O preço do petróleo é um fator determinante na economia de diversas cadeias produtivas. Por ser o combustível mais utilizado no mundo, a sua volatilidade a
O preço do petróleo é um fator determinante na economia de diversas cadeias produtivas. Por ser o combustível mais utilizado no mundo, a sua volatilidade afeta os custos de logística.
Pensando nisso, convidamos o especialista Rodrigo Lamberti, especialista em gestão de riscos para grãos na Hedgepoint, para explicar o impacto do preço do petróleo no mercado agrícola. Exploramos a influência dessa variável em pontos importantes para o setor, como o retorno de investimento ao produtor. Acompanhe a nossa análise e boa leitura!
Segundo o especialista, o preço do petróleo exerce uma influência direta sobre os custos de diversos setores agrícolas, com destaque para as despesas logísticas, como frete e armazenamento. O custo logístico impacta diretamente no “basis” ou “prêmio” de um produto agrícola. Esses termos representam a diferença entre o preço internacional negociado em bolsa de uma commodity e o seu valor no mercado local.
O frete é um dos mais importantes componentes precificadores do grão. Quanto maior o custo logístico, menor o prêmio (basis) naquele local e, portanto, menor será o valor recebido pelo produtor”, comenta Lamberti.
No Brasil, esse impacto no prêmio pode ser ainda maior, já que o transporte rodoviário é predominante no país. Um estudo realizado pelo Esalq-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) em parceria com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês) afirma que os caminhões foram responsáveis por 69% do transporte de milho no Brasil em 2019. Para a soja, esse percentual foi de 67%.
Abaixo, você pode acompanhar o fluxo rodoviário de escoamento de grãos no Brasil (em laranja). Os dados foram levantados pela CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil):
Fonte: CNA
De acordo com o especialista, “a dependência do transporte rodoviário torna o setor agrícola brasileiro mais vulnerável ao preço do petróleo, através de seus produtos derivados, como o diesel”. Essa influência do combustível também aumenta devido às longas distâncias percorridas pelos caminhões no escoamento de grãos. O material publicado pelo Esalq-LOG e pelo USDA ressalta que a distância média de entrega da soja e do milho no Brasil é de 574 milhas, ou 923 quilômetros.
“Durante a colheita, a alta demanda por transporte também causa um aumento no preço do frete. Esse crescimento é mais uma variável que impacta diretamente a margem do produtor agrícola”, acrescenta o especialista da Hedgepoint. Além disso, a concentração de entregas também sobrecarrega a frota disponível e eleva ainda mais os custos logísticos.
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Além de impactar diretamente o transporte rodoviário nacional, o preço do petróleo também influencia o preço de produtos agrícolas comercializados internacionalmente. O especialista aponta que o diesel marítimo, conhecido como bunker, é majoritariamente feito de petróleo. Qualquer aumento nos preços afeta o setor agrícola, pois a quantidade de combustível consumido neste tipo de transporte é ainda maior.
“Além disso, conflitos internacionais podem mudar rotas logísticas, aumentando consideravelmente o trajeto de entrega. Nestes casos, o frete se torna ainda mais caro”, afirma o especialista.
Por outro lado, o aumento do preço do petróleo também pode ter um efeito positivo para alguns setores agrícolas. Atualmente, a produção do biodiesel está em uma tendência crescente, e o próprio biocombustível vem aumentando a sua participação no transporte, incluindo o biobunker.
Segundo Lamberti, por serem produtos substitutos, a alta nos preços dos combustíveis fósseis abre espaço para o crescimento da demanda pelos biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas, gerando também, por consequência, uma maior demanda por óleo de soja, milho e cana-de-açúcar, por exemplo.
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Rodrigo Lamberti destaca a atuação que a armazenagem de grãos tem no custo do frete. O especialista aponta que o Brasil tem uma capacidade de armazenagem inferior à produção total de grãos, o que força os produtores a escoar os estoques rapidamente, mesmo em condições de mercado desfavoráveis.
“A falta de armazenagem muitas vezes leva a perdas significativas de qualidade, com grãos armazenados no chão, expostos ao clima. Além disso, produtores que precisam pagar por espaço ou investir em armazéns próprios enfrentam custos adicionais que impactam suas margens”, explica Lamberti.
Os dados publicados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) evidenciam esse déficit na armazenagem. Confira abaixo as informações mais recentes divulgadas pela instituição:
Fonte: Conab
Em 2024, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou que a capacidade disponível para armazenamento de grãos no Brasil no 1º semestre do ano foi 5,4% superior à do semestre anterior. O site também aponta que os estoques aumentaram 15,5% em relação ao ano passado.
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Segundo Lamberti, o mercado tem aplicado para contornar esses custos influenciados pelas longas distâncias percorridas em estrada. Embora o transporte rodoviário ainda predomine, o Brasil tem avançado na diversificação logística. O uso do transporte ferroviário, hidroviário e da cabotagem (transporte marítimo entre portos nacionais ) representam alternativas promissoras para reduzir a dependência dos caminhões.
“Inovações como a cabotagem podem tornar o transporte mais eficiente, aproveitando o potencial marítimo do Brasil. O uso de combustíveis alternativos (como o biobunker) também é uma tendência que pode diminuir a dependência do petróleo”, afirma Lamberti.
O estudo da Esalq-LOG em parceria com o USDA relata que a participação do transporte rodoviário no escoamento de grãos brasileiros diminuiu 8% de 2010 a 2019. Com a redução no uso de rodovias, houve um aumento de 4% no uso ferroviário e de 4% no uso de transporte fluvial.
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Por fim, o especialista reforça que há maneiras de proteger o agricultor financeiramente. Mesmo que o prêmio (basis) permaneça exposto às condições locais de frete e armazenamento, o produtor pode utilizar o hedge para travar o preço de outros dois componentes voláteis: o valor da commodity (grão) na bolsa e a taxa de câmbio.
Na Hedgepoint, você conta com especialistas em hedge de commodities agrícolas para aplicar esses produtos na prática. Entre em contato com nossa equipe e saiba mais!
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