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Produção de grãos: As expectativas para soja, milho e trigo 25/26

Escrito por Hedgepoint Global Markets | Nov 24, 2025 8:47:18 PM

 

O agronegócio brasileiro inicia um novo ciclo com perspectivas de crescimento. As projeções da Conab indicam que a produção de grãos deve alcançar 354,8 milhões de toneladas na safra 25/26, um avanço de 0,8% em relação ao ciclo anterior. Entre as culturas de verão, a área plantada tende a crescer 3,3%, totalizando 84,4 milhões de hectares.

 

No cenário global, o mercado de grãos segue com oferta elevada e pressão sobre os preços, especialmente para milho e trigo. No câmbio, o dólar tende a se manter próximo de R$ 5,30, sustentado pelo diferencial de juros entre Brasil e EUA e pela cautela do mercado diante das incertezas fiscais e políticas.

 

Ao mesmo tempo, a competição internacional se intensifica, exigindo mais atenção à comercialização e aos riscos logísticos. Nesse contexto, os agentes do setor acompanham de perto fatores como condições climáticas, produtividade em países-chave e o avanço da demanda interna brasileira.

 

Neste artigo, você confere as projeções mais recentes para a safra 25/26, com destaque para:

 

Boa leitura!

 

Qual é a projeção de safra para a soja brasileira em 25/26?

A estimativa da Hedgepoint para nova safra brasileira de soja 2025/26, aponta para um novo recorde produtivo de 178 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 3,7% em relação à safra anterior, que somou 171,6 milhões de toneladas.

 

O aumento é impulsionado por um avanço de 1,2% na área plantada, que deve alcançar 48,24 milhões de hectares. A expansão ocorre principalmente sobre pastagens degradadas, novas áreas agrícolas e substituição do cultivo de arroz pela soja, reflexo da maior rentabilidade da oleaginosa. A Hedgepoint projeta produtividade média nacional de 3.690 kg/ha.

De acordo com a Conab, o plantio havia atingido ~60% da área estimada no início de novembro, próximo da média histórica dos últimos anos. 

 

Como o cenário de exportação de soja afetará o mercado em 2026?

As exportações brasileiras de soja devem registrar crescimento expressivo em 2026, com a Hedgepoint projetando um recorde de 112 milhões de toneladas, em linha com a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

 

O aumento reflete a redução nas exportações dos Estados Unidos e a maior demanda global pelo grão brasileiro, consolidando o Brasil como principal fornecedor mundial de soja.

 

No mercado interno, a demanda segue aquecida pelo avanço da mistura de biodiesel (B15) e pelo crescimento do consumo de proteína vegetal. O esmagamento deve atingir 59,5 milhões de toneladas em 2026, alta de 2% em relação ao ano anterior.

 

Mesmo com o forte desempenho externo e o consumo doméstico de 63 milhões de toneladas, os estoques finais tendem a aumentar, alcançando 8,8 milhões de toneladas, um salto de 66% frente à safra anterior. Esse movimento pode gerar pressão negativa sobre os preços domésticos, especialmente durante o período de colheita.

 

Entre os fatores de risco, destaca-se a negociação comercial entre Estados Unidos e China. Um eventual acordo envolvendo a soja americana poderia redirecionar parte da demanda global, afetando os embarques brasileiros e exigindo revisões nas estimativas. Com o término do shutdown do governo norte-americano, as vendas voltaram a ser reportadas, o que deverá ser monitorado de perto.

 

Nos Estados Unidos, a produtividade deve ficar em 53 bu/acre, após ajuste no WASDE de novembro (-0,9%). A produção total é estimada em 115,7 milhões de toneladas (recuo de 1,1%) e os estoques finais, em 7,9 milhões de toneladas (-3,3%).

 

Quais são as perspectivas para a produção de milho e os fatores de demanda doméstica?

A produção total de milho no Brasil para a safra 25/26, considerando as três colheitas, deve alcançar 138,8 milhões de toneladas, segundo estimativa da Conab, que aponta 138,6 milhões de toneladas. As projeções indicam expansão da área cultivada, tanto na primeira quanto na segunda safra de milho.

 

A demanda doméstica permanece como um importante fator de suporte aos preços. O consumo interno deve crescer e atingir 94,6 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela expansão da produção de etanol de milho, uma nova fonte estrutural de demanda, especialmente na região Centro-Oeste. Esse avanço contribui para sustentar as cotações internas e reduzir o excedente de oferta no mercado local.

 

Na primeira safra, a área plantada deve aumentar 7,1%, chegando a 4,0 milhões de hectares, conforme dados do Conab. Já a segunda safra, principal motor da produção nacional, tende a manter o ritmo de expansão, com crescimento de 3,8%, totalizando 18,1 milhões de hectares.

 

Quais fatores climáticos e de concorrência influenciam o milho brasileiro?

Os fatores climáticos, especialmente o fenômeno La Niña, representam um risco para a produção de milho no Brasil e na Argentina. Enquanto a safra 24/25 foi beneficiada por condições climáticas favoráveis, a expectativa para 25/26 é de um cenário mais irregular. No curto prazo, as chuvas previstas no Sul podem atrasar o plantio do milho verão, impactando o calendário agrícola.

 

No mercado externo, a competição internacional tende a aumentar. A safra recorde nos Estados Unidos e a expansão da área plantada na Argentina ampliam a oferta global e pressionam os preços. A Argentina deve exportar cerca de 37 milhões de toneladas, enquanto nos Estados Unidos a produtividade média é estimada em 186 bu/acre, com leve queda de 0,4% leitura de novembro versus setembro, e a produção total, em 425,5 milhões de toneladas, recuo de 0,4% em relação à leitura anterior.

 

Para o Brasil, o desafio será escoar a produção e atingir a meta de exportação de 43 milhões de toneladas. Segundo o analista Luiz Roque, da Hedgepoint, caso as vendas externas avancem abaixo do esperado, os estoques finais (projetados em 3,4 milhões de toneladas) podem crescer, gerando pressão baixista sobre os preços domésticos.

 

O que esperar da produção de trigo e qual o impacto no mercado global?

A produção brasileira de trigo para a safra 25/26 é estimada pela Conab em 7,7 milhões de toneladas, uma queda de 2,6% em relação ao ciclo anterior. A retração decorre da redução na área cultivada, motivada por margens de rentabilidade mais baixas. Ainda assim, a produtividade média deve crescer para 3.145 kg/ha, favorecida por condições climáticas mais estáveis em estados como Paraná e Santa Catarina.

 

No cenário global, a ampla oferta segue pressionando os preços. A safra recorde mundial, a recuperação produtiva na União Europeia e a forte competitividade da Rússia e da Argentina limitam o espaço para valorização. A Argentina deve colher 22 milhões de toneladas e exportar 14 milhões, reforçando a oferta regional. 

 

No Brasil, a importação deve alcançar 6,7 milhões de toneladas, enquanto as exportações devem somar 2 milhões. A safra nacional de trigo 25/26 deve encerrar com estoques finais de 1,9 milhão de toneladas, enquanto os estoques mundiais devem chegar a 271,4 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% versus a safra anterior, 24/25

 

Inteligência de mercado para orientar decisões estratégicas

Em um mercado global de grãos cada vez mais dinâmico e competitivo, ter acesso a informações precisas e análises consistentes é essencial para tomar decisões seguras e estratégicas.

 

A Hedgepoint Global Markets oferece análises aprofundadas e ferramentas de hedge para auxiliar na gestão de riscos e na identificação de oportunidades.

 

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