Os incêndios em canaviais de São Paulo ainda refletem em preços mais altos para o açúcar na bolsa de Nova York. Depois de subir 3,54% na véspera, os contra
Os incêndios em canaviais de São Paulo ainda refletem em preços mais altos para o açúcar na bolsa de Nova York. Depois de subir 3,54% na véspera, os contratos do demerara para outubro fecharam em alta de 2,94% nesta terça-feira (27/8), para 19,60 centavos de dólar por libra-peso.
Para Carlos Murilo Barros de Mello, head de açúcar para as Américas da Hedgepoint Global Markets, os incêndios em canaviais são a “cereja do bolo” para mudar a tendência de preços para o açúcar no mercado internacional.
“O que fez o mercado mudar para uma tendência de alta não foram somente os incêndios, mas sim uma soma de fatores, como por exemplo um balanço entre oferta e demanda mais equilibrado”, afirma.
“O rendimento da safra de cana do Brasil vem decepcionando devido à seca, e isso agora deve ser elevado na última quinzena deste mês após os episódios de queimadas. Isso de alguma forma vai impactar o superávit global de açúcar”, acrescenta Mello.
Em meio a notícias cada vez mais negativas para o maior produtor de açúcar do mundo, o analista acredita que a partir de agora as cotações em Nova York podem se estabelecer entre 19 e 21 centavos de dólar por libra-peso, mesmo com impacto limitado sobre as queimadas para a oferta da commodity.
“Teremos alguma perda em volume de açúcar, algo em torno de 150 mil toneladas pelas estimativas atuais. Não acredito que será uma quantidade tão expressiva. Mas como alguns números ainda são desencontrados, até que se tenha a real dimensão das perdas, o mercado ficará nervoso”, destaca.
Nesta terça-feira, a Hedgepoint reduziu sua previsão de colheita de cana-de-açúcar no Centro-Sul em 2024/25 para 614 milhões de toneladas, versus 620 milhões projetadas no mês passado. Como resultado, a expectativa para a produção de açúcar caiu de 41,3 milhões de toneladas para 40,8 milhões.
O preço do café avançou na bolsa de Nova York diante de uma alta expressiva do grão no pregão em Londres. Os contratos do arábica com vencimento para dezembro subiram 2,24%, a US$ 2,5525 a libra-peso.
Na bolsa londrina, a cotação do tipo robusta teve uma alta de quase 3%, já que permanecem preocupações com a colheita no Vietnã, o maior produtor de robusta do mundo.
Na contramão do açúcar e do café, o cacau fechou a sessão em Nova York com preços em forte queda. Os contratos com entrega para dezembro caíram 2,31%, para US$ 7.825 a tonelada.
A sessão também foi de forte baixa para as cotações futuras do suco de laranja. Os papéis do produto concentrado e congelado (FCOJ na sigla em inglês) para novembro caíram 4,01%, para US$ 4,4525 a libra-peso.
Por fim, nos negócios do algodão na bolsa americana, os contratos que vencem em dezembro recuaram 0,40%, negociados a 69,98 centavos de dólar por libra-peso.
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