Entenda como o preço do trigo é formado
O trigo é uma das commodities agrícolas mais importantes, servindo como base para a segurança alimentar global. De acordo com os dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), essa cultura é a segunda maior do mundo em termos de área cultivada e no volume total de produção. Na safra 2024/2025, por exemplo, o trigo produzido no planeta chegou a quase 797 milhões de toneladas, atrás apenas do milho (1,2 bilhões de toneladas).
Além de sua importância no mercado alimentício, o trigo tem grande peso na economia agrícola mundial. Por ser uma commodity, o seu preço é volátil. Portanto, fatores climáticos, geopolíticos e até mesmo logísticos influenciam diretamente a formação de valor do trigo, tanto no campo quanto nas bolsas internacionais.
Neste artigo, vamos explorar como se forma o preço do trigo, além de formas de mitigar os riscos associados à volatilidade deste mercado. Boa leitura!
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Fatores que influenciam no preço do trigo pago ao produtor
A primeira fase de precificação do trigo começa ainda na lavoura, já que o valor varia conforme a qualidade do grão. Características específicas têm papel fundamental na precificação e também impactam diretamente o tipo de produto final que ele poderá derivar, como farinha para panificação, massas ou biscoitos.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) descreve os métodos utilizados para avaliar a qualidade do trigo no Brasil. Os critérios incluem:
- Teor de glúten: indica a quantidade de proteínas formadoras de glúten na farinha. Essas proteínas são responsáveis pelas propriedades funcionais da farinha de trigo.
- Peso hectolitro: é influenciado pela uniformidade, forma, densidade, tamanho do grão e presença de impurezas ou grãos quebrados, sendo um indicativo da sanidade do grão.
- Número de queda (falling number): mede a atividade enzimática dos grãos, sendo importante para avaliar a germinação do trigo.
- Umidade, impurezas e grãos avariados: influenciam a conservação e o processamento do grão.
Essas análises seguem metodologias rigorosas que estabelecem padrões para cada uma das variáveis. Além da qualidade, outros fatores influenciam diretamente no preço pago ao produtor:
- Localização geográfica: regiões mais isoladas tendem a receber preços menores devido à logística e à infraestrutura.
- Oferta e demanda regional: o excesso de produção em um local pode pressionar os preços do produtor para baixo. Por outro lado, a escassez tende a valorizá-los.
- Custo de transporte e armazenagem: variáveis que também influenciam o valor líquido recebido pelo produtor. Maiores ou menores custos são refletidos no valor final.
- Política agrícola: alguns produtores recebem subsídios, programas de garantia de preços e mais. Essas políticas podem controlar os valores recebidos pelo agricultor.
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Principais influenciadores de preço do trigo no mercado global
Além dos fatores que influenciam o preço destinado ao agricultor, também há variáveis que alteram o valor do trigo no mercado de commodities. Veja e entenda cada uma abaixo:
● Oferta e demanda
Grandes colheitas em regiões produtoras de trigo (como Rússia, Ucrânia ou Estados Unidos) podem gerar uma queda nos preços desta cultura no mercado internacional. Entretanto, problemas climáticos, guerras ou embargos comerciais podem afetar a produção e a logística do trigo, limitando a oferta e impulsionando os preços.
● Clima
A produção agrícola depende do clima. Fenômenos como El Niño e La Niña afetam diretamente o rendimento das lavouras. Além disso, secas severas, excesso de chuvas e até mesmo nível da cobertura de neve podem comprometer a produtividade e a qualidade do trigo e de outros grãos, alterando o equilíbrio entre oferta e demanda.
● Estoques globais
Os estoques dos principais países produtores funcionam como reservas para o mercado. Esses estoques são utilizados para garantir a disponibilidade e “segurar” os preços quando a oferta cai. Porém, estoques baixos podem aumentar a sensibilidade do mercado e a volatilidade dos preços.
● Taxa de câmbio
O trigo é uma commodity, ou seja, comercializado internacionalmente e cotado principalmente em dólar. Desta forma, qualquer valorização ou desvalorização da moeda norte-americana impacta os preços locais. Um dólar forte tende a encarecer o trigo para países importadores, o que pode reduzir a demanda. Um dólar mais fraco facilita a exportação e aumenta a busca pelo produto.
● Mercados futuros
As bolsas de futuros, como a CBOT (Chicago Board of Trade), são grandes formadoras de preço para o trigo. Os contratos negociados ali indicam as expectativas em relação à oferta, à demanda, ao clima e ao cenário geopolítico. Por isso, qualquer movimento especulativo nesse mercado também impacta a formação dos preços internacionais.
● Fatores macroeconômicos e geopolíticos
Inflação, taxas de juros, crescimento econômico global e conflitos internacionais influenciam diretamente o comércio de trigo. Um exemplo recente é a guerra entre Rússia e Ucrânia, dois dos maiores exportadores globais, que desestabilizou os fluxos comerciais e impactou os preços.
Não é só o trigo que é impactado por esses fatores macroeconômicos. Os demais produtos agrícolas e outras commodities também têm seu preço definido conforme o mercado. É por isso que a volatilidade faz parte deste segmento e soluções financeiras são utilizadas para gerenciar os riscos que essa flutuação de valores representa a agricultores, importadores, exportadores e mais.
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Como gerenciar os riscos da volatilidade?
Como visto neste artigo, os preços do trigo e de outras commodities agrícolas flutuam conforme oferta, demanda e mais. É neste cenário que os produtos de hedge se tornam necessários, especialmente em meio às incertezas climáticas e variações cambiais.
Ao utilizar instrumentos financeiros como contratos futuros e opções, produtores, cooperativas e indústrias podem travar preços com antecedência, protegendo-se das variações nas bolsas. Na Hedgepoint Global Markets, você encontra inúmeros especialistas de hedge com foco no mercado agrícola. Entre em contato e saiba mais sobre essas vantagens!
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