Entre os dias 21 e 25 de julho, o dólar teve uma leve desvalorização frente ao real, com oscilações moderadas ao longo da semana. A moeda iniciou o período cotada a cerca de R$ 5,567 no dia 21. Nos dias 22 e 23, houve uma discreta alta, alcançando R$ 5,572. No dia 24, o dólar recuou para R$ 5,522, refletindo um movimento de correção. Já no dia 25 de julho, a moeda oscilou entre a máxima de R$ 5,5720 e a mínima de R$ 5,5183, encerrando a sexta-feira cotada a R$ 5,5633.
O real brasileiro (BRL) se desvalorizou aproximadamente 1,5%, ultrapassando a marca de R$ 5,57 por dólar, após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras pelos Estados Unidos.
Essa desvalorização pressionou os custos de importação e contribuiu para o avanço da inflação, que atingiu 5,3% em termos anuais até meados de julho, superando as expectativas do mercado.
A volatilidade cambial também impactou negativamente o mercado de capitais, provocando queda nas ações de grandes companhias brasileiras, como Petrobras, Embraer e os principais bancos, além de gerar uma desaceleração nos retornos de títulos de dívida local. O rendimento dos papéis de 10 anos, por exemplo, chegou a 13,89%, refletindo maior aversão ao risco e deterioração das condições de financiamento.
Em resposta, o governo federal intensificou sua atuação, com o Banco Central elevando as taxas de juros e utilizando reservas internacionais para tentar conter a pressão sobre o câmbio e estabilizar o real.
Além disso, foi deflagrada uma investigação judicial sobre possível prática de “insider trading” no mercado de câmbio, relacionada ao vazamento antecipado do anúncio tarifário. O caso está sob a relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também decidiu restabelecer parte do decreto presidencial que elevava o IOF, tornando as novas alíquotas retroativas ao final de junho. A única exceção foi a tributação sobre o “risco sacado” (antecipação de recebíveis), considerada inconstitucional pelo Supremo.
A semana foi marcada por tensões em torno de tarifas comerciais e acordos internacionais.
As expectativas em relação à política monetária dos Estados Unidos e Japão também influenciaram os mercados. A possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos e os sinais mais “dovish” do Banco do Japão foram interpretados como positivos pelo mercado global, mas não impediram o enfraquecimento do dólar frente ao real e outras moedas emergentes.
O índice DXY recuou de 98,48 para 97,11, antes de se recuperar levemente para 97,64. Com o dólar mais fraco, houve um aumento nos fluxos de capital para mercados emergentes. Países como Brasil, México, Índia e Indonésia registraram forte entrada em fundos de dívida local, atraindo investidores em busca de retornos elevados, muitos deles ultrapassando 10% ao ano.