Entre 4 e 8 de agosto de 2025, o dólar apresentou um movimento de queda frente ao real. A semana começou na segunda-feira (04/08), com a moeda sendo negociada a aproximadamente R$ 5,5382 na abertura e encerrando o dia em R$ 5,4979. Na terça-feira (05/08), houve leve alta, com o câmbio partindo de R$ 5,4977 e fechando próximo de R$ 5,5083. Já na quarta-feira (06/08), o dólar abriu a R$ 5,5084 e recuou para R$ 5,4637 ao final do dia. A quinta-feira (07/08) marcou uma das quedas mais acentuadas da semana, passando de R$ 5,4638 para R$ 5,4245. Por fim, na sexta-feira (08/08), a moeda encerrou a semana cotada em R$ 5,4343, levemente acima do fechamento anterior, mas ainda bem abaixo do patamar do início da semana.
Na quinta-feira, 7 de agosto, o dólar teve uma queda expressiva frente ao real, encerrando o dia próximo de R$ 5,42 após abrir a sessão acima de R$ 5,46. O movimento foi sustentado, em parte, por um clima mais calmo no mercado internacional, com sinais de alívio nas tensões comerciais que vinham preocupando investidores nas semanas anteriores. Esse cenário reduziu a busca por ativos considerados mais seguros e abriu espaço para maior apetite por moedas emergentes.
Internacionalmente, o dólar também perdeu força diante das principais moedas devido a contínuas preocupações com os desdobramentos das tarifas e o desenvolvimento em geral da economia americana. Para esta semana, teremos dados como inflação do consumidor (CPI) nos Estados Unidos e o índice de preços no Brasil, o que poderão direcionar a temperatura dos mercados daqui para frente.
No ambiente brasileiro, o movimento foi reforçado por ajustes técnicos com divulgações de grande impacto no intervalo. Após sessões recentes com o câmbio em patamares mais altos, muitos investidores aproveitaram para realizar lucros, o que ampliou a pressão de venda sobre o dólar e deu ainda mais fôlego ao real. Analisando o desempenho de indicadores econômicos, o índice de produção industrial e vendas no varejo de meses anteriores continuam mostrando estabilidade a moderada recuperação, sem pressões externas significativas sobre o câmbio. No geral, o ambiente doméstico apresentou maior previsibilidade fiscal e monetária em comparação a períodos anteriores – não houve notícias políticas internas desestabilizadoras durante a semana, o que também contribuiu para reduzir a volatilidade do real.
A primeira semana de agosto foi marcada por um dólar mais fraco no cenário internacional e pela recuperação de várias moedas emergentes. O índice do dólar (DXY) recuou cerca de 0,5%, pressionado por indicadores econômicos menos robustos nos Estados Unidos e pela crescente expectativa de que o Federal Reserve possa iniciar cortes de juros já em setembro.
O mercado reagiu a dados indicando um enfraquecimento do mercado de trabalho americano: o relatório de emprego (payroll) de julho mostrou criação de vagas bem abaixo do esperado, além de fortes revisões para baixo nos meses anteriores. Essa surpresa negativa sinalizou que a economia dos EUA estava perdendo fôlego, alimentando expectativas de que o Federal Reserve possa cortar juros mais cedo e em maior magnitude para sustentar a atividade. De fato, após a divulgação desses dados, as apostas implícitas nos Fed Funds passaram a precificar ~95% de probabilidade de um corte de 0,25 p.p. já na reunião de setembro do Fed (ante menos de 50% uma semana antes) e um total de ~0,5–0,6 p.p. em reduções até o fim do ano. Essa mudança brusca de perspectiva exerceu forte pressão de baixa sobre o dólar globalmente, ao reduzir a atratividade de investimentos em renda fixa nos EUA.
Além do payroll, outros indicadores dos EUA reforçaram a percepção de arrefecimento econômico durante a semana: índices de atividade do setor de serviços apontaram perda de momentum. Com a moeda americana perdendo força, o índice MSCI de moedas de mercados emergentes avançou 0,4%, refletindo a volta do apetite por risco por parte dos investidores. Entre os destaques positivos, o real brasileiro se valorizou 1,3% no período, apoiado tanto pelo ambiente externo quanto pela entrada de recursos estrangeiros.
Por outro lado, nem todos os emergentes seguiram o mesmo caminho. A rúpia indiana recuou 1,2%, pressionada por tensões comerciais com os Estados Unidos e pela saída de capital estrangeiro, mesmo após intervenções do Banco Central da Índia.
O fluxo de capitais internacionais para o Brasil e outros mercados emergentes foi determinante para o fortalecimento do real no período. Com os juros brasileiros em 15% e a inflação em queda, o retorno real dos títulos domésticos atingiu um dos níveis mais altos do mundo – próximo a 10% ao ano –, atraindo investidores estrangeiros interessados em operações de carry trade. De forma geral, observou-se um aumento do apetite por risco global: os mercados acionários e cambiais de países emergentes se recuperaram ao longo da semana, revertendo perdas anteriores.
O diferencial de juros continua sendo o maior catalizador para apetite de risco de investidores, onde por exemplo, observamos que tanto o real quanto o peso mexicano oferecem rendimentos nominais e reais muito acima dos observados em economias desenvolvidas, em um momento em que se projeta redução dos juros nos Estados Unidos.
Além disso, a percepção de risco em relação ao Brasil melhorou: com um novo arcabouço fiscal aprovado e crescimento econômico moderado, o país mostrou-se menos vulnerável a choques externos, como tensões comerciais. Esse cenário estimulou o aumento das posições de investidores globais em ativos brasileiros, com ingressos relevantes na bolsa e no mercado de títulos públicos, enquanto os dados oficiais confirmaram saldo positivo de capitais no início de agosto.
Na primeira semana de agosto, os mercados europeus tiveram um fôlego extra. O clima começou a mudar depois que o Banco da Inglaterra sinalizou a possibilidade de cortar os juros em 25 pontos-base, numa tentativa de estimular a economia diante de dados de atividade mais fracos. A decisão ainda divide o comitê, mas já foi suficiente para melhorar o humor dos investidores.
O índice STOXX Europe 600 refletiu esse otimismo e fechou a semana com a maior alta em três meses, puxado principalmente pelo setor financeiro, que entregou uma temporada de balanços bastante sólida. Bancos e seguradoras lideraram os ganhos, enquanto empresas de saúde também mostraram resultados consistentes.
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