Qual o cenário do início da colheita de milho no Brasil?
Saiba quais são as perspectivas do início da colheita de milho primeira safra no Brasil, com destaque para o papel no mercado doméstico.
Neste momento, inicia-se a colheita de milho primeira safra em diversos estados do Brasil. Esse período também é conhecido como safra de verão e iniciou entre setembro e outubro de 2023.
Ainda que a primeira safra de milho não traga impactos para a dinâmica de comercialização global, ela exerce influência no mercado doméstico. Em outras palavras, a produção se destina para o consumo interno. Consequentemente, pode afetar os preços localmente.
Convidamos Pedro Schicchi, Analista de Inteligência de Mercado de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint, para explicar:
- O papel e a importância da safra de verão do milho no calendário brasileiro.
- Perspectivas relacionadas à produção, área e produtividade.
Boa leitura!
Safra de verão do milho: entenda o papel e a importância no calendário brasileiro
Segundo Schicchi, a safra de verão do milho é menor no Brasil. Isso ocorre porque a maior safra da cultura, nos últimos 10 anos, é a de inverno:
“A soja ganhou espaço durante o plantio de verão. Dessa forma, muitos produtores optam por plantar esse grão, já que podem plantar o milho no inverno”, pontua Schicchi.
Na temporada 22/23, a safra de inverno do milho obteve uma produção bastante elevada. Por causa dessa situação, os estoques da commodity seguem bem abastecidos, o que acentuou a preferência do produtor pelo plantio de soja no verão.
Mas, como a safra de inverno do milho começa a ser colhida a partir de julho, a safra de milho verão ainda se faz necessária para abastecer o mercado interno nos meses iniciais do ano:
“O abastecimento, assim, é principalmente para o mercado doméstico de suínos e de carne. Os estados brasileiros com uma produção forte de milho na primeira safra são aqueles que têm também forte presença dessas indústrias”, pondera o Analista de Inteligência de Mercado de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint.
Entre eles, destacam-se o Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. No Sul do Brasil, diferentemente da região do Centro-Norte, há maior dificuldade para realizar a safra de inverno do milho devido ao risco iminente de geada. Por isso, planta-se um pouco mais de milho no verão.
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Quais são as perspectivas do início da colheita de milho da safra verão?
A safra de inverno do ano passado apresentou uma produção recorde de milho, com alta produtividade e aumento da área plantada no país. Além disso, o cenário global também conseguiu bons resultados, principalmente nos Estados Unidos. Logo, houve uma excelente oferta de milho.
Por conseguinte, as margens dos produtores para a safra de milho verão ficaram mais apertadas:
“Sendo assim, a produção migrou para a soja ou houve menor expansão de área para o plantio de milho. Essa situação leva a uma produção menor da safra de verão do milho”, complementa Schicchi.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o comportamento climático afetou negativamente as lavouras na safra 2023/24 de milho e soja nas principais regiões produtoras. O El Niño influenciou diretamente os extremos climáticos e trouxe:
- Excesso de precipitações e baixa luminosidade, durante boa parte do ciclo da cultura. Isso diminuiu o potencial produtivo do milho na Região Sul e em São Paulo.
Para a safra de verão 2023/24 do milho, estima-se a área cultivada em 3.931,9 mil hectares, número 11,5% inferior ao registrado no ciclo passado. Espera-se uma produção de 23.607 mil toneladas, 13,8% inferior ao obtido na temporada anterior.
“A produtividade é boa, mas a menor área explica a redução na produção. Historicamente, não é um número substancialmente baixo. Logo, há poucos riscos de afetar preços internacionais, pois é uma safra mais doméstica no Brasil. Desse modo, os impactos são momentâneos e regionais, principalmente em locais com forte produção de carne”, completa Pedro Schicchi.
Primeira Safra de Milho Brasil – Área, Produtividade e Produção (M ha/mt/ha/M mt)
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Diversos aspectos interferem no mercado de commodities. Como você percebeu, as oscilações na oferta e demanda repercutem em toda a logística da cadeia produtiva. O clima também pode comprometer o desenvolvimento da safra.
Nesse sentido, o gerenciamento de riscos faz toda a diferença para proteger os negócios da volatilidade. Com ele, o produtor consegue adotar ferramentas de hedge para evitar oscilações bruscas de preços no mercado doméstico, por exemplo.
Além disso, é importante que os participantes deste setor se mantenham sempre atualizados sobre todas as movimentações que ocorrem. No mercado do milho, é imprescindível compreender as dinâmicas de produção e consumo, bem como os fatores que podem alterá-las.
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