Volatilidade cambial em países emergentes: como gerenciar riscos?

Descubra como gerenciar os riscos da volatilidade cambial em países emergentes e proteger sua empresa com instrumentos eficazes de hedge.

09 de Junho de 2025

Hedgepoint Global Markets

A volatilidade cambial é um dos principais desafios para quem opera ou investe em países emergentes. Esse fenômeno, causado por variações abruptas nas taxas de câmbio, afeta diretamente custos, receitas, fluxo de caixa e até a competitividade de empresas que atuam internacionalmente.

Neste artigo, vamos explorar:

  • As principais causas da alta volatilidade nos países emergentes;
  • Como esse risco impacta empresas e investidores;
  • Quais ferramentas existem para gerenciar riscos cambiais;
  • E quais lições recentes o mercado nos trouxe.

Boa leitura!

O que torna a volatilidade mais intensa nos países emergentes?

Nos mercados emergentes, há uma combinação de fatores estruturais e conjunturais que ampliam o risco cambial. Questões como dependência de commodities, déficits fiscais e comerciais, além da instabilidade política, são constantes nesses países.

Outro agravante é a menor liquidez dos mercados locais. Ou seja, qualquer fluxo de entrada ou saída de capital, mesmo que relativamente pequeno, pode gerar movimentos bruscos nas taxas de câmbio.

O rand sul-africano (ZAR), por exemplo, frequentemente sofre desvalorizações abruptas em momentos de tensão global. Isso acontece mesmo que os fundamentos locais permaneçam estáveis.

Além disso, os países emergentes costumam ter reservas internacionais mais baixas e dívidas externas mais elevadas. Essa combinação reduz a capacidade dos bancos centrais de intervir em momentos de estresse.

Um caso emblemático é o do Egito. Em 2023 e 2024, o país enfrentou uma forte desvalorização após perder mais de 40% do valor de sua moeda devido à escassez de dólares e ao alto endividamento externo.

Entre os fatores externos, a política monetária dos Estados Unidos exerce enorme influência sobre países emergentes. Quando o Federal Reserve (Fed) eleva os juros, os ativos americanos se tornam mais atrativos, estimulando a saída de capital desses mercados.

Esse movimento pressiona diretamente as moedas locais, que tendem a se desvalorizar rapidamente. Foi exatamente o que ocorreu em 2022, quando o real brasileiro perdeu força, mesmo com os preços das commodities em patamares elevados.

Outro vetor relevante são as tensões geopolíticas, como a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Além disso, eventos como eleições em grandes potências costumam causar incertezas nos mercados.

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Quais os impactos da volatilidade cambial para empresas e investidores?

A volatilidade não é apenas um conceito teórico: na verdade, impacta diretamente a operação das empresas. Sem um gerenciamento de riscos adequado, as variações cambiais podem corroer margens, gerar custos adicionais e afetar o fluxo de caixa.

Para empresas que dependem de moedas estrangeiras, isso se traduz em desafios significativos. A falta de previsibilidade cambial dificulta não só o planejamento de longo prazo, mas também decisões operacionais do dia a dia.

Ainda, a percepção de risco-país impacta diretamente a confiança de investidores externos. Quando não há um controle eficiente dos riscos, o custo de captação de recursos sobe, assim como a dificuldade para acessar linhas de crédito internacionais.

Na prática, existem dois tipos de riscos principais para empresas que atuam em países emergentes:

  • Risco direto: quando há exposição de receitas, custos ou dívidas em moedas estrangeiras.
  • Risco indireto: que ocorre quando as variações cambiais influenciam variáveis macroeconômicas, como inflação, demanda interna e acesso a crédito.

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Ferramentas para gerenciar riscos cambiais: o que as empresas podem fazer?

Gerenciar riscos cambiais é essencial para qualquer empresa exposta a mercados internacionais, e isso vale tanto para grandes corporações quanto para pequenas e médias.

O primeiro passo é entender como o ciclo operacional da empresa se conecta com sua exposição cambial. A partir desse diagnóstico, torna-se possível adotar uma política formal de gerenciamento de risco que se alinhe aos objetivos e necessidades da operação.

Proteção cambial em países emergentes

As principais ferramentas incluem:

  • Contratos a termo: permitem fixar uma taxa de câmbio para uma data futura, trazendo previsibilidade para transações específicas;
  • Swaps cambiais: utilizados para trocar fluxos de caixa entre moedas diferentes, sendo bastante aplicados em financiamentos de longo prazo. Por exemplo, uma cooperativa que tomou empréstimo em dólares pode usar um swap para “converter” esse passivo em reais, reduzindo sua exposição cambial;
  • NDFs (Non Deliverable Forwards): contratos bastante usados para moedas de mercados ilíquidos ou não conversíveis, como o peso argentino ou a naira nigeriana. Nesse caso, a empresa pode contratar um NDF para se proteger contra a volatilidade do peso colombiano sem a necessidade de realizar uma operação física da moeda;
  • Opções cambiais: que oferecem o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender moeda a uma taxa pré-estabelecida;
  • Soluções automatizadas como AutoFX: que ajudam a reduzir erros operacionais e agilizam o processamento de operações;

Estratégias complementares de mitigação de riscos

Além dos instrumentos financeiros, a diversificação geográfica e de moedas surge como uma prática importante. Essa estratégia permite que empresas fiquem menos expostas às oscilações de uma única economia ou moeda.

Também vale destacar que, para empresas menores, já existem alternativas mais acessíveis. Corretoras e fintechs especializadas oferecem contratos com valores mínimos reduzidos e, em alguns casos, viabilizam hedge por meio de consórcios entre empresas do mesmo setor.

Outra abordagem é buscar o chamado hedge natural, que consiste em balancear receitas e despesas na mesma moeda. Por exemplo, uma exportadora pode dolarizar parte de seus custos operacionais, reduzindo sua dependência da moeda local.

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  • Hedge: uma estratégia essencial para proteger o produtor rural da volatilidade

O que aprendemos com as crises recentes?

As crises cambiais que afetaram países como Nigéria, Egito e Argentina nos últimos anos deixaram lições importantes. Uma delas é de que o gerenciamento de riscos não deve ser acionado apenas quando o câmbio já disparou.

Empresas que mantêm uma política ativa de proteção cambial, mesmo em momentos de menor volatilidade, conseguem preservar sua saúde financeira. Para completar, aumentam sua competitividade no mercado externo.

Por outro lado, erros comuns ainda são observados no mercado, como:

  • Tratar a proteção cambial como custo e não como uma ferramenta de resiliência financeira;
  • Contratar instrumentos complexos sem pleno entendimento dos riscos envolvidos;
  • Realizar hedge de apenas parte da exposição, deixando a operação vulnerável.

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Pronto para gerenciar seus riscos em países emergentes?

Entender os riscos da volatilidade cambial e, principalmente, saber como mitigá-los é essencial para a saúde financeira e a competitividade das empresas. Uma boa estratégia de hedge permite que o gestor planeje e tome decisões mais seguras, com mais previsibilidade.

E, se informação de qualidade faz toda a diferença nesse processo, o Hedgepoint HUB é seu maior aliado. Nossa plataforma reúne análises aprofundadas, dados atualizados, cenários econômicos, insights sobre commodities e muito mais. Transforme conhecimento em vantagem competitiva!

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