Agricultura no inverno: impactos, riscos e estratégias para o setor de commodities

Agricultura no inverno exige atenção: veja impactos no campo, riscos climáticos e estratégias para proteger a produção e o mercado de commodities.

Hedgepoint Global Markets
Aug 8, 2025 4:57:44 PM

A agricultura no inverno sempre exige atenção redobrada. Em 2025, com a chegada da estação mais fria no Hemisfério Sul e sucessivas ondas de frio já registradas no Brasil, os impactos no campo e no mercado de commodities se tornam ainda mais relevantes para quem acompanha o setor.

Temperaturas negativas, chuvas fora de época e geadas severas não afetam apenas a produção, mas também a logística de escoamento e os preços de alimentos e recursos energéticos. Em um contexto de instabilidade climática, cada variável ganha peso nas decisões de planejamento e comercialização.

Portanto, neste artigo, você vai entender:

Boa leitura!

Como o inverno afeta a agricultura?

As baixas temperaturas impactam diretamente o metabolismo das plantas, pois reduzem seu desenvolvimento vegetativo. Durante o inverno, o crescimento desacelera, a fotossíntese diminui e a absorção de nutrientes se torna menos eficiente, o que exige cuidados específicos por parte do produtor rural, sobretudo com culturas mais sensíveis.

Entre as mais vulneráveis estão hortaliças folhosas, como alface e rúcula, além de frutas tropicais e o café, tradicionalmente suscetíveis a geadas e perdas por queima das folhas. O milho e o feijão também precisam de maior atenção, especialmente na fase de florescimento, quando o frio pode afetar a formação dos grãos.

Por outro lado, o inverno também traz benefícios. A redução de infestações de pragas e doenças diminui a necessidade de defensivos e contribui para a sanidade das lavouras.

Além disso, algumas culturas se favorecem das temperaturas mais baixas. É o caso do trigo, bastante cultivado no Sul, que precisa do frio para completar seu ciclo. Já frutas como uva e maçã, típicas de regiões como a Serra Gaúcha e o Sul de Minas Gerais, entram em dormência durante o inverno, favorecendo sua produtividade futura e qualidade final.

Ainda nas regiões Sul e Sudeste, algumas espécies se adaptam bem à estação. Aveia, cevada, centeio, alho, ervilha e couve são exemplos comuns de culturas resistentes ao frio, sendo utilizadas tanto na produção direta quanto como plantas de cobertura, como o nabo forrageiro e o azevém. Quando cultivadas de forma planejada, essas espécies contribuem para o manejo do solo e a sustentabilidade da produção agrícola

Estratégias para lidar com os desafios da estação

Para minimizar perdas e manter a produtividade, o planejamento prévio é essencial. A análise do solo, a escolha adequada de sementes resistentes ao frio e o calendário de plantio bem ajustado são os primeiros passos para enfrentar a estação com maior eficiência.

Entre as práticas recomendadas, o cultivo protegido (com uso de estufas e túneis) ganha destaque em hortas comerciais e produção de flores, pois permite o controle de temperatura e umidade, fatores críticos no inverno. Já a irrigação noturna por aspersão pode ajudar a estabilizar o microclima: ao congelar, libera calor latente e protege as plantas das geadas mais severas.

Coberturas plásticas ou vegetais também são utilizadas para proteger o solo e as raízes das variações bruscas de temperatura. Em regiões com histórico de geadas intensas, técnicas como nebulização artificial e ventilação forçada têm sido empregadas com sucesso, principalmente em propriedades de menor porte e topografia plana.

Além das soluções no campo, o uso de previsão meteorológica de alta precisão e o acompanhamento constante de dados climáticos são indispensáveis. Plataformas especializadas e fontes confiáveis, como o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), ajudam o produtor a antecipar eventos extremos e adequar o manejo.

 

Como identificar os principais riscos da estação?

O inverno de 2025 já registrou episódios de frio intenso no Sul do Brasil, com geadas em diversas áreas entre o fim de junho e o início de julho. As temperaturas chegaram a –10°C na Serra Catarinense, enquanto estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul também enfrentaram mínimas negativas por vários dias consecutivos.

As geadas são um dos maiores riscos da estação e podem congelar tecidos vegetais, rompendo as paredes celulares e levando à morte de folhas, frutos e até da planta inteira. A depender da intensidade e do tipo de geada (como a branca, negra, de advecção ou radiação), os impactos variam, mas todos exigem ação rápida e planejamento prévio.

Outros riscos típicos do inverno incluem a escassez hídrica, principalmente em áreas onde o regime de chuvas se reduz significativamente, e a baixa radiação solar, que afeta a fotossíntese e o ciclo produtivo. Além disso, o frio e a umidade favorecem o surgimento de doenças fúngicas em algumas culturas, exigindo monitoramento constante.

O cenário climático de 2025 tem um agravante: a neutralidade do fenômeno ENSO (El Niño-Oscilação Sul), sem a presença clara de El Niño ou La Niña até pelo menos outubro. Embora essa condição não traga eventos extremos previsíveis, ela dificulta a antecipação de secas e chuvas e torna o planejamento ainda mais desafiador.

Neste contexto, a inteligência de mercado se torna uma aliada fundamental. Com a volatilidade dos preços e a instabilidade climática, produtores e compradores precisam basear suas decisões em dados, previsões e cenários simulados. O uso de ferramentas de hedge também ganha protagonismo, permitindo mitigar riscos de oscilação de preços e proteger margens operacionais.

Inteligência de mercado: olhar estratégico para o frio

A agricultura no inverno impõe desafios claros, mas também oferece oportunidades para quem atua com planejamento e resiliência. O início da estação em 2025 já mostrou variações intensas de temperatura e umidade em curto espaço de tempo. Isso reforça a importância de estratégias bem estruturadas e decisões baseadas em dados atualizados.

A inteligência de mercado da Hedgepoint ajuda produtores, cooperativas e empresas do setor a tomarem decisões com mais clareza e segurança. Acompanhamos indicadores climáticos, variações de preço e tendências globais para apoiar estratégias de comercialização e proteção.

Quer atravessar o inverno com mais previsibilidade e competitividade? Entre em contato e descubra como podemos orientar seu negócio com análises setoriais e visão global, com soluções sob medida para reduzir riscos e identificar oportunidades de maneira assertiva.

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