Mercado do açúcar: entenda o papel do Brasil em 2024

O Brasil assume um papel de protagonismo no mercado do açúcar em 2024. As estimativas são promissoras: indica-se produção recorde para a temporada 23/24 e

Jackson Tirone
Apr 4, 2024 12:00:00 AM

O Brasil assume um papel de protagonismo no mercado do açúcar em 2024. As estimativas são promissoras: indica-se produção recorde para a temporada 23/24 e bons números também em 24/25.

Com um cenário global delicado, principalmente devido à situação na Índia, a nação brasileira tem o potencial de equilibrar a oferta e a demanda a nível global. Desse modo, o país será fundamental para influenciar os preços do açúcar.

Aspectos como o clima, a macroeconomia e os conflitos geopolíticos também influenciam o mercado do açúcar, intensificando a volatilidade. Neste contexto, torna-se essencial a adoção de ferramentas de hedge capazes de gerenciar riscos.

Acompanhe o nosso conteúdo exclusivo e entenda como o Brasil pode ser chave neste mercado em 2024. Boa leitura!

Entenda o balanço entre oferta e demanda global no mercado do açúcar

Atualmente, os fluxos comerciais seguem apertados no mercado do açúcar, considerando a janela entre o primeiro trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025. Ou seja: analisa-se o ciclo 23/24 e o início do ciclo 24/25.

Em termos de balanço global, a safra 23/24 de outubro a setembro deve ser superavitária, um reflexo direto do recorde brasileiro. Já 24/25, com a deterioração das condições para desenvolvimento no Centro-Sul, espera-se, atualmente, um déficit.

Nesse caso, qualquer agravamento das condições já apertadas de disponibilidade pode desencadear aumentos nos preços. Enquanto a situação não tem sido tão favorável ao Brasil, os resultados esperados para o país ainda se encontram no limite superior dos últimos anos. Porém, quando comparada à temporada 23/24, a safra 24/25 representa uma redução significativa.

Em relação ao Hemisfério Norte, espera-se que o clima seja mais favorável ao desenvolvimento da cana, principalmente se o La Niña for um evento não tão intenso. Nesse cenário, o fenômeno cooperaria com o regime de monções.

Dessa forma, países produtores do Sudeste Asiático, como Índia e Tailândia, podem apresentar uma disponibilidade maior. No caso do primeiro, isso não necessariamente induzirá a exportações, pois estarão dependentes de três questões:

  • Volume excedente após uma retomada do programa de etanol.
  • Conjuntura de preços.
  • Medidas governamentais.

Com o ritmo atual de moagem, a Tailândia poderá atingir uma produção de 8,5 milhões de toneladas de açúcar em 23/24. Em relação à temporada 24/25, dadas as condições climáticas favoráveis, não será surpreendente se o país atingir cerca de 10 milhões de toneladas de açúcar. Caso esses números se confirmem, poderá haver aumento nas exportações.

Balanço global de açúcar (mt rv-outset)

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Quais as perspectivas da produção de açúcar no Brasil neste ano?

O Brasil apresenta sua maior safra em 23/24, com números recordes de cana-de-açúcar e deve moer até 655 milhões de toneladas. Nos meses de novembro, dezembro e início de janeiro, a produção foi excelente, com valores maiores do que o usual para a quinzena.

Nesse sentido, o país consegue suprir a demanda do mercado internacional, em um momento de oferta mais restrita no Hemisfério Norte. A região Centro-Sul foi extremamente importante para os números da temporada atual, com condições climáticas favoráveis que contribuíram para a produtividade e moagem da cana.

Contudo, para 24/25, o clima traz a maior volatilidade no mercado do açúcar. O seu impacto continua sendo o fator de risco mais significativo para 24/25 na safra do Brasil e pode contribuir positivamente para a perspectiva de alta.

A precipitação e umidade de fevereiro, em conjunto com o clima desfavorável na primeira metade de março, diminuíram o otimismo nas projeções de volume da cana. A parte norte da região foi significativamente mais afetada do que a parte sul.

Portanto, a estimativa do impacto real da seca continua difícil e permite apontarmos uma produção de cana de 605,8 milhões de toneladas. Desse número, 41,75 milhões de toneladas seriam destinadas para a produção de açúcar.

Média de umidade do solo em CS (mm no solo de 0-1,6 m superior)

A redução na produtividade pode chegar a 8,4%, o que reverte para um TCH (toneladas de cana por hectare) médio de quase 79 t/ha. Desse modo, a recente seca no Centro-Sul e a redução do rendimento podem levar a um fator altista nos preços. Já a melhora da safra do Hemisfério Norte poderá impulsionar o fator de baixa.

Mercado do açúcar: quais são os principais fatores de risco em 2024?

Existem três fatores principais que podem acentuar a volatilidade no mercado do açúcar. Abaixo, explicamos cada um deles.

●     Clima

É importante ter em mente que a produção de açúcar depende consideravelmente das condições climáticas. O ano de 2024 traz o risco de mudança do El Niño para La Niña, com possibilidade desse evento climático a partir de julho.

A tendência altista ou baixista dependerá da intensidade do fenômeno. Se for mais sutil, pode contribuir para maior concentração de sacarose no Brasil e causar chuvas acima da média no Hemisfério Norte. Ambas as situações são positivas para a disponibilidade e baixistas para preço.

Se trazer geadas no Brasil e enchentes no Hemisfério Norte, há chance de problemas para o mercado do açúcar, devido a impactos negativos na produção.

Saiba mais: A influência dos fenômenos climáticos no mercado de commodities

●     Conflito no Mar Vermelho

Ainda que os conflitos atuais não afetem os principais produtores de açúcar, há chance de ocorrer repercussões, especialmente por meio do complexo energético.

O conflito em andamento no Mar Vermelho provoca interrupções e aumento de custos no comércio internacional com o leste da África e leste da Ásia. Logo, apresenta risco de reduzir uma oferta já escassa, o que causa aperto em diversos mercados que dependem de navios que passam por essa região.

●     Macroeconomia

Os Banco Centrais ao redor do mundo provavelmente começarão a reduzir as taxas de juros. Esse cenário contribui para uma perspectiva altista. Contudo, o aumento da dívida pode retardar o processo. Portanto, será essencial acompanhar as movimentações macroeconômicas.

Leia aqui:

hEDGEpoint: gerenciamento de riscos no mercado do açúcar

O mercado do açúcar é volátil. Afinal, depende significativamente do clima e de questões geopolíticas e macroeconômicas.

Sendo assim, os produtores e demais players deste setor necessitam de instrumentos capazes de gerenciar riscos para se protegerem das flutuações de preços. O hedge em commodities existe justamente para isso.

Desse modo, pode-se garantir um valor fixo de compra e venda para se proteger da alta do mercado. É o caso do uso de derivativos agrícolas, por exemplo. Na hEDGEpoint, você tem acesso a ferramentas de hedge e às análises de inteligência de mercado do nosso time.

Nesse sentido, acompanhamos todos os acontecimentos que podem causar alterações na dinâmica das commodities. Com o hEDGEpoint HUB, nossa plataforma educativa, oferecemos cursos e relatórios detalhados para capacitar indivíduos com diferentes níveis de conhecimento.

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