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Instabilidade Cambial em julho: Impactos de Tarifas e Juros

Escrito por Hedgepoint Global Markets | Jul 30, 2025 5:34:04 PM

Entre os dias 21 e 25 de julho, o dólar teve uma leve desvalorização frente ao real, com oscilações moderadas ao longo da semana. A moeda iniciou o período cotada a cerca de R$ 5,567 no dia 21. Nos dias 22 e 23, houve uma discreta alta, alcançando R$ 5,572. No dia 24, o dólar recuou para R$ 5,522, refletindo um movimento de correção. Já no dia 25 de julho, a moeda oscilou entre a máxima de R$ 5,5720 e a mínima de R$ 5,5183, encerrando a sexta-feira cotada a R$ 5,5633. 
 

 

 
 

 

O que provocou a volatilidade do USD/BRL ao longo da semana? 

O real brasileiro (BRL) se desvalorizou aproximadamente 1,5%, ultrapassando a marca de R$ 5,57 por dólar, após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras pelos Estados Unidos. 

Essa desvalorização pressionou os custos de importação e contribuiu para o avanço da inflação, que atingiu 5,3% em termos anuais até meados de julho, superando as expectativas do mercado. 

A volatilidade cambial também impactou negativamente o mercado de capitais, provocando queda nas ações de grandes companhias brasileiras, como Petrobras, Embraer e os principais bancos, além de gerar uma desaceleração nos retornos de títulos de dívida local. O rendimento dos papéis de 10 anos, por exemplo, chegou a 13,89%, refletindo maior aversão ao risco e deterioração das condições de financiamento. 

Em resposta, o governo federal intensificou sua atuação, com o Banco Central elevando as taxas de juros e utilizando reservas internacionais para tentar conter a pressão sobre o câmbio e estabilizar o real. 

Além disso, foi deflagrada uma investigação judicial sobre possível prática de “insider trading” no mercado de câmbio, relacionada ao vazamento antecipado do anúncio tarifário. O caso está sob a relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também decidiu restabelecer parte do decreto presidencial que elevava o IOF, tornando as novas alíquotas retroativas ao final de junho. A única exceção foi a tributação sobre o “risco sacado” (antecipação de recebíveis), considerada inconstitucional pelo Supremo. 

 

Impactos Globais e Mercados Emergentes 

A semana foi marcada por tensões em torno de tarifas comerciais e acordos internacionais. 

As expectativas em relação à política monetária dos Estados Unidos e Japão também influenciaram os mercados. A possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos e os sinais mais “dovish” do Banco do Japão foram interpretados como positivos pelo mercado global, mas não impediram o enfraquecimento do dólar frente ao real e outras moedas emergentes. 

O índice DXY recuou de 98,48 para 97,11, antes de se recuperar levemente para 97,64. Com o dólar mais fraco, houve um aumento nos fluxos de capital para mercados emergentes. Países como Brasil, México, Índia e Indonésia registraram forte entrada em fundos de dívida local, atraindo investidores em busca de retornos elevados, muitos deles ultrapassando 10% ao ano. 
 

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