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Safra de algodão 2024/2025: quais as projeções para o Brasil?

Escrito por Hedgepoint Global Markets | Sep 16, 2025 1:00:35 PM

 

A safra de algodão 2024/25, já em processo de colheita no Brasil, destaca-se por projeções de volume expressivo, apesar de um cenário de comercialização lento. Entender os fatores que moldam esse panorama é fundamental para produtores e investidores no setor. 

 

Por isso, analisamos as estimativas de produção, oferta e demanda, bem como os elementos externos e internos que influenciam o mercado da pluma. No nosso conteúdo, você vai entender:

 

Boa leitura!


Qual a previsão para a safra de algodão 2024/25 no Brasil?

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa atual de produção aponta para 4,061 milhões de toneladas de algodão pluma, um aumento de 9,7% em relação ao ciclo anterior. Esse resultado advém de uma expansão de 7,3% na área cultivada. 

 

A colheita do algodão já está na reta final nos principais estados produtores. Mato Grosso permanece liderando, respondendo por 68,3% da produção nacional, seguido da Bahia com 21,6%. Grande parte das lavouras (75,7%) está em fase de maturação, 16,8% em formação de frutos, e cerca de 7,5% da área total já foi colhida, de acordo com dados da Conab (Acompanhamento das Lavouras, 01 a 07 de setembro de 2025).

 

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Como o clima influenciou o desempenho das lavouras?

O regime climático apresentou impactos distintos na safra de algodão, favorecendo o cultivo em algumas regiões e gerando adversidades em outras. Em Mato Grosso, a alternância de chuvas influenciou de forma variada as lavouras de primeira e segunda safras, com precipitações intensas afetando a primeira, mas beneficiando a segunda. 

 

Por outro lado, a Bahia registrou chuvas irregulares, o que contribuiu para uma expectativa de redução na produtividade. Em Minas Gerais, a estiagem prolongada durante a fase de definição do potencial produtivo comprometeu grande parte da área de sequeiro. Contudo, lavouras irrigadas mantiveram bom desempenho. 

 

Mato Grosso do Sul enfrentou temperaturas amenas e chuvas irregulares, o que causou atraso na colheita e apreensão quanto à qualidade da pluma. Maranhão também teve problemas com excesso de umidade, que gerou apodrecimento de estruturas. Em contraste, Piauí e Pará reportaram condições climáticas favoráveis, impulsionando a expansão de área e o desenvolvimento das culturas.

 

Quais os desafios fitossanitários enfrentados pelos produtores de algodão?

Produtores de algodão lidaram com diversas questões fitossanitárias que exigiram manejo cuidadoso durante o ciclo do cultivo. Em Mato Grosso, o complexo de lagartas e o bicudo-do-algodoeiro destacam-se como principais problemas e demandam intervenções regulares para minimizar possíveis perdas. 

 

Na Bahia, a infestação de mosca-branca e lagartas, aliada ao apodrecimento de baixeiro, impactou a produtividade esperada. No Maranhão, o apodrecimento de estruturas e perdas por má formação de capulhos ocorreram devido ao excesso de umidade. Danos por bicudo-do-algodoeiro e lagartas também afetaram a qualidade. 

Em Goiás, problemas com pragas e doenças foram pontuais. O controle fitossanitário foi eficiente, com baixa utilização de defensivos na presente safra.

 

Como a comercialização da safra de algodão se apresenta no mercado interno?

As negociações no mercado nacional seguem em ritmo lento, conforme apontam levantamentos do Cepea/Esalq. O Indicador da pluma, com pagamento em oito dias, acumulou queda expressiva desde junho e foi cotado a R$ 3,6590 por libra-peso em 12 de setembro de 2025, refletindo a pressão dos compradores e a retração da demanda interna.

 

Essa desaceleração comercial reflete a maior oferta do produto com o avanço da colheita e a retração nas aquisições, o que evidencia uma demanda mais contida. Produtores expressaram preocupação com os preços atuais, que permanecem aquém do esperado e historicamente baixos.

 

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Quais fatores globais impactam o mercado da fibra?

Fatores externos exercem grande influência sobre o mercado de algodão e moldam o cenário global de oferta e demanda. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o consumo mundial de algodão, na safra atual, atinja 25,7 milhões de toneladas1. O Brasil, terceiro maior produtor e principal exportador mundial, prevê 2,97 milhões de toneladas em exportações, com a Ásia como destino primário, incluindo Paquistão, Vietnã, Bangladesh e Turquia.

 

A China, tradicionalmente a maior importadora de pluma brasileira, reduziu significativamente suas compras. Esse declínio deve-se à grande colheita chinesa e à retração do consumo interno. 

 

Outros elementos, como tensões geopolíticas, incertezas climáticas em países como China, Canadá e Uruguai, e a redução do excedente exportável da Rússia, contribuem para a instabilidade global. A concorrência com fibras sintéticas, derivadas do petróleo, representa um desafio persistente para o setor têxtil, tanto no Brasil quanto globalmente.

 

Qual a perspectiva de oferta e demanda para a safra de algodão?

A produção nacional de algodão em pluma projetada em setembro de 2025 é de 4,061 milhões de toneladas. Segundo o USDA (WASDE 2024/25), os estoques iniciais são de aproximadamente 616 mil toneladas (2,83 milhões de fardos), resultando em um suprimento total de cerca de 4,55 milhões de toneladas. As importações são residuais e, por isso, não têm impacto relevante no balanço.

 

Em contrapartida, o consumo interno de pluma em 2025 está estimado em 760 mil toneladas, enquanto as exportações devem chegar a 2,97 milhões de toneladas. Essa dinâmica, de oferta elevada e demanda relativamente moderada, projeta um aumento nos estoques finais, que podem alcançar cerca de 820 mil toneladas ao final da safra.

 

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