Renovação do Corredor de Grãos do Mar Negro e suas implicações
Entenda o que é, porque foi criado e seus impactos no mercado mundial de grãos.
O mercado de commodities é diretamente impactado pelas decisões políticas e econômicas de países do mundo inteiro. Quando ocorre um grande conflito, como o que está acontecendo entre Rússia e Ucrânia desde fevereiro de 2022, a produção e distribuição de produtos agrícolas podem ser afetadas, colocando em risco a segurança alimentar. Foi nesse contexto que surgiu o Corredor de Grãos, que acaba de ser renovado por mais 60 dias.
Os dois países que estão em guerra são grandes produtores principalmente de trigo, cereais, petróleo e gás natural. Com o início do conflito, as especulações já começaram a causar preocupação com aumentos de preços e a possível falta de trigo, no mundo inteiro, e gás natural, principalmente na Europa.
Os impactos desse acordo foram positivos, tanto para os países, que puderam manter suas exportações, quanto para o resto do mundo, que pode ter mais tranquilidade sobre a possibilidade de inflação e escassez desses produtos. Nesse texto, entenderemos um pouco mais sobre o que é e como funciona o Corredor de Grãos.
O que é o Corredor de Grãos?
O corredor de grãos do Mar Negro foi estabelecido em 22 de julho de 2022, como um esforço de colaboração entre a Rússia e a Ucrânia, países que estão em guerra desde fevereiro de 2022. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia também deram seu apoio a esta iniciativa, que permitiu à Ucrânia retomar suas exportações.
A Ucrânia costumava exportar 6 milhões de toneladas de trigo por mês, em tempos de paz, de acordo com o ministro da cultura ucraniano Mykola Solskyi. Porém, quando iniciou a guerra, uma grande quantidade ficou armazenada em estoques, sem a possibilidade de sair do país, prejudicando a economia local, impactando a economia global e pondo em risco a segurança alimentar mundial.
Diante dessa situação, a ONU mediou um acordo entre Ucrânia, Rússia e Turquia, chamada Iniciativa de Grãos do Mar Negro. A oficialização ocorreu em cerimônia em Istambul, cidade neutra em relação ao conflito.
Com este acordo, tornou-se possível exportar novamente grãos, outros alimentos e fertilizantes a partir de três portos importantes da Ucrânia para o resto do mundo. As embarcações que por ali passam, devem ser inspecionadas em Istambul, para garantir a segurança da operação.
A rota possui 320 milhas náuticas e conecta três portos ucranianos – Odesa, Chornomorsk e Yuzhny, com áreas de inspeção dentro das águas do território turco.
Quais foram os impactos do Corredor de Grãos no mercado de commodities?
A Ucrânia está exportando atualmente cerca de 15% do milho mundial e 7% do trigo, tendo grande importância na segurança alimentar. Destes, 22% são destinados a países de média e baixa renda, de acordo com a JCC (sigla inglesa para Centro de Coordenação Conjunta, com equipe formada por representantes dos três países e da ONU).
Com o corredor ativo, o total de embarques ucranianos de trigo, milho e cevada pode chegar a 6 milhões de toneladas por mês. Quando o corredor está fechado e o transporte é feito apenas por ferrovias, o número cai para apenas 2 milhões.
O acordo, que nasceu com um prazo de 120 dias para ser revisado, chegou agora a sua terceira rodada de renovação. Desde que foi firmado, 953 navios navegaram transportando 30 milhões de toneladas de alimentos para 45 países.
A nova renovação
Este mês, o Acordo do Corredor de Grãos foi prorrogado, valendo por mais 60 dias. Embora a extensão exerça uma pressão de baixa sobre os preços do trigo e do milho no curto prazo, as exportações da próxima safra continuam em risco.
Ainda assim, do ponto de vista da Rússia, a não prorrogação do Acordo do Corredor de Grãos em julho parece pouco atraente, pois poderia levar a uma retaliação dos países ocidentais, possivelmente prejudicando o potencial de exportação da Rússia.
Consequentemente, a não prorrogação do acordo teria um grande impacto nos mercados de trigo, pois afetaria as exportações de dois dos maiores exportadores do mundo em um cenário de estoques globais já apertados. O mesmo não se aplica tanto para o milho, dada a maior oferta esperada para a próxima safra em diversas regiões – inclusive na Europa.
Esse cenário é um bom exemplo que não nos deixa dúvidas: o mercado de commodities é muito volátil. Mesmo quando não está sendo impactado por um conflito internacional, o cenário político e econômico do Brasil e do exterior influenciam na formação de preço. Assim como as taxas de câmbio, que também podem variar.
Por isso é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar estratégias de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities.
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