O setor imobiliário chinês é extremamente importante para a macroeconomia a nível local e global, representando cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto)
O setor imobiliário chinês é extremamente importante para a macroeconomia a nível local e global, representando cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) da China. Só para você ter ideia, é um ramo que representa aproximadamente um terço da produção econômica da nação.
O mercado global tinha uma expectativa alta com a reabertura econômica da China e o fim da política de “Covid Zero”. Porém, a economia do país não vem crescendo no ritmo esperado.
Neste conteúdo, vamos falar sobre os principais aspectos que levaram a nação chinesa à crise no setor imobiliário e quais são os possíveis efeitos para a cadeia global de commodities. Convidamos Alef Dias e Victor Arduin, Analistas de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, para falarem sobre esse assunto.
Continue a leitura e descubra!
Em 1998, a China passou por uma reforma imobiliária que deu origem a um mercado que se expandiu rapidamente. Nos últimos 20 anos, o campo imobiliário se beneficiou das facilidades de crédito para crescer de modo acelerado.
Além disso, houve influência dos fatores culturais, já que um dos pré-requisitos dos chineses para casar está fortemente associado à compra de uma casa. As famílias também realizam a aquisição de propriedades como forma de investimento.
Contudo, o acesso facilitado ao crédito elevou a especulação imobiliária e o endividamento do setor. A consequência? Muitas empresas passaram a enfrentar problemas de financiamento e de endividamento, elevando a desconfiança entre consumidores e investidores. Isso, somado a uma estrutura demográfica desafiadora, levou diversos projetos a serem paralisados em 2022, ano marcado pela queda de 24% nas vendas do ramo imobiliário.
Alef Dias, Market Intelligence Analyst
“O mercado imobiliário chinês apresenta o problema de endividamento das empresas, o que vem ocorrendo com mais intensidade desde 2021. O governo não está concedendo estímulos, pois deseja evitar a especulação financeira”, explica Dias.
Desde dezembro de 2022, o governo chinês encerrou abruptamente a sua política chamada “Covid Zero”, que consistia em aplicar medidas de quarentena, além de testes em massa da população. As regras incluíam confinamentos rigorosos, com fechamento de lojas, escolas e empresas.
No ano passado, a China obteve uma das piores taxas de crescimento em quatro décadas, conforme dados oficiais. As restrições de saúde levaram várias pessoas a evitarem atividades de lazer, o que reduziu o consumo. Muitas fábricas e empresas também precisaram fechar.
Os especialistas da hEDGEpoint destacam que a reabertura econômica da China, após o fim da política de “Covid Zero”, não tem gerado o crescimento econômico esperado e isso também se relaciona com a crise no setor imobiliário do país:
Victor Arduin, Market Intelligence Analyst
“Esperava-se a reabertura de forma intensa, mas não foi o que ocorreu. O mercado chinês não está suficientemente aquecido com os incentivos fiscais e monetários atuais”, comenta Victor Arduin.
O mundo inteiro está desacelerando economicamente por conta das taxas de juros bastante elevadas, o que provoca consequências como o encarecimento de crédito para pessoas físicas e empresas, comprometendo o ritmo da atividade econômica. Assim, fica mais caro solicitar dinheiro para comprar bens e serviços, o que poderá diminuir a produção e a demanda, retardando toda a economia.
Uma inflação mais alta do que o previsto, sobretudo nos Estados Unidos e nas principais economias europeias, está provocando um aperto das condições financeiras mundiais. Como medida para enfrentar esse contexto e estimular o mercado doméstico, a China diminuiu as suas taxas de juros.
“A China baixou a taxa de juros de forma muito pequena. Isso sinaliza uma preocupação do governo em não causar nervosismo no mercado ou especulação de preços, mas tendo um impacto limitado em impulsionar a demanda por moradia e investimento”, pondera Arduin.
Quando há desaceleração econômica na Europa e nos Estados Unidos, como estamos vendo atualmente, o setor industrial chinês poderá sofrer consequências mais diretas do que o setor imobiliário em si, que já enfrenta seus problemas próprios. Segundo Arduin, isso acontece porque os países europeus, por exemplo, poderão importar menos bens da China, caso a sua população passe a consumir menos:
“Sem essa importação europeia, a China produzirá menos, desacelerando as vendas e, consequentemente, a sua economia”, elucida o especialista.
A reabertura chinesa não obteve o impacto esperado, principalmente quando falamos em demandas por commodities. Isso se explica, em grande parte, pelo fato de que a recuperação se concentrou no setor de serviços.
A China é a principal demandante de diversas commodities do mundo todo, principalmente de grãos e energia. Quando se tem previsão de retomada econômica, há expectativa por maior demanda dessas commodities, principalmente no caso da energia, já que as pessoas tendem a sair mais de casa. Os mercados esperavam por isso, mas não foi o que se verificou.
Isso ocorre porque, em um cenário de maior atividade econômica, há estímulo para produção de bens que precisam de importações de commodities para o seu desenvolvimento. Alef Dias explica a relação:
“O setor imobiliário não obteve o mesmo desempenho quando comparado ao de serviços. Um exemplo prático: a própria construção em si necessita de mais tratores. Tratores consomem combustíveis e, se houvesse maior construção e aquecimento do setor imobiliário, levaria a um provável aumento de demanda por petróleo, por exemplo”.
Victor Arduin destaca que o desaceleramento da China em relação à demanda por commodities não é homogêneo, pois se observa recorde nas importações de petróleo nos meses de março e maio deste ano.
“Observamos que o país tem se beneficiado da guerra entre Rússia e Ucrânia, aproveitando os descontos do petróleo russo e melhorando a margem de ganhos dos seus produtos refinados”, completa.
Importações de petróleo bruto da China.
Fonte: hEDGEpoint Global Markets
A perspectiva é de aumento dos estímulos por parte do governo chinês:
“Esperamos um aumento desses incentivos por parte do governo chinês, mas provavelmente não será com a magnitude necessária para proporcionar um crescimento forte e compensar toda a desaceleração que estamos vendo no Ocidente”, comenta Alef.
A análise da hEDGEpoint evidencia que o governo chinês está se mostrando mais favorável para conceder estímulos monetários. O problema é que o corte de juros corre riscos de ser menos eficiente do que um estímulo fiscal, como os investimentos em novos projetos para o setor imobiliário.
Segundo analistas do banco Goldman Sachs, também é provável que a China implemente mais medidas de flexibilização no segundo semestre, incluindo:
Porém, a perspectiva é de uma recuperação gradual e equilibrada do mercado imobiliário, evitando o superaquecimento, como aconteceu em ciclos anteriores.
A hEDGEpoint está acompanhando todos os acontecimentos que podem afetar a macroeconomia e repercutir no mercado de commodities. Assim, conseguimos oferecer soluções de gerenciamento de risco de forma estratégica para os nossos clientes.
Entender todos os fatores capazes de impactar o setor de commodities é essencial para trazer mais segurança e proteção aos negócios. Com base em inovação, insights valiosos e inteligência de mercado, a hEDGEpoint fornece produtos de hedge importantes para o planejamento eficaz e a tomada de decisões assertivas.
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