Atualmente, o clima na Índia ameaça o desenvolvimento de culturas agrícolas e o abastecimento a nível local e global. O padrão climático El Niño chegou no
Atualmente, o clima na Índia ameaça o desenvolvimento de culturas agrícolas e o abastecimento a nível local e global. O padrão climático El Niño chegou no país e provoca secas extremas.
Só para você ter uma ideia, a nação indiana registrou a pior precipitação dos últimos 100 anos no mês de agosto. Por conseguinte, as adversidades climáticas acentuam a volatilidade para os participantes do mercado de commodities. Neste conteúdo, convidamos Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint, para explicar:
Continue a leitura e confira!
A Índia é o segundo maior produtor de açúcar do mundo e perde apenas para o Brasil. Ademais, a população do país é a maior consumidora dessa commodity em todo o planeta. Por isso, grande parte da produção é destinada ao mercado doméstico:
“Enquanto o Brasil consome cerca de 9 milhões de toneladas, a Índia consome aproximadamente 29 milhões de toneladas”, compara Lívea Coda.
A capacidade produtiva da nação indiana é semelhante ao Brasil, mas hoje há um ponto de destaque: o etanol baseado na cana-de-açúcar. Segundo Coda, os indianos estão evoluindo essa tecnologia para aumentar a mistura de etanol a cada ano, a fim de reduzir a dependência do petróleo. Ela explica:
“O país importa combustíveis fósseis, um mercado altamente volátil e dependente da geopolítica internacional. O desafio é reduzir a necessidade de commodities energéticas como o petróleo. Para tanto, incentiva-se o crescimento da demanda por biocombustíveis“.
O algodão e o arroz são outras culturas expressivas: a Índia é o segundo maior produtor do planeta dessas commodities. A indicativa é de que sejam produzidas 26 milhões de toneladas de algodão para a próxima temporada, número 4% acima da safra anterior. Já o arroz apresenta previsão de 127 milhões de toneladas para o ciclo 23/24. Os dados são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O El Niño ocorre quando as temperaturas no centro e leste do Oceano Pacífico sobem acima do normal. O aquecimento traz mudanças nos padrões atmosféricos, o que causa enfraquecimento da circulação das monções sobre o subcontinente indiano.
Nos últimos quatro anos de El Niño, o clima na Índia enfrenta condições de estiagem constante, com chuvas abaixo de 90% da média. Em 2023, o fenômeno foi confirmado, e as monções atrasaram. Houve poucas chuvas entre julho e setembro, apontando-se um mínimo histórico neste período.
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Além disso, haverá eleições na Índia no próximo ano e, hoje, a inflação se encontra acima da meta visada. Coda pontua:
“A inflação está em 6% ao ano, mas a meta é de 4%. Destaco que a inflação dos alimentos é ainda maior: chega até 9,5%. O governo deseja que esse número diminua, tendo em vista o cenário eleitoral que se aproxima. Assim, pretende priorizar o mercado interno”.
Para você entender a lógica, é importante saber que o governo indiano controla as vendas ao mercado doméstico, exportações e importações por meio de cotas. Se a produção for ruim, as chances de emissão de cotas de exportação reduzem, surtindo efeitos no fluxo comercial total.
Como você pode perceber, a Índia está com diversos fatores que geram volatilidade. De acordo com Coda, o período de junho a setembro é importante para avaliar se a cana teve condições de se desenvolver.
Neste ano, a baixa precipitação desse período, em estados chaves para a produção do adoçante, impactou o desenvolvimento. A oferta, portanto, deve reduzir, em um cenário de estoques que já estão baixos.
O tempo anormalmente seco ameaça a oferta de açúcar, com riscos de inviabilizar as exportações do país.
“Em anos com boa produção, como na temporada 21/22, a Índia conseguiu exportar o recorde de 11 milhões de toneladas de açúcar. Na safra 22/23, a adversidade climática reduziu a produtividade. O excedente foi menor, exportando-se 6 milhões de toneladas de açúcar”, pondera a Coordenadora de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint.
Com a seca histórica, a safra 23/24 de açúcar ficou comprometida: estima-se a produção de 30 milhões de toneladas. O excedente seria, portanto, de apenas 1 milhão de toneladas. Esse volume será destinado a incrementar as reservas atualmente baixas do país. A Índia tem como meta ao menos 3 meses de consumo, tendo terminado a safra de 22/23 muito abaixo deste nível, em 4 milhões de toneladas.
A restrição das exportações já foi precificada pelo mercado. O governo indiano parece determinado a aumentar as reservas do país a qualquer custo. Mesmo com todo o investimento no setor alcooleiro do país, a Índia determinou a restrição da produção de etanol com base no caldo de cana e no melaço de tipo B. Esses produtos contêm maior teor de sacarose – permitindo apenas o uso do subproduto de menor qualidade, melaço do tipo C.
Dessa forma, põe-se em risco o atingimento da meta de mistura de etanol na gasolina, retardando o ritmo de seu programa de biocombustível ao priorizar a produção do adoçante.
“O efeito dessa medida será adicionar cerca de 2Mt de açúcar à disponibilidade do país, gerando estoques mais confortáveis ao final de 23/24 e possibilitando que a Índia retorne como exportadora em 24/25 se o clima cooperar”, completa Coda.
O arroz e o algodão também sofrem devido à seca, porque são culturas dependentes de água para se desenvolverem plenamente. A produção em 23/24 de algodão provavelmente cairá 7,5% em relação ao ano anterior. Se essa situação se confirmar, as importações podem mais que dobrar em comparação a 2022, segundo fontes locais Reuters Mumbai, Cotton Association of India (CAI).
A Tailândia é outro produtor mundial importante no mercado de açúcar. Porém, o clima desfavorável também atingiu o país: a disponibilidade de exportação da mercadoria caiu de 8 para 5 milhões de toneladas na próxima temporada.
O consumo interno tailandês é de apenas 3 milhões de toneladas de açúcar, o que garante um excedente maior quando comparado à Índia. Com essas duas nações afetadas pelas condições adversas, o primeiro trimestre de 2024 deve apresentar um déficit em relação ao fluxo comercial.
“Isso deve acontecer a partir do momento em que o mercado internacional precisar do açúcar indiano e tailandês. Assim sendo, o preço poderá aumentar por causa da redução da oferta no Hemisfério Norte”, completa Coda.
Nesse sentido, o Brasil assume protagonismo, pois apresenta expectativa de uma safra com excelente produção de açúcar, estimando-se recorde no ciclo 23/24. Dessa forma, o país deve responder por boa parte do comércio global.
Imagine que você tem uma empresa de doces e precisa do açúcar. Com o clima acarretando consequências à produção da Índia e Tailândia, poderá ocorrer variação de preços da commodity.
Neste contexto, o gerenciamento de riscos se torna imprescindível para as empresas que dependem dessa mercadoria. Por meio de instrumentos de hedge, os participantes desse mercado conseguem se proteger da volatilidade.
A hEDGEpoint existe para aliar produtos de hedge, inteligência de mercado e insights que acompanham as movimentações dos setores agrícola e energético. Com um time de profissionais que atua em cinco continentes, realizamos análises que contribuem na tomada de decisões.
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