Entenda as políticas monetárias e o peso das taxas asiáticas no mercado de câmbio

Confira o que são as políticas monetárias, como as taxas de juros da Ásia podem impactar o mercado de câmbio global e mais. 

07 de outubro de 2024

Hedgepoint Global Markets

As políticas monetárias são instrumentos fundamentais utilizados pelos governos para regular a oferta de dinheiro e influenciar a economia de um país. Através dessas medidas econômicas, autoridades monetárias buscam controlar a inflação, promover o crescimento econômico sustentável e estabilizar a moeda nacional. 

Cada país ajusta suas políticas de acordo com suas condições econômicas específicas, e essas decisões têm repercussões diretas no mercado de câmbio global, impactando as relações comerciais e a competitividade das moedas no cenário internacional.

Neste texto, vamos entender o que são essas políticas monetárias, qual é a influência da Ásia no mercado, como elas afetam os acordos comerciais entre países e mais. Acompanhe o conteúdo e confira as explicações completas fornecidas pelo especialista Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint. Boa leitura!

O que são as políticas monetárias?

Existem duas situações principais em que as políticas monetárias são importantes dentro de um país: no controle da inflação e no estímulo da economia

A primeira ocorre quando há um aumento generalizado dos preços e necessita de controle. 

A segunda significa que a economia nacional está estagnada e precisa de estímulos para crescer. Em ambos os casos, as políticas monetárias podem ser utilizadas pelo Banco Central para movimentar a dinâmica da sua economia.  

“Portanto, uma política monetária pode estar em um ciclo expansionista ou restritivo, sendo as taxas de juros o principal instrumento utilizado pelos bancos centrais para influenciar a economia em um determinado período” – afirma Arduin.

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A política monetária expansionista é voltada para o estímulo ao consumo e movimentar a economia. Geralmente, é utilizada em períodos de recessão ou baixo crescimento.

“Na prática, isso significa que o Banco Central vai reduzir as taxas de juros de empréstimos para que empresas e consumidores invistam mais. Além disso, os bancos também mais dinheiro no mercado com outros instrumentos do mercado financeiro para facilitar o crédito” – acrescenta Arduin. 

Como resultado, essas medidas aumentam o consumo dentro do país e aceleram a economia que estava estagnada. O principal risco desta ferramenta é a inflação: com mais dinheiro em circulação, o seu poder econômico pode diminuir em relação a outras moedas internacionais. 

  • Política monetária restritiva

Essa política é utilizada em momentos em que a economia está sofrendo com a inflação. Seu objetivo é reduzir o ritmo da economia para controlar o poder de compra e reter a desvalorização. Essa prática é mais utilizada em países emergentes e em desenvolvimento. 

Suas ações incluem o aumento das taxas de juros e a redução da oferta monetária. Nestes casos, o Banco Central encarece o crédito e desestimula o consumo para abrandar a pressão da inflação. Essas medidas podem diminuir o crescimento econômico de um país, mas são essenciais para manter a organização da economia do país frente o mercado internacional. 

“Os países tentam controlar essa dinâmica de preços até atingir uma meta específica de inflação. Hoje, no Brasil e no México essa meta é de 3%. Nos Estados Unidos e na Europa é de 2%, por exemplo” – completa o especialista.

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Como as políticas monetárias controlam o valor de uma moeda, elas também têm impacto direto no mercado de câmbio. Por exemplo, se um país usa políticas expansionistas, sua moeda pode perder valor em relação à outra (mais reais são necessários para comprar um dólar). Em contrapartida, uma moeda desvalorizada pode aumentar as exportações por ter um preço mais atrativo. 

No caso das políticas restritivas, a valorização da moeda aumenta em relação à outra (menos reais para comprar um dólar). Mas isso também significa que os preços não serão atrativos para a exportação.

“O Brasil, por exemplo, tem uma economia altamente impulsionada pela importação, seja de trigo, petróleo, diesel, eletrônicos e mais. Quando o seu câmbio está mais apreciado, a moeda favorece a redução dos preços de produtos importados” – exemplifica Arduin. 

A influência das políticas monetárias asiáticas no mercado de câmbio

As políticas monetárias de países asiáticos, principalmente de economias maiores, têm alto impacto no mercado de câmbio global devido à grande participação dessas nações no comércio internacional e na movimentação de commodities. Como essas políticas influenciam os valores das moedas, cada ajuste nas taxas de juros asiáticas altera a competitividade monetária de outras economias. 

De acordo com Arduin, “a Ásia tem uma dinâmica de mercado forte. Os países de lá consomem muitas commodities e exportam uma grande gama de produtos. Por ser o continente mais populoso do planeta, qualquer alteração nas políticas monetárias vai desencadear em uma alteração nas demandas por produtos”.

Países como o Japão, a China e a Índia, exportam e importam um grande número de commodities, como a soja, o milho e o óleo de palma. Quando a China utiliza políticas monetárias expansionistas, por exemplo, o yuan perde poder competitivo e reduz o preço dos produtos importados deste país. Desta forma, nações que possuem acordos comerciais com a China, a exemplo do Brasil, são favorecidos pelas mudanças nas políticas monetárias. 

Outra consequência, é a pressão que a política expansiva gera aos países que competem diretamente em exportações. Uma moeda mais fraca faz com que os produtos dos concorrentes fiquem mais caros quando comparados. 

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Segundo o especialista, o Japão se posiciona como um dos principais países asiáticos que influenciam o mercado de câmbio. Nos últimos anos, o país manteve uma economia de baixo crescimento com taxas de juros negativas. Mas em março de 2024, o Banco Central do Japão anunciou uma nova política monetária: as taxas de juros passaram de -0,1% para 0% e 0,1%. É uma mudança pequena, mas que representa a busca do país pelo controle da moeda. 

“Pela primeira vez em muitos anos, o Japão está entrando no campo positivo dos juros. Isso tem impactado o desempenho de moedas emergentes, como o real do Brasil e o peso mexicano”, completa Arduin. 

Por ter essa característica única em suas políticas monetárias, o Japão exerceu um papel importante no mercado: as operações de investidores. Devido às baixas taxas de juros no Japão, o iene sempre foi uma boa opção para quem pegava dinheiro emprestado no país a juros negativos e investia em nações com juros mais altos. Essas negociações têm influência no mercado de câmbio porque movimentam o fluxo de capital e as taxas do iene

“Quanto aos outros países do continente asiático, a dinâmica da política monetária das Filipinas, da Indonésia, do Vietnã e da Índia estão se encaminhando para um cenário menos restritivo. Baixando os juros, essas economias podem acelerar o crescimento em 2025 e aquecer o mercado global com o maior consumo por commodities” – finaliza Arduin. 

Em resumo, as políticas monetárias asiáticas influenciam o mercado de câmbio;

  • Pela competitividade das moedas internacionais: a desvalorização cambial asiática pode estimular exportações, mas também cria pressões sobre outras economias exportadoras. Isso pode forçá-las a ajustar suas próprias políticas para manter a concorrência no mercado. 
  • Pelo fluxo de capital: as mudanças nas taxas de juros em países asiáticos movimentam os capitais entre mercados, alterando o equilíbrio de moedas. 
  • A valorização das moedas asiáticas afeta os preços de produtos importados desses países, impactando principalmente nações emergentes, como o Brasil. 

Qual é o papel do hedge na proteção financeira de empresas expostas ao câmbio?

As políticas monetárias influenciam o câmbio mundial e, por consequência, afetam os valores das commodities. Transações comerciais entre o Brasil e a China, por exemplo, são impactadas quanto a moeda chinesa é valorizada ou desvalorizada. 

O hedge ajuda ambos os países a manter uma taxa de câmbio fixa, independente das mudanças em juros internos. Essa prática reduz os riscos da flutuação do câmbio e aumenta a previsibilidade dos negócios. 

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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente para fins informativos e instrutivos e não se destina a estabelecer obrigações ou compromissos com terceiros, nem a promover uma oferta ou a solicitação de uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos, futuros, opções, moedas e swaps ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral da HPGM, é uma Corretora de Apresentação e um membro registrado da National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swaps envolve um risco significativo de perda e pode não ser adequada para todos os investidores. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e no julgamento de consultores externos antes de entrar em qualquer transação introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados se isentam expressamente de qualquer responsabilidade por qualquer uso das informações aqui contidas que resulte, direta ou indiretamente, em danos de qualquer natureza. Em caso de dúvidas não solucionadas por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), entre em contato com nosso canal interno de ouvidoria ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).

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