A volatilidade cambial é um dos principais desafios para quem opera ou investe em países emergentes. Esse fenômeno, causado por variações abruptas nas taxas de câmbio, afeta diretamente custos, receitas, fluxo de caixa e até a competitividade de empresas que atuam internacionalmente.
Neste artigo, vamos explorar:
Boa leitura!
Nos mercados emergentes, há uma combinação de fatores estruturais e conjunturais que ampliam o risco cambial. Questões como dependência de commodities, déficits fiscais e comerciais, além da instabilidade política, são constantes nesses países.
Outro agravante é a menor liquidez dos mercados locais. Ou seja, qualquer fluxo de entrada ou saída de capital, mesmo que relativamente pequeno, pode gerar movimentos bruscos nas taxas de câmbio.
O rand sul-africano (ZAR), por exemplo, frequentemente sofre desvalorizações abruptas em momentos de tensão global. Isso acontece mesmo que os fundamentos locais permaneçam estáveis.
Além disso, os países emergentes costumam ter reservas internacionais mais baixas e dívidas externas mais elevadas. Essa combinação reduz a capacidade dos bancos centrais de intervir em momentos de estresse.
Um caso emblemático é o do Egito. Em 2023 e 2024, o país enfrentou uma forte desvalorização após perder mais de 40% do valor de sua moeda devido à escassez de dólares e ao alto endividamento externo.
Entre os fatores externos, a política monetária dos Estados Unidos exerce enorme influência sobre países emergentes. Quando o Federal Reserve (Fed) eleva os juros, os ativos americanos se tornam mais atrativos, estimulando a saída de capital desses mercados.
Esse movimento pressiona diretamente as moedas locais, que tendem a se desvalorizar rapidamente. Foi exatamente o que ocorreu em 2022, quando o real brasileiro perdeu força, mesmo com os preços das commodities em patamares elevados.
Outro vetor relevante são as tensões geopolíticas, como a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Além disso, eventos como eleições em grandes potências costumam causar incertezas nos mercados.
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A volatilidade não é apenas um conceito teórico: na verdade, impacta diretamente a operação das empresas. Sem um gerenciamento de riscos adequado, as variações cambiais podem corroer margens, gerar custos adicionais e afetar o fluxo de caixa.
Para empresas que dependem de moedas estrangeiras, isso se traduz em desafios significativos. A falta de previsibilidade cambial dificulta não só o planejamento de longo prazo, mas também decisões operacionais do dia a dia.
Ainda, a percepção de risco-país impacta diretamente a confiança de investidores externos. Quando não há um controle eficiente dos riscos, o custo de captação de recursos sobe, assim como a dificuldade para acessar linhas de crédito internacionais.
Na prática, existem dois tipos de riscos principais para empresas que atuam em países emergentes:
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Gerenciar riscos cambiais é essencial para qualquer empresa exposta a mercados internacionais, e isso vale tanto para grandes corporações quanto para pequenas e médias.
O primeiro passo é entender como o ciclo operacional da empresa se conecta com sua exposição cambial. A partir desse diagnóstico, torna-se possível adotar uma política formal de gerenciamento de risco que se alinhe aos objetivos e necessidades da operação.
As principais ferramentas incluem:
Além dos instrumentos financeiros, a diversificação geográfica e de moedas surge como uma prática importante. Essa estratégia permite que empresas fiquem menos expostas às oscilações de uma única economia ou moeda.
Também vale destacar que, para empresas menores, já existem alternativas mais acessíveis. Corretoras e fintechs especializadas oferecem contratos com valores mínimos reduzidos e, em alguns casos, viabilizam hedge por meio de consórcios entre empresas do mesmo setor.
Outra abordagem é buscar o chamado hedge natural, que consiste em balancear receitas e despesas na mesma moeda. Por exemplo, uma exportadora pode dolarizar parte de seus custos operacionais, reduzindo sua dependência da moeda local.
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As crises cambiais que afetaram países como Nigéria, Egito e Argentina nos últimos anos deixaram lições importantes. Uma delas é de que o gerenciamento de riscos não deve ser acionado apenas quando o câmbio já disparou.
Empresas que mantêm uma política ativa de proteção cambial, mesmo em momentos de menor volatilidade, conseguem preservar sua saúde financeira. Para completar, aumentam sua competitividade no mercado externo.
Por outro lado, erros comuns ainda são observados no mercado, como:
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Entender os riscos da volatilidade cambial e, principalmente, saber como mitigá-los é essencial para a saúde financeira e a competitividade das empresas. Uma boa estratégia de hedge permite que o gestor planeje e tome decisões mais seguras, com mais previsibilidade.
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