O real se valoriza diante do dólar com expectativas de corte de juros pelo FED, tensões políticas e projeções econômicas no Brasil, EUA e Europa.
O dólar comercial apresentou trajetória de desvalorização ao longo da semana, influenciado por fatores internos e externos. A cotação oscilou entre uma máxima intradiária de R$ 5,4487 (registrada na segunda feira, 08/09) e uma mínima intradiária de R$ 5,3439 (alcançada na sexta-feira, 12/09). No fechamento oficial de sexta-feira (12/09), o dólar ficou cotado em torno de R$ 5,3677, consolidando um recuo semanal de aproximadamente 1,11% em relação à semana anterior.
Esse valor de fechamento foi o menor patamar em cerca de 15 meses, refletindo um fortalecimento do real. A combinação de expectativas de queda de juros nos Estados Unidos e a manutenção de juros elevados no Brasil reforçou a tendência de curto prazo de valorização do real, com o dólar recuando em direção ao nível de R$ 5,30.
Na segunda-feira (08/09), o Boletim Focus do Banco Central apresentou números com revisões favoráveis nas projeções de mercado. A expectativa da inflação, por exemplo, para 2025, foi reduzida de 4,85% para cerca de 4,83%, apresentando-se mais próxima ao teto da meta de 4,5%, porém acima do centro da meta de 3%. Esta revisão refletiu os últimos dados de deflação em agosto (-0,11%) que aliviaram as projeções nos preços. A taxa de câmbio esperada para o final de 2025 também recuou, de R$ 5,55 para R$ 5,50, marcando a quarta semana consecutiva de projeção de recuo do dólar.
Quanto às projeções para atividades econômicas, estas permaneceram estáveis, com o mercado estimando um crescimento do PIB em torno de 2,16% para 2025, indicando um ritmo moderado, porém consistente de expansão. Com relação ao déficit fiscal, este se apresenta para encerrar 2025 com cerca de 0,5% do PIB, valor este embora dentro da banda de tolerância, ainda elevado, demonstrando desafios para ajustes das contas públicas.
Em relação ao cenário político, tivemos o julgamento de Jair Messias Bolsonaro no foco das atenções. A conclusão do processo foi com sua condenação a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, pelos crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e, segundo a denúncia, atos antidemocráticos. Esta decisão gerou ampla repercussão mundo afora, pois tornou Bolsonaro o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por envolvimento em golpe político.
Do ponto de vista do mercado, o desfecho trouxe um fator de incertezas quanto ao futuro do governo brasileiro, principalmente nas relações exteriores. Investidores e analistas passaram a monitorar de perto possíveis reações e consequências no âmbito diplomático, principalmente com os Estados Unidos, onde o chefe de estado Marco Rubio declarou que haveria retaliações por tal ação do governo contra o ex-presidente. Tanto Donald Trump quanto Marco Rubio fizeram declarações abertas na última semana quanto ao exagero e postura do governo brasileiro com o ex-presidente Bolsonaro.
Nos EUA, a semana foi marcada por confrontos políticos acirrados em Washington, os quais adicionaram volatilidade aos mercados. Com a aproximação do prazo de 30 de setembro para aprovação do orçamento federal, aumentou o risco de uma paralisação parcial do governo (government shutdown), caso Congresso e Casa Branca não cheguem a um acordo. O presidente Donald Trump adotou uma postura firme nas negociações orçamentárias, orientando os congressistas republicanos a não cederem às demandas da oposição democrata.
Em resposta, líderes democráticos no Congresso condicionaram o apoio às leis de financiamento à inclusão de provisões de gasto em saúde e outras prioridades sociais, recusando-se a aprovar um pacote estritamente nos termos republicanos. Esse impasse político-partidário – com trocas de acusações mútuas sobre quem seria responsabilizado por uma eventual paralisação – elevou a tensão em torno da máquina pública norte-americana. A perspectiva de um shutdown federal iminente trouxe cautela aos investidores, uma vez que tal cenário poderia prejudicar a confiança e desacelerar ainda mais a economia dos EUA.
No plano internacional, o governo dos Estados Unidos reagiu de forma crítica à condenação de Jair Bolsonaro no Brasil, evidenciando tensões diplomáticas. O presidente Donald Trump manifestou surpresa e descontentamento com o veredito do STF, chegando a compará-lo às investigações enfrentadas por ele próprio nos EUA. Além disso, o Secretário de Estado Marco Rubio (sob a administração Trump) classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e prometeu uma resposta “adequada” dos EUA à decisão judicial brasileira. Embora detalhes concretos não tenham sido anunciados de imediato, essa retórica sugere a possibilidade de novas sanções ou medidas por parte de Washington – vale lembrar que, anteriormente, o governo Trump já aplicara sanções individuais contra autoridades brasileiras (como o ministro Alexandre de Moraes) sob alegações de violações de direitos humanos.
Em meio a essas declarações, o governo brasileiro reagiu oficialmente, defendendo a lisura do processo legal contra Bolsonaro e afirmando que não admitirá interferências externas nos assuntos internos do país. Esse embate retórico entre Brasília e Washington elevou a cautela diplomática: investidores ponderam se eventuais ações punitivas dos EUA (por exemplo, sanções a autoridades ou tarifas comerciais) podem afetar o clima de negócios com o Brasil. Por ora, trata-se de um risco monitorado, cujo desenrolar nos próximos dias ajudará a definir se haverá impacto significativo sobre o real.
No lado econômico, os dados mais recentes com relação à economia, com o relatório de emprego norte-americano mostrando que a geração de empregos (payroll) desacelerou acentuadamente, com criação líquida de apenas 22 mil vagas (bem abaixo do esperado e do ritmo dos meses anteriores), reforçam a convicção de que o Federal Reserve está próximo de iniciar um ciclo de afrouxamento monetário. A combinação de inflação mais contida (pelo menos no índice geral, com variações entre as cestas) e sinais de esfriamento na atividade econômica aumentou as apostas para que no dia 17 de setembro já aconteça o primeiro corte de juros. O consenso nas pesquisas de mercado mostra alta probabilidade de corte, em torno de 96% para um corte de 0,25 ponto percentual, conforme abaixo:
Esta perspectiva de início de redução dos juros vem pressionando o dólar globalmente. Para o real, a antecipação do corte pode ser favorável, pois amplia o diferencial de juros entre os países, fazendo do Brasil um fluxo de entrada de recursos para investimento no curto prazo. Em síntese, a sinalização de alívio monetário nos EUA tem sido um dos principais fatores de suporte à valorização das moedas emergentes na semana.
Na última semana, o Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juros inalteradas, interrompendo a sequência de cortes que vinha sendo aplicada desde o ano passado. A taxa de depósito permaneceu em 2% ao ano, decisão justificada pela inflação já próxima da meta de 2%. O BCE optou por uma postura prudente, destacando que cada nova decisão dependerá da evolução dos indicadores econômicos da região.
A economia europeia tem mostrado sinais de maior resistência do que se esperava anteriormente. As projeções de crescimento para 2025 foram revisadas para cima, sustentadas por investimentos em setores estratégicos e medidas de estímulo em países como a Alemanha. Apesar disso, o ritmo de expansão ainda é considerado moderado, sem indícios de um superaquecimento da atividade.
As exportações enfrentam dificuldades diante da perda de fôlego das economias globais, especialmente nos Estados Unidos e na China. Além disso, questões políticas internas, como tensões fiscais na França, continuam a gerar incertezas. Em contrapartida, a queda consistente da inflação tem dado fôlego ao consumo, fortalecendo os rendimentos reais e ajudando na recuperação da confiança. No balanço geral, o quadro europeu é de estabilidade: preços controlados, crescimento contido e uma política monetária que busca equilíbrio entre apoiar a atividade e evitar novos riscos inflacionários.
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