Mistura de biodiesel aumenta para 14% no Brasil: o que isso significa?
O percentual da mistura de biodiesel mudou de 12% para 14% no Brasil. Entenda quais os possíveis impactos no mercado de commodities.
Desde março deste ano, o percentual da mistura de biodiesel aumentou de 12% para 14% no Brasil. Com a sua produção a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais, o biodiesel é uma alternativa em ascensão na diversificação da matriz energética.
O combustível é empregado, principalmente, em veículos rodoviários de cargas como caminhões, ônibus e modelos como picapes. A decisão de antecipar o aumento da mistura de biodiesel ocorreu em dezembro de 2023, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Antes, estimava-se que essa marca seria alcançada somente em 2025.
A medida pode impactar os participantes do mercado energético. Quer saber como? Continue a leitura, pois explicamos todos os detalhes para você.
Quais os objetivos em aumentar a mistura de biodiesel?
Espera-se que o aumento da mistura de biodiesel ao diesel vendido evite a emissão de 5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Além disso, o governo federal estipula a redução de aproximadamente R$ 7,2 bilhões gastos na importação de diesel fóssil. O B15, mistura de 15% prevista anteriormente para 2026, também foi antecipado para março do próximo ano.
O crescimento da participação do biodiesel na matriz também visa estimular a agricultura brasileira e a inovação, fomentando a geração de empregos e a sustentabilidade. A expectativa é de que a demanda por biodiesel se fortaleça e possibilite 14 mil novos empregos até 2024.
A medida pretende, assim, diminuir a capacidade ociosa das usinas instaladas em até 18%. Além disso, incentiva a segurança energética, por meio da produção de 2,4 bilhões de litros de diesel. Nesse sentido, o CNPE aprovou a suspensão temporária de importação do biodiesel.
Instituiu-se, também, o Grupo de Trabalho para elaboração da Análise de Impacto Regulatório (AIR). A finalidade é proteger os interesses do consumidor em relação à qualidade e oferta do biodiesel nacional e promover a competitividade no mercado internacional.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a demanda de matéria-prima deve subir, sobretudo da soja, em aproximadamente 6 milhões de toneladas do grão até 2025.
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O que o aumento na mistura de biodiesel representa para o mercado de commodities?
Explicamos em dois pontos quais são os principais efeitos que podem surgir no mercado de commodities, em consequência do aumento da mistura do biodiesel. Confira abaixo!
● Balanço de oferta e demanda do óleo de soja
Com o aumento da demanda doméstica e menor produção de soja, precisamos analisar como fica a questão do balanço do óleo dessa commodity, utilizado para formar o biodiesel.
A estimativa é de que o consumo do óleo de soja cresça cerca de 1 milhão de toneladas devido ao mandato B14. Isso significaria um aumento de 5,5 milhões de toneladas no esmagamento de soja. Contudo, em 2023, o Brasil exportou um volume significativo do produto, por causa da quebra de safra na Argentina.
Neste ano, com uma perspectiva de melhor produção no país vizinho, a nação brasileira deve exportar menos óleo. Ou seja: compensará parte do aumento no consumo doméstico. Com esse fator em consideração, o crescimento necessário no esmagamento cai para cerca de 2 milhões de toneladas.
Óleo de soja – balanço em milhões de toneladas.
Óleo de Soja Brasil – Exportações (mil ton)
● Aumento do mandato: fator de suporte
Concluímos que o aumento do mandato não representa um fator necessariamente altista, mas sim um fator de suporte. Em outras palavras, a diferença é sutil. A maior demanda apresenta, assim, a tendência de sustentar os preços de óleo e soja.
Entretanto, com o cenário atual do Brasil e da Argentina, o aumento pode não ser suficiente para reverter a tendência de baixa das cotações. Caso as estimativas de produção se alterem para ambos os países e diminuam consideravelmente, a realidade pode mudar.
Oferta e demanda da soja em grão e do óleo de soja
Em 2024, o mercado de biodiesel observou a primeira subida de preços na metade de fevereiro. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) evidenciam a pequena elevação de 0,32% nos preços médios do biodiesel no Brasil.
A justificativa é a menor oferta, com as usinas voltadas para a contratação antecipada por causa da entrada em vigor do B14. Nesse cenário, a disponibilidade do biodiesel físico pode ficar mais restrita que o usual, quando a mistura era de 12%.
Nas últimas semanas de março, os preços também se elevaram. Segundo levantamento da ANP, entre 18 e 24 de março, as usinas reajustaram em mais de 4,38% os valores cobrados das distribuidoras. Essa é a segunda maior alta do produto desde que esse mercado opera no sistema de contratos.
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