Temporada de furacões no Atlântico
Furacões são tipos de tempestades tropicais que formam ciclones sobre as águas quentes do oceano. Se tratam de fenômenos climáticos circulares e sua intensidade é classificada pela escala Saffir-Simpson, que varia de 1 a 5. A velocidade do primeiro pode chegar entre 119-153 km/h e os mais fortes (3-5) alcançam 252 km/h ou mais.
Com ventos e chuvas tão intensos, os estragos causados por esses fenômenos podem atingir cidades inteiras na América e pressionar a economia nacional. Além disso, a temporada de furacões também exerce influência sobre o setor energético do país, que possui muitas refinarias petrolíferas localizadas nas áreas de risco.
Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, abordou o tema e contou quais são os principais impactos desta temporada para a produção de petróleo americano e sua influência no mercado mundial. Faça uma boa leitura!
A temporada de furacões na América
A temporada de furacões no Atlântico começou em 1º de junho e vai até o dia 30 de novembro. Historicamente, o pico das atividades no oceano é no dia 10 de setembro, mas com outras intensas ocorrências entre meados de agosto e meados de outubro. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) publicou um gráfico com o histórico dos últimos 100 anos:
![temporada de furacões no Atlântico](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/07/01-300x169.png)
Fonte: NOAA
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Muitas regiões dos Estados Unidos sofrem com os ventos e chuvas intensas causadas por furacões. As mais afetadas são as áreas costeiras do Atlântico e do Golfo do México, Porto Rico, as Ilhas Virgens, o Havaí e partes do sudoeste americano.
Para 2024, a NOAA prevê uma temporada de furacões mais intensa, com 85% de probabilidade de ser acima do normal. A influência do La Niña e das altas temperaturas oceânicas são os principais fatores que podem potencializar o evento climático.
A instituição espera de 4 a 7 grandes furacões para este ano. O primeiro alerta já aconteceu no dia 17 de junho e seu possível impacto pode ser maior no sul dos Estados Unidos.
![temporada de furacões no Atlântico](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/07/02-300x185.png)
Fonte: NOAA
Na economia, a temporada de furacões também tem seu impacto. O Katrina foi registrado como o maior deles em termos financeiros. O Instituto de Informações sobre Seguros (Insurance Information Institute) registrou os prejuízos causados pelos 10 maiores furacões americanos, quantificando as perdas através das solicitações de seguros. Veja:
Você também pode acompanhar um mapa interativo da NOAA para visualizar e analisar informações históricas sobre os maiores furacões já registrados no Atlântico. O Centro Nacional de Furacões (National Hurricane Center) também conta com uma tabela quantificando os eventos desde 1851.
Impacto da temporada de furacões no mercado petrolífero
A alta probabilidade de uma temporada de furacões intensa tem preocupado o setor de produção energética offshore dos Estados Unidos. Segundo a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (U.S. Energy Information Administration – EIA), a maior parte das refinarias offshore do país é de petróleo e gás natural.
Localizadas em áreas afetadas pelos furacões, essas refinarias estão sujeitas a fortes chuvas e ventos causados pelos fenômenos. Segundo Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, o mercado do petróleo sofre principalmente porque a produção é interrompida durante eventos climáticos intensos.
“Vemos a interrupção da produção de petróleo e de produtos refinados por questões de segurança”, completa Arduin.
A produção petrolífera americana está concentrada principalmente no Golfo Offshore Federal do México (GOM) e na Costa do Golfo. De acordo com a EIA, a produção de petróleo bruto do GOM representou 14% do total americano em 2023. Já as refinarias da Costa do Golfo representam quase 50% da capacidade de produção estadunidense.
A instituição publicou recentemente um gráfico que evidencia a redução produtiva de petróleo por conta de furacões. Os períodos de paralisação profissional são curtos, mas significativos. Veja abaixo:
![](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/07/04-300x151.png)
Fonte: EIA
“Quando as refinarias param de produzir, vemos uma pressão maior nos preços da gasolina e do diesel, principalmente. Um choque de oferta como esse impacta diretamente os contratos futuros do mercado energético”, afirma o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint.
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Segundo Arduin, o interrompimento da produção tem efeitos significativos no mercado de petróleo americano e mundial. Com um estoque mais baixo, os preços dos combustíveis sobem no país e, por consequência, também são refletidos mundialmente.
Além disso, o profissional explica que a exportação do petróleo americano também cai em períodos de fortes eventos climáticos como esses. Victor explica que os países importadores precisam buscar a oferta em outras nações, muitas vezes pagando mais caro ou gastando mais com uma nova logística.
“Outro país não vai conseguir comprar gasolina dos Estados Unidos pela baixa oferta repentina. Por isso, precisa procurar em outros exportadores, nem que pague mais caro. Esse é o efeito global dos furacões, algo que encarece os preços rapidamente”, finaliza Arduin.
A pressão nos valores do petróleo cresce com a temporada de furacões e o mercado precisa se adaptar às condições de preços. No ano passado, a IEA estimou um aumento de 25 a 30 centavos por galão de gasolina em casos de furacões de alto impacto. Com os dados de 2013–2022, a instituição criou uma tabela que representaria a redução de produção petrolífera em 2023 se houvesse algum evento climático mais intenso.
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Como o mercado se prepara para a temporada de furacões no Atlântico?
Como comentou o especialista da Hedgepoint, os preços dos combustíveis de petróleo acabam oscilando com as temporadas de furacões. Uma parada brusca nas produções americanas afeta diretamente a oferta no mercado nacional e internacional.
Para gerenciar os riscos financeiros que esse evento desenvolve, o mercado pode utilizar ferramentas de hedge avançadas. São produtos que buscam mitigar as variáveis de valores e proteger as empresas envolvidas de perdas significativas de recursos.
“Na temporada de furacões, é possível trabalhar com estratégias para gerenciar riscos financeiros e controlar a subida ou a queda de preço”, completa Victor.
Entre em contato com a Hedgepoint e conheça mais sobre essas ferramentas que ajudam o seu negócio.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
A evolução do mercado bioenergético
A indústria bioenergética é movida por diversos tipos de matéria orgânica, conhecida como biomassa. Sua energia pode vir da queima de produtos agrícolas, madeira, dejetos de lixo e outros. Com esses materiais são produzidos combustíveis como o bioetanol, biodiesel, biogás e mais.
O Brasil e os Estados Unidos são os maiores produtores de biocombustíveis no mundo. Porém, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), o maior crescimento na procura de bioenergia ocorrerá em países emergentes, como o Brasil, a Índia e a Indonésia.
Crescimento da demanda de biocombustível por combustível e região – 2022-2024
![A Evolução do Mercado Bioenergético no mundo](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/01-1-300x148.png)
Fonte: IEA
Nos últimos anos, o mercado bioenergético cresceu devido à sua característica sustentável. A IEA afirma que a bioenergia já representa mais de 6% do fornecimento global de energia e tende a crescer ainda mais nos próximos anos.
Com essa evolução iminente, a equipe da Hedgepoint abordou as principais informações sobre esse mercado e quais as suas expectativas e desafios para o futuro. Veja os nomes dos profissionais:
- Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado.
- Carlos Murilo Barros de Mello, Head of Sugar and Ethanol Americas.
Boa leitura!
O cenário da bioenergia global atual
De acordo com Lívea Coda, a cana-de-açúcar é a principal matéria-prima mundial na produção de bioenergia porque possui um alto teor de açúcar. Na última década, o milho também tem sido altamente utilizado para a produção de combustível, principalmente o etanol.
Produção global de etanol por país ou região
![Produção global de etanol por país ou região](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/02-3-300x141.png)
Fonte: Renewable Fuels Association
Juntos, os Estados Unidos e o Brasil produzem 80% do etanol do mundo. A grande maioria do etanol dos EUA é produzida a partir do milho, enquanto o Brasil usa principalmente a cana-de-açúcar.
Globalmente, a bioenergia está em ascensão porque tem contribuído muito com as metas sustentáveis de diversos países, como a ODS7 das Nações Unidas. Veja alguns investimentos realizados ao redor do mundo de acordo com a IEA:
- Brasil
A aplicação de recursos no setor bioenergético começou ainda em 1975, com o Proálcool. O programa foi criado para intensificar a produção de etanol e diminuir os preços do combustível. Em 1993, o país também fixou o percentual de álcool misturado à gasolina em 22%, hoje está em 27.5% e no ano passado o governo já apresentou projetos que buscam aumentar o teto para 30%.
“Hoje, o Brasil continua sendo um dos maiores produtores de biocombustíveis com uma matriz energética que é uma das mais limpas do mundo – aproximadamente 85% é renovável combinando com o uso das hidrelétricas, energia eólica e solar”, afirma Mello.
- União Europeia
A IEA informa que a Europa estabeleceu a meta de atingir a produção anual de 35 bcm (bilhões de metros cúbicos) de biometano até 2030, em comparação com os 3,5 bcm que produz hoje.
- Estados Unidos
Novos financiamentos importantes fornecem recursos a várias etapas da cadeia de valor da bioenergia, incluindo o incentivo à produção de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF), produtos químicos e biomateriais.
- Índia
A índia estendeu o Programa de Biomassa para apoiar a produção e utilização de biogás até 2026, além de já estar produzindo etanol de cana-de-açúcar e ter uma meta de mistura na gasolina de 20% em 2025.
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O papel do mercado bioenergético na economia
No Brasil e no mundo, a transição energética pode exigir transferências fiscais e políticas para mitigar as perdas de quem depende dos fósseis. É importante que o novo mercado energético seja flexível, incorporando inovações e ajustando-se aos modelos antigos.
O setor de energia está diretamente ligado à transição energética, com novos investimentos, como o Combustível Sustentável de Aviação. A aviação enfrenta pressão para reduzir sua pegada de carbono devido à conscientização sobre as mudanças climáticas e os efeitos das emissões de gases de efeito estufa. O SAF é uma opção viável para reduzir as emissões de CO2, o principal gás de efeito estufa do setor, oferecendo benefícios ambientais significativos.
![O papel do mercado bioenergético na economia](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/03-1-300x150.png)
Fonte: Secondary Research, Primary Research, MRFR Database and Analyst Review
A Coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint afirma:
“A cana é o principal componente na produção do SAF, um combustível que pode reduzir as emissões de CO2 em 70% e até 90%, comparado com o combustível convencional”.
Murilo Mello também afirma que o SAF de etanol pretende substituir o petróleo na aviação sem necessidade de adaptação mecânica. Esse novo combustível pode ser uma nova alternativa econômica para os produtores, principalmente o Brasil que é um dos maiores nomes na bioenergia.
“Isso vai facilitar muito a introdução do SAF aos motores de aviões. Depois o mercado também pode focar em tecnologia para aprimorar e baixar os custos, além de agregar valor ao produto que vai gerar renda a um país exportador”, completa Mello.
A instituição Bloomberg NEF (BNEF) desenvolveu um gráfico que mostra os dados sobre o SAF até hoje e suas perspectivas para 2030. As previsões indicam um crescimento intenso no uso desse tipo de combustível bioenergético, principalmente na Europa e na América do Norte. Veja mais:
![A evolução do mercado bioenergético](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/04-300x193.png)
Fonte: BNEF
Em dados numéricos, a BNEF também estima uma evolução significativa:
- 5% de participação do combustível de aviação sustentável na demanda global até 2030;
- 6 bilhões galões de capacidade estimada de SAF até 2026;
- $1,50 dólares por galão beneficiado pelas margens de diesel renovável dos Estados Unidos em relação ao SAF.
O Head of Sugar and Ethanol Americas da Hedgepoint também aponta o poder econômico da bioenergia na geração de empregos. Por ser um combustível movido principalmente pela cana, o etanol precisa de mão de obra para ser produzido, seja no campo, na indústria ou no comércio.
Ademais, o mercado bioenergético também gera influência em outra questão social atual: a manutenção das pessoas no campo. Com mais empregos e renda no interior, a superpopulação urbana também é reduzida através do investimento na bioenergia, contribuindo indiretamente na preservação ambiental e na redução dos problemas advindos da super-população dos centros urbanos.
Leia também:
- Balança comercial do Brasil: entenda a importância das commodities
Desafios e expectativas para o futuro da bioenergia
Coda enxerga um futuro promissor para a bioenergia. “É um mercado que tem muita oportunidade devido à necessidade de uma energia sustentável” – afirma ela.
Contudo, Lívea explica que ainda há muito a se fazer neste setor. Ambos os profissionais levantam obstáculos e perspectivas para o futuro bioenergético:
● Desafios de oferta com subprodutos
Por ser uma energia baseada em produtos agrícolas e orgânicos, a oferta pode sofrer com a concorrência entre mercados que usam a mesma matéria-prima, como o açúcar e o etanol (que usam a cana).
● Influência direta do clima
A oferta do produto fica dependente de uma boa safra de cana-de-açúcar ou de milho. Eventos climáticos podem influenciar essas plantações e impactar o estoque de matéria-prima.
● Alto custo de produção
Para Coda, ainda é necessário mais investimento na energia bioenergética para reduzir os custos de produção. Mello acredita que a tecnologia é o caminho para transformar a bioenergia em poder econômico, principalmente com o SAF.
● Perspectiva de longo prazo
Mello também afirma que a demanda por fontes alternativas de energia deve alavancar o mercado. Com isso, os novos produtos a partir da cana devem ganhar mais visibilidade, principalmente o uso de etanol como biocombustível marítimo e o etanol para aviação.
Leia também:
- Riscos de mercado: 5 fatores para acompanhar de perto
Como gerenciar os riscos do mercado bioenergético?
A evolução do mercado bionergético volta a nossa atenção para o mercado de energia atual e se cruza com as demandas do mercado de commodities. Conforme listaram os profissionais da Hedgepoint, existem variáveis importantes que podem impactar o preço do etanol e de outros biocombustíveis.
Neste cenário, os produtos de hedge são importantes instrumentos para analisar as oscilações do mercado, contribuindo para o gerenciamento de riscos financeiros que podem impactar todos os agentes da cadeira. Entre em contato com nossos especialistas para entender como podemos te ajudar a transformar riscos em oportunidades.
Conheça nossos serviços e veja como eles podem ajudar o seu negócio!
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Fenômeno La Niña em 2024
O fenômeno El Niño está finalizando sua temporada em 2024 e o La Niña é o próximo evento que vai influenciar o clima ao redor do globo. Os primeiros sinais de transição já estão acontecendo e a previsão é de que fique ativo a partir de junho e agosto, com 49% de chance, ou entre julho e setembro, com 69% de chance.
As causas desse tipo de fenômeno são naturais, mas seus efeitos são cada vez mais intensos. Por isso, o mercado de commodities precisa se manter atento para prever e lidar com potenciais riscos à produção agrícola. Neste texto, você vai conferir como se forma o La Niña, suas perspectivas para 2024 e sua influência em diferentes colheitas e regiões do globo.
Confira o conteúdo e faça uma boa leitura!
Como funcionam os fenômenos climáticos La Niña e El Niño?
O El Niño e a La Niña são padrões climáticos opostos que quebram as condições naturais do Oceano Pacífico. Enquanto o primeiro aumenta as temperaturas da água na linha equatorial, o segundo atua de forma inversa, resfriando a mesma região. Ambos podem provocar secas severas em um lado do planeta ao mesmo tempo em que a outra ponta do globo sofre com chuvas pesadas.
Mapas das temperaturas do Oceano Pacífico durante os fenômenos:
![la niña 01](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/la-nina-01-279x300.png)
Fonte: NOAA
De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), os dois fenômenos normalmente duram de 9 a 12 meses, mas também podem seguir por anos. O La Niña não tem tanta frequência quanto seu oposto, mas é igualmente potente. Com ventos fortes, ele empurra águas quentes para a Ásia, intensificando a ressurgência de água fria na costa oeste das américas.
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Entre os principais efeitos do La Niña, está a sua influência nas temperaturas globais e no clima de diferentes regiões do planeta simultaneamente. Além disso, também pode levar a uma temporada de furacões mais severa no oceano atlântico.
Padrões semanais de temperatura da superfície do mar no Pacífico tropical (8 de abril – 5 de maio de 2024)
![la niña 02](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/la-nina-02-300x139.gif)
Fonte: Climate.gov
Apesar de irregulares, fenômenos climáticos como o La Niña podem ser previstos e mensurados. O Índice Oceânico Niño (ONI) é a medida mais utilizada e se baseia na temperatura média da superfície marítima de uma determinada região do Pacífico, marcada na imagem acima. Combinando esses dados com a força do vento e outras variáveis, é viável entender as condições meteorológicas e quais suas perspectivas para um futuro próximo.
Também é possível prever os efeitos do La Niña observando a sua influência histórica nas temperaturas do oceano. De acordo com o gráfico abaixo publicado pela NOAA, os fenômenos meteorológicos do último século seguem uma linha parecida, com alterações leves e regulares, mas usualmente com pico de resfriamento entre os meses de setembro e março.
![](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/la-nina-03-300x162.png)
Fonte: NOAA
A influência global do La Niña em 2024
As previsões para o La Niña são registradas oficialmente desde 1950 e são cada vez mais precisas. A NOAA publicou no dia 3 de junho de 2024 as últimas atualizações sobre o fenômeno, além de um histórico completo de 70 anos.
Na Hedgepoint, a influência do La Niña também é acompanhada periodicamente. Com isso, foi possível entender o evento e prever seus efeitos em diversas regiões e safras específicas.
Para 2024, os índices indicam que o La Niña dure pelo menos até o início de 2025. Entre junho e agosto, é esperado um clima mais frio para as Américas Central e do Sul e a África Ocidental. O Brasil, o Uruguai e a Argentina podem ficar mais secos, enquanto a América Central terá chuvas mais fortes, podendo também intensificar a temporada de furacões na região. O Sudeste Asiático pode experimentar monções mais intensas.
A seguir, você confere a previsão para as temperaturas e precipitações mundiais de junho e agosto com a influência do La Niña:
Dependendo do calendário de colheita agrícola, o La Niña também pode apresentar riscos ao rendimento de certos produtos. Historicamente, seus efeitos podem ser maiores conforme sua intensidade e correlação dentro de cada região. Abaixo, você pode ver uma previsão para diferentes commodities em 2024, construída pela Hedgepoint:
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Café
O La Niña afeta o clima de regiões produtoras de café, incluindo o Brasil, a Indonésia, o Vietnã, a Colômbia e a Guatemala. No Brasil, o evento meteorológico causa temperaturas mais baixas e aumenta as chances de geadas nas áreas de café do Sudeste (como aconteceu em 1975 e 2021). Isso pode resultar em quedas na produtividade e em chuvas abaixo do normal, como foi na safra 21/22, ano em que o rendimento teve uma queda de 19%.
Na Indonésia, o La Niña pode causar chuvas intensas que atrasam a colheita. No Vietnã, há anomalias de temperatura, mas sem impacto claro na produção. Na Colômbia e na Guatemala, chuvas intensas podem danificar plantações e potencializar a suscetibilidade a doenças, além de aumentar a probabilidade de tempestades e furacões, como Eta e Iota em 2020. No entanto, não é possível relacionar diretamente o La Niña à queda de produtividade nesses países.
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Soja/ Milho/Trigo
O La Niña pode afetar esses tipos de cultivo na Sudamérica, em especial na Argentina, no Brasil e no Uruguai. O fenômeno se associa com largos períodos de seca e pode afetar diretamente a qualidade da colheita e reduzir seu rendimento.
Na Ásia, na Índia e na Austrália, o fenômeno intensifica a umidade e as chuvas. Em geral, essas condições são produtivas para a colheita nessas localidades. Para os Estados Unidos, o fenômeno desenvolve chuvas e tormentas elétricas em todo o cinturão de milho. Se o La Niña realmente começar entre julho-setembro, poderá provocar bons benefícios para os agricultores, mas por outro lado poderia criar problemas logísticos com o descenso de água no rio Mississipi.
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Açúcar
O impacto do La Niña pode ser tanto positivo quanto negativo. No Brasil, o fenômeno tende a manter o inverno mais seco, facilitando a colheita e contribuindo para um maior teor de sacarose. Porém, também pode levar a um maior número de queimadas. A extensão do tempo seco pelo fenômeno pode ainda prejudicar o rendimento final da safra 24/25 e até mesmo afetar o desenvolvimento da safra 25/26, caso seja de maior intensidade durante a primavera e verão no Hemisfério Sul.
Na América Central, um La Niña moderado pode trazer mais chuvas na região e beneficiar o desenvolvimento da cana. Contudo, no caso de um evento mais intenso, pode atrasar a colheita além de intensificar a temporada de furacões. No Hemisfério Norte, o fenômeno pode trazer um período de monções positivo para o desenvolvimento da safra 24/25 na Índia.
Lembrete:
Os dados informados foram direcionados para as regiões do globo que mais podem sofrer com o La Niña. O ápice do fenômeno ainda pode sofrer alterações, atingindo com mais ou menos força a época crítica do desenvolvimento e colheita das plantas.
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La Niña 2024: a importância em acompanhar o fenômeno
Há 5 décadas, os cientistas Bill Quinn e Klaus Wyrtki fizeram a primeira tentativa de prever as oscilações do El Niño. Na época, a motivação deles foi entender o impacto do clima na pesca comercial de anchova peruana. Quando as águas do mar aqueciam, os peixes migravam para locais mais frios, reduzindo o sucesso na pesca e, por consequência, o poder econômico dos envolvidos.
Desde então, a previsão desse tipo de evento climático se tornou essencial para a economia global. Por isso, empresas envolvidas com commodities agrícolas devem sempre buscar informações e estimativas que ajudem a cuidar de suas safras.
Na Hedgepoint, utilizamos dados e análises detalhadas do mercado para que você possa acompanhar o mercado e ter informações que podem te ajudar na sua tomada de decisão. Assine nossa newsletter e se mantenha informado sobre todos os possíveis efeitos do La Niña.
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Enchentes no RS: impacto na agricultura
As fortes chuvas no Rio Grande do Sul começaram no dia 27 de abril de 2024 e se intensificaram a partir do dia 29, seguindo com dez dias de alta pluviosidade. Quase todo o estado foi fortemente afetado, mas as áreas mais prejudicadas foram os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos e Gravataí. Sobrecarregados, esses rios inundaram o Guaíba, em Porto Alegre e a Lagoa dos Patos, em Pelotas e Rio Grande, causando outras cheias nestas regiões.
Além dos impactos humanitários causados por esse evento climático, a economia do estado foi diretamente afetada, tendo estragos significativos em empresas, comércios e na agricultura local.
Neste texto, analisamos os números pós-chuvas que mostram a real dimensão e impacto das enchentes no RS para o mercado de commodities agrícolas gaúchas. Boa leitura!
A influência das enchentes no RS
De acordo com o último boletim da Defesa Civil, 478 municípios foram atingidos pelas chuvas de abril/maio, mais de 94% das cidades sul-rio-grandenses. Hoje são 423.486 mil pessoas desalojadas e outras 18.854 em abrigos. Um mês e meio depois dos vendavais mais fortes, o estado continua alerta a eventos climáticos que ainda podem afetar a região.
Conforme publicado pela Zero Hora, a chuva torrencial foi causada por um bloqueio climático que segurou um clima denso no sul do Brasil. Essas condições prenderam tempestades que duraram dias, ao invés de horas. De acordo com o jornal local, a influência do fenômeno El Niño também influenciou os efeitos naturais, além das ações humanas que potencializaram o evento em 15% (como a ocupação desordenada, a eliminação da vegetação nativa, a falta de planejamento urbano e a poluição).
O índice de água em algumas cidades gaúchas chegou a média de precipitação prevista para cinco meses, isso em apenas 15 dias. Os municípios de Fontoura Xavier e Caxias Do Sul alcançaram a marca de 778 e 694 mm, respectivamente. No setor produtivo, os primeiros balanços econômicos afirmam que as cheias atingiram 80% da atividade econômica local.
Na agricultura, as fortes chuvas também impactaram as plantações gaúchas. De acordo com o IBGE, a soja, o arroz, o trigo e o milho estão no topo do ranking sulista no valor de produção agrícola. Essas são as principais plantações afetadas no estado e que podem gerar perdas significativas em valores, produção e áreas cultivadas.
Delimitação da área alagada pelas enchentes de abril/maio de 2024 no Rio Grande do Sul:
Leia também:
- Colheita de café no Brasil: perspectivas e desafios
Impacto direto das enchentes do RS nas colheitas gaúchas
De acordo com Eduardo Tres, gerente sênior de relacionamento da Hedgepoint, localizado em Passo Fundo (RS), em 2023, o Estado gaúcho já sofreu com uma estiagem severa. “A produção de soja foi de 14 milhões de toneladas ante o projetado de aproximadamente 20 milhões. Neste ano, devido aos alagamentos, o mercado estima uma perda de até 2 milhões de toneladas, além de impacto direto na logística de escoamento. Sendo assim, a projeção anterior de 22 milhões de toneladas pode ser reduzida para menos de 20 milhões”, afirma.
Segundo o último boletim da Conab, as tempestades no Rio Grande do Sul prejudicaram as lavouras de soja, especialmente da região Central do estado. Muitas já estavam colhidas antes das cheias, mas algumas áreas tardias e grãos recém-colhidos ainda terão redução de qualidade. Agora, 90% da colheita já foi finalizada, mas ainda há problemas de logística e perdas de grãos por doenças fúngicas, debulha das vagens e mais.
O arroz gaúcho também foi impactado com as inundações. A Conab explica que a safra já estava bem avançada antes das tempestades, mas ainda houve perda em colheitas realizadas com umidade superior à ideal, comprometendo a qualidade dos grãos. No milho, a conclusão da safra foi impactada levemente e no trigo as primeiras áreas semeadas foram afetadas com o excesso de chuvas e a redução da incidência solar.
Identificação das áreas com arroz irrigado e soja afetadas pelas enchentes de abril/maio de 2024 no Rio Grande do Sul
![Identificação das áreas com arroz irrigado e soja afetadas pelas enchentes de abril/maio de 2024 no Rio Grande do Sul](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/02-2-300x101.png)
Fonte: Conab
Além do impacto aos grãos, a Secretária de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do RS informa que mais de 206 mil propriedades rurais também foram afetadas. A estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é de que o prejuízo na agricultura alcance R$2,7 bilhões.
A longo prazo, os efeitos das fortes chuvas serão sentidos pelos produtores no solo das lavouras. Com as enxurradas, muitas áreas cultivadas perderam sua camada fértil superficial, o que vai influenciar a qualidade dos grãos nas próximas temporadas. Agora, os produtores precisam reiniciar o processo de adubar a terra e restaurar o ecossistema saudável do solo.
Resumo dos dados abordados neste texto:
- 478 municípios atingidos;
- 423.486 mil desalojados;
- 18.854 pessoas em abrigos;
- 80% da atividade econômica local afetada;
- Principais produtos afetados: soja, arroz, trigo e milho;
- Prejuízo na agricultura de R$2,7 bilhões.
Leia também:
- Commodities no Brasil: quais os principais estados produtores?
Estratégias de recuperação da agricultura gaúcha
A produção agrícola sulista e o governo regional já estão trabalhando para colocar o setor de volta aos trilhos. O apoio técnico de profissionais já foi disponibilizado para tratar as questões mais urgentes na saúde de grãos, principalmente das safras em finalização.
O acesso a créditos e financiamentos é o próximo passo para acelerar a recuperação. A Seapi informou, no dia 10 de junho de 2024, que os produtores afetados podem solicitar uma linha de crédito com subvenção econômica. O recurso está disponível para produtores de municípios que tiveram mais de 30% de perda na estrutura produtiva rural, como máquinas, equipamentos, solos das áreas de produção agrícola e mais.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também disponibilizou medidas de suporte aos produtores. Agora eles poderão renegociar dívidas do crédito rural para direcionar seus recursos à recuperação do setor. Estes e outros programas buscam o retorno ágil da agricultura gaúcha, com a intenção de diminuir ao máximo o impacto aos preços no mercado nacional e internacional.
Gerenciamento de preço das commodities afetadas
Na produção agrícola, eventos climáticos como o El Niño, La Niña e chuvas extremas como as dos Rio Grande do Sul têm forte impacto no rendimento de safras. O mercado de commodities já conhece bem as influências meteorológicas e seu risco na oscilação de preços.
Por isso, o hedge agrícola no gerenciamento financeiro faz toda a diferença. A Hedgepoint conta com um time de profissionais altamente qualificados que acompanham os preços e a influência do clima nas safras ao redor do mundo. Com análises de dados e relatórios completos, a equipe usa instrumentos sofisticados de hedge para proteger as operações de commodities agrícolas da volatilidade do mercado.
Entre em contato com a Hedgepoint e saiba como gerenciar riscos financeiros e proteger seus lucros de eventos climáticos como esses.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 800-8788408/[email protected] (somente para clientes no Brasil.
Driving season: impacto no mercado
A temporada de direção (driving season) nos Estados Unidos é um período de aumento significativo no consumo de gasolina, causado pelo aumento no número de viagens em decorrência das temperaturas mais elevadas e do período de férias escolares no hemisfério norte. Esse comportamento cultural causa um aumento significativo no uso de combustíveis, gerando inúmeras reações no mercado.
A driving season começa no Memorial Day e termina no Dia do Trabalho americano. Em 2024, esse período teve início em 27 de maio e encerra no dia 2 de setembro. Historicamente, os preços locais da gasolina sofrem alterações nestes meses, influenciando os valores dos combustíveis no país e ao redor do mundo.
Neste texto, Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, abordou os principais tópicos sobre o tema. Com ele, vamos entender como a driving season impacta o mercado de combustíveis e quais são os dados e as expectativas
para o restante da temporada deste ano. Boa leitura!
A influência da driving season na américa do norte
De acordo com a The International Energy Agency (IEA), os Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo do mundo. Na driving season, seu consumo diário por produtos derivados do petróleo aumenta. Neste ano, mais de 75% dos americanos pretendem pegar a estrada no verão.
De acordo com a pesquisa The Vacationer, esse número representa mais de 212 milhões de adultos. Os dados da Energy Information Administration (EIA) mostram que o consumo médio diário de gasolina nos EUA fica abaixo de 9 milhões de barris por dia (bpd) durante o inverno. No entanto, durante a “driving season”, que vai de junho a agosto, o consumo sobe e ocasionalmente supera 10 milhões de bpd, segundo o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint.
“Esse é um período quente nos Estados Unidos, então a população viaja mais para o
interior. Isso aumenta a demanda por gasolina e, normalmente, também impacta os preços do combustível”, afirma Victor Arduin.
Números tão expressivos quanto esses têm impacto direto na economia americana e mundial. Arduin relata que a driving season costuma influenciar os valores da gasolina em outros países, pois a precificação da maior economia do mundo afeta os contratos futuros internacionais.
“A alta da gasolina nos EUA tem impacto significativo nos preços da gasolina em países importadores. No entanto, esse impacto é complexo e depende de diversos fatores, como taxas de câmbio, políticas fiscais, estrutura do mercado e demanda interna”, afirma o profissional da Hedgepoint.
Leia também:
- Contrato futuro: como funciona no mercado de grãos e oleaginosas?
Expectativas para a driving season de 2024
No início do ano, as estimativas para a driving season eram parecidas com os dados de anos anteriores. Porém, o verão de 2024 tem mostrado um comportamento diferente do esperado. Os principais indicadores que quantificam a economia americana nesse período são a demanda, o preço da gasolina e o estoque nacional de combustível. Entenda como esses fatores estão se comportando:
- A demanda por gasolina
Victor Arduin explica que os dados acompanhados até agora relatam uma driving season não tão expressiva como projetado anteriormente. O analista da Hedgepoint afirma que houve o crescimento habitual na demanda por gasolina a partir de maio, mas que os números não alcançaram a estimativa aguardada. Veja abaixo:
Dados sobre o consumo de gasolina nos Estados Unidos
No gráfico, é possível ver que a demanda cresceu, mas abaixo dos números observados no passado. Em comparação com os dois anos anteriores, a linha de 2024 mostrou que o consumo por gasolina nesta temporada está menos expressivo do que antes.
O analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint explica que alguns fatores podem ter influenciado esse acontecimento, como a alta inflação e o aumento no uso de carros elétricos.
De acordo com a U.S. Energy Information Administration, o consumo médio de gasolina na primeira semana de junho foi de 9.040 milhões de barris por dia. No ano passado, esse número chegava a quase 10 milhões no mesmo período. “Nos anos anteriores, os americanos consumiram mais gasolina. Isso também pode ter acontecido porque foram anos pós-pandemia, juntamente com a inflação”, completa Arduin.
- Os preços dos combustíveis
Historicamente, os preços dos combustíveis sempre aumentam na driving season. Porém, esse é outro fator que tem agido distintamente em 2024. Conforme afirma Arduin, esperava-se preços maiores por conta da estimativa anterior de demanda neste período.
Além disso, outro indicador que levava à previsão de elevação nos preços era o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nos últimos anos, esse acontecimento tem impactado os estoques americanos e mundiais de combustíveis.
Contudo, os valores não acompanharam as expectativas iniciais para esses meses de verão. De fato, eles estão menores do que em anos anteriores, como explica Arduin: “Como em 2022 e 2023 a temporada mostrou um grande avanço nos preços da gasolina, esperava-se o mesmo para 2024. Geralmente, os Estados Unidos alteram a formulação do combustível para poluir menos nesse período, o que também acaba aumentando os valores finais”.
Para demonstrar, o profissional da Hedgepoint trouxe um novo gráfico com os dados mais recentes da temporada:
Expectativa do mercado em relação ao preço da gasolina
Na imagem, é possível ver que nos últimos dois anos o mercado de futuros da gasolina (RBOB) nos EUA apresentou um backwardation (Isso significa que a diferença de preço entre contratos próximos e futuros está maior, indicando mais pressão sob os estoques no curto prazo) mais expressivo, mas em 2024 tem perdido força.
Ainda, de acordo com a CBS News, os valores do combustível na segunda semana de junho são 14 centavos menores do que no mesmo período do ano passado. Victor explica que alguns fatores podem ter influenciado essa baixa na gasolina, como o desempenho da economia e o aumento na demanda que não alcançaram suas estimativas.
- O estoque nacional de combustível
Apesar dos conflitos geopolíticos na Rússia e na Ucrânia, o estoque de combustível na América está maior para esse período do ano. A Hedgepoint elaborou um gráfico que evidencia esse crescimento em comparação com temporadas anteriores:
Níveis de estoque de gasolina na América:
Os dados mostram que a linha de estoque está subindo no último mês e está maior do que em 2023, o que ajuda a aliviar a pressão sob os preços da gasolina atualmente. Além disso, o governo local também anunciou que liberou 1 milhão de barris de gasolina de uma reserva do Nordeste. O objetivo era justamente reduzir os preços finais para essa temporada de viagens, mas esse não foi o único fator influente.
Conforme informa a CBS News, os valores do petróleo caíram e a procura por combustível também enfraqueceu. Essas são circunstâncias incomuns para esse período e surpreenderam o mercado. “Com estoques altos, demanda baixa e melhores valores do petróleo, a pressão nos preços da gasolina americana fica mais branda”, finaliza Victor.
Leia também:
- Operações de hedge: o que são produtos acumuladores?
Inteligência de mercado no gerenciamento de riscos
Na Hedgepoint, um time de inteligência de mercado trabalha com informações rápidas e atualizadas sobre preços, estoques e demanda. Como você viu neste texto, esses são os principais fatores que influenciam o mercado de combustíveis e afetam diretamente os preços dos barris.
Com esse tipo de trabalho, a equipe consegue prever as movimentações do mercado e gerenciar riscos financeiros para empresas que trabalham com a compra e venda de petróleo. Se você também quiser contar com esses dados e relatórios, basta acessar e conhecer mais sobre a Hedgepoint HUB: uma plataforma digital com materiais atualizados e produzidos pela equipe de inteligência de mercado.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
7 curiosidades sobre o milho
Indispensável no dia a dia de muitas pessoas, o milho é uma fonte de alimento e energia.
Este, que é um dos grãos mais produzidos no mundo, é altamente nutritivo e absolutamente necessário para a sociedade. Com diferentes variedades e aplicações, seu uso impulsiona o desenvolvimento econômico.
A safra 2023/24 mundial de milho deve ultrapassar os 1,22 bilhão de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês). O país é o maior produtor do globo com uma colheita estimada em 386,97 milhões de toneladas.
Para essa temporada, a safra de milho brasileira deve chegar a 122 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No ano passado, o Brasil foi o maior exportador de milho em todo o globo, o que movimentou consideravelmente a balança comercial.
Quer saber mais sobre essa commodity tão importante? Continue a leitura e confira o conteúdo exclusivo que preparamos para você.
Milho: onde e como a commodity surgiu?
A origem do milho não é totalmente conhecida. Há indícios de que surgiu no México, pois é uma espécie que pertence à família Gramineae/Poaceae, cujo parente mais próximo é o Teosinto, gramínea originária desta região.
Os povos originários da América Central foram os primeiros a cultivar e aprimorar a produção do milho. Mas foi Cristóvão Colombo quem registrou a presença do milho nas Américas em 1492, na costa norte de Cuba. Nesta época, o plantio de milho já acontecia desde o Sul do Canadá até o Chile, exceto em áreas cobertas por savanas ou com condições adversas.
Então a produção se expandiu para o mercado europeu. Os grandes responsáveis para que o milho se desenvolvesse na África e na Ásia foram os portugueses.
Leia também:
- Dia Mundial do Café: fatos e curiosidades sobre a commodity
O que mais você precisa saber?
Agora que você já sabe um pouco da história sobre a origem da oleaginosa, está na hora de conferir algumas curiosidades sobre o milho. Veja abaixo!
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Variedade de cores e tamanhos
O milho não se limita somente à cor amarelo tradicional. Existem variedades do milho, cada uma com coloração, tamanho e sabor próprios. Além do amarelo, você pode encontrá-lo em tons de vermelho, laranja, azul, roxo e até mesmo preto.
Essa diversidade de cores e tamanhos reflete diferenças nos níveis de antioxidantes e outros nutrientes presentes na mercadoria. As variedades de milho são classificadas em categorias, como milho doce, milho de pipoca, milho dentado e milho farináceo.
Cada variedade tem funções específicas na indústria. O milho doce, por exemplo, é conhecido por seu alto teor de açúcar e é frequentemente consumido fresco ou enlatado. Já o milho de pipoca possui uma casca dura, por isso seu cultivo engloba métodos para que ele estoure quando for aquecido.
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Matéria-prima para o setor industrial
O milho é uma commodity fundamental para muitas indústrias devido à sua versatilidade e composição nutricional. Para o ramo alimentício, ele é necessário na produção de uma ampla gama de produtos, incluindo óleo, farinha e amido de milho.
Além disso, o milho também fornece matéria-prima ao setor de biocombustíveis, pois é uma importante fonte de etanol. Na indústria farmacêutica, emprega-se a commodity para a produção de medicamentos, de vitaminas e de suplementos dietéticos.
Até mesmo na indústria de plásticos e embalagens, o amido de milho é usado como matéria-prima para produzir bioplásticos. Desse modo, oferece uma alternativa mais sustentável aos plásticos tradicionais.
Essa variedade de aplicações demonstra a importância do milho como uma matéria-prima valiosa em várias indústrias, fomentando toda a economia global.
Saiba mais:
- Perspectivas do mercado de etanol no Brasil
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Uso na ração animal
O milho é um componente essencial na produção de ração animal devido ao seu alto teor de energia e valor nutricional. É, assim, uma fonte de carboidratos, o que confere energia para os animais.
Geralmente, a commodity é moída para produzir farinha, sendo misturada com outros ingredientes, a fim de formar uma dieta balanceada ao gado. Utiliza-se a oleaginosa também na produção de silagem, que é um alimento fermentado feito a partir de plantas verdes, como o milho.
Particularmente popular na alimentação de bovinos, a silagem de milho proporciona uma fonte nutritiva de alimento durante todo o ano. Portanto, é uma opção econômica e eficiente para alimentar animais em sistemas de produção intensiva ou extensiva.
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Ciclo de vida complexo
Há uma série de fatores que influenciam seu crescimento e desenvolvimento. Afinal, essa cultura requer condições específicas de clima e solo para prosperar.
Portanto, variações sazonais, como temperatura, umidade e luz solar, desempenham um papel significativo no sucesso da safra. Além disso, o milho é uma planta monoica, com flores masculinas e femininas separadas na mesma planta. Em outras palavras, isso exige polinização eficiente para a formação das espigas de milho.
Dependendo do tipo de milho e das práticas agrícolas, o ciclo de cultivo pode variar em duração, indo de apenas algumas semanas para vários meses. Ele envolve diversas etapas, como germinação, crescimento vegetativo, polinização, formação de espigas e maturação.
O milho é suscetível a uma série de pragas, doenças e condições ambientais adversas, como seca, geada e ventos fortes. Todos esses aspectos interferem na sua produtividade.
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Faz bem para a saúde
O milho oferece uma série de benefícios para a saúde devido à sua composição nutricional. Ele é uma excelente fonte de carboidratos complexos, fibras dietéticas, vitaminas e minerais.
Destaca-se pelo poder antioxidante. Ou seja, o seu consumo está associado à prevenção de doenças oculares, como a degeneração macular. Também, é uma boa fonte de vitamina C, vitamina B e ácido fólico, importantes para o metabolismo e a imunidade.
A presença de fibras no milho também contribui na boa digestão. Todos esses benefícios destacam o papel do milho como um componente nutritivo e benéfico para a população.
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Maiores produtores mundiais de milho
Como falamos acima, os Estados Unidos são o maior produtor do globo. O segundo maior produtor de milho é a China. Em seguida, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking. A Argentina está em quarto lugar. Lembramos que a produção brasileira tem uma particularidade: a capacidade de ter mais de uma safra do cereal no mesmo ciclo agrícola.
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Preços são voláteis
Os preços de mercado do milho apresentam volatilidade devido a aspectos que afetam a oferta e a demanda. Os fenômenos climáticos, por exemplo, influenciam a produção da commodity. Afinal, como mencionamos anteriormente, a cultura depende de certas condições para se desenvolver.
A demanda por milho também varia em diferentes setores, como o de alimentação animal, biocombustíveis, indústria alimentícia e exportações. A volatilidade nos preços de commodities agrícolas a nível global e a interconexão entre os mercados financeiros podem fortalecer a instabilidade nos preços.
Essa complexidade de fatores faz com que os valores do milho sejam suscetíveis a flutuações significativas. Isso pode impactar produtores, consumidores e a economia em geral.
Por que gerenciar riscos no mercado do milho?
O gerenciamento de riscos no mercado do milho é fundamental por causa da sua volatilidade. Nesse sentido, aspectos como condições climáticas adversas, mudanças econômicas, conflitos geopolíticos e políticas governamentais impactam a oferta e a demanda global.
Os instrumentos de hedge em commodities, como derivativos agrícolas, ajudam a proteger contra perdas resultantes de mudanças repentinas nos preços do milho. Na Hedgepoint, oferecemos a gestão de riscos para que os negócios não só se protejam, mas também identifiquem oportunidades.
Com inteligência de mercado, produtos financeiros, educação contínua e análise de dados, nossos profissionais acompanham todas as movimentações relevantes do setor. Mais do que isso, eles estudam profundamente de que forma os acontecimentos podem repercutir em toda a cadeia de commodities. Fale com um representante da Hedgepoint e conheça as nossas soluções de gestão de riscos para o seu negócio.
Mistura de Biodiesel aumenta para 14% no Brasil
Desde março deste ano, o percentual da mistura de biodiesel aumentou de 12% para 14% no Brasil. Com a sua produção a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais, o biodiesel é uma alternativa em ascensão na diversificação da matriz energética.
O combustível é empregado, principalmente, em veículos rodoviários de cargas como caminhões, ônibus e modelos como picapes. A decisão de antecipar o aumento da mistura de biodiesel ocorreu em dezembro de 2023, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Antes, estimava-se que essa marca seria alcançada somente em 2025.
A medida pode impactar os participantes do mercado energético. Quer saber como? Continue a leitura, pois explicamos todos os detalhes para você.
Quais os objetivos em aumentar a mistura de biodiesel?
Espera-se que o aumento da mistura de biodiesel ao diesel vendido evite a emissão de 5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Além disso, o governo federal estipula a redução de aproximadamente R$ 7,2 bilhões gastos na importação de diesel fóssil. O B15, mistura de 15% prevista anteriormente para 2026, também foi antecipado para março do próximo ano.
O crescimento da participação do biodiesel na matriz também visa estimular a agricultura brasileira e a inovação, fomentando a geração de empregos e a sustentabilidade. A expectativa é de que a demanda por biodiesel se fortaleça e possibilite 14 mil novos empregos até 2024.
A medida pretende, assim, diminuir a capacidade ociosa das usinas instaladas em até 18%. Além disso, incentiva a segurança energética, por meio da produção de 2,4 bilhões de litros de diesel. Nesse sentido, o CNPE aprovou a suspensão temporária de importação do biodiesel.
Instituiu-se, também, o Grupo de Trabalho para elaboração da Análise de Impacto Regulatório (AIR). A finalidade é proteger os interesses do consumidor em relação à qualidade e oferta do biodiesel nacional e promover a competitividade no mercado internacional.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a demanda de matéria-prima deve subir, sobretudo da soja, em aproximadamente 6 milhões de toneladas do grão até 2025.
Leia mais:
- Dia Internacional do Biodiesel: o que é e como surgiu?
O que o aumento na mistura de biodiesel representa para o mercado de commodities?
Explicamos em dois pontos quais são os principais efeitos que podem surgir no mercado de commodities, em consequência do aumento da mistura do biodiesel. Confira abaixo!
● Balanço de oferta e demanda do óleo de soja
Com o aumento da demanda doméstica e menor produção de soja, precisamos analisar como fica a questão do balanço do óleo dessa commodity, utilizado para formar o biodiesel.
A estimativa é de que o consumo do óleo de soja cresça cerca de 1 milhão de toneladas devido ao mandato B14. Isso significaria um aumento de 5,5 milhões de toneladas no esmagamento de soja. Contudo, em 2023, o Brasil exportou um volume significativo do produto, por causa da quebra de safra na Argentina.
Neste ano, com uma perspectiva de melhor produção no país vizinho, a nação brasileira deve exportar menos óleo. Ou seja: compensará parte do aumento no consumo doméstico. Com esse fator em consideração, o crescimento necessário no esmagamento cai para cerca de 2 milhões de toneladas.
Óleo de soja – balanço em milhões de toneladas.
![](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/02-300x145.png)
Fonte: hEDGEpoint, Abiove, ANP
Óleo de Soja Brasil – Exportações (mil ton)
![Óleo de Soja Brasil – Exportações (mil ton)](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/soja-exportacao-300x146.png)
Fonte: hEDGEpoint, MDIC. MTD = Mês até o momento
● Aumento do mandato: fator de suporte
Concluímos que o aumento do mandato não representa um fator necessariamente altista, mas sim um fator de suporte. Em outras palavras, a diferença é sutil. A maior demanda apresenta, assim, a tendência de sustentar os preços de óleo e soja.
Entretanto, com o cenário atual do Brasil e da Argentina, o aumento pode não ser suficiente para reverter a tendência de baixa das cotações. Caso as estimativas de produção se alterem para ambos os países e diminuam consideravelmente, a realidade pode mudar.
Oferta e demanda da soja em grão e do óleo de soja
![](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/tabelas-300x162.png)
Fonte: Conab, hEDGEpoint
Em 2024, o mercado de biodiesel observou a primeira subida de preços na metade de fevereiro. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) evidenciam a pequena elevação de 0,32% nos preços médios do biodiesel no Brasil.
A justificativa é a menor oferta, com as usinas voltadas para a contratação antecipada por causa da entrada em vigor do B14. Nesse cenário, a disponibilidade do biodiesel físico pode ficar mais restrita que o usual, quando a mistura era de 12%.
Nas últimas semanas de março, os preços também se elevaram. Segundo levantamento da ANP, entre 18 e 24 de março, as usinas reajustaram em mais de 4,38% os valores cobrados das distribuidoras. Essa é a segunda maior alta do produto desde que esse mercado opera no sistema de contratos.
Leia também:
- Perspectivas do mercado de etanol no Brasil
hEDGEpoint: acompanhamento de todas as movimentações do mercado de biodiesel
Acompanhar as movimentações no mercado do biodiesel faz toda a diferença para a tomada de decisões neste setor. Na hEDGEpoint, contamos com um time de inteligência de mercado que monitora e estuda todos os acontecimentos relevantes.
Dessa forma, auxiliamos nossos parceiros a entenderem quais são as movimentações a nível local e global e como podem impactar seus mercados de atuação. Afinal, a volatilidade é inerente a todos que atuam com commodities agrícolas e energéticas. Por isso, torna-se fundamental gerenciar riscos para se proteger da flutuação de preços.
Com análise de dados e relatórios atualizados, conseguimos transformar riscos em oportunidades. A partir de uma equipe multidisciplinar e que entende profundamente das dinâmicas do mercado de commodities, oferecemos produtos de hedge sofisticados.
Na nossa plataforma educativa, chamada hEDGEpoint HUB, disponibilizamos materiais educativos para diferentes níveis de conhecimento neste mercado. Experimente 1 mês grátis de hEDGEpoint HUB e saiba como podemos atuar no seu negócio!
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabiliza por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
A colheita de café no Brasil
A colheita de café 2024-2025 está ganhando ritmo no Brasil com seu pico previsto para junho e julho. Tanto o café robusta quanto o café arábica são importantes produtos de exportação do país e o rendimento desta safra tem impacto direto na economia.
Neste ano, diversas variáveis impactaram as plantações de café nos principais estados produtores. Por isso, Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, contou mais sobre as perspectivas de colheita e estimativas de exportação para esse ano.
Confira o que a profissional fala sobre a safra em andamento. Boa leitura!
O cenário atual do mercado de café brasileiro
O Brasil é um importante exportador de café no mundo, sendo o primeiro em café arábica e o segundo em robusta, conhecido localmente como conilon. Existem mais de 104 variações do grão no mundo, mas essas são as duas mais consumidas globalmente.
O estado de Minas Gerais é o maior produtor do café arábica, seguido por São Paulo e Espírito Santo. Já a produção do café robusta é liderada pelo estado do Espírito Santo, seguido pela Bahia. Entre os principais destinos internacionais desses grãos estão:
- Estados Unidos;
- Alemanha;
- Bélgica;
- Itália;
- Japão.
Nos últimos anos, houve um novo aumento na procura pelo café brasileiro. A analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, conta que um déficit na produção do café robusta no Vietnã e na Indonésia, dois grandes nomes da exportação, trouxe uma nova demanda para o Brasil. Segundo ela, o primeiro teve uma redução significativa na área cultivada e o segundo sofreu com fenômenos climáticos que impactaram seu rendimento produtivo.
Esses fatores têm influenciado os valores do café no mercado. No final de 2023 e início de 2024, os preços dos produtos subiram devido à redução de oferta. Contudo, isso se mostrou como uma nova perspectiva para a exportação das safras brasileiras.
“Hoje o mercado externo é muito dependente dos cafés brasileiros. Porém, a oferta pode não acompanhar essa demanda tão alta”, comenta Laleska.
Essas informações podem ser verificadas também nos últimos dados levantados pela Hedgepoint sobre a oferta e a demanda dos cafés brasileiros:
Oferta & Demanda – Arábica – Brasil (M scs)
Oferta & Demanda – Conilon – Brasil (M scs)
Leia também:
- Qual a situação da safra de trigo 24/25 no Brasil e na Argentina?
Desafios e perspectivas para a colheita de café no Brasil
A colheita brasileira de café 24/25 ainda está em andamento. Conforme afirma Moda, algumas variáveis naturais impactaram a safra brasileira deste ano, mas ainda é cedo para dados mais completos sobre seu rendimento.
O café robusta passou por um período climático conturbado nos últimos meses de 2023. As altas temperaturas no Espírito Santo levaram a uma grande seca na região. Contudo, o maior índice de chuvas em 2024 gerou uma recuperação parcial e melhorou as previsões para a safra.
![](https://hedgepointglobal.com/wp-content/uploads/2024/06/LALESKA-MODA-300x300.jpg)
Laleska Moda
“Por isso, ainda espera-se uma produção dentro da média para o café conilon, tanto no Espírito Santo quanto para a Bahia. Porém, é necessário atenção! Houve recentemente uma nova redução no rendimento das lavouras, especialmente no Espírito Santo, devido às chuvas irregulares nos últimos meses”, afirma Laleska.
Já para o café arábica, o clima não teve a mesma recuperação. As precipitações também foram abaixo do esperado durante o enchimento dos grãos em partes de Minas Gerais e São Paulo. Isso também pode comprometer o rendimento deste grão de café no país.
A influência do La Niña na colheita de café
Fenômenos climáticos sempre tiveram efeito na produção de qualquer plantação agrícola. O La Niña é um exemplo disso. De acordo com Moda, a previsão é que esse evento tenha seus efeitos no café, mas não para essa temporada de produção.
Segundo a profissional, as mudanças no clima são esperadas apenas para o terceiro trimestre do ano, quando a colheita brasileira já estiver finalizada. Em países como o Vietnã, o El Niño ainda vai exercer influência nas plantações atuais, reduzindo as chuvas esperadas pelos produtores.
No Brasil, a expectativa é que os dias continuem mais quentes e secos durante o final da safra 24/25, mas também há o risco de que estas condições persistam até o início da temporada 25/26. Segundo Laleska, o tempo seco vai manter a qualidade do grão e o rendimento da colheita em andamento. Porém, também pode afetar negativamente o início da próxima temporada e o desenvolvimento dos próximos grãos.
Leia também:
- Balança comercial do Brasil: entenda a importância das commodities
Quais as estimativas de exportação para o café brasileiro?
Com a redução da produção do Vietnã e da Indonésia, o Brasil já tem exportado mais café do que antes. Em 2023, o país atingiu níveis recordes e as previsões para 2024 são ainda melhores. No último mês de abril o Brasil registrou um aumento de 53,3% na exportação do café se comparado com o mesmo período do ano passado.
Abaixo, também é possível verificar os índices de exportação de cada café brasileiro nos últimos meses. Os gráficos levantados pela Hedgepoint mostram um crescimento considerável, principalmente no café robusta:
Exportações de Conilon Verde – Brasil (‘000 scs)
Exportações de Arábica Verde – Brasil (M scs)
“Nesta temporada, os primeiros dados já indicam uma estimativa elevada de exportação, principalmente para o café robusta. Esse grão vai prover parte da demanda que não será suprida pelos dois países asiáticos”, confirma a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.
Conforme indicado por Moda, os números esperados são otimistas. Para o café arábica, é estimada uma exportação de 35.2 milhões de sacas com a safra 24/25. Já o café robusta pode gerar em torno de 10.5 milhões de sacas exportadas – um número que já supera o ano anterior.
Inteligência de mercado contribui para uma tomada de decisão mais assertiva
A safra de café deste ano é delicada em relação à oferta e à demanda, principalmente no café robusta. Assim, espera-se que os preços continuem sustentáveis.
O Brasil continua como um grande player mundial nesta temporada. Por isso, é importante acompanhar todas as informações sobre o desenvolvimento da colheita para uma previsão segura dos preços do café.
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