Análise do mercado cambial na semana de 14 a 18 de julho de 2025, com destaque para a leve valorização do dólar, inflação nos EUA acima do esperado e os impactos das novas alíquotas nas exportações brasileiras.
Durante a semana entre 14 e 18 de julho, o dólar demonstrou maior volatilidade e stress durante as sessões, porém sempre estável no fechamento devido à situação de cautela no mercado, com um comportamento de leve valorização frente ao real. A moeda norte-americana iniciou a semana cotada a R$ 5,5690, atingiu sua máxima na sexta-feira (18/07) onde fechou cotado em R$ 5,5790. O movimento representou uma valorização semanal de cerca de 0,18% do USD frente ao real.
O Boletim Focus divulgado na segunda-feira (14). Segundo o relatório de pesquisa semanal do BC, vemos ligeira melhora nas expectativas: a mediana projetada para o dólar no fim de 2025 recuou de R$ 5,70 para R$ 5,65, refletindo o real mais forte recentemente.
Da mesma forma, a projeção de inflação 2025 caiu marginalmente (de 5,18% para 5,17%), continuando acima da meta de 3%, mas em queda pela sétima semana seguida, influenciada pela apreciação cambial e alívio de pressões no atacado. Para o PIB, a mediana de crescimento permaneceu em 2.23% e para 2026 subiu levemente de 1.86% para 1.89%. Ainda assim, a cautela prevalece para as ações a serem tomadas pelo governo no que se refere aos gastos públicos, bem como reflexos sobre a decisão do STF sobre o IOF.
Na quarta-feira (16 de julho), o ministro Alexandre de Moraes (STF) restabeleceu boa parte do decreto presidencial que aumentou o IOF, tornando as alíquotas retroativas desde o fim de junho. A exceção foi a tributação do “risco sacado” (antecipação de recebíveis), considerada inconstitucional.
Os sinais mistos nos Estados Unidos para a última semana aparentemente apontam para uma economia resiliente, com inflação sob controle e mercado de trabalho mais aquecido, apontam analistas.
O destaque para a última semana foi o relatório de inflação (CPI) divulgado na terça-feira (15). O índice geral de preços subiu 0.3% para o mês de junho, com destaques para alimentação fora de casa, energia (gasolina) e móveis e artigos para casa, itens que mais impulsionaram o índice. Na comparação anual, a inflação ficou em 2.7% (ante 2.4% em maio), levemente acima do previsto e evidenciando que o retorno à meta de 2% não será tão linear e tranquilo quanto se esperavam.
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