Você sabia que o Brasil é um dos destaques no mercado de etanol global? O país é um dos maiores produtores do mundo deste combustível renovável, conhecido
Você sabia que o Brasil é um dos destaques no mercado de etanol global? O país é um dos maiores produtores do mundo deste combustível renovável, conhecido por abastecer automóveis e servir de matéria-prima em indústrias.
Atualmente, há perspectivas de mudanças relacionadas à essa commodity: entre elas, o aumento da mistura de etanol à gasolina. Pensando nisso, convidamos Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint, para falar sobre:
Boa leitura!
O primeiro ponto que você precisa saber é que a produção de etanol ocorre por meio da fermentação do amido ou de outros açúcares, de origem vegetal. No Brasil, a principal matéria-prima utilizada é a cana-de-açúcar e, em segundo lugar, vem o milho.
Existem dois tipos de etanol nos combustíveis: anidro e hidratado. A diferença entre eles é a concentração de água: no hidratado, a água pode chegar a 5% e, no anidro, a 0.5%. Com isso, o etanol anidro contém muito mais álcool do que água na composição. Essa é a característica que o torna praticamente um álcool puro. Coda explica a diferença entre os seus usos:
“O hidratado é o que usamos diretamente nos carros flex, pois funcionam 100% com combustível renovável. O anidro, que tem um poder maior de combustão, mistura-se à gasolina, conforme o percentual estabelecido em lei. A partir disso, forma-se a gasolina C, comercializada nos postos. A gasolina A é a que temos antes dessa mistura”, pontua.
Hoje, o Brasil apresenta a necessidade de importar petróleo para a gasolina. Segundo Coda, temos uma produção com certa suficiência, mas que não é total:
“Ainda precisamos importar bastante, porque a octanagem do petróleo brasileiro não é tão boa quanto a octanagem de outros países. Então, há uma necessidade de importação pela qualidade desse petróleo, que também é diferente entre as regiões do país”, pondera.
Existem dois fatores-chave para compreender a oferta e demanda de etanol. Abaixo, evidenciamos cada um deles.
Neste aspecto, Coda explica que é importante compreender a decisão do produtor: ele deve avaliar o quanto da sua produção será destinada para o etanol e o quanto será para o açúcar. Os preços são um aspecto relevante, pois o produtor busca obter mais lucro por meio do produto que pagará mais:
“Se o etanol estiver pagando muito mais do que o açúcar, maximiza-se o volume de produto bruto que produzirá etanol”, comenta.
Hoje, o açúcar paga consistentemente mais, desde a safra 22/23, marcada pela recuperação da produção brasileira, com recorde em 23/24. Simultaneamente a essa situação, o Hemisfério Norte apresentou quebra na safra, o que tornou os preços mais atrativos para os produtores brasileiros.
No caso do milho, espera-se que haja, neste ano, em torno de 7 bilhões de litro de etanol de milho, um número que cresce a cada ano:
“Existe um investimento alto em novas plantas de etanol de milho. Observamos também uma produtividade bastante elevada, porque a tecnologia empregada é muito nova”, pontua Coda.
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Outro ponto importante é a demanda. Nesse sentido, há o papel da distribuidora de etanol e dos postos de combustíveis:
“Ambos analisam como está a demanda, ou seja, a preferência do consumidor em relação ao etanol ou à gasolina. Há também diferenças regionais significativas. No Sul, por exemplo, o etanol é mais caro por causa da logística e menor produção. No Centro-Sul, a paridade costuma ser menor, dando mais força para o etanol na escolha do consumidor”, explica Coda.
Nos últimos anos, a queda no preço da gasolina é um dos motivos que explica a redução na demanda de etanol:
“Desde julho do ano passado, voltou a existir uma paridade em favor do etanol, mas a demanda não tem sido tão forte quanto se poderia esperar. Apesar de recuperar força nos últimos 3 meses, ainda não é suficiente para reduzir os estoques da supersafra de açúcar 23/24”, aponta Coda.
Desse modo, espera-se que o etanol fique com um volume de estoque de passagem alto e que isso mantenha os preços baixos do produto até a próxima safra. Porém, se a demanda vier forte na próxima safra, o preço do etanol poderá subir.
Para 24/25, estima-se, atualmente, cerca de 2,6% de crescimento do Ciclo Otto, que é a demanda por energia: Com isso, os preços do etanol podem ser afetados, à medida que esse número pressione o mercado porque os consumidores precisam de mais produto:
“Isso traz chance de aumento no preço do etanol. Mas, nesta nova safra, não vemos ameaça ao mix de açúcar, que deve seguir alto. Assim, em 24/25, aumentos de preços podem gerar cortes na demanda, a qual a recuperação ainda é frágil, especialmente no contexto dos preços da gasolina reduzidos”, fala Coda.
Hoje, a gasolina C precisa ter o percentual mínimo de 22% de etanol, com limite máximo em 27,5%. Contudo, a proposta de aumentar o percentual de etanol para até 35% deve ser discutida nos próximos dias, na Câmara dos Deputados, pelo PL 4516/23.
Inicialmente, a ideia do governo federal era passar o percentual máximo de 27,5% para 30%, com o objetivo de melhorar a independência energética. Desse modo, espera-se a redução das importações de petróleo. Além disso, a medida visa impulsionar a descarbonização, pois o etanol é um tipo de energia renovável.
Mas, a proposta sofreu alterações na Câmara e, agora, prevê o aumento de 22% para 27% do percentual obrigatório de etanol anidro a ser adicionado na gasolina tipo C. O limite máximo está em 35%, segundo o PL.
Entre os possíveis efeitos para o mercado de commodities brasileiro, destacamos:
O aumento da demanda por etanol anidro pode causar um deslocamento de mais Açúcar Total Recuperável (ATR) da safra de cana-de-açúcar para a produção do biocombustível. Mas, Coda reforça que o crescimento da demanda provavelmente seria afetado antes de o etanol chegar a alcançar o preço do açúcar. Por isso, é difícil projetar uma mudança no mix, inclusive pelo contexto do mercado de açúcar e os contratos já realizados pelas usinas com relação à nova safra.
Se a demanda por etanol estiver superaquecida, o preço sobe. Então, pode ser, e é mais provável em 24/25, que ocorra um corte na demanda pelo aumento dos preços. Pouca procura leva ao acúmulo de estoques que pressiona os preços:
“Uma queda de preços impacta diretamente a produção, e portanto o estoque, elevando os preços. Essa interação entre oferta e demanda traz o equilíbrio. Lembre-se de que ela deve respeitar limites físicos da usina e contratos já firmados. A relação entre os preços do açúcar e do etanol é, assim, um dos principais drivers de decisão”, comenta Coda.
“Com o aumento da mistura de etanol à gasolina, a demanda de etanol anidro poderá crescer, principalmente em relação às distribuidoras. Isso acontece porque elas precisam aumentar a quantidade acrescentada na mistura”, explica Coda.
Esse incremento no consumo traria o estímulo de maior produção desse biocombustível nas indústrias, com possível ampliação da capacidade instalada neste setor. É possível que ocorra a situação de alta ou baixa nos preços, o que irá depender da relação entre oferta e demanda e dos custos de produção.
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Como você percebeu, o mercado de etanol está sujeito à volatilidade de preços. Nesse sentido, torna-se fundamental que os participantes deste setor realizem o gerenciamento de riscos.
A hEDGEpoint existe para isso. Com um time de inteligência de mercado e produtos de hedge sofisticados, estamos sempre atentos a todos os fatores que podem causar mudanças de preço e impactar as cadeias produtivas.
Acompanhar todas as movimentações que podem afetar esse mercado faz toda a diferença na tomada de decisão. Afinal, com análise de dados e relatórios completos, os produtores conseguem compreender onde será mais estratégico alocar recursos e esforços.
Conte conosco para ter acesso a instrumentos de gerenciamento de riscos eficazes. Entre em contato agora com um profissional da hEDGEpoint e saiba como podemos atuar no seu negócio.
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