O potencial do mercado de biobunker no mundo
Entenda o quanto o mercado de biobunker pode evoluir nos próximos anos, o que impulsiona esse mercado, desafios para o futuro e mais.
O bunker é um combustível marítimo que abastece navios de carga e de passageiros. O biobunker é uma alternativa que substitui parcialmente o diesel utilizado no bunker por um biodiesel produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais. Seu objetivo é ampliar a diversidade da oferta energética para esses navios, além de reduzir as emissões de carbono, utilizando uma fonte renovável.
Atualmente, o biobunker é usado apenas em misturas com o diesel tradicional. Contudo, o mercado para esse combustível está em evolução, e sua demanda deve crescer nos próximos anos. Neste texto, vamos explorar o potencial desse biocombustível no mercado energético, seus desafios futuros e mais. Boa leitura!
O que pode impulsionar a demanda de biobunker?
A produção e demanda global de biocombustíveis têm crescido em todo o mundo. Políticas globais se tornaram os maiores incentivos para o uso do biobunker e outras fontes limpas, principalmente no combate às mudanças climáticas. A vantagem do biobunker nesse cenário sustentável é que ele oferece uma solução “drop-in“, ou seja, pode ser utilizado diretamente nos motores dos navios sem necessidade de adaptação tecnológica.
Na União Europeia as iniciativas de controle de emissões de carbono já estão em andamento. O continente implementou um sistema de comércio de emissões para grandes navios, visando regulamentar as emissões de gases de efeito estufa no transporte marítimo.
Além disso, a Europa vai implementar o FuelEU Maritime em 1º de janeiro de 2025. O programa aumentará a participação do biobunker na mistura de combustíveis do transporte marítimo internacional dentro da UE. A iniciativa começará com uma redução de 2% nas emissões de carbono em 2025, aumentando para 6% em 2030 e atingindo 80% até 2050.
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As metas ESG (environmental, social, and governance) de empresas ao redor do mundo também devem impulsionar a demanda por biobunker. Muitos países estão desenvolvendo políticas e acordos relacionados ao ESG para incentivar práticas sustentáveis.
Essas iniciativas já têm impactado o consumo de biobunker. A Bunker Holding, maior comerciante de combustível marítimo do mundo, espera que a demanda dobre até 2025 devido às legislações incentivadoras. De acordo com a IEA Bioenergy (braço da Agência Internacional de Energia), o biodiesel usado no biobunker e o biojato representarão quase metade da expansão futura dos biocombustíveis. A organização prevê que a demanda por essas fontes crescerá 38 bilhões de litros até 2028, com destaque para os países emergentes, especialmente o Brasil.
A utilização do biobunker atualmente
As iniciativas sustentáveis têm mostrado resultados no incentivo ao uso do biobunker. A S&P Global relatou que a demanda pelo biocombustível em Singapura, o maior porto de abastecimento do mundo, continua a crescer. Conforme dados da Autoridade Marítima e Portuária local, as vendas de biobunker saltaram de 140.200 toneladas em 2022 para 518.000 toneladas em 2023.
Essa evolução no consumo já demonstra o compromisso das grandes empresas marítimas em adotar combustíveis mais limpos. Com as metas de emissões net-zero se tornando mais ambiciosas até 2050, espera-se um crescimento contínuo na demanda por biobunker.
Inicialmente, a maior parte dessa procura deve se concentrar nos maiores portos do mundo. Em Roterdã, as vendas totais de biobunker alcançaram 752.000 toneladas, com a Autoridade Marítima local relatando crescimento na demanda desde o início de 2023:
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O potencial do Brasil no mercado de biobunker
O Brasil, segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, desempenha um papel importante na produção de biobunker. Atualmente, o país tem uma demanda potencial de 4 milhões de toneladas anuais de biocombustível marítimo.
Em julho de 2024, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) autorizou a Petrobras a vender óleo bunker com uma mistura de 24% de biodiesel. Testes realizados pela agência indicaram uma redução nas emissões de carbono entre 17% e 19%.
Outras empresas devem seguir o exemplo, buscando a mesma autorização e estimulando a produção e demanda de biobunker no Brasil. A IEA prevê que economias emergentes, como o país latino-americano, impulsionarão até 70% do crescimento global de biocombustíveis nos próximos cinco anos.
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Custo de produção: principal desafio para o futuro do biobunker
Segundo a IEA, os biocombustíveis geralmente custam mais do que os combustíveis fósseis com os quais são misturados. A própria agência estima que os custos de produção de biocombustíveis avançados, como o biobunker, variam entre 65 e 158 EUR/MWh (megawatt-hora) para produção baseada em biomassa e entre 48 e 104 EUR/MWh para produção com resíduos. Em comparação, os combustíveis fósseis têm um custo médio de 30-50 EUR/MWh.
Abaixo podemos ver a diferença entre os preços do biodiesel e do VLSFO (Óleo Combustível com Teor de Enxofre Muito Baixo), um dos combustíveis marítimos mais utilizados atualmente no mercado:
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O papel do hedge em um mercado em expansão
O biobunker oferece uma solução promissora para a descarbonização do transporte marítimo. Com o apoio de governos e empresas, esse produto tem grande potencial de expansão. No entanto, como em qualquer mercado em crescimento, há incertezas, especialmente quando um rápido aumento pode trazer oscilações nos preços.
O hedge desempenha um papel crucial na proteção contra essa volatilidade. Ele permite que empresas se protejam das flutuações de preços, fixando valores ou limitando perdas potenciais. No mercado de petróleo, por exemplo, é possível usar contratos futuros para travar o preço de venda por um período, evitando a exposição à volatilidade.
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