Commodities agrícolas: panorama de café para 2025
Anualmente, a equipe de inteligência de mercado da Hedgepoint publica um outlook das principais commodities agrícolas mundiais. Em 2025, a especialista Laleska Moda levantou uma cobertura completa sobre o café global, incluindo dados sobre oferta, demanda, preços e diversos outros temas relevantes para o setor.
O documento na íntegra pode ser acessado gratuitamente por clientes no Hedgepoint HUB, mas você pode conferir os principais insights fornecidos pela profissional neste artigo. Veja abaixo os pontos abordados e faça uma boa leitura:
- Café no Brasil;
- Oferta em outras origens;
- Volatilidade dos preços;
- Balanço global.
Leia também:
- Análise Hedgepoint para o mercado agrícola mundial pós-WASDE report
Café brasileiro: clima gera impacto na oferta mundial
O mercado de café segue desafiador para 2025, influenciado por fatores climáticos no Brasil. O país enfrentou um forte período de seca até setembro de 2024, com as chuvas retornando às regiões produtoras no final do ano – o que favoreceu o desenvolvimento das flores e o enchimento dos grãos.
“No entanto, o impacto negativo do clima adverso ao longo de 2024 ainda deve refletir na produção de 2025/26. Além disso, apesar das chuvas volumosas no início de fevereiro, o clima voltou a ficar seco e quente no Brasil”, acrescenta Laleska.
Para o café Arábica, a expectativa da equipe da Hedgepoint é de queda de 4,9% devido ao clima e à redução de área, com produção estimada em 41,1 milhões de sacas. Já o Conilon deve apresentar uma recuperação de 14,3% (23 milhões de sacas), alcançando 64,1 milhões de sacas de café. Diante da atual situação climática, estes números ainda podem ser revisados.
“Apesar desse crescimento, os estoques menores podem limitar as exportações nos próximos meses. Em termos de demanda total, os preços atuais do Arábica podem cair, mas o Conilon deve aumentar, devido ao nível dos spreads”, relata a especialista.
● Comercialização no Brasil
O outlook da Hedgepoint traz dados sobre os níveis médios de comercialização brasileira. Os números de dezembro mostram que grande parte da safra de 2024/2025 já foi vendida, o que limita a oferta do país nos próximos meses.
Até o momento, o Brasil tem suprido a demanda por café. Entretanto, a entressafra nacional contará com menor disponibilidade do grão e um estoque reduzido, especialmente para o Conilon.
“O declínio da oferta em outras origens deve aumentar as exportações totais da atual temporada de café, alcançando níveis recordes. Porém, os embarques dos próximos meses (e em 2025/2026) podem ser limitados – como já refletidos nos embarques de Conilon em janeiro”, aponta Moda.
Leia também:
- Estados Unidos: a influência no mercado de commodities
Oferta limitada de café em outros países produtores
A analista aponta que a produção de outras origens também contribui para oferta limitada em nível global. Segundo a especialista, “as estimativas são de que o Vietnã apresente uma recuperação da oferta apenas em 2025/26, caso o clima seja favorável. Além disso, com o atual aumento de preços na bolsa e no Brasil, os agricultores de outros países estão retraídos, esperando preços ainda mais altos”.
Na Indonésia, a recuperação esperada na produção não será suficiente para suprir a queda no Vietnã. Normalmente, nesta época do ano as exportações da Indonésia tendem a reduzir, enquanto os grãos vietnamitas entram no mercado. Em Honduras e no México, a produção deve ser menor, compensada parcialmente pela Colômbia (que busca uma recuperação prevista para 12,5 milhões de sacas).
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- Safra 2024/2025 de milho e soja: Brasil e Argentina em busca de recordes
Alta volatilidade no mercado de café mundial
Laleska cita no outlook anual da Hedgepoint que os preços do café trazem riscos ao mercado. O Arábica atinge novos atingiu recordes em fevereiro e o recente aumento das margens iniciais na ICE (Intercontinental Exchange) também inflacionou o mercado.
“Ao mesmo tempo em que os spreads do Arábica se alargam, os de Robusta retraem. Essa retração reflete o abrandamento das preocupações com a oferta a curto prazo, especialmente com a safra 2024/2025 no Vietnã e a perspectiva de maior oferta no Brasil em 2025/2026. Por outro lado, as recentes preocupações do lado do arábica também podem influenciar o comportamento dos preços do robusta ao longo do ano”., aponta a especialista.
No Brasil, os preços do café não acompanharam a alta dos futuros. Moda relata que os valores internos do país subiram acentuadamente em janeiro, mas o basis tem recuado com força, também refletindo a desvalorização do dólar frente ao real.
“É importante ressaltar que em outras origens, os diferenciais do arábica lavado recuaram nas últimas semanas. Entre os fatores responsáveis estão o pico da colheita nos países centrais e na Colômbia, os futuros em alta e compradores pressionando por preços melhores”, aponta Laleska.
Já o diferencial brasileiro, que vinha em forte alta, ficou estável em fevereiro. No caso do robusta, os diferenciais do Vietnã retornam a patamares negativos, algo não visto desde 2023 – refletindo um aumento na oferta e uma demanda mais fraca do que observado antes.
● Demanda no maior consumidor de café mundial
A União Europeia está no topo do ranking quando se trata do consumo de café. Conforme os dados da Hedgepoint, a região ainda não mostrou sinais de fraqueza em sua demanda. Entretanto, a analista de inteligência de mercado ainda enxerga uma mudança, especialmente neste início de ano.
“Conforme a alta dos futuros pode ser repassada ao consumidor final neste primeiro trimestre, será importante avaliar se teremos alguma reação no consumo aparente da UE. Neste caso, também será essencial acompanhar o movimento dos estoques europeus: eles encerraram 2024 em alta, em comparação com 2023, refletindo as importações volumosas do bloco nos últimos meses (reflexo da EUDR), mas continuem abaixo da média histórica”, acrescenta.
Balanço geral para o café em 2025
A especialista prevê um déficit para 2024/2025, resultando em um quarto ano consecutivo de queda. A projeção é que a oferta total ainda deve permanecer abaixo da demanda.
“Para 2025/2026, a queda esperada na produção brasileira pode limitar uma recuperação da oferta, embora ainda seja cedo para estimativas nos demais países. Do lado da demanda, por enquanto, prevemos uma estagnação, mas ajustes poderão ser feitos nos próximos meses”, aponta.
Em relação ao Arábica, espera-se uma queda no consumo. No entanto, devido aos níveis de arbitragem, parte dessa demanda pode migrar para o robusta, especialmente com a recuperação projetada do Conilon no Brasil em 2025/2026. Por outro lado, um aumento na procura pelo robusta pode levar a uma nova redução nos estoques da variedade.
Leia também:
- A importância da diversificação de hedge no mercado de commodities
Acompanhe dos demais outlooks de 2025
Além do relatório anual de café, a Hedgepoint Global Markets vai publicar dados sobre açúcar e etanol, milho e trigo, além do post de blog já publicado sobre soja e oleaginosas. Acompanhe as liberações e fique por dentro dos principais insights para o mercado de commodities agrícolas.
Você também pode acessar o Hedgepoint HUB e encontrar outros reports e análises para o mercado energético e de moedas.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente (client.services@hedgepointglobal.com), contate nosso canal de ombudsman interno (ombudsman@hedgepointglobal.com) ou 0800-878 8408/ouvidoria@hedgepointglobal.com (somente para clientes no Brasil).
Estresse hídrico nas safras sul-americanas e seus padrões climáticos
As safras sul-americanas de soja e milho estão fortemente ligadas aos padrões climáticos do El Niño e do La Niña. Tanto a produção brasileira quanto a argentina já sofreram com as alterações de clima provocadas por esses fenômenos naturais. Ao longo das últimas quatro temporadas, esses eventos trouxeram desafios e impactos distintos para os produtores da região.
Para entender a influência do La Niña nas safras atuais, o especialista Luiz Fernando Roque, Coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, explica quais são as expectativas para o estresse hídrico sul-americano em 2025. Acompanhe no texto e faça uma boa leitura!
Leia também:
- Safra 2024/2025 de milho e soja: Brasil e Argentina em busca de recordes
Impacto histórico do clima nas safras sul-americanas
O profissional da Hedgepoint começa indicando que os impactos do El Niño e do La Niña na América do Sul são sempre monitorados devido à influência histórica que os eventos têm na região. No Brasil, a soja de 2021/22 enfrentou perdas na região Sul devido ao La Niña, enquanto a safra seguinte (2022/23) registrou um recorde de produção nacional – mesmo sob a influência do mesmo fenômeno. “Enquanto isso, a Argentina registrou a maior queda produtiva em muitos anos, perdendo praticamente metade de sua produção devido à falta de chuvas em 2022/23”, relata Luiz.
Por outro lado, o El Niño que ocorreu em 2023/24, trouxe um padrão inverso. O fenômeno provocou chuvas acima da média na Argentina e no Sul do Brasil, mas reduziu a umidade no Centro-Norte do Brasil. Esse comportamento causou perdas produtivas significativas, especialmente no Mato Grosso – o que impediu uma nova produção recorde no país.
“Essa alternância entre os padrões climáticos mostra que os impactos de cada fenômeno podem ser localizados, mas nem sempre afetam toda a região de forma homogênea”, aponta o especialista. Veja abaixo os padrões que podem ser esperados de cada evento:
La Niña
- Menor umidade na primavera/verão sobre a Argentina, Uruguai e Sul do Brasil (principalmente em estados produtores como Rio Grande do Sul e Paraná);
- Pode afetar também parte do Sudeste e Centro–Oeste do Brasil e parte do Paraguai;
- Maior umidade em estados do Centro–Norte do Brasil;
- Na Argentina, a Zona Núcleo, onde se concentram as principais províncias produtoras, tende a sofrer com estiagens prolongadas.
El Niño
- Maior umidade na Argentina, Uruguai, Sul do Brasil e Paraguai;
- Chuvas volumosas na Argentina e Sul do Brasil podem beneficiar algumas regiões, mas podem também dificultar a colheita e a logística;
- Menor umidade no Centro–Norte do Brasil, em especial para os estados das regiões Norte e Nordeste.
Leia também:
- Estados Unidos: a influência no mercado de commodities
Impacto do La Niña nas safras sul-americanas em 2025
Para esse ano, as previsões climáticas do NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, sigla em inglês) é de que o La Niña não se estenda por muito tempo. Os meteorologistas da instituição estimam uma chance de 66% de uma mudança para um fenômeno neutro entre março e maio deste ano. Veja as probabilidades publicadas pela instituição:
Fonte: NOAA
“De acordo com o monitoramento, o La Niña atual deve ser mais brando na região sul-americana. Mesmo assim, perdas importantes podem acontecer na Argentina e no Sul do Brasil. Contudo, não devem ser tão relevantes como as registradas nas temporadas anteriores”, afirma Roque.
O especialista também relata que a baixa umidade não é a única consequência do La Niña na região. Outro fator crítico para a safra de 2025 são as temperaturas elevadas e o excesso de chuvas, que podem comprometer o desenvolvimento das lavouras. “Neste momento, as chuvas em excesso não representam uma grande ameaça para a colheita e o escoamento da produção”, acrescenta.
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- Destaques do mercado de petróleo: dados de 2024 e início de 2025
A influência dos fenômenos climáticos no mercado agrícola
A ocorrência de quebras produtivas na América do Sul é um dos principais fatores que influenciam a oscilação dos preços da soja e do milho no mercado agrícola global. Em anos anteriores, a estiagem severa causada pelo La Niña resultou na valorização dos contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago (CBOT).
“Esse impacto acontece especialmente na soja, visto que estamos falando da maior região produtora desta cultura no mundo. O Brasil e a Argentina representam mais de 50% da produção global anualmente”, acrescenta Luiz.
O período mais sensível a mudanças de preço para a soja é o chamado “mercado climático sul-americano” , que ocorre entre os meses de setembro e março. Essa época é delicada pois abrange o plantio, o desenvolvimento e a colheita da maior parte da produção sul-americana.
Para 2025, as expectativas do mercado são otimistas. Apesar de algumas perdas esperadas para a soja argentina e gaúcha, a tendência é uma produção sul-americana superior à do ano anterior. O especialista aponta que o Brasil terá um papel importante neste cenário devido a um provável recorde no país.
“Dessa forma, não esperamos grandes impactos em Chicago para a soja, embora o período de mercado climático seja de momentos especulativos. No caso do milho, ainda é cedo para prever a influência climática nos preços. É necessário esperar a produção brasileira da segunda safra, que deve se desenvolver em sua maior parte entre o fim do La Niña e o início de um padrão climático neutro”, finaliza o especialista.
Leia também:
- A importância da diversificação de hedge no mercado de commodities
A gestão do risco com ferramentas de hedge
Os eventos climáticos abordados neste texto reforçam a importância da gestão de risco de preço para os players do mercado agrícola. Em anos de perdas produtivas, compradores tendem a reduzir o seu risco de abastecimento via contratos a termo ou frame e seu risco financeiro via operações em bolsa e câmbio. Vendedores, no entanto, buscam diminuir a exposição no mercado físico e aproveitar momentos de valorização dos preços. Ambos utilizam as mais variadas ferramentas de hedge que o mercado oferece.
Conforme apontado pelo Coordenador de inteligência da Hegdepoint, a gestão de risco disponibiliza ferramentas aplicáveis a toda a cadeia do agronegócio. Esses produtos de hedge são utilizados não só para lidar com riscos climáticos, mas também para enfrentar riscos financeiros relacionados à volatilidade da produção, da oferta e mais.
Entre em contato com a equipe da Hedgepoint e saiba mais.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente (client.services@hedgepointglobal.com), contate nosso canal de ombudsman interno (ombudsman@hedgepointglobal.com) ou 0800-878 8408/ouvidoria@hedgepointglobal.com (somente para clientes no Brasil).
Panorama de soja e oleaginosas para 2025
Na Hedgepoint Global Markets, a equipe de inteligência de mercado mantém os clientes atualizados sobre as tendências em commodities. Anualmente, os especialistas elaboram um outlook completo para as culturas, oferecendo insights sobre macroeconomia, oferta, demanda e mais.
Neste artigo, você acompanhará as principais expectativas levantadas para soja e outras oleaginosas em 2025. Veja os pontos abordados no texto e faça uma boa leitura:
- Visão geral macro;
- A soja na China, Estados Unidos, Brasil e Argentina;
- O óleo de palma na Indonésia e Malásia;
- Análise de mercado.
Leia também:
- Análise Hedgepoint para o mercado agrícola mundial pós-WASDE report
Expectativas macroeconômicas
O mercado de soja e oleaginosas entra em 2025 sob um cenário de incertezas macroeconômicas. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a inflação global deve diminuir de 4,2% para 3,5% neste ano, com os Estados Unidos e a União Europeia mais próximos das metas do que países emergentes, como Brasil, Índia e China.
Fonte: Refinitiv, Hedgepoint
Após a posse de Trump como presidente dos Estados Unidos, o índice do dólar enfraqueceu devido a atrasos na implementação de tarifas, o que aliviou temores de ações retaliatórias imediatas de outros países. Enquanto isso, o Fed (Federal Reserve) manteve as taxas de juros e indicou que o aumento das taxas deve ser improvável em 2025.
A nova gestão americana também reintroduziu tarifas em produtos, incluindo o agronegócio, como café e etanol. Entretanto, a soja pode entrar neste combo com o risco de escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Isso pode reduzir a demanda chinesa pela soja americana e beneficiar outros grandes produtores, como o Brasil e a Argentina.
No Brasil, o real terminou 2024 desvalorizado pela questão fiscal no país. Esse cenário favorece as exportações brasileiras e restringe a demanda norte-americana. Em relação às taxas de juros, o COPOM aumentou a Selic e indicou que novos ajustes para 2025 – potencialmente atraindo capital.
A soja nos principais players do mercado global
● China
A China é a maior importadora de soja no mundo. No topo do ranking, o país tem influência direta na demanda global por essa oleaginosa. De acordo com os dados levantados pela equipe de inteligência de mercado da Hedgepoint, os estoques chineses só aumentaram nos últimos 3 anos – de 43,3 milhões de toneladas (Mt) em 23/24 para 46 Mt em 24/25.
Devido aos estoques maiores, as importações chinesas de soja podem recuar em 2025. Os gráficos já mostram redução na safra atual. O Brasil tem sido a origem de soja mais barata para a China, seguido pela Argentina e com os Estados Unidos em terceiro lugar.
Fonte: USDA, Argus, China Customs
● Estados Unidos
A produção de soja nos Estados Unidos se manteve em 118,8 Mt em fevereiro, após um corte importante em janeiro. Confira abaixo:
Fonte: USDA, Hedgepoint
Assim como na China, os estoques norte-americanos de soja devem crescer. As exportações e o esmagamento podem evoluir em 8% e 5%, respectivamente. O farelo tem previsão de aumentar devido à demanda interna e as exportações de óleo de soja tiveram um aumento importante em 2024/25.
Fonte: USDA, Hedgepoint
Leia também:
- Estados Unidos: a influência no mercado de commodities
● Brasil
A equipe de inteligência da Hedgepoint estima que a produção brasileira de soja deve aumentar para 171,5 milhões de toneladas (Mt). Esse número é indicado pela alta produtividade de estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. A produção recorde deve levar a exportações recordes.
Fonte: USDA, Hedgepoint
Fonte: USDA, Hedgepoint
Além disso, os estoques de soja também devem crescer no Brasil, mas há preocupação no mercado quanto ao consumo doméstico de óleo de soja devido à política do biodiesel. Os dados indicam que as vendas dos agricultores brasileiros da nova safra ainda estão abaixo da média, mas em um ritmo melhor.
● Argentina
A produção de soja na Argentina teve uma redução indicada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês) em fevereiro de 2025. De acordo com a análise da Hedgepoint, novos cortes podem ser aplicados se o clima no país não melhorar. Em números totais, as expectativas de produção continuam maiores do que na safra anterior.
Fonte: USDA
Além disso, os especialistas indicam que esses possíveis cortes na produção de soja argentina podem impactar as exportações e o esmagamento nacional. Com um possível esmagamento menor, exportações de farelo e óleo de soja podem recuar, favorecendo os subprodutos do Brasil e dos Estados Unidos. No lado positivo, o corte nas retenciones pode incentivar maiores exportações até junho.
Fonte: USDA
Leia também:
- Safra 2024/2025 de milho e soja: Brasil e Argentina em busca de recordes
Óleo de palma no mercado asiático
A Indonésia e a Malásia são os dois principais produtores de óleo de palma no mundo. Com isso, as políticas desses países têm impacto direto nos preços e na oferta em escala global.
Levantamento da Hedgepoint aponta que possíveis impostos na Índia, grande importadora da commodity, estão aumentando a volatilidade do mercado na Bursa (Malásia). Além disso, o óleo de palma ficou menos competitivo devido aos preços mais baixos para a produção de biodiesel. Outro fator é que a Indonésia está realizando estudos para aumentar seu B40 para B50 até 2026, o que pressiona o uso do estoque.
Fonte: Reuters
Leia também:
- O papel da Índia na movimentação do mercado de óleo de palma
Análise para o mercado de oleaginosas
No fim do Outlook elaborado pela Hedgepoint, os profissionais indicam os principais insights fornecidos pelos dados. Veja abaixo:
- Após um período de queda nos últimos dois anos, os preços da soja e do óleo de soja mostraram sinais de suporte, impulsionados tanto por fatores fundamentais de médio prazo quanto por aspectos técnicos de curto prazo;
- O farelo de soja ainda enfrenta desafios relacionados à demanda, o que mantém uma pressão sobre os preços;
- Especuladores voltaram a adotar posições “vendidas” na soja e no óleo após um período de neutralidade, refletindo uma maior incerteza quanto às perspectivas futuras;
- Apesar da recente recuperação, o mercado de soja global continua sensível a variáveis como a política comercial dos Estados Unidos, a demanda chinesa e as dinâmicas climáticas em regiões produtoras;
- A expectativa de um aumento nos estoques globais pode limitar ganhos mais expressivos nos preços.
Além desses pontos, a equipe ressalta que a volatilidade é uma característica presente no mercado de commodities. É importante que os players se mantenham atualizados com dados como os fornecidos neste artigo. A gestão de risco através de ferramentas de hedge é o caminho ideal para gerenciar a flutuação de preços das oleaginosas.
Para saber mais, entre em contato com a equipe da Hedgepoint e conheça os produtos de hedge para commodities agrícolas.
Assita ao outlook de soja e oleaginosas no canal do YouTube da Hedgepoint: https://youtu.be/erVi9UVab1U
Leia também:
- A importância da diversificação de hedge no mercado de commodities
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Mercado agrícola: análise pós-WASDE report
O WASDE (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial, sigla em inglês) é um dos relatórios mais importantes para o segmento de commodities agrícolas. Publicado mensalmente pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês), o documento aborda dados atualizados sobre diversas culturas, indicando o movimento do mercado norte–americano e as expectativas globais.
Neste texto de blog, vamos acompanhar a análise completa de Ignacio Espinola, Analista de inteligência de mercado da Hedgepoint, sobre o último relatório WASDE, divulgado em fevereiro de 2025. O especialista acompanha a publicação desse report e compartilha insights completos sobre soja, milho e trigo. Veja abaixo e faça uma boa leitura!
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- Retrospectiva 2024: um ano de volatilidade e desafios no mercado de commodities
Análises para o mercado de soja
O profissional Ignacio Espinola começa a sua análise com a cultura da soja. Segundo o especialista, “os dados do WASDE não trouxeram grandes surpresas, mas ainda indicaram números diferentes do esperado pelo mercado”.
No Brasil, a estimativa para a soja permaneceu estável em 169 milhões de toneladas (Mt). Já na Argentina, houve um corte na produção, passando de 52 Mt em janeiro para 49 Mt em fevereiro, uma queda de 5,8%. Esse corte foi maior do que o aguardado, que era de 50,6 Mt.
No cenário global, os estoques finais de soja também foram reduzidos, passando de 128,4 Mt para 124,3 Mt. “Esse número representa uma queda de 3,1%. A estimativa ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa estoques de aproximadamente 128 Mt”, completa Ignácio.
Por fim, o especialista da Hedgepoint relata que os números do WASDE não devem impactar significativamente a Bolsa de Chicago. O relatório segue com indicações neutras à levemente altistas.
Leia também:
- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
Mercado agrícola: análises para o milho
Segundo Espinola, os ajustes de milho em relação à última atualização trouxeram estimativas esperadas para a América do Sul. Entretanto, os números dos Estados Unidos permaneceram inalterados, resultando em uma leitura neutra para o mercado.
Na Argentina, a projeção de produção para a safra 24/25 foi reduzida em 2%, caindo de 51 milhões de toneladas (Mt) para 50 Mt. “Essa alteração era esperada devido às condições climáticas recentes no país argentino”, completa Ignácio.
A redução de 1 Mt também foi aplicada para a produção brasileira de milho, passando de 127 Mt para 126 Mt, uma queda de 0,8%. Em relação à China, o relatório WASDE revisou as importações para baixo, caindo de 13 Mt para 10 Mt, uma diminuição de 23,0%.
“Com isso, os estoques finais de milho no país asiático passaram de 206,2 Mt para 203,2 Mt. Isso significa que a relação estoque/uso é de 65%”, relata o especialista.
Leia também:
- Como os conflitos no Oriente Médio impactam o preço do petróleo na Ásia?
Estimativas para o trigo
O profissional da Hedgepoint começa a sua análise apontando que “o impacto do novo relatório WASDE na Bolsa de Chicago foi ligeiramente altista, apesar de não publicar grandes surpresas”.
Para os Estados Unidos, os estoques finais sofreram uma leve redução de 0,4%, passando de 21,7 milhões de toneladas (Mt) para 21,6 Mt. No cenário global, os estoques finais também foram revisados para baixo, de 258,8 Mt para 257,6 Mt. Essa queda representa uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior.
“Por fim, o documento não apresentou grandes mudanças para a região do Mar Negro. Entretanto, a preocupação permanece devido às recentes geadas que podem impactar a produção de trigo, especialmente na Rússia”, finaliza Espinola.
Acompanhe os relatórios do mercado agrícola WASDE
Acompanhar os relatórios WASDE é essencial para produtores, traders e empresas exportadoras e importadoras. Esses documentos fornecem informações detalhadas sobre a oferta e a demanda de commodities agrícolas em escala global. Também funcionam como um termômetro para o comportamento dos preços nos mercados futuros.
Além disso, esses dados permitem embasar decisões estratégicas, minimizar riscos e identificar oportunidades de hedge, especialmente em um contexto de alta volatilidade e incertezas climáticas. Para ficar atualizado, acesse a página oficial do WASDE.
Além das commodities abordadas neste artigo, o relatório também abrange a oferta e uso de açúcar, carne, ovos de aves e leite dos Estados Unidos, bem como estimativas globais. Veja o documento de janeiro na íntegra para as demais matérias-primas e acompanhe as próximas divulgações ao longo de 2025:
- 11 de março;
- 10 de abril;
- 12 de maio;
- 12 de junho;
- 11 de julho;
- 12 de agosto;
- 12 de setembro;
- 9 de outubro;
- 10 de novembro;
- 9 de dezembro.
Leia também:
- Entenda a influência do Federal Reserve (FED) na economia brasileira
Confira os relatórios de análises no Hedgepoint HUB
Todo mês, os especialistas da Hedgepoint, como Ignacio Espinola, analisam as estimativas de produção e estoque dos relatórios WASDE. Você pode conferir esses levantamentos direto no Hedgepoint HUB.
No portal, você também encontra insights valiosos sobre oferta e demanda das commodities de energia, agrícolas e de moedas, além de análises sobre temas essenciais como decisões geopolíticas, projeções de safra, questões climáticas e mais. Acesse agora e confira as últimas publicações:
- Projeção de Safra: Soja Brasil – 2025 01 23
- Visão sobre a dinâmica do mercado
- Os preços do café podem seguir em alta em 2025?
- Balanço Global de Açúcar e Fluxo Comercial
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Estados Unidos e o mercado de commodities
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2025 introduziu diversas políticas e ações que prometem influenciar o mercado de commodities. Nos primeiros dias de seu mandato, o republicano anunciou medidas que afetam principalmente os setores de energia e agrícola.
O novo presidente dos Estados Unidos trouxe mudanças significativas para o setor de energia. Suas políticas se concentram na expansão da produção doméstica de combustíveis fósseis, na redução de regulações ambientais e em novas tarifas para parceiros comerciais. Esse novo panorama tem impactado os fluxos comerciais, os preços globais e a segurança energética de diversas regiões do mundo.
As sanções impostas pelo governo aos produtores de petróleo e petroleiros russos geraram um ambiente de incerteza no mercado global de energia. Como resultado, grandes importadores como Índia e China buscam fornecedores alternativos, o que pressiona os preços do petróleo Brent e do Oriente Médio para cima. A capacidade desses países de diversificar rapidamente suas fontes de suprimento determinará o impacto nos orçamentos. .
Leia também:
- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
Mudança nos Fluxos Comerciais
De acordo com os especialistas da Hedgepoint, com a redução das importações russas, a Índia tende a aumentar sua dependência dos fornecedores do Oriente Médio. Isso pode reduzir a oferta na região e elevar os preços do petróleo, tornando a concorrência mais acirrada. O comportamento da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus ajustes na produção serão determinantes para a dinâmica do mercado nos próximos meses.
A Índia, que dependia da Rússia para cerca de 40% de suas importações de petróleo, enfrenta desafios na garantia de suprimento energético. O acesso limitado ao petróleo russo com desconto pode forçar o país a explorar novas parcerias e aumentar as importações de fontes já existentes. O sucesso dessas estratégias determinará a estabilidade energética do país a longo prazo.
Leia também:
- Como os conflitos no Oriente Médio impactam o preço do petróleo na Ásia?
Impacto nos custos e preços
A nova administração americana sinalizou a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de petróleo do Canadá e do México, no dia 1º de março. Isso é especialmente relevante considerando que, entre janeiro e outubro de 2024, 66% de todas as importações de petróleo dos EUA vieram do Canadá, de acordo com a Energy Information Administration (EIA).
As tarifas sobre o petróleo canadense e mexicano podem resultar em custos mais altos para refinarias dos EUA, particularmente aquelas que dependem do petróleo bruto canadense. O aumento dos custos pode se traduzir em preços mais elevados para gasolina e diesel, afetando consumidores e a inflação doméstica. O impacto dependerá da capacidade das refinarias de absorver esses custos e da resposta das cadeias de suprimentos.
A nova direção da política energética americana
No primeiro dia de seu novo mandato, Trump assinou ordens executivas que favorecem o desenvolvimento de petróleo e gás no Alasca, revogam metas ambientais de Biden e facilitam a expansão da infraestrutura energética. Sua política prioriza a remoção de restrições ambientais e a aceleração do licenciamento de projetos de transmissão e oleodutos.
A exploração de petróleo no Ártico e no litoral dos EUA pode se tornar uma opção viável, mas os custos elevados tornam incerto se as empresas realmente investirão nessa expansão. Hoje, cerca de 40% da produção norte-americana está concentrada na Bacia do Permiano, e uma flexibilização nos licenciamentos de infraestrutura pode levar a uma maior produção nessa região.
O mercado de energia americano está passando por mudanças significativas. As sanções contra a Rússia, a imposição de tarifas sobre importações do Canadá e México, e a política de incentivo à produção doméstica podem redefinir os fluxos comerciais e os preços globais. Monitorar a resposta do mercado, os ajustes da OPEP+ e as estratégias de importadores-chave será essencial para entender a evolução do setor nos próximos anos.
Impacto no setor agrícola
A reeleição de Donald Trump levanta questões sobre os impactos no mercado de grãos, tanto nos EUA quanto globalmente. A experiência de seu primeiro mandato (2017-2020) pode oferecer pistas sobre o que esperar. Mudanças em tarifas comerciais, políticas de biocombustíveis e fluxos de exportação são fatores-chave a serem monitorados.
Embora tarifas comerciais sejam o foco de atenção, os impactos internos podem ser sentidos primeiro. Durante o governo Biden, muitas tarifas impostas por Trump foram mantidas, e um novo aumento poderia gerar volatilidade no comércio. No entanto, o fluxo atual de exportações já reflete essas barreiras.
A política de biocombustíveis nos EUA pode ser um dos principais fatores de impacto imediato. O etanol de milho e o farelo de soja são fundamentais para os agricultores americanos. Durante o primeiro mandato de Trump, a EPA concedeu isenções recordes a refinarias de petróleo, prejudicando o setor de energia renovável. Atualmente, a demanda interna por milho e soja supera as exportações: 55% da soja é destinada ao processamento interno, enquanto 42% são exportadas. No milho, 36% são utilizados para etanol e apenas 16% para exportação.
Mudança no Cenário Global
A China tem reduzido sua dependência da soja americana. Em 2023, importou 105 milhões de toneladas de soja, das quais 75% vieram do Brasil. Suas reservas aumentaram significativamente desde 2017/18, passando de 22,6 milhões para 46 milhões de toneladas em 2024/25.
O Brasil expandiu sua produção de soja durante a guerra comercial entre EUA e China e continua sendo o principal fornecedor de soja e milho para o país asiático. A desvalorização do real também favorece as exportações brasileiras.
O novo governo americano pode trazer mudanças significativas para o mercado de grãos, desde políticas de biocombustíveis até relações comerciais com a China. Embora tarifas possam gerar volatilidade, o fortalecimento da demanda interna nos EUA e a diversificação de fornecedores por parte da China mostram que o cenário atual é diferente do de 2017.
O Brasil continua a se consolidar como um dos principais fornecedores globais de soja e milho, e seu futuro dependerá de como os fatores políticos e econômicos se desenrolarão.
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- Crise imobiliária na China: impactos e estratégias para conter os efeitos
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente (client.services@hedgepointglobal.com), contate nosso canal de ombudsman interno (ombudsman@hedgepointglobal.com) ou 0800-878 8408/ouvidoria@hedgepointglobal.com (somente para clientes no Brasil).
Destaques do mercado de petróleo
A IEA (Agência Internacional de Energia, sigla em inglês), publica todo mês um relatório com os destaques do mercado de petróleo a nível mundial. O report Short-Energy Outlook aborda dados sobre consumo global, oferta, estoques e mais.
Neste texto, você vai encontrar as principais atualizações sobre essa commodity abordadas no relatório, além de insights e informações sobre o mercado de petróleo. Confira abaixo e faça uma boa leitura!
Leia também:
- Perspectivas para o mercado de petróleo até 2030
Destaque do petróleo de acordo com a IEA
O primeiro Relatório do Mercado de Petróleo da IEA em 2025 cita diversos dados sobre 2024 e previsões para esse ano, começando pela procura mundial da commodity. De acordo com a companhia, a demanda global por petróleo apresentou um aumento sazonal no 4º trimestre do ano passado, registrando um crescimento anual significativo de 1,5 milhões de barris por dia (mb/d). Esse valor representa o maior nível desde o 4º trimestre de 2023 e supera em 260 mil barris por dia (kb/d) a previsão anterior. Entre os fatores que contribuem para esse aumento no consumo estão:
- Preços mais baixos de combustíveis;
- Temperaturas mais frias no Hemisfério Norte;
- Ampla disponibilidade de matérias-primas petroquímicas.
Para 2024, o crescimento anual foi definido em 940 kb/d, com um potencial aceleração para 1,05 mb/d em 2025. Referente à oferta global, a agência registrou um crescimento de 20 kb/d em relação ao mês anterior, alcançando 103,5 mb/d em dezembro 2024. Esse número representa um acréscimo de 390 kb/d em relação ao mesmo período do ano anterior (2023).
Para 2025, a estimativa da IEA é de que a oferta global de petróleo cresça 1,8 mb/d, atingindo 104,7 mb/d. A produção de países fora da OPEP+ deve subir 1,5 mb/d tanto em 2024 quanto em 2025, alcançando 53,1 mb/d e 54,6 mb/d, respectivamente.
Além de estimativas de oferta, o relatório da Agência Internacional de Energia indica dados sobre produtos refinados, estoques globais e preços. Veja abaixo os destaques:
- As atividades de refino de petróleo bruto cresceram 1,2 mb/d em dezembro, alcançando 84,3 mb/d;
- No comparativo anual, as operações de refino subiram 930 kb/d, com destaque para os Estados Unidos, Oriente Médio e África;
- Para 2025, espera-se um aumento de 660 kb/d nas operações de refino, após um crescimento de 510 kb/d em 2024;
- Os estoques globais de petróleo aumentaram 12,2 milhões de barris (mb) em novembro, alcançando 7.655 mb;
- Os estoques da indústria na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) recuaram 20,1 mb, ficando em 2.749,2 mb, 118,3 mb abaixo da média de cinco anos;
- Dados preliminares indicam que os estoques globais continuaram crescendo em dezembro;
- Os preços do petróleo ultrapassaram US$ 80 por barril no início de janeiro, impulsionados por sanções mais rigorosas ao petróleo russo e iraniano.
Leia também:
- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
De acordo com o levantamento da Reuters, os preços do petróleo caíram no final de janeiro após Trump solicitar o aumento na produção dos países da OPEP+ para reduzir os preços. Além disso, a queda de 3% na segunda-feira (27 de janeiro) aconteceu devido às perdas nas ações de tecnologia e energia de Wall Street e o crescente interesse na IA DeepSeek desenvolvida pela China.
O time da Hedgepoint aponta que o petróleo oscila devido a possíveis sanções de Trump a países produtores. Após conversas entre o governo americano e colombiano, os Estados Unidos recuaram na imposição de tarifas contra a Colômbia que poderia afetar o custo do petróleo importado.
Entretanto, a Agência Internacional de Energia também relata novas sanções do país norte-americano à Rússia com o objetivo de reduzir as receitas do setor petrolífero russo. Donald Trump já mencionou tarifas de 10% sobre produtos importados da China em 1º de fevereiro, além de possíveis taxas de 25% para o México e o Canadá.
Leia também:
- Retrospectiva 2024: um ano de volatilidade e desafios no mercado de commodities
Em relação aos preços, a Hedgepoint afirma nos updates que os contratos futuros do petróleo Brent caíram 36 centavos, ou 0,5%, para US$ 78,14 o barril às 12h GMT de 27 de janeiro. O petróleo bruto WestTexas Intermediate dos Estados Unidos estava em US$ 74,27, uma queda de 39 centavos, ou 0,5%.
No HUB, também é possível analisar o comportamento do preço do petróleo na OPEP ao longo de 2024. O gráfico mostra a volatilidade dos valores no ano passado, além da média dos últimos 5 anos: – que servem como baliza para 2025:
Veja o último report referente aos preços dos produtos do petróleo:
Leia também:
- Como os conflitos no Oriente Médio impactam o preço do petróleo na Ásia?
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente (client.services@hedgepointglobal.com), contate nosso canal de ombudsman interno (ombudsman@hedgepointglobal.com) ou 0800-878 8408/ouvidoria@hedgepointglobal.com (somente para clientes no Brasil).
Diversificação de hedge de commodities
O hedge é uma ferramenta essencial na redução de riscos financeiros associados à oscilação dos preços no mercado de commodities. A diversificação do hedge, neste cenário, é uma proposta ainda mais robusta e completa que protege as operações de produtores e consumidores em múltiplos horizontes.
Neste texto, vamos entender o que é a diversificação do hedge, suas vantagens para quem trabalha com commodities, além de possíveis resultados. Veja também a relevância de um planejamento eficiente e o papel de profissionais qualificados. Boa leitura!
Leia também:
- Gestão de risco em tempos de volatilidade: expectativas para 2025
Entenda a diversificação de hedge
A diversificação de hedge consiste no uso de diferentes instrumentos para gerenciar o risco financeiro do mercado de commodities em múltiplas frentes. Essa estratégia ajuda a mitigar os impactos de eventos inesperados, como tensões geopolíticas, mudanças climáticas ou crises econômicas, preservando a estabilidade de valores.
Com a cobertura de hedge mais completa, uma empresa pode ter um controle maior sobre as variáveis que impactam a sua receita. Neste caso, são aliados instrumentos como contratos futuros, swaps, opções vanilla, opções com barreira, opções digitais, opções strips, estruturas, etc. Veja abaixo exemplos de diversificação de hedge que podem se encaixar em diferentes situações e empresas:
1. Instrumentos para curto, médio e longo prazo:
Profissionais especializados em gestão de risco utilizam uma combinação de instrumentos financeiros para oferecer proteção em diferentes momentos do ciclo de mercado.
- Curto prazo: O foco é estabilizar os fluxos de caixa e proteger margens operacionais contra volatilidades imediatas, como mudanças repentinas nos preços ou na demanda.
- Médio prazo: A diversificação de hedge torna o portfólio mais resiliente, melhorando o perfil de crédito e possibilitando maior confiança para realizar investimentos estratégicos.
- Longo prazo: No longo prazo, a gestão de hedge contribui para a sustentabilidade operacional ao mitigar riscos estruturais, como mudanças nas políticas econômicas, crises setoriais ou alterações no cenário climático global. Isso também fortalece a competitividade e a capacidade de planejamento de longo alcance.
2. Hedge para importadores e exportadores
A volatilidade cambial e de preços é um dos maiores desafios para empresas que operam no mercado internacional. A diversificação de hedge é crucial para equilibrar esses riscos e proteger margens de lucro.
- Importadores: Empresas que dependem de insumos ou bens estrangeiros podem se proteger contra altas nos preços das commodities e desvalorização cambial, garantindo previsibilidade de custos.
- Exportadores: Combinando hedge cambial e de preços de commodities, exportadores conseguem garantir a competitividade de seus produtos no mercado externo e proteger sua receita contra flutuações adversas.
Para ambos os casos, podem ser utilizadas ferramentas como contratos de câmbio a termo ou swaps cambiais, estratégias de opções sobre futuros e hedges estruturados para preservar margens e minimizar riscos em cenários voláteis.
3. Hedge combinado com a gestão logística
Alinhar o hedge à gestão da cadeia de suprimentos oferece uma camada extra de proteção, especialmente em mercados altamente dependentes de insumos críticos.
- Exemplo prático: Um produtor de soja, por exemplo, pode usar hedge para proteger tanto os preços de sua produção quanto os custos com insumos essenciais, como diesel para máquinas ou fertilizantes importados.
- Benefícios: Essa abordagem integrada reduz riscos operacionais, aumenta a previsibilidade de custos e melhora a eficiência logística. Além disso, possibilita maior segurança na negociação de contratos de fornecimento e transporte.
- Ferramentas aplicadas: Contratos futuros e opções de commodities energéticas, como diesel ou gás natural, podem ser combinados com hedges tradicionais, oferecendo uma visão abrangente do gerenciamento de riscos logísticos.
4. Aliar o hedge a proteção de produtividade
Para produtores agrícolas, a volatilidade climática é um dos maiores riscos. A combinação de hedge tradicional com ferramentas de proteção de produtividade amplia a segurança financeira.
- Derivativos climáticos: Produtos como contratos baseados em índices de precipitação ou temperatura ajudam a proteger as receitas em casos de eventos climáticos extremos, como secas ou geadas.
- Exemplo prático: Um produtor de milho pode proteger sua receita tanto contra a queda nos preços de mercado quanto contra perdas de produtividade causadas por chuvas insuficientes.
- Vantagens: Além de reduzir riscos financeiros, essa estratégia permite ao produtor manter seus compromissos financeiros e reinvestir na próxima safra, independentemente das condições climáticas.
Leia também:
- O papel do hedge cambial nas operações de comércio exterior
Benefícios da diversificação de hedge
Os preços das commodities no mercado alteram conforme oferta, demanda, clima e mais. Essa volatilidade não é constante e muda ao longo do tempo. O FMI (Fundo Monetário Internacional) mantém o histórico das flutuações de preço das commodities desde 1992.
No gráfico abaixo, é possível analisar a inconstância dos preços nos últimos 20 anos:

Fonte: FMI
Um estudo da McKinsey & Company revela que um planejamento diversificado de hedge pode reduzir a volatilidade da margem EBITDA (métrica financeira que indica a lucratividade operacional de uma empresa) em 20% a 25% para companhias que dependem intensivamente de commodities. Essa redução significativa na exposição ao risco evidencia o valor do hedge bem elaborado.
Leia também:
- Hedge: guia para entender essa ferramenta e gerenciar riscos
Integração com outras práticas de gestão de risco
Além de um hedge diversificado, o gerenciamento de riscos financeiros também deve ser acompanhado por técnicas robustas de gestão e análise de mercado. Um planejamento completo garante vantagens como:
- Avaliação da eficácia das ferramentas de hedge aplicadas;
- Simulação de cenários;
- Perspectivas sobre o futuro das commodities;
- Análise e acompanhamento dos preços;
- Antecipação de quedas ou aumento dos valores;
- Suporte de profissionais qualificados;
Na Hedgepoint Global Markets, as empresas e os produtores contam com relatórios completos no HUB, além de cursos sobre hedge, calls de mercado com profissionais imersos e muito mais. Todos esses recursos são importantes na diversificação do hedge, garantindo qualidade e segurança em suas operações.
Inteligência de mercado no Hedgepoint HUB
Confira o HUB da Hedgepoint e veja os cursos e análises de mercado mencionados. No portal, os clientes têm acesso gratuito a todas as ferramentas financeiras e relatórios. Você também pode se cadastrar e conferir gratuitamente as principais funções da plataforma.
Leia também:
- Cursos de hedge disponíveis no Hedgepoint HUB
- Updates de mercado: como funcionam os relatórios Hedgepoint
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