O mercado bioenergético no Brasil

Veja dados sobre o mercado bioenergético no Brasil, qual é o potencial do país na produção de biocombustível, desafios de curto prazo e mais.

09 de outubro de 2024

Hedgepoint Global Markets

O Brasil é um dos maiores produtores de etanol e biodiesel no mundo, ocupando uma posição de liderança no mercado bioenergético. O país se destaca como maior produtor mundial de cana-de-açúcar e soja — matérias-primas fundamentais para a produção de biocombustíveis no Brasil. A cana-de-açúcar é amplamente utilizada na produção de etanol, enquanto a soja é a principal fonte de biodiesel.

Além de ser um grande produtor, o Brasil também se sobressai como um dos maiores consumidores de biocombustíveis. Segundo a IEA (Agência Internacional de Energia), a maior parte da nova demanda por esse tipo de energia vem de economias emergentes, especialmente o Brasil, a Indonésia e a Índia. Conheça de perto a matriz energética da nação, seus números de produção, potencial para o futuro e mais. Boa leitura!

Veja dados sobre o mercado bioenergético brasileiro

De acordo com o Balanço Energético de 2023 do Ministério de Minas e Energia, as fontes renováveis representaram 87,9% da matriz energética brasileira em 2022, com a hidrelétrica respondendo por 61,9% desse total. Em 2023, a geração de eletricidade a partir da biomassa já corresponde a cerca de 8% da produção total de energia elétrica do país.

No setor de biocombustíveis, a nação brasileira é a segunda maior produtora do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O país norte-americano alcançou 1.795 petajoules em 2023, enquanto o latino-americano chegou a 1.016 petajoules no mesmo ano. Ambos os países possuem uma posição praticamente isolada no topo produtivo. Veja abaixo:

mercado bioenergético no Brasil

Fonte: Statista

No Brasil, a produção de biocombustíveis atingiu recorde histórico em 2023, com crescimento e diversificação das fontes renováveis. Segundo a Secretaria de Comunicação Social Brasileira, o etanol e o biodiesel totalizaram quase 43 bilhões de litros – 35,4 bilhões são de etanol e 7,5 bilhões são de bioediesel

Os dados confirmam que o etanol é o principal biocombustível do Brasil, sendo o responsável por posicionar o país como líder no mercado global de bioenergia. De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, ambas as nações produzem juntas 80% do etanol ofertado no mundo. Veja no gráfico abaixo:

Produção global de etanol por país:

mercado bioenergético no Brasil

Fonte: Energy.gov

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O potencial brasileiro para o futuro da bioenergia

Tanto os biocombustíveis quanto a bioeletricidade têm alto potencial de crescimento devido às metas de energia renovável no mundo. O Brasil é um dos países com maior possibilidade de evolução neste mercado e os números já suportam essa ascensão iminente. 

A Agência Internacional de Energia divulgou dados sobre o crescimento da demanda por biocombustíveis no mundo entre 2022-2024. O Brasil, os Estados Unidos e a Europa são os principais mercados que evoluíram nos últimos dois anos. Confira no gráfico:

mercado bioenergético no Brasil

Fonte: IEA

Segundo a instituição, a demanda por biocombustíveis deve aumentar em 23% até 2028, atingindo 200 bilhões de litros. Os dados mostram que o diesel renovável e o etanol respondem por dois terços desse crescimento e o Brasil terá papel fundamental no suprimento desse avanço. 

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O futuro do SAF no mercado bioenergético brasileiro

O SAF (Sustainable Aviation Fuel) é um combustível sustentável para a aviação, produzido a partir da biomassa. Assim como o etanol e o biodiesel, o SAF também deve ganhar protagonismo no Brasil devido ao seu alto potencial produtivo. 

A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), afirma que o país é um nome consolidado no mercado bioenergético e pode usar essa posição para se tornar um grande exportador de SAF no futuro. De acordo com a Abear, o Brasil conta com possíveis matérias-primas para se tornar autossuficiente na produção de SAF e ainda exportar 1,8 bilhão de litros. 

Algumas medidas estão sendo aplicadas no Brasil para fortalecer o mercado bioenergético interno. O Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV) tem o objetivo de incentivar a produção e o uso do SAF no país com metas estruturadas até 2037. A nova política indica que as empresas aéreas devem reduzir as emissões de dióxido de carbono em 1% a partir de 2027, alcançando redução de 10% em 10 anos.

A própria Petrobrás, empresa brasileira que atua na indústria de petróleo, gás natural e energia, anunciou que vai trabalhar na produção de SAF em duas refinarias. As unidades entrarão em operação a partir de 2028 e vão impulsionar ainda mais a produção do SAF

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Desafios para o futuro da bioenergia brasileira

Em curto prazo, o principal desafio brasileiro no mercado bioenergético é o estímulo da demanda interna e do avanço tecnológico. O país precisa aumentar a busca pelo uso do etanol e do biodiesel para dar vazão a toda oferta que será produzida no futuro. Além disso, também há a necessidade de reduzir custos no processo produtivo para controlar o preço final nos postos de combustível. 

Atualmente, a produção de etanol no Brasil é predominantemente à base de cana-de-açúcar, que também é utilizada na fabricação de açúcar. Como ambas as produções compartilham a mesma matéria-prima, as lavouras de cana são frequentemente direcionadas para o setor que oferece maior rentabilidade, o que afeta diretamente a oferta e os preços nos mercados concorrentes.

Esse desequilíbrio contribuiu para a recente elevação no preço do etanol no Brasil. Com os valores em alta, a demanda interna pelo biocombustível tem diminuído. Para enfrentar essa situação, o governo brasileiro tem adotado medidas para estimular o uso de etanol e de biodiesel, como o aumento gradual da mistura obrigatória de biocombustíveis para 15% até 2026. Além disso, a indústria vem explorando alternativas, como o uso de milho e resíduos orgânicos na produção de etanol.

Recentemente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) intitulada “Combustíveis do Futuro” foi aprovada e representa um marco significativo na transição energética brasileira. A PEC visa promover o desenvolvimento e a utilização de fontes de energia mais limpas e sustentáveis, como biocombustíveis avançados, hidrogênio verde e eletricidade renovável. 

Ao incentivar a inovação tecnológica e a infraestrutura necessária para a produção e distribuição desses combustíveis, a PEC busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis, diminuir as emissões de gases de efeito estufa e impulsionar a economia verde. Com essa iniciativa, o Brasil se posiciona na vanguarda da sustentabilidade energética, alinhando-se às metas globais de combate às mudanças climáticas e promovendo um futuro mais limpo e sustentável para as próximas gerações.

O papel do hedge no mercado bioenergético brasileiro

Em um mercado emergente como o bioenergético, o hedge é essencial para mitigar riscos financeiros relacionados à volatilidade do mercado. O uso de ferramentas avançadas permite que as empresas de bioenergia no Brasil e no mundo planejem suas operações com maior segurança, se protegendo de possíveis oscilações nos preços.

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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente para fins informativos e instrutivos e não se destina a estabelecer obrigações ou compromissos com terceiros, nem a promover uma oferta ou a solicitação de uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos, futuros, opções, moedas e swaps ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral da HPGM, é uma Corretora de Apresentação e um membro registrado da National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swaps envolve um risco significativo de perda e pode não ser adequada para todos os investidores. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e no julgamento de consultores externos antes de entrar em qualquer transação introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados se isentam expressamente de qualquer responsabilidade por qualquer uso das informações aqui contidas que resulte, direta ou indiretamente, em danos de qualquer natureza. Em caso de dúvidas não solucionadas por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), entre em contato com nosso canal interno de ouvidoria ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).

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