Mercado agrícola: análise pós-WASDE report
O WASDE (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial, sigla em inglês) é um dos relatórios mais importantes para o segmento de commodities agrícolas. Publicado mensalmente pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês), o documento aborda dados atualizados sobre diversas culturas, indicando o movimento do mercado norte–americano e as expectativas globais.
Neste texto de blog, vamos acompanhar a análise completa de Ignacio Espinola, Analista de inteligência de mercado da Hedgepoint, sobre o último relatório WASDE, divulgado em fevereiro de 2025. O especialista acompanha a publicação desse report e compartilha insights completos sobre soja, milho e trigo. Veja abaixo e faça uma boa leitura!
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- Retrospectiva 2024: um ano de volatilidade e desafios no mercado de commodities
Análises para o mercado de soja
O profissional Ignacio Espinola começa a sua análise com a cultura da soja. Segundo o especialista, “os dados do WASDE não trouxeram grandes surpresas, mas ainda indicaram números diferentes do esperado pelo mercado”.
No Brasil, a estimativa para a soja permaneceu estável em 169 milhões de toneladas (Mt). Já na Argentina, houve um corte na produção, passando de 52 Mt em janeiro para 49 Mt em fevereiro, uma queda de 5,8%. Esse corte foi maior do que o aguardado, que era de 50,6 Mt.
No cenário global, os estoques finais de soja também foram reduzidos, passando de 128,4 Mt para 124,3 Mt. “Esse número representa uma queda de 3,1%. A estimativa ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa estoques de aproximadamente 128 Mt”, completa Ignácio.
Por fim, o especialista da Hedgepoint relata que os números do WASDE não devem impactar significativamente a Bolsa de Chicago. O relatório segue com indicações neutras à levemente altistas.
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Mercado agrícola: análises para o milho
Segundo Espinola, os ajustes de milho em relação à última atualização trouxeram estimativas esperadas para a América do Sul. Entretanto, os números dos Estados Unidos permaneceram inalterados, resultando em uma leitura neutra para o mercado.
Na Argentina, a projeção de produção para a safra 24/25 foi reduzida em 2%, caindo de 51 milhões de toneladas (Mt) para 50 Mt. “Essa alteração era esperada devido às condições climáticas recentes no país argentino”, completa Ignácio.
A redução de 1 Mt também foi aplicada para a produção brasileira de milho, passando de 127 Mt para 126 Mt, uma queda de 0,8%. Em relação à China, o relatório WASDE revisou as importações para baixo, caindo de 13 Mt para 10 Mt, uma diminuição de 23,0%.
“Com isso, os estoques finais de milho no país asiático passaram de 206,2 Mt para 203,2 Mt. Isso significa que a relação estoque/uso é de 65%”, relata o especialista.
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Estimativas para o trigo
O profissional da Hedgepoint começa a sua análise apontando que “o impacto do novo relatório WASDE na Bolsa de Chicago foi ligeiramente altista, apesar de não publicar grandes surpresas”.
Para os Estados Unidos, os estoques finais sofreram uma leve redução de 0,4%, passando de 21,7 milhões de toneladas (Mt) para 21,6 Mt. No cenário global, os estoques finais também foram revisados para baixo, de 258,8 Mt para 257,6 Mt. Essa queda representa uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior.
“Por fim, o documento não apresentou grandes mudanças para a região do Mar Negro. Entretanto, a preocupação permanece devido às recentes geadas que podem impactar a produção de trigo, especialmente na Rússia”, finaliza Espinola.
Acompanhe os relatórios do mercado agrícola WASDE
Acompanhar os relatórios WASDE é essencial para produtores, traders e empresas exportadoras e importadoras. Esses documentos fornecem informações detalhadas sobre a oferta e a demanda de commodities agrícolas em escala global. Também funcionam como um termômetro para o comportamento dos preços nos mercados futuros.
Além disso, esses dados permitem embasar decisões estratégicas, minimizar riscos e identificar oportunidades de hedge, especialmente em um contexto de alta volatilidade e incertezas climáticas. Para ficar atualizado, acesse a página oficial do WASDE.
Além das commodities abordadas neste artigo, o relatório também abrange a oferta e uso de açúcar, carne, ovos de aves e leite dos Estados Unidos, bem como estimativas globais. Veja o documento de janeiro na íntegra para as demais matérias-primas e acompanhe as próximas divulgações ao longo de 2025:
- 11 de março;
- 10 de abril;
- 12 de maio;
- 12 de junho;
- 11 de julho;
- 12 de agosto;
- 12 de setembro;
- 9 de outubro;
- 10 de novembro;
- 9 de dezembro.
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- Entenda a influência do Federal Reserve (FED) na economia brasileira
Confira os relatórios de análises no Hedgepoint HUB
Todo mês, os especialistas da Hedgepoint, como Ignacio Espinola, analisam as estimativas de produção e estoque dos relatórios WASDE. Você pode conferir esses levantamentos direto no Hedgepoint HUB.
No portal, você também encontra insights valiosos sobre oferta e demanda das commodities de energia, agrícolas e de moedas, além de análises sobre temas essenciais como decisões geopolíticas, projeções de safra, questões climáticas e mais. Acesse agora e confira as últimas publicações:
- Projeção de Safra: Soja Brasil – 2025 01 23
- Visão sobre a dinâmica do mercado
- Os preços do café podem seguir em alta em 2025?
- Balanço Global de Açúcar e Fluxo Comercial
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
Estados Unidos e o mercado de commodities
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2025 introduziu diversas políticas e ações que prometem influenciar o mercado de commodities. Nos primeiros dias de seu mandato, o republicano anunciou medidas que afetam principalmente os setores de energia e agrícola.
O novo presidente dos Estados Unidos trouxe mudanças significativas para o setor de energia. Suas políticas se concentram na expansão da produção doméstica de combustíveis fósseis, na redução de regulações ambientais e em novas tarifas para parceiros comerciais. Esse novo panorama tem impactado os fluxos comerciais, os preços globais e a segurança energética de diversas regiões do mundo.
As sanções impostas pelo governo aos produtores de petróleo e petroleiros russos geraram um ambiente de incerteza no mercado global de energia. Como resultado, grandes importadores como Índia e China buscam fornecedores alternativos, o que pressiona os preços do petróleo Brent e do Oriente Médio para cima. A capacidade desses países de diversificar rapidamente suas fontes de suprimento determinará o impacto nos orçamentos. .
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Mudança nos Fluxos Comerciais
De acordo com os especialistas da Hedgepoint, com a redução das importações russas, a Índia tende a aumentar sua dependência dos fornecedores do Oriente Médio. Isso pode reduzir a oferta na região e elevar os preços do petróleo, tornando a concorrência mais acirrada. O comportamento da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus ajustes na produção serão determinantes para a dinâmica do mercado nos próximos meses.
A Índia, que dependia da Rússia para cerca de 40% de suas importações de petróleo, enfrenta desafios na garantia de suprimento energético. O acesso limitado ao petróleo russo com desconto pode forçar o país a explorar novas parcerias e aumentar as importações de fontes já existentes. O sucesso dessas estratégias determinará a estabilidade energética do país a longo prazo.
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Impacto nos custos e preços
A nova administração americana sinalizou a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de petróleo do Canadá e do México, no dia 1º de março. Isso é especialmente relevante considerando que, entre janeiro e outubro de 2024, 66% de todas as importações de petróleo dos EUA vieram do Canadá, de acordo com a Energy Information Administration (EIA).
As tarifas sobre o petróleo canadense e mexicano podem resultar em custos mais altos para refinarias dos EUA, particularmente aquelas que dependem do petróleo bruto canadense. O aumento dos custos pode se traduzir em preços mais elevados para gasolina e diesel, afetando consumidores e a inflação doméstica. O impacto dependerá da capacidade das refinarias de absorver esses custos e da resposta das cadeias de suprimentos.
A nova direção da política energética americana
No primeiro dia de seu novo mandato, Trump assinou ordens executivas que favorecem o desenvolvimento de petróleo e gás no Alasca, revogam metas ambientais de Biden e facilitam a expansão da infraestrutura energética. Sua política prioriza a remoção de restrições ambientais e a aceleração do licenciamento de projetos de transmissão e oleodutos.
A exploração de petróleo no Ártico e no litoral dos EUA pode se tornar uma opção viável, mas os custos elevados tornam incerto se as empresas realmente investirão nessa expansão. Hoje, cerca de 40% da produção norte-americana está concentrada na Bacia do Permiano, e uma flexibilização nos licenciamentos de infraestrutura pode levar a uma maior produção nessa região.
O mercado de energia americano está passando por mudanças significativas. As sanções contra a Rússia, a imposição de tarifas sobre importações do Canadá e México, e a política de incentivo à produção doméstica podem redefinir os fluxos comerciais e os preços globais. Monitorar a resposta do mercado, os ajustes da OPEP+ e as estratégias de importadores-chave será essencial para entender a evolução do setor nos próximos anos.
Impacto no setor agrícola
A reeleição de Donald Trump levanta questões sobre os impactos no mercado de grãos, tanto nos EUA quanto globalmente. A experiência de seu primeiro mandato (2017-2020) pode oferecer pistas sobre o que esperar. Mudanças em tarifas comerciais, políticas de biocombustíveis e fluxos de exportação são fatores-chave a serem monitorados.
Embora tarifas comerciais sejam o foco de atenção, os impactos internos podem ser sentidos primeiro. Durante o governo Biden, muitas tarifas impostas por Trump foram mantidas, e um novo aumento poderia gerar volatilidade no comércio. No entanto, o fluxo atual de exportações já reflete essas barreiras.
A política de biocombustíveis nos EUA pode ser um dos principais fatores de impacto imediato. O etanol de milho e o farelo de soja são fundamentais para os agricultores americanos. Durante o primeiro mandato de Trump, a EPA concedeu isenções recordes a refinarias de petróleo, prejudicando o setor de energia renovável. Atualmente, a demanda interna por milho e soja supera as exportações: 55% da soja é destinada ao processamento interno, enquanto 42% são exportadas. No milho, 36% são utilizados para etanol e apenas 16% para exportação.
Mudança no Cenário Global
A China tem reduzido sua dependência da soja americana. Em 2023, importou 105 milhões de toneladas de soja, das quais 75% vieram do Brasil. Suas reservas aumentaram significativamente desde 2017/18, passando de 22,6 milhões para 46 milhões de toneladas em 2024/25.
O Brasil expandiu sua produção de soja durante a guerra comercial entre EUA e China e continua sendo o principal fornecedor de soja e milho para o país asiático. A desvalorização do real também favorece as exportações brasileiras.
O novo governo americano pode trazer mudanças significativas para o mercado de grãos, desde políticas de biocombustíveis até relações comerciais com a China. Embora tarifas possam gerar volatilidade, o fortalecimento da demanda interna nos EUA e a diversificação de fornecedores por parte da China mostram que o cenário atual é diferente do de 2017.
O Brasil continua a se consolidar como um dos principais fornecedores globais de soja e milho, e seu futuro dependerá de como os fatores políticos e econômicos se desenrolarão.
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- Crise imobiliária na China: impactos e estratégias para conter os efeitos
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
Destaques do mercado de petróleo
A IEA (Agência Internacional de Energia, sigla em inglês), publica todo mês um relatório com os destaques do mercado de petróleo a nível mundial. O report Short-Energy Outlook aborda dados sobre consumo global, oferta, estoques e mais.
Neste texto, você vai encontrar as principais atualizações sobre essa commodity abordadas no relatório, além de insights e informações sobre o mercado de petróleo. Confira abaixo e faça uma boa leitura!
Leia também:
- Perspectivas para o mercado de petróleo até 2030
Destaque do petróleo de acordo com a IEA
O primeiro Relatório do Mercado de Petróleo da IEA em 2025 cita diversos dados sobre 2024 e previsões para esse ano, começando pela procura mundial da commodity. De acordo com a companhia, a demanda global por petróleo apresentou um aumento sazonal no 4º trimestre do ano passado, registrando um crescimento anual significativo de 1,5 milhões de barris por dia (mb/d). Esse valor representa o maior nível desde o 4º trimestre de 2023 e supera em 260 mil barris por dia (kb/d) a previsão anterior. Entre os fatores que contribuem para esse aumento no consumo estão:
- Preços mais baixos de combustíveis;
- Temperaturas mais frias no Hemisfério Norte;
- Ampla disponibilidade de matérias-primas petroquímicas.
Para 2024, o crescimento anual foi definido em 940 kb/d, com um potencial aceleração para 1,05 mb/d em 2025. Referente à oferta global, a agência registrou um crescimento de 20 kb/d em relação ao mês anterior, alcançando 103,5 mb/d em dezembro 2024. Esse número representa um acréscimo de 390 kb/d em relação ao mesmo período do ano anterior (2023).
Para 2025, a estimativa da IEA é de que a oferta global de petróleo cresça 1,8 mb/d, atingindo 104,7 mb/d. A produção de países fora da OPEP+ deve subir 1,5 mb/d tanto em 2024 quanto em 2025, alcançando 53,1 mb/d e 54,6 mb/d, respectivamente.
Além de estimativas de oferta, o relatório da Agência Internacional de Energia indica dados sobre produtos refinados, estoques globais e preços. Veja abaixo os destaques:
- As atividades de refino de petróleo bruto cresceram 1,2 mb/d em dezembro, alcançando 84,3 mb/d;
- No comparativo anual, as operações de refino subiram 930 kb/d, com destaque para os Estados Unidos, Oriente Médio e África;
- Para 2025, espera-se um aumento de 660 kb/d nas operações de refino, após um crescimento de 510 kb/d em 2024;
- Os estoques globais de petróleo aumentaram 12,2 milhões de barris (mb) em novembro, alcançando 7.655 mb;
- Os estoques da indústria na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) recuaram 20,1 mb, ficando em 2.749,2 mb, 118,3 mb abaixo da média de cinco anos;
- Dados preliminares indicam que os estoques globais continuaram crescendo em dezembro;
- Os preços do petróleo ultrapassaram US$ 80 por barril no início de janeiro, impulsionados por sanções mais rigorosas ao petróleo russo e iraniano.
Leia também:
- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
De acordo com o levantamento da Reuters, os preços do petróleo caíram no final de janeiro após Trump solicitar o aumento na produção dos países da OPEP+ para reduzir os preços. Além disso, a queda de 3% na segunda-feira (27 de janeiro) aconteceu devido às perdas nas ações de tecnologia e energia de Wall Street e o crescente interesse na IA DeepSeek desenvolvida pela China.
O time da Hedgepoint aponta que o petróleo oscila devido a possíveis sanções de Trump a países produtores. Após conversas entre o governo americano e colombiano, os Estados Unidos recuaram na imposição de tarifas contra a Colômbia que poderia afetar o custo do petróleo importado.
Entretanto, a Agência Internacional de Energia também relata novas sanções do país norte-americano à Rússia com o objetivo de reduzir as receitas do setor petrolífero russo. Donald Trump já mencionou tarifas de 10% sobre produtos importados da China em 1º de fevereiro, além de possíveis taxas de 25% para o México e o Canadá.
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- Retrospectiva 2024: um ano de volatilidade e desafios no mercado de commodities
Em relação aos preços, a Hedgepoint afirma nos updates que os contratos futuros do petróleo Brent caíram 36 centavos, ou 0,5%, para US$ 78,14 o barril às 12h GMT de 27 de janeiro. O petróleo bruto WestTexas Intermediate dos Estados Unidos estava em US$ 74,27, uma queda de 39 centavos, ou 0,5%.
No HUB, também é possível analisar o comportamento do preço do petróleo na OPEP ao longo de 2024. O gráfico mostra a volatilidade dos valores no ano passado, além da média dos últimos 5 anos: – que servem como baliza para 2025:
Veja o último report referente aos preços dos produtos do petróleo:
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- Como os conflitos no Oriente Médio impactam o preço do petróleo na Ásia?
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Diversificação de hedge de commodities
O hedge é uma ferramenta essencial na redução de riscos financeiros associados à oscilação dos preços no mercado de commodities. A diversificação do hedge, neste cenário, é uma proposta ainda mais robusta e completa que protege as operações de produtores e consumidores em múltiplos horizontes.
Neste texto, vamos entender o que é a diversificação do hedge, suas vantagens para quem trabalha com commodities, além de possíveis resultados. Veja também a relevância de um planejamento eficiente e o papel de profissionais qualificados. Boa leitura!
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- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
Entenda a diversificação de hedge
A diversificação de hedge consiste no uso de diferentes instrumentos para gerenciar o risco financeiro do mercado de commodities em múltiplas frentes. Essa estratégia ajuda a mitigar os impactos de eventos inesperados, como tensões geopolíticas, mudanças climáticas ou crises econômicas, preservando a estabilidade de valores.
Com a cobertura de hedge mais completa, uma empresa pode ter um controle maior sobre as variáveis que impactam a sua receita. Neste caso, são aliados instrumentos como contratos futuros, swaps, opções vanilla, opções com barreira, opções digitais, opções strips, estruturas, etc. Veja abaixo exemplos de diversificação de hedge que podem se encaixar em diferentes situações e empresas:
1. Instrumentos para curto, médio e longo prazo:
Profissionais especializados em gestão de risco utilizam uma combinação de instrumentos financeiros para oferecer proteção em diferentes momentos do ciclo de mercado.
- Curto prazo: O foco é estabilizar os fluxos de caixa e proteger margens operacionais contra volatilidades imediatas, como mudanças repentinas nos preços ou na demanda.
- Médio prazo: A diversificação de hedge torna o portfólio mais resiliente, melhorando o perfil de crédito e possibilitando maior confiança para realizar investimentos estratégicos.
- Longo prazo: No longo prazo, a gestão de hedge contribui para a sustentabilidade operacional ao mitigar riscos estruturais, como mudanças nas políticas econômicas, crises setoriais ou alterações no cenário climático global. Isso também fortalece a competitividade e a capacidade de planejamento de longo alcance.
2. Hedge para importadores e exportadores
A volatilidade cambial e de preços é um dos maiores desafios para empresas que operam no mercado internacional. A diversificação de hedge é crucial para equilibrar esses riscos e proteger margens de lucro.
- Importadores: Empresas que dependem de insumos ou bens estrangeiros podem se proteger contra altas nos preços das commodities e desvalorização cambial, garantindo previsibilidade de custos.
- Exportadores: Combinando hedge cambial e de preços de commodities, exportadores conseguem garantir a competitividade de seus produtos no mercado externo e proteger sua receita contra flutuações adversas.
Para ambos os casos, podem ser utilizadas ferramentas como contratos de câmbio a termo ou swaps cambiais, estratégias de opções sobre futuros e hedges estruturados para preservar margens e minimizar riscos em cenários voláteis.
3. Hedge combinado com a gestão logística
Alinhar o hedge à gestão da cadeia de suprimentos oferece uma camada extra de proteção, especialmente em mercados altamente dependentes de insumos críticos.
- Exemplo prático: Um produtor de soja, por exemplo, pode usar hedge para proteger tanto os preços de sua produção quanto os custos com insumos essenciais, como diesel para máquinas ou fertilizantes importados.
- Benefícios: Essa abordagem integrada reduz riscos operacionais, aumenta a previsibilidade de custos e melhora a eficiência logística. Além disso, possibilita maior segurança na negociação de contratos de fornecimento e transporte.
- Ferramentas aplicadas: Contratos futuros e opções de commodities energéticas, como diesel ou gás natural, podem ser combinados com hedges tradicionais, oferecendo uma visão abrangente do gerenciamento de riscos logísticos.
4. Aliar o hedge a proteção de produtividade
Para produtores agrícolas, a volatilidade climática é um dos maiores riscos. A combinação de hedge tradicional com ferramentas de proteção de produtividade amplia a segurança financeira.
- Derivativos climáticos: Produtos como contratos baseados em índices de precipitação ou temperatura ajudam a proteger as receitas em casos de eventos climáticos extremos, como secas ou geadas.
- Exemplo prático: Um produtor de milho pode proteger sua receita tanto contra a queda nos preços de mercado quanto contra perdas de produtividade causadas por chuvas insuficientes.
- Vantagens: Além de reduzir riscos financeiros, essa estratégia permite ao produtor manter seus compromissos financeiros e reinvestir na próxima safra, independentemente das condições climáticas.
Leia também:
- O papel do hedge cambial nas operações de comércio exterior
Benefícios da diversificação de hedge
Os preços das commodities no mercado alteram conforme oferta, demanda, clima e mais. Essa volatilidade não é constante e muda ao longo do tempo. O FMI (Fundo Monetário Internacional) mantém o histórico das flutuações de preço das commodities desde 1992.
No gráfico abaixo, é possível analisar a inconstância dos preços nos últimos 20 anos:

Fonte: FMI
Um estudo da McKinsey & Company revela que um planejamento diversificado de hedge pode reduzir a volatilidade da margem EBITDA (métrica financeira que indica a lucratividade operacional de uma empresa) em 20% a 25% para companhias que dependem intensivamente de commodities. Essa redução significativa na exposição ao risco evidencia o valor do hedge bem elaborado.
Leia também:
- Hedge: guia para entender essa ferramenta e gerenciar riscos
Integração com outras práticas de gestão de risco
Além de um hedge diversificado, o gerenciamento de riscos financeiros também deve ser acompanhado por técnicas robustas de gestão e análise de mercado. Um planejamento completo garante vantagens como:
- Avaliação da eficácia das ferramentas de hedge aplicadas;
- Simulação de cenários;
- Perspectivas sobre o futuro das commodities;
- Análise e acompanhamento dos preços;
- Antecipação de quedas ou aumento dos valores;
- Suporte de profissionais qualificados;
Na Hedgepoint Global Markets, as empresas e os produtores contam com relatórios completos no HUB, além de cursos sobre hedge, calls de mercado com profissionais imersos e muito mais. Todos esses recursos são importantes na diversificação do hedge, garantindo qualidade e segurança em suas operações.
Inteligência de mercado no Hedgepoint HUB
Confira o HUB da Hedgepoint e veja os cursos e análises de mercado mencionados. No portal, os clientes têm acesso gratuito a todas as ferramentas financeiras e relatórios. Você também pode se cadastrar e conferir gratuitamente as principais funções da plataforma.
Leia também:
- Cursos de hedge disponíveis no Hedgepoint HUB
- Updates de mercado: como funcionam os relatórios Hedgepoint
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Progresso das safras de milho e soja no Brasil e na Argentina
As safras de milho e de soja desempenham um papel estratégico no mercado global de commodities. A América do Sul desponta como o principal continente para essas culturas, tendo o Brasil e a Argentina entre os principais produtores e fornecedores mundiais. A expectativa de produção para a safra 2024/2025 em ambos os países é de novos recordes, mesmo em condições climáticas desafiadoras.
A especialista Sol Arcidiácono, Coordenadora de Grãos da Divisão Latino-Americana da Hedgepoint, foi convidada para discutir o cenário da safra de soja e de milho em 2025. Acompanhe no texto as perspectivas da profissional, informações sobre clima, produção, preços, além da importância do hedge para os produtores sul-americanos. Boa leitura!
Leia também:
- O impacto das políticas monetárias brasileiras no mercado de commodities
Progresso da safra de soja
A produção global de soja é liderada pelo Brasil, com a Argentina alcançando o terceiro lugar no ranking. O rendimento de ambos os países têm forte impacto nos preços do produto, influenciando toda a cadeia produtiva e comercial dos principais mercados consumidores.
Segundo a especialista da Hedgepoint, “a Argentina exporta principalmente farelo e óleo de soja para a Índia e a Europa, enquanto o Brasil se destaca na exportação de grãos de soja, tendo a China como principal destino.”
Para 2024/2025, a safra brasileira de soja deve bater um novo recorde. De acordo com o relatório da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de dezembro de 2024 alcançou 166,211 milhões de toneladas — um aumento de 12,5% em relação à safra anterior e 6,7% superior ao recorde histórico do país.

Fonte: Conab
“Na próxima semana, o relatório da Conab deve aumentar ainda mais a projeção da safra 24/25, mesmo com números mais conservadores. O USDA é um pouco mais otimista e aponta um crescimento que atinge 169 milhões de toneladas”, ressalta Sol.
A especialista destaca que o início da safra de soja no Brasil enfrentou desafios neste ano devido ao atraso das chuvas. No entanto, a recuperação foi rápida, com o retorno das precipitações regulares. A chuva consistente no centro-norte do país contribuiu para elevar os níveis de produtividade.
Leia também:
- A importância da janela de semeadura da soja brasileira
Na Argentina, os dados do USDA relatam um aumento de produtividade em relação à temporada anterior. A expectativa da organização é de que o país alcance 52 milhões de toneladas métricas (MMT) em 2024/2025. Na safra anterior a produção foi de 48,210 MMT e a média dos últimos 5 anos é de 42,422 MMT.
Entretanto, Arcidiácono relata obstáculos desafiadores que impactaram a cultura da soja na Argentina nas últimas semanas de 2024 e início de 2025. ”O baixo nível de precipitação pode influenciar o rendimento da safra. As reservas de umidade ainda estão melhores que no ano passado, mas a situação preocupa”, afirma.
A Bolsa de Cereales da Argentina publicou em janeiro de 2025 os gráficos que acompanham as principais variáveis de produtividade. Confira:

Fonte: Bolsa de Cereales
“Janeiro é um mês decisivo para o desenvolvimento da soja na Argentina. A redução de 500 mil hectares na área plantada deve impactar diretamente a produtividade da safra”, finaliza Sol.
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- Café na América do Sul: expectativas para as safras do Brasil e da Colômbia
Progresso da safra de milho
No Brasil, o milho ainda está em sua primeira safra. O levantamento da Conab de dezembro indica uma leve redução de 1,5% em relação à temporada anterior. O número divulgado é de 22.614 milhões de toneladas, comparadas aos 22.962 da safra passada.
Segundo o USDA, a 1ª safra brasileira corresponde a 24% da produção anual. Para toda a temporada 2024/2025, a instituição estima que o rendimento será de 127,000 MMT, um crescimento de 5 MMT em comparação com o ano anterior.
A especialista da Hedgepoint também aponta um aumento produtivo no milho brasileiro. “Esperamos uma produção de milho melhor que a inicialmente prevista, com margens favoráveis e clima promissor”, relata.
Contudo, Arcidiácono afirma que “o milho da segunda safra é altamente influenciado pelas condições climáticas entre fevereiro e maio, períodos cruciais para seu desenvolvimento e colheita. Além disso, a crescente demanda doméstica por milho no Brasil tende a favorecer não apenas a produção primária, mas também a indústria, impulsionando toda a cadeia produtiva.”
Para a Argentina, Sol aponta expectativas parecidas com as brasileiras. A produção de milho também deve aumentar nos números finais devido a um bom clima e precipitação. O USDA estima um crescimento apertado de 1 milhão de toneladas em relação à safra passada. Veja os dados dos últimos 10 anos:

Fonte: USDA
A Bolsa de Cereales Argentina relata boas condições climáticas para essa cultura. Em janeiro, a condição hídrica foi apontada como 93% ótima ou adequada para o cultivo. “A produção de milho deve ser melhor do que se esperava originalmente, com margens evoluindo consideravelmente”, afirma a especialista.
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A competitividade no mercado: Brasil e Argentina
Além de estimativas produtivas, a especialista Sol Arcidiácono também abordou questões que impactam a competitividade dos produtos argentinos e brasileiros no mercado de commodities. A macroeconomia de cada país além de oferta expandida são alguns dos principais influenciadores de preço para 2025.
“Os valores da soja serão impactados pela supersafra brasileira e pela volatilidade crescente. O mercado será desafiador para os produtores, exigindo maior atenção às oportunidades do mercado”, afirma a profissional.
Além disso, Sol ressalta que as mudanças no poder de compra do real e do peso argentino impactam os produtos. A moeda brasileira perdeu valor no ano passado, aumentando a busca pelos produtos nacionais no mercado mundial. Já a moeda argentina se valorizou, diminuindo a competitividade das suas commodities.
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“As exportações de soja na Argentina saem perdendo porque enfrentam taxas mais altas. O risco climático no país também afeta a volatilidade dos preços”, completa a coordenadora da Hedgepoint. Segundo a especialista, o clima adverso na Argentina gera oportunidades de vendas antecipadas para os produtores locais. É importante monitorar o mercado e atuar de forma estratégica.
“Normalmente, os produtores esperam melhores preços no futuro, mas essa não é a forma ideal neste ano. É preciso estar atento às condições climáticas e à volatilidade para evitar perdas significativas”, completa Arcidiácono.
A importância do hedge para produtores e empresas sul-americanas
Essas alterações de clima e no câmbio de moedas são variáveis que aumentam o risco financeiro para produtores e empresas. Neste cenário, o hedge é uma ferramenta necessária para mitigar esse problema e proteger os players do mercado.
A Hedgepoint conta com especialistas em hedge de milho e soja na América do Sul, preparados para atender as necessidades de cada cliente. Entre em contato e conte com o gerenciamento de risco financeiro e uma equipe completa!
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
Acordos entre Brasil e China afetam preços da soja
Em 2024, a parceria comercial entre Brasil e China completou 50 anos, marcando meio século de cooperação. No ano, os dois países ampliaram suas relações comerciais, firmando 37 novos acordos bilaterais.
Hoje, o Brasil é o maior exportador de soja do mundo, enquanto a China se destaca como o principal comprador global. Essa interdependência tem sido um fator crucial para a aproximação dos governos e o fortalecimento das relações comerciais nos últimos anos.
Esse tipo de vínculo tem um impacto direto nos preços globais da soja. Neste texto, vamos explorar como a aproximação entre Brasil e China influenciou os preços do produto, o papel do hedge nesse contexto e outros aspectos relevantes. Boa leitura!
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Acordos Comerciais entre Brasil e China
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral alcançando um recorde de US$ 157 bilhões em 2023. Esse valor era de apenas US$ 6,6 bilhões em 2003, evidenciando a evolução notável nos últimos 20 anos. Além disso, o país latino-americano também é o maior fornecedor de alimentos para a nação asiática desde 2017.
Veja alguns dados levantados pelo Ministério de Agricultura e Pecuária Brasileiro (Mapa):
- Em 2023, as vendas para o mercado chinês responderam por 36,2% do total das exportações do agronegócio brasileiro;
- A China contribuiu para um aumento de US$ 9,53 bilhões nas exportações brasileiras entre 2022 e 2023;
- Entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil, a China foi o principal destino de oito deles;
- As importações brasileiras da China totalizaram US$ 1,18 bilhão em 2023;
- No primeiro quadrimestre de 2024, o Brasil exportou US$ 17,09 bilhões em produtos agrícolas para a China.
A diversificação dessa relação comercial é evidenciada pela troca de produtos e serviços. Entre as principais commodities exportadas pelo Brasil à China estão: soja, milho, açúcar, carne bovina, carne de aves, celulose, algodão e carne suína. Por outro lado, o país asiático exporta para o latino-americano produtos florestais, fibras e têxteis.
Veja os gráficos do Mapa que mostram os principais importadores de produtos brasileiros em 2001 e 2022. A China conquistou grande parte da oferta do Brasil e impactou os ganhos deste país consideravelmente:
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Novos acordos comerciais entre os países
O presidente chinês Xi Jinping visitou o Brasil para assinar 37 atos bilaterais abrangendo áreas como agricultura, energia, infraestrutura e comércio. Esses avanços reforçam o compromisso de longo prazo entre os dois países, impactando diretamente a cadeia de produção e comercialização de soja.
Entre os destaques estão:
- Planos de cooperação para o crescimento da indústria;
- Expansão de investimentos em infraestrutura logística para o agronegócio;
- Cooperações tecnológicas no setor agrícola;
- Novos marcos regulatórios para exportação de alimentos.
Veja a lista completa e detalhada.
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Aproximação entre Brasil e China afeta preços da soja
Os acordos assinados devem aumentar a demanda chinesa por produtos brasileiros, especialmente a soja. Esse crescimento tende a influenciar o mercado de commodities em outros países, como os Estados Unidos, outro grande exportador do produto para a nação asiática.
A eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é mais um fator que impulsionou essa volatilidade nos preços. O seu histórico de tensões comerciais com a China pode prejudicar as vendas de soja norte-americana para o país asiático, pressionando ainda mais os valores do produto em bolsa.
Agricultores estadunidenses também esperam investimentos menores do próximo presidente na produção de biocombustíveis. A soja tem boa participação neste mercado e a demanda pode diminuir sem grandes apoios governamentais.
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O papel do hedge na volatilidade do preço da soja
Essas expectativas de políticas menos favoráveis à exportação americana intensificaram a percepção de dependência chinesa do Brasil. São fatores como esse que aumentam a incerteza no mercado e a volatilidade dos preços da soja e de outras commodities.
Neste cenário, o hedge é uma ferramenta essencial para mitigar riscos financeiros. Com ele, produtores e traders podem travar preços futuros para a soja, mesmo que questões políticas e climáticas alterem os valores da matéria-prima.
Na Hedgepoint, oferecemos produtos de hedge customizados para reduzir a exposição às oscilações do mercado. Entre em contato com nossa equipe e entenda como proteger seu negócio financeiramente contra a volatilidade das commodities.
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Gestão de risco em tempos de volatilidade
A volatilidade é uma variável presente no mercado de commodities e tem papel fundamental na precificação de matérias-primas como a soja, o petróleo e mais. No cenário global, esses valores são ajustados conforme disponibilidade da oferta, comportamento da demanda, clima e outros. Para 2025, mudanças políticas em grandes economias, especialmente os Estados Unidos, adicionam um novo elemento de imprevisibilidade que impactará diretamente os mercados de energia, moedas e agricultura.
Pensando nisso, convidamos o Presidente da Hedgepoint Global Markets, Renato Dias, para abordar quais são as expectativas para o mercado de commodities no próximo ano. O profissional afirma que “o conceito de volatilidade no mercado só tende a se intensificar. Macrotendências, como economia e crescimento populacional, sempre impactaram o setor e vão continuar impondo flutuações constantes”. Nesse contexto, as ferramentas de hedge são mais relevantes do que nunca. Boa leitura!
A influência norte-americana no mercado de commodities
A eleição presidencial nos Estados Unidos já foi uma variável que impactou os preços das commodities em 2024. Para o próximo ano, a vitória de Donald Trump deve reacender o diálogo sobre tarifas e sanções comerciais, inclusive com a China. Renato Dias aponta que essa relação entre os países pode significar uma alteração no mercado.
“A mudança de governo nos Estados Unidos é uma das principais variáveis para 2025. Afinal, a política do país impacta diretamente o dólar, o comércio exterior e grandes commodities, como a soja. Se a China reduzir as compras com essa nação por conta de tarifas, o Brasil pode se tornar um fornecedor ainda mais importante para o país asiático”, relata Dias.
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O papel do clima na gestão de risco em 2025
Renato Dias aponta que o clima é uma das variáveis mais importantes no mercado de commodities, principalmente no setor agrícola. O Presidente da Hedgepoint lembra que o La Niña e o El Niño são os dois maiores eventos climáticos que impactam as produções ao redor do globo. A Organização Meteorológica Mundial (WMO) divulgou que há 55% de chance de La Niña se desenvolver entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.
“Os principais órgãos monitoradores do clima indicam que o La Niña deve se extender no primeiro trimestre. O que pode trazer bons impactos para algumas commodities, como para a soja no Brasil e para o açúcar na Índia. Porém, também atrasou a colheita de café no Vietnã”, completa Renato.
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A tecnologia e a inteligência artificial
O Presidente da Hedgepoint também aborda a evolução da inteligência artificial no mercado de commodities e no hedge. Embora a tecnologia seja uma grande parceira na eficiência destes setores, ainda há oportunidades a serem exploradas no uso de análises e estimativas.
“O mercado tem muito a percorrer até a aplicação efetiva da inteligência artificial no trade de commodities. Enquanto os especuladores já utilizam IA para análise técnica e de fundamentos, a comunidade de hedgers precisa acompanhar essa inovação para processar dados e tomar decisões de maneira ainda mais eficiente”, ressalta Dias.
De acordo com o profissional, as grandes tradings são as principais candidatas a liderar essa revolução tecnológica no mercado de commodities. Essas empresas contam com grandes recursos e investem pesado em inovação.
O investimento nesse setor tecnológico continua evoluindo e isso significa que produtores e consumidores vão tomar decisões cada vez mais assertivas. “Agora, o uso da IA é essencial para monitorar dados climáticos, balanços de oferta e demanda e movimentos de mercado em tempo real”, completa Renato.
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O papel da Hedgepoint na gestão de riscos de preços
Diante deste cenário volátil do mercado de commodities, o hedge desponta como uma ferramenta essencial para quem está exposto a flutuações de preço. Tanto a eleição de Trump, como o La Niña são exemplos práticos de variáveis que alteram o valor das matérias-primas no comércio internacional. Com isso, os produtos personalizados da Hedgepoint em gestão de risco são a resposta na proteção financeira.
No Hedgepoint HUB, os clientes da podem acessar extratos, relatórios e updates de clima e comportamento das commodities, além de cursos da área.
“Nosso modelo ágil de análise de mercado e o investimento em tecnologia fazem toda a diferença quando é preciso tomar decisões rápidas e informadas”, finaliza Dias.
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Entre em contato com a Hedgepoint e comece 2025 transformando riscos em oportunidades
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Mercado de commodities: retrospectiva de 2024
O ano de 2024 trouxe desafios importantes no mercado de commodities, influenciado por um cenário macroeconômico dinâmico e eventos climáticos significativos. A persistência da inflação nos Estados Unidos fortaleceu o dólar, enquanto mudanças nas políticas monetárias do BCE (Banco Central Europeu) e os impactos das eleições americanas adicionaram volatilidade ao panorama global.
No âmbito das commodities agrícolas, o clima adverso impactou os rumos do açúcar, café e cacau, com secas severas e custos elevados pressionando a produção em regiões-chave. Por outro lado, os grãos enfrentaram um cenário mais favorável, com recuperação na Argentina e produtividade elevada nos EUA, embora o clima seco no Brasil trouxesse novos desafios.
O setor energético também passou por altos e baixos: tensões geopolíticas impulsionaram os preços do petróleo, mas a demanda global enfraquecida sinalizou uma perspectiva de baixa para o próximo ano.
Esse balanço macro reflete os principais fatores que moldaram os preços e a oferta no mercado de commodities, destacando a complexidade e a interdependência desses mercados em um ano cheio de desafios e incertezas.
Neste artigo, a Hedgepoint faz uma análise completa dos principais acontecimentos no setor de commodities. Acompanhe o texto e veja todos os destaques apontados pelos nossos especialistas.
Resumo macroeconomia em 2024
Após um início de ano marcado por inflação persistente nos EUA, as pressões inflacionárias começaram a ceder, permitindo ao Federal Reserve (Fed) iniciar cortes nas taxas de juros em setembro, com uma redução de 50 pontos-base. Antes disso, o Banco Central Europeu (BCE) já havia dado início à sua flexibilização monetária em abril, resultando na depreciação do euro em relação ao dólar.
Mesmo com os cortes promovidos pelo Fed a partir de setembro, o dólar permaneceu valorizado, sustentado por incertezas ligadas às eleições americanas. Em novembro, com a confirmação da vitória de Trump, essas expectativas foram reforçadas, mantendo o dólar em patamares elevados.
A vitória de Donald Trump nas eleições trouxe especulações sobre uma agenda econômica inflacionária, com possíves cortes de impostos e políticas comerciais protecionistas. Enquanto isso, o BCE flexibilizou sua política monetária, melhorando a perspectiva econômica da região, mas depreciando o euro em relação ao dólar, que permanece forte devido à manutenção de taxas de juros mais altas por mais tempo.
Esse contexto macroeconômico evidenciou a complexidade de equilibrar estímulos econômicos e estabilidade cambial em um ambiente global de incertezas. Veja os dados levantados ao longo do ano sobre o Índice do Dólar Norte-Americano (DXY) e o JP Morgan Emerging Markets Currency Index (Usd):

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
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Clima e mercado de açúcar em 2024: desafios e projeções
O clima foi o principal protagonista no mercado de açúcar em 2024. A seca e os incêndios no Centro-Sul (CS) do Brasil sustentaram os preços, enquanto a recuperação das safras no Hemisfério Norte (HN) limitou a alta. A expectativa para 24/25 é de redução na produção brasileira após o recorde de 23/24.
O início forte da moagem no CS em 24/25, favorecido pela baixa precipitação, trouxe alívio para a oferta e pressionou os preços para baixo. No entanto, a persistência da seca e no fluxo comercial previsto para o final de 2024 e início de 2025 deram suporte aos preços. No entanto, a persistência da seca e o déficit comercial previsto para o final de 2024 e início de 2025 deram suporte aos preços. A disparidade entre a disponibilidade prevista para açúcar bruto e branco, pressionou o prêmio do açúcar branco.
As chuvas no CS começaram a beneficiar a safra 25/26, enquanto regiões como Europa, Tailândia e América Central indicam maior oferta futura. Além disso, a fraca demanda tem exercido pressão sobre os preços do açúcar, que encontram algum suporte nas restrições de oferta durante a entressafra brasileira.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
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Café em 2024: um ano de alta e volatilidade
As adversidades climáticas tornaram o ano desafiador para o mercado de café, com restrições na oferta e estoques abaixo da média em vários países produtores e consumidores. As quedas na produção no Brasil e no Vietnã foram os principais fatores por trás da oferta apertada e da volatilidade dos preços.
No Vietnã, a produção reduzida em 23/24 deixou estoques menores, com agricultores relutantes em vender, mesmo com preços mais altos. As condições climáticas quentes e secas no início de 2024 aumentaram os riscos para a safra 24/25, pressionando os preços do robusta e, consequentemente, do arábica. Na Ásia, a escassez de robusta no Vietnã prejudicou o comércio.
Os preços do café voltaram a subir em novembro, impulsionados por tempestades na América Central e preocupações com uma pequena safra de arábica no Brasil em 25/26. Esse cenário levou os futuros de arábica a novos recordes, enquanto os preços do robusta também registraram altas significativas.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Mercado de grãos: fundos, clima e incertezas geopolíticas
O ano foi marcado por fatores macroeconômicos e climáticos que moldaram o mercado de grãos. Fundos permaneceram vendidos durante todo o ano, refletindo o sentimento pessimista impulsionado por safras robustas nos EUA e na Argentina, além de condições climáticas favoráveis no Brasil.
A guerra no Mar Negro também impactou o setor, com ataques russos danificando portos estratégicos e afetando o comércio de grãos na região. Na Argentina, a produtividade de soja voltou aos níveis normais após a seca de 2023, enquanto problemas como a praga Chicharrita reduziram as estimativas de milho.
Na China, compras estratégicas no mercado à vista pressionaram os preços, enquanto o país buscava diversificar suas fontes antes da posse de Donald Trump. A reeleição de Trump trouxe incertezas sobre a guerra comercial, com o fortalecimento do dólar e o aumento dos estoques chineses reduzindo as exportações americanas e pressionando os preços na CBOT.
Apesar das boas safras no Hemisfério Sul, o clima seco no Brasil atrasou o plantio de soja e ameaçou o milho nos EUA. As chuvas no final do ano ajudaram a melhorar as condições de plantio no Brasil e na Argentina e sustentaram a logística americana, mas o ambiente político e geopolítico ainda adicionou volatilidade aos preços.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Óleos vegetais em 2024: China, margens e dólar forte
O mercado de óleos vegetais foi impactado por dinâmicas econômicas e políticas globais, com destaque para a China, margens de moagem reduzidas e um dólar fortalecido. Ao longo do ano, rumores sobre o adiamento da EUDR também influenciaram o mercado.
O dólar americano forte desempenhou um papel importante nos meses finais de 2024, tornando o óleo de soja mais competitivo em relação ao óleo de palma. No entanto, os baixos números de produção e os preços locais elevados na China impulsionaram os futuros do óleo de palma. A atividade dos fundos, especialmente no óleo de soja, sustentou os preços, enquanto realizações de lucro no meio do ano pressionaram os valores do óleo de palma.
Com a recuperação das margens de moagem na China, a atividade econômica voltou a ganhar força, apoiando o mercado. A escassez de oferta na Tailândia e o aumento das importações pela Índia contribuíram para uma recuperação no óleo de palma. As decisões políticas do governo Trump, especialmente sobre tarifas, são aguardadas e podem alterar ainda mais o equilíbrio entre os óleos vegetais.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Produção de cacau: desafios e perspectivas de recuperação
A produção global de cacau enfrentou grandes desafios no período de 23/24, com a Costa do Marfim e Gana registrando volumes abaixo da média devido ao clima extremo, altos custos de produção e crises econômicas. Embora haja uma expectativa de recuperação em 24/25, os números ainda devem ficar aquém do esperado, especialmente em Gana.
No início de 2024, os preços começaram a reagir a uma oferta global mais restrita, mas o mercado ainda acreditava em cortes na demanda devido aos preços mais altos. Tanto a Associação de Cacau da Ásia quanto a da Europa informaram que a moagem caiu no final do ano anterior. Porém com os desafios climáticos das principais regiões produtoras, o cacau atingiu recordes sucessivos durante o primeiro e início do segundo semestre.
Apesar de previsões otimistas, como o aumento da produção da Costa do Marfim para 2 Mt em 24/25, o índice de estoques globais caiu para o menor nível em 50 anos, mantendo o mercado em alerta sobre os impactos climáticos e fitossanitários nas próximas safras.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Geopolítica e petróleo: os destaques de 2024
O cenário geopolítico definiu os rumos do mercado de energia em 2024. Conflitos como o de Israel e Hamas, além da guerra entre Ucrânia e Rússia, impulsionaram os preços do petróleo, enquanto a demanda global enfraquecida, especialmente na China, trouxe perspectivas de baixa para 2025.
O ano começou com suporte aos preços devido às baixas temperaturas nos EUA, que interromperam a produção e as operações de refinarias. Em abril, os ataques relacionados ao conflito entre Israel e Hamas, incluindo tensões diretas com o Irã, elevaram os prêmios de risco.
A partir de agosto, sinais de demanda enfraquecida, especialmente com a queda nas importações de petróleo pela China, aumentaram as preocupações no mercado. Com a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA em novembro, espera-se um estímulo à produção de combustíveis fósseis e ao aumento da produção doméstica.
Apesar disso, o aumento da oferta global combinado com uma demanda asiática mais fraca resultou em um tom mais pessimista para as commodities energéticas no final do ano, preparando o mercado para uma transição em 2025.

Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Leia também:
- Perspectivas energéticas para o Sudeste Asiático de acordo com a IEA
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Conflitos no Oriente Médio e o impacto no petróleo asiático
O Oriente Médio desempenha um papel estratégico no mercado global de petróleo, concentrando alguns dos maiores produtores da commodity, como Arábia Saudita, Irã e Iraque. No entanto, essa é também uma região marcada por instabilidade geopolítica.
Conflitos recentes em áreas de produção de petróleo no Oriente Médio têm levantado preocupações sobre o impacto que esses eventos podem ter no abastecimento e nos preços globais. A Ásia, em especial, é uma das regiões mais impactadas por esses conflitos devido à sua forte dependência do petróleo importado dessa região.
Diante deste contexto, convidamos o especialista Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, para explicar como essa situação afeta o mercado de petróleo na Ásia. Confira a seguir os principais pontos abordados pelo profissional e boa leitura.
Leia também:
- Dia mundial do petróleo: perspectivas para o futuro do mercado
O Oriente Médio e o mercado de petróleo
Alguns dos principais países envolvidos em conflitos geopolíticos na história moderna são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A instituição busca regular o mercado global de petróleo e garantir preços mais estáveis para a commodity.
● A influência do Irã nos preços do petróleo
O Irã foi o quarto maior produtor de petróleo bruto da OPEP em 2023. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o país possui a terceira maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com 12% do total, enquanto suas reservas no Oriente Médio representam 24%. O Brasil produz cerca de 3M de petróleo, chegando 4M com outros líquidos. Veja os dados de produção da nação em comparação com outros países:

Fonte: EIA
“A expectativa e que uma escalada possa prejudicar o comércio de petróleo, afetando o abastecimento e impulsionando o preço das commodities energéticas”, explica Arduin.
● Rotas de entrega para a Ásia
O especialista da Hedgepoint também aponta a influência dos conflitos no Oriente Médio sobre as rotas de entrega de petróleo para a Ásia. Segundo ele, “o fluxo de petróleo destinado aos países asiáticos passa pelo Oriente Médio. Assim, qualquer interrupção nessa rota logística impacta imediatamente os preços dos barris que chegam até lá.”
O Estreito de Ormuz, por exemplo, é uma das principais rotas para o petróleo asiático. Aproximadamente 20 a 30 milhões de barris passam por essa via diariamente, representando 21% do petróleo comercializado globalmente. Caso o Irã interrompa essa passagem, o continente pode sofrer com a oferta reduzida.
Leia também:
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Sanções econômicas aos países em conflito
De acordo com Arduin, as principais economias do mundo têm aplicado sanções econômicas aos países em conflito, especialmente ao Irã. O objetivo é limitar seu apoio a grupos envolvidos e conter sua participação nas ações.
Segundo a Administração de Informações Energéticas dos EUA (EIA), a China é o segundo maior consumidor de petróleo no mundo. O especialista relata que a nação asiática depende fortemente das importações da commodity vindas do Oriente Médio.
“A China absorve boa parte da oferta sancionada do Irã, principalmente por ser mais barata. A nação asiática não adere a essas sanções impostas pelo Ocidente”, completa o especialista.
Arduin também ressalta que as sanções dos Estados Unidos foram tema recorrente nas eleições americanas. A gestão atual evitou aplicar novas sanções para não afetar a produção de petróleo no Oriente Médio e influenciar uma alta nos preços.
Leia também:
- Eleições nos Estados Unidos e o mercado energético: quais as propostas de cada candidato?
O impacto dos conflitos nos preços do petróleo na Ásia
Devido à importância do Irã no mercado petroleiro, os conflitos envolvendo o país têm impactado os preços do produto internacionalmente. Em outubro de 2024, o valor do barril subiu mais de 5% nos mercados globais após o país se envolver em novos confrontos contra Israel.
Com a expectativa de uma retaliação israelense, os futuros do petróleo continuaram a subir. Segundo a S&P Global, o WTI (West Texas Intermediate – referência para o preço do petróleo na Bolsa de Valores) de dezembro da NYMEX fechou em alta de US$ 1,59 no final de outubro, a US$ 71,78 por barril. O Brent de dezembro da ICE subiu US$ 1,67, para US$ 76,05 por barril.
“O preço do petróleo sobe rapidamente quando surgem tensões, mas também cai assim que há um esfriamento. Foi o que observamos em outubro: o petróleo chegou a quase US$ 80 e depois voltou para a faixa dos US$ 70”, completa Arduin.
Enquanto isso, a Arábia Saudita elevou os preços para compradores asiáticos para cobrir os riscos e a volatilidade do mercado. Em outubro, uma produtora estatal do país aumentou o preço oficial de venda de seu principal tipo de petróleo bruto em 90 centavos, especialmente para compradores da Ásia. Ao mesmo tempo, a empresa reduziu o preço para os Estados Unidos e a Europa.
Leia também:
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O especialista também destaca que a OPEP tem reduzido a produção para sustentar os preços do petróleo, embora a organização tivesse previsto um aumento na produção de outubro a dezembro.
“Com os conflitos geopolíticos, esse crescimento na oferta não está acontecendo. Isso também pressiona os preços do petróleo”, afirma Arduin.
A China é um dos países asiáticos mais afetados pelo aumento dos preços, por ser a maior importadora de petróleo do mundo. “A China tem utilizado estoques como amortecimento no curto prazo e investe em energia renovável para reduzir sua dependência do petróleo do Oriente Médio no longo prazo”, finaliza Arduin.
Leia também:
- Crise imobiliária na China: impactos e estratégias para conter os efeitos
Como se proteger da volatilidade no mercado energético mundial
Diante deste cenário de volatilidade, ferramentas de hedge tornam-se essenciais para empresas que desejam se proteger das oscilações de preço no petróleo. Segundo Arduin, o hedge é indispensável para minimizar o impacto das flutuações de valores.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
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