa de aviação poderá usar derivativos na hora de realizar a compra do produto:
“Se esse preço sobe,a empresa de aviação ganhará no mercado financeiro, por mais que no mercado físico esteja mais caro. Assim, consegue contrabalançar ganhos e perdas entre financeiro e físico visando obter a margem desejada”, finaliza Arduin.
Há diferentes tipos de riscos no mercado de energia. Com mudanças políticas e econômicas em curso, guerras em andamento e a iminência de fenômenos climáticos, e realizar a gestão de riscos é uma opção viável para antecipar cenários.
Em um mercado tão volátil, você pode chegar a um parceiro de cobertura profissional que possui amplo conhecimento do setor de energia, como é o caso exato do hEDGEpoint. Reunimos o conhecimento de nossos funcionários em diferentes áreas para oferecer a você produtos de gerenciamento de risco para diferentes commodities.
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