Exportações para a Ásia: qual o papel da gestão de riscos?

Proteja suas exportações para a Ásia com hedge cambial e gestão de riscos inteligente no mercado de commodities.

09 de Junho de 2025

Hedgepoint Global Markets

Quando falamos em gestão de riscos nas exportações para a Ásia, estamos longe de tratar apenas da volatilidade cambial. Exportar para esse mercado envolve desafios que influenciam diretamente os resultados financeiros do exportador brasileiro.

Ao longo deste conteúdo, você vai entender:

  • Por que a gestão de riscos é essencial nas exportações para a Ásia;
  • Quais são os principais desafios que impactam suas operações;
  • Como funciona o hedge cambial na prática;
  • Os erros mais comuns que podem comprometer sua rentabilidade e como evitá-los;
  • E como utilizar inteligência de mercado para tomar decisões mais estratégicas.

Boa leitura!

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Por que a gestão de riscos é tão crítica nas exportações para a Ásia?

Exportar para países asiáticos significa negociar em diferentes moedas, como iene, yuan ou rúpia. Além disso, os cenários são muitas vezes distantes não apenas geograficamente, mas também em termos de políticas cambiais e estabilidade econômica.

Ainda, muitos contratos são fechados com prazos longos, expondo o exportador à flutuação da taxa de câmbio entre o fechamento do negócio e o recebimento do pagamento. Por isso, sem uma política eficaz de gestão de riscos, até mesmo uma operação lucrativa pode acabar gerando prejuízo — mesmo com preços de venda superiores aos custos.

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Quais são os principais desafios nas exportações para a Ásia?

A gestão de riscos eficaz começa com o mapeamento dos fatores que afetam a operação. Ao exportar para países asiáticos, os desafios mais comuns incluem:

1) Câmbio

O risco mais evidente. Qualquer oscilação do dólar frente ao real interfere diretamente na rentabilidade. Mesmo quando o contrato está em dólar, a empresa corre risco se não utilizar hedge.

2) Moedas locais

Alguns mercados exigem ou oferecem a possibilidade de negociar em moeda local (como rúpia indiana, yuan, won ou iene). Nesse caso, o exportador assume um risco adicional: a variação da moeda asiática frente ao dólar.

Por exemplo, uma empresa que exporta para a Índia e recebe em rúpia (INR) precisa acompanhar tanto INR/USD quanto USD/BRL. Portanto, uma desvalorização da rúpia em relação ao dólar reduz o valor final em reais.

3) Geopolítico

Tensões como China x EUA, o conflito no Mar do Sul da China, instabilidade em Taiwan ou até problemas internos em países como Mianmar e Paquistão podem gerar impactos diretos e indiretos. Alguns deles são: atrasos logísticos, alteração nas rotas e até flutuações abruptas nas moedas locais.

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4) Logístico

A Ásia concentra alguns dos portos mais movimentados do mundo (Xangai, Cingapura, Busan). Isso gera riscos como:

  • Congestionamentos;
  • Escassez de contêineres;
  • Encarecimento do frete internacional.

Esses gargalos ficaram evidentes na pandemia e seguem recorrentes, principalmente em períodos de alta demanda ou em situações de conflito.

5) Regulatório e fitossanitário

A mudança nas exigências sanitárias e fitossanitárias é uma constante. Um exemplo real foi o Vietnã que, em 2023, segurou carregamentos de milho brasileiro após alterar exigências de certificação fitossanitária. Isso acabou surpreendendo os exportadores que não monitoravam esses riscos adequadamente.

Qual o impacto da volatilidade cambial nas exportações?

O câmbio exerce papel central na formação do preço e na margem das exportações. Quando o real se valoriza, o produto brasileiro perde competitividade. Por outro lado, uma desvalorização do real pode gerar ganhos pontuais, mas também traz instabilidade e risco sobre os contratos futuros.

O caso do setor de café ilustra bem essa dinâmica. As tradings costumam negociar contratos em dólar, mas arcam com custos operacionais em reais. Uma valorização repentina da moeda brasileira traz riscos de corroer a margem prevista, o que repercute na rentabilidade da operação.

Como proteger o câmbio nas exportações?

A gestão de riscos cambiais se apoia no uso de instrumentos financeiros que permitem ao exportador reduzir a exposição às oscilações do mercado. Entre os principais estão:

  • Contratos a termo (forwards): fixa uma taxa de câmbio futura, proporcionando previsibilidade de quanto a empresa vai receber em reais no dia do pagamento;
  • NDFs (Non-Deliverable Forwards): usado quando a moeda local não é conversível, como rúpia, won ou yuan. Permite que o exportador proteja a conversão da moeda asiática para dólar;
  • Opções de venda (puts): oferecem proteção contra a valorização do real, ao mesmo tempo em que possibilitam aproveitar movimentos favoráveis;
  • Estruturas combinadas: misturam termos e opções, buscando um equilíbrio entre proteção e custo conforme a necessidade da empresa.

Imagine uma trading que embarca açúcar para a China a cada trimestre. Essa empresa pode contratar um NDF com vencimento alinhado ao prazo de pagamento do cliente. Assim, há maior previsibilidade sobre o valor que irá receber em reais, sem surpresas desagradáveis no meio do caminho.

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Existe hedge natural?

Sim, mas é parcial. Se sua empresa tem custos relevantes em dólar (frete internacional, leasing de equipamentos ou compra de insumos importados), parte do risco cambial está naturalmente compensado.

Porém, na maioria dos casos, o hedge natural não é suficiente para eliminar o risco. Isso se aplica especialmente quando a maior parte dos custos está em reais e as receitas são em dólar ou moeda asiática.

Os 5 erros mais comuns na gestão de riscos

Muitos exportadores ainda cometem erros básicos na gestão de riscos, que podem comprometer a rentabilidade e até inviabilizar a operação. Veja os principais:

  1. Não fazer hedge: confiar na “sorte” do câmbio é um erro clássico;
  2. Desalinhamento de prazos: contratar hedge para um vencimento diferente da data real do fluxo;
  3. Assinar instrumentos complexos sem entender: como opções exóticas, o que acarreta possíveis perdas inesperadas;
  4. Ignorar moedas locais: quando o contrato é em rúpia, yuan ou iene, há riscos adicionais além do dólar;
  5. Subestimar riscos regulatórios e logísticos: barreiras alfandegárias, certificações e gargalos podem gerar custos ocultos.

Esses fatores devem ser monitorados e gerenciados. Senão, podem corroer tanto quanto uma variação cambial.

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Hedgepoint HUB: gestão de riscos é sobrevivência

O mercado asiático oferece oportunidades gigantescas, mas não perdoa amadores. Exportar sem hedge é, na prática, uma aposta no mercado financeiro, não uma decisão empresarial responsável.

Além disso, ignorar riscos como logística, moedas locais e geopolítica é abrir mão do controle sobre sua operação. Empresas que operam com exportação regular para a Ásia não podem depender apenas de previsões de câmbio. Logo, precisam implementar:

  • Monitoramento diário de moedas (inclusive locais);
  • Acompanhamento de cenário geopolítico e regulatório;
  • Leitura constante de análises de risco logístico.

No Hedgepoint HUB, você encontra análises de câmbio, cenários geopolíticos, tendências logísticas e insights de especialistas para tomar decisões mais seguras nas suas exportações para a Ásia.

Acesse agora e transforme informação em estratégia.

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  • Como a Hedgepoint atua no mercado de commodities da Ásia?

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