Estreito de Ormuz: mercado de energia em estado de alerta
Conflito no Oriente Médio intensifica riscos no mercado de energia mundial, com possíveis impactos no Estreito de Ormuz.
O conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas, iniciado no dia 07 de outubro, poderá impactar o Estreito de Ormuz. Essa região é crucial para o transporte significativo de boa parte da produção global de petróleo.
A guerra introduziu um novo elemento de volatilidade no mercado de commodities, com chance de afetar a segurança energética mundial. Desde então, o setor de energia segue em alerta devido aos potenciais desdobramentos. Neste cenário, o hedge atua como uma importante ferramenta para gerenciar riscos.
Continue a leitura para entender:
- O que é o Estreito de Ormuz e qual a sua importância.
- Como a guerra pode impactar o Estreito de Ormuz.
- Qual o papel do hedge na situação atual do mercado de energia.
O que é o Estreito de Ormuz e qual a sua importância?
O Estreito de Ormuz é o canal que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo do Omã e, por extensão, ao Oceano Índico. Localizado entre Irã e Omã, é uma das principais rotas de alguns dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Trata-se, portanto, de uma via marítima extremamente estratégica.
Sua importância está no fato de ser um ponto de passagem para o transporte de petróleo e gás natural dos países do Golfo Pérsico aos mercados internacionais. Estima-se que cerca de um quinto da produção mundial de petróleo bruto é escoada pelo Estreito de Ormuz.
Ou seja, essa porcentagem equivale a aproximadamente 17 milhões de barris de petróleo por dia, segundo dados atualizados da BNN Bloomberg. Por isso, qualquer acontecimento nesta região pode se refletir no preço da gasolina e do diesel, repercutindo na economia de todo o planeta.
Transporte mensal acumulado marítimo de petróleo bruto do Oriente Médio (milhões de barris)
As alternativas para contornar o Estreito de Ormuz são limitadas. Somente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos dispõem de oleodutos que podem deslocar petróleo bruto para fora do Golfo Pérsico. Além disso, apenas esses dois países têm capacidade adicional de transporte para contornar o Estreito de Ormuz.
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Como a guerra entre Israel e Hamas pode impactar o Estreito de Ormuz?
A guerra entre Israel e Hamas despertou temor no mercado de energia, agravando a aversão ao risco. Ativos como commodities devem sentir os efeitos, especialmente se houver envolvimento do Irã. A entrada do país no conflito pode acentuar as tensões e afetar a passagem marítima de Ormuz.
O Irã é um dos principais produtores e exportadores de petróleo e gás natural do Oriente Médio. A nação já está sujeita a sanções ocidentais que podem ser aprofundadas e dificultar o comércio do petróleo iraniano. O resultado? Aumento dos custos de energia para todo o mercado.
A combinação de demanda elevada por petróleo e limitação na oferta por medidas da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) criam um ambiente favorável para o petróleo iraniano. O país aumentou a sua presença devido a fatores como a maior demanda chinesa.
Nos últimos anos, o Irã tem contornado as sanções do Ocidente e intensificado significativamente suas exportações. Para isso, tem aplicado técnicas que tornam difícil rastrear a origem do seu petróleo.
Caso entre na guerra, poderá haver interrupções neste suprimento, com ameaça de fechar o Estreito de Ormuz. A medida é recorrente do governo iraniano em momentos de tensão geopolítica. Se isso acontecer, a oferta será ainda mais reduzida, acentuando a escalada de preços.
Produção de petróleo do Irã
Por que o petróleo em alta pode causar inflação global?
Um bloqueio do Estreito de Ormuz, mesmo que temporário, poderia levar a aumentos substanciais dos custos totais da energia e causar a inflação global. O mercado de energia já está bastante restritivo. Em caso de subida no valor do petróleo, os preços serão pressionados.
A alta dos preços é um desafio para as autoridades monetárias que buscam controlar a inflação. Isso acontece porque o petróleo é um insumo base para o transporte de bens e serviços, como agricultura e manufatura. Os custos de produção se elevariam, com os efeitos sentidos também pelos consumidores.
Principais Futuros do Petróleo (USD)
Nas últimas semanas, os dados de inflação mostram que os preços ao consumidor subiram 0,4% em setembro, acima do consenso do mercado de 0,3%. A surpresa de alta contribui para causar maior dissipação da aversão ao risco. Além disso, a perspectiva de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e consequente fortalecimento do dólar impacta investidores. Isso acontece porque a moeda de países emergentes perde força.
- Leia também: Como a volatilidade impacta o mercado de commodities?
Qual o papel do hedge para o mercado de energia?
Até o momento, estamos no início da guerra e não há como antecipar com precisão os próximos desdobramentos. Porém, já estamos vivendo um contexto de aumento notável na volatilidade, particularmente em relação aos preços do petróleo.
Neste caso, há chance de que a inflação cresça no futuro próximo devido ao consequente encarecimento dos custos energéticos. O hedge desempenha um papel fundamental para a gestão de riscos na cadeia global do mercado de energia. Para isso, envolve a adoção de mecanismos capazes de proteger os participantes do mercado de energia contra variações adversas nos preços.
A hEDGEpoint entende profundamente deste setor e dos instrumentos de hedge. Compreendemos o cenário global e analisamos todas as consequências possíveis para contribuir na tomada de decisões.
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