Em abril de 2025, Donal Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou a imposição de novas tarifas comerciais a mais de 180 países. Ainda que as tarifas t
Em abril de 2025, Donal Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou a imposição de novas tarifas comerciais a mais de 180 países. Ainda que as tarifas tenham sido pausadas momentaneamente na maior parte dos países (com exceção da China), o presidente Americano apontou que a medida visa aplicar tarifas recíprocas sobre produtos importados de países que impõem tributos elevados sobre bens norte-americanos.
A medida também busca proteger os produtores da concorrência estrangeira, além de impulsionar a produção e a demanda interna. Como grande potência mundial, a iniciativa estadunidense tem impacto direto no mercado de commodities agrícolas.
Enquanto crescem os temores que as tarifas excessivas sobre a China aumentem a chance de uma recessão global, impactando a demanda de forma geral, ainda não há acordos com os outros países sobre a redução das taxas. Assim, após a pausa de 90 dias, ainda é esperado que as tarifas retornem, impactando ainda mais a economia global, uma vez que os Estados Unidos têm parceria com uma grande gama de países exportadores como Brasil, China e membros da União Europeia.
Desse modo, as tarifas adicionais afetam diretamente essas economias e criam novos desafios para manter a competitividade. Neste artigo, vamos entender os desdobramentos da ação em níveis globais. Boa leitura!
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O time de especialistas da Hedgepoint Global Markets analisou as tarifas impostas por Trump e indicou possíveis mudanças no mercado cafeeiro. Como mencionado anteriormente, no momento os países exportadores de café estão sobre a pausa temporária de 90 dias. Porém, como ainda não há acordos entre as nações, assim que as taxas se tornem ativas novamente espera-se que grandes exportadores de café sejam atingidos. Dentro os principais afetados pelo tarifaço estão Vietnã e Indonésia com taxas respectivas de 46% e 32%. O restante dos grandes produtores está na lista das taxas base de 10% como no caso do Brasil, Colômbia e diversos países da África Oriental e América Central.
Os Estados Unidos são o maior consumidor de café no mundo e a taxação pode elevar o preço para os norte-americanos. Desta forma, a demanda interna e a importação devem cair ao longo do ano.
Além disso, o tarifaço foi aplicado em um momento sensível para o mercado de café. Alguns países produtores possuem um baixo estoque e a quebra na safra arábica brasileira pode restringir a oferta. Todos esses fatores acendem um alerta para potenciais impactos na dinâmica de preços e na demanda.
Segundo a análise da Hedgepoint, a diferença entre as tarifas pode gerar mudanças no fluxo comercial de café. Países com menor taxação, como o Brasil e a Uganda, podem passar a atender uma fatia maior da demanda americana. Entretanto, as taxas maiores para países asiáticos devem redirecionar a oferta dessas economias para outros mercados.
“É por isso que o cenário é mais delicado para o café robusta. Como o Vietnã e a Indonésia receberam taxações maiores, haverá um contraste com as tarifas menores aplicadas ao conilon brasileiro. Essa diferença pode alterar o equilíbrio do mercado, já que os preços mais altos na Ásia deslocam a demanda americana para origens com taxas mais baixas”, indica Laleska Moda, Analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.
Além dos grãos crus, regiões exportadoras de café processado também entraram na mira das novas tarifas, como a União Europeia. Essa medida pode alterar a competitividade de países como o Reino Unido, que também exporta café industrializado, mas não foi incluído na lista de tarifação adicional.
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Segundo os especialistas da Hedgepoint, os efeitos do novo pacote tarifário para a soja e o milho são complexos. Para a oleaginosa, os primeiros sinais virão da China, maior compradora global dessa commodity. No último ano, o país já reduziu em 35% a sua dependência da soja norte-americana, e a tendência é de que diminua ainda mais com as tarifas.
Inicialmente, a China recebeu uma taxação de 34% somada aos 20% que já eram cobrados anteriormente. Porém, o país asiático respondeu com tarifas extras na mesma porcentagem sobre todas as importações americanas. Em retaliação, Trump decidiu aumentar as tarifas em 50%, alcançando 104%.
Na quarta-feira, dia 9 de abril, a China também aumentou as taxas para 125%, enquanto os Estados Unidos mudaram mais uma vez para 125%. Todas essas mudanças sugerem que ambos os países ainda não entraram em acordo e que a guerra tarifária deve ter forte impacto no mercado de soja.
O time da Hedgepoint aponta que a safra recorde no Brasil deve ter um papel importante nesse cenário. O país sul-americano vem ganhando participação no mercado internacional, o que tende a aumentar os estoques dos Estados Unidos e pressionar os preços na Bolsa de Chicago (CBOT) para níveis mais competitivos.
O mercado de milho segue a mesma lógica. A redução nas importações chinesas de 23 milhões para apenas 8 milhões de toneladas em um ano, aliada à boa safra brasileira, tende a deixar o mercado americano com estoques maiores. Esse cenário também deve pressionar os preços da commodity.
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Para o setor açucareiro, as tarifas norte-americanas foram um resultado de um reflexo macroeconômico. A expectativa do anúncio de Trump interrompeu a sustentação que vinha dos números mais fracos da moagem de março na Índia, contribuindo para uma retração de quase 2,5% nos preços do açúcar.
O mercado reagiu com volatilidade acentuada, especialmente após uma queda de mais de 7% no preço do petróleo e a valorização de moedas emergentes frente ao dólar. Mesmo assim, o açúcar ainda encontrou suporte na arbitragem de importação chinesa, com os preços se aproximando de 18,7 c/lb e encerrando a semana em 18,84 c/lb, evitando perdas ainda maiores.
De acordo com a coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Livea Coda, “a isenção de Canadá e México manteve o fluxo de açúcar relativamente inalterado. As cotas tarifárias (TRQ), no entanto, devem começar a pagar as novas tarifas, o que aumenta a vantagem do açúcar mexicano frente a outros exportadores”.
Outro ponto é que o mercado segue atento à chegada da nova safra brasileira. A antecipação da moagem em diversas usinas do país reforça a expectativa de maior oferta no curto prazo. Esses fatores influenciam os preços, limitando altas mais expressivas.
Para o cacau, o anúncio das novas tarifas comerciais provocou reações imediatas nos mercados globais. Os preços da commodity passaram a recuar em meio ao aumento da volatilidade, o que contribuiu para um cenário de incerteza.
Na última terça-feira, os contratos futuros de cacau com vencimento em maio de 2025 registraram queda de 3,8% em Londres e 3,7% em Nova York. Esse comportamento sinaliza uma correção no mercado após a alta expressiva. Se as tarifas americanas ficarem, o fluxo comercial pode mudar com os Estados Unidos buscando alternativas mais econômicas.
O mercado já projeta uma possível redução na moagem de cacau norte-americano, o que pode pressionar os preços dentro do país. Entre as possibilidades de resolução, estão o redirecionamento de amêndoas para países próximos aos Estados Unidos que tenham tarifas mais baixas e capacidade instalada de moagem — como Canadá, México, Brasil e Gana. Dessa forma, seria possível atender à demanda norte-americana por amêndoas, manteiga, licor e pó de cacau a partir do processamento em outras origens.
O tarifaço de Donald Trump marca uma possível reorganização geopolítica das commodities agrícolas. A isenção de alguns países e a penalização de outros criam novas oportunidades e desafios para exportadores. Entretanto, os mercados financeiros reagem com volatilidade e pressão nos valores.
Neste contexto, a gestão de riscos se torna ainda mais essencial. Na Hedgepoint, você conta com especialistas em hedge para commodities agrícolas, além de updates recorrentes sobre o impacto das tarifas no setor. Entre em contato com a equipe e gerencie riscos financeiros com inteligência de mercado.
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