Crise bancária leva a liquidação no mercado de commodities
O mercado de grãos, energia e metais viram a retirada de uma significativa quantia de dinheiro recente, pois a aversão ao risco foi intensificada pela incerteza sobre se a crise bancária seria contida ou não. O dólar americano e os metais preciosos, ao contrário, tiveram aumentos líquidos em suas posições compradas, à medida que os investidores buscavam portos seguros. Os fluxos também aumentaram para ETFs de ouro, enquanto os recursos direcionados aos de commodities não.
No entanto, os bancos centrais foram rápidos em resgatar o sistema dessas fragilidades e injetar liquidez no mercado – o que levou, por exemplo, ao primeiro aumento no balanço do Fed desde 2020. Ainda que a incerteza permaneça elevada, a demanda por commodities, principalmente por metais e energia, não foi afetada por esta conjuntura macro. Mas o lado da oferta pode ter sido impactado.
A incerteza ainda elevada nos mercados financeiros manterá algum tempo, especialmente depois que o Fed decidiu aumentar as taxas de juros mesmo durante essa turbulência econômica. Isso significa que os custos de crédito continuarão subindo, desestimulando a alocação de Capex. Sem falar que o medo e a aversão ao risco devem afastar os produtores de planos de investimento, pois eles vão focar em ser solventes para se protegerem de um ambiente de juros altos – em que o crescimento econômico costuma ser fraco.
Portanto, a crise bancária teve um claro impacto financeiro sobre os preços das commodities, mas a demanda permaneceu inalterada. A oferta, que já vinha sendo conturbada no espaço de energia e metais, pode sofrer maior deterioração devido ao aumento dos custos de crédito e incertezas no curto prazo – deixando as matérias-primas com uma visão construtiva para o futuro assim que todas as incertezas forem superadas.
Fluxo de dinheiro líquido para ouro e commodities (Million US$, US)
Source: Refinitiv
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