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Café arábica: um pilar na produção mundial e nacional

Escrito por Hedgepoint Global Markets | Sep 19, 2025 12:53:07 PM

 

O café arábica se consolida como um pilar essencial na economia agrícola global, reconhecido por seu sabor suave e aroma complexo. No Brasil, essa variedade desempenha um papel ainda mais significativo, pois representa a maior parte da produção nacional e, assim, movimenta a economia do país.

 

O cenário atual é marcado por complexidades que demandam atenção constante de produtores e investidores. As flutuações de preço, as condições climáticas e as políticas comerciais internacionais criam um ambiente de constante mudança. Para navegar com sucesso, é fundamental entender as nuances de produção e as forças de mercado que moldam o valor da commodity. 

 

Neste artigo, abordaremos:

 

 

Boa leitura!

 

Qual é a importância do café arábica no mercado global?

O café arábica desempenha um papel central na indústria global de café, dominando a produção (60% a 70%) e o consumo. Reconhecido por sua qualidade superior, é considerado o padrão de excelência na indústria cafeeira.  

 

O Brasil é o maior produtor mundial dessa variedade. A commodity é amplamente cultivada em regiões de média e alta altitude, como Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Mogiana (SP) e Chapada Diamantina (BA). 

 

Em mercados mais exigentes, como Europa e Estados Unidos, a demanda por arábica continua a impulsionar grande parte do comércio internacional de café. Segundo Laleska Moda, analista da Hedgepoint, “os grãos brasileiros representaram cerca de 30% de todas as importações de café dos EUA”. No entanto, em agosto de 2025, as exportações brasileiras para os EUA caíram 46,4% em relação ao mesmo mês de 2024, reflexo direto da tarifa de 50% imposta pelo governo americano.

 

Portanto, qualquer alteração na produção ou nas políticas comerciais brasileiras reverbera em todo o mercado global e afeta desde os preços até a disponibilidade do produto final nas prateleiras dos consumidores ao redor do mundo.

 

Quais são as etapas de cultivo e processamento do café arábica?

O cultivo e o processamento do café arábica exigem cuidados técnicos em todas as fases, desde o plantio até a obtenção do grão beneficiado. O ciclo começa no campo, onde práticas de manejo adequadas, como nutrição equilibrada, irrigação, controle fitossanitário, além de um clima adequado, garantem lavouras produtivas e de qualidade. 

 

Os cuidados com a colheita também são importantes, uma vez que influenciam significativamente a qualidade final dos grãos. Além disso, a maturação dos grãos (fase anterior) por vezes pode ocorrer forma desuniforme, sendo muito influenciada pelo clima. 

 

Por isso, a colheita seletiva muitas vezes pode ser uma boa opção, seja manual ou mecanizada, já que prioriza cerejas maduras para preservar o potencial sensorial do café.

 

No pós-colheita, alguns métodos distintos de processamento que podem influenciar no tipo e qualidade do grão final obtido: 

 

  • Via seca (natural): cerejas são secas ao sol ou em secadores e depois descascadas. Resulta em cafés mais encorpados e adocicados;
  • Via úmida (lavado): há remoção de casca/polpa e parte ou toda a mucilagem, seguida da fermentação e lavagem. Produz bebidas de maior acidez e suavidade.
  • Semiúmido (honey process): retém parte da mucilagem no grão e equilibra corpo e doçura. 

Por fim, o café passa pela secagem e pelo beneficiamento, etapas que padronizam o produto e reduzem defeitos. O objetivo é assegurar qualidade e competitividade do arábica no mercado global.

 

Como as características do café arábica definem sua qualidade?

As características intrínsecas do café arábica conferem-lhe uma reputação de bebida de maior qualidade, com um perfil de sabor que varia de notas florais e frutadas a chocolate, caramelo e nozes, dependendo da origem e do processamento. Sua acidez brilhante, corpo médio e aroma complexo são altamente valorizados por consumidores e especialistas.

 

Assim, a qualidade do arábica é um diferencial competitivo importante. Porém, Laleska Moda aponta para desafios recentes na colheita brasileira de 25/26: “houve relatos de problemas de qualidade entre junho e julho, principalmente em relação à quantidade de grãos moca e qualidade de bebida”. Isso sublinha como fatores agronômicos e climáticos podem impactar diretamente as características finais do grão e, consequentemente, seu valor de mercado.

 

Quais fatores influenciam a oferta e a demanda de café arábica?

A oferta e a demanda de café arábica são moldadas por uma interação complexa de variáveis econômicas, climáticas e políticas, que determinam os preços e a disponibilidade do produto no mercado global. Entender esses elementos é fundamental para prever as tendências e mitigar os riscos associados à comercialização desta commodity.

 

Impacto das tarifas e do comércio internacional

As políticas comerciais exercem influência substancial sobre o fluxo e os custos do café arábica. A tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre o café brasileiro afetou diretamente a demanda, elevando os preços para os consumidores americanos. Em agosto, os embarques para os EUA somaram apenas 301 mil sacas, uma queda de 46,4% em relação a 2024..

 

Além disso, compradores norte-americanos têm solicitado o adiamento dos embarques para evitar a tarifa, o que sustenta os preços futuros do arábica e gera incerteza na cadeia de suprimentos global.

 

Condições climáticas e colheita

As condições climáticas são determinantes para a produção do café arábica. A colheita 25/26 está em fase final, com queda na produção estimada em 13,3% em relação à safra anterior, totalizando 37,7 milhões de sacas. Regiões como Sul de Minas e Zona da Mata enfrentaram chuvas abaixo da média e problemas de qualidade.

 

Geadas fracas foram registradas em partes do sul de Minas Gerais e do Cerrado Mineiro, e há preocupação com um possível evento La Niña entre outubro e dezembro, o que pode impactar a safra 26/27.

 

Estoques e comercialização

Os estoques certificados pela ICE continuam em queda e estão abaixo da média de 5 anos e dos níveis de 2024. A participação dos grãos brasileiros nesses estoques é baixa, o que representa um desafio para a recuperação do volume disponível. 

 

A comercialização da safra 25/26 está em 46%, abaixo da média de cinco anos (55%). Para o arábica, o número é de 43% contra uma média de 53%. Muitos produtores aguardam a floração da safra 26/27, o que restringe a oferta no mercado físico e mantém os diferenciais brasileiros sob pressão.

 

Como o gerenciamento de riscos prepara sua empresa para o futuro?

O gerenciamento de riscos é importante para os participantes do mercado de café arábica. Afinal, permite a proteção contra a instabilidade de preços e as variações cambiais.

 

A complexidade do mercado, com fatores como políticas comerciais e condições climáticas, exige a adoção de produtos de hedge. Também, é essencial monitorar o desenvolvimento da safra brasileira de 26/27 e a disposição dos cafeicultores em vender, fatores que influenciam fortemente os preços no médio prazo. 

 

Na Hedgepoint Global Markets, entendemos os desafios do mercado de café arábica e atuamos para que a sua empresa navegue com segurança nas flutuações de preços e cambiais. Para isso, temos o Hedgepoint HUB, plataforma onde disponibilizamos cursos sobre instrumentos de hedge e análises aprofundadas do mercado de café e outras commodities. 

 

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