No mercado financeiro, e especialmente no universo das commodities, a presença feminina tem ganhado cada vez mais destaque. Essas profissionais estão trazendo novas perspectivas, olhar estratégico e inovação em um contexto que pode ser o ponto de virada para o setor.  

Para celebrar o mês da mulher, destacamos as histórias, desafios e conquistas dessas mulheres que fazem a diferença no mercado de commodities. Em uma conversa aberta, Dalila Assunção Antunes, Gerente Jurídica compartilhou sua trajetória, insights sobre a profissão e sua visão sobre o futuro da participação feminina no setor. 

Acompanhe esta série especial e conheça as vozes que fazem parte da Hedgepoint Global Markets. 

Qual é o seu nome completo e qual é a sua função na Hedgepoint?

Dalila Assunção Antunes, Gerente Jurídica.

Como começou a sua trajetória no mercado financeiro/commodities?

Minha trajetória começou na Hedgepoint, onde entrei como advogada corporativa. Foi ali que mergulhei no mercado financeiro de commodities e aprendi tudo sobre os aspectos legais das negociações com nossos clientes do mercado OTC (Over-the-Counter – Mercado de balcão).

Qual foi o maior aprendizado que você teve atuando no mercado de commodities?

Acredito que aprendi duas grandes lições. A primeira foi perceber o quanto as commodities estão presentes no nosso dia a dia, influenciando desde a compra de mantimentos para nossas famílias até a produção de medicamentos e o transporte de grandes bens pelos mares. A segunda foi entender a volatilidade dos mercados e as oportunidades que ela cria. Antes, eu enxergava a instabilidade do mundo como algo negativo; hoje, vejo que ela impulsiona os players a pensarem de forma diferente e a buscarem mais eficiência em suas operações.

Quais são os principais desafios que você enfrenta sendo mulher nesse mercado, que é tradicionalmente masculino?

Às vezes, ser mulher em um mercado majoritariamente masculino, como o financeiro, pode ser um pouco solitário — como quando você entra em uma reunião e percebe que é a única mulher na sala. Felizmente, nunca tive minha opinião descredibilizada por questão de gênero, o que reconheço como uma grande sorte. No entanto, sei que muitas colegas já passaram por isso e imagino o quão traumática essa experiência pode ser.

Infelizmente, situações desconfortáveis ainda podem acontecer em ambientes como esse, independentemente do seu nível de posição em qualquer empresa. Mas é essencial que nenhuma mulher se cale. Devemos sempre nos apoiar e enfrentar comportamentos inadequados, garantindo que o espaço profissional seja cada vez mais respeitoso e inclusivo para todas.

Como você enxerga o impacto do seu trabalho na Hedgepoint, seja entre o seu time ou no impacto do relacionamento com o cliente?

Sempre digo que ser advogada de empresa é ser uma tradutora constante. Um bom profissional jurídico transforma conceitos jurídicos complexos em explicações simples e acessíveis, compreensíveis para qualquer pessoa, independentemente de sua área ou formação. No time de Legal, nosso papel é fundamental para fornecer as informações necessárias à tomada de decisões do negócio, deixando claros os riscos envolvidos.

Além disso, o cuidado e a dedicação que temos com a empresa se refletem no atendimento aos nossos clientes. Ao atuarmos como “tradutores”, conseguimos tornar mais acessíveis os detalhes técnicos e complexos dos nossos produtos e serviços, garantindo mais segurança e confiança para que façam negócios com a HPGM.

Há algum projeto ou conquista na Hedgepoint que você tem orgulho de ter participado?

A Hedgepoint oferece uma grande variedade de desafios para quem trabalha aqui. O que mais me motiva são as oportunidades internacionais. Sempre que posso atuar em projetos que envolvem diferentes escritórios do grupo, especialmente em outras localidades, fico empolgada, pois é uma chance de aprender e crescer em um ambiente dinâmico e global.

De que maneira você acha que a Hedgepoint apoia o desenvolvimento das mulheres nesse mercado?

Como mencionei anteriormente, nunca tive minha opinião descredibilizada por conta do meu gênero. Vejo isso como um reflexo da cultura da HPGM, onde as oportunidades são oferecidas com base no mérito e no desempenho dos profissionais, independentemente de gênero ou outras características pessoais.

Se você é competente, responsável e diligente, tem as mesmas chances de reconhecimento e crescimento que qualquer outro profissional. Trabalhar em uma empresa que valoriza esse princípio traz uma sensação de segurança e motivação, o que faz toda a diferença no desenvolvimento da carreira.

Que conselho você daria para mulheres que desejam entrar no mercado financeiro e trabalhar no mercado de commodities?

Não tenha medo das adversidades. O mercado financeiro é cheio de detalhes e, no começo, pode parecer que há muito a aprender. Não tenha receio nem vergonha de fazer perguntas que parecem simples demais. Às vezes, ninguém as fez até então, e você pode acabar descobrindo coisas surpreendentes e valiosas.

Como atuar no mercado financeiro contribuiu para o seu crescimento profissional e pessoal?

Com certeza, estar no mercado financeiro me tornou uma profissional mais ágil e com um foco maior em resultados. As oportunidades nesse mercado surgem e desaparecem rapidamente, por isso, nossa atenção está sempre voltada para a próxima novidade. Muitas vezes, foi necessário ajustar meu raciocínio, priorizando o resultado esperado para a empresa, mesmo que isso significasse deixar de lado algumas tecnicidades da minha profissão, com o objetivo de oferecer soluções mais eficazes e alinhadas às necessidades dos nossos clientes.

Como você equilibra sua vida pessoal e o ritmo intenso do mercado financeiro?

Me esforço bastante para separar minha vida profissional da pessoal, mesmo sabendo que, no final das contas, somos a mesma pessoa. Essa divisão, embora não exista de fato, me ajuda a ter mais disciplina e a reservar momentos para mim e para o trabalho.

Gosto de manter minha rotina de exercícios, fazer pausas durante o dia para respirar e lembrar que há um mundo além do trabalho. Valorizo o tempo com amigos e família, criando memórias e vivendo de verdade. Com a romantização do trabalho, é fácil se perder na profissão e esquecer que há uma vida fora dela, acabando por perder momentos que não voltam e experiências valiosas.

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