O que esperar da Safra 2023/2024 da cana-de-açúcar
O Brasil é o líder absoluto na produção de açúcar, exportando mais do que todos os países exportadores do hemisfério Norte juntos. Por isso, há sempre grandes expectativas sobre como será o clima para saber se a safra terá bons resultados.
Os números mais recentes, são positivos, mostrando uma recuperação para valores anteriores a quebra de 21/22 . “Houve uma grande quebra na safra 21/22. Em 22/23, tivemos recuperação parcial. Este ano, há a expectativa de que a produção da região Centro Sul, responsável por 90% da produção brasileira, deve se aproximar de valores pré quebra ”, explica a Coordenadora de Inteligência de Mercado e especialista em Açúcar e Etanol da hEDGEpoint, Lívea Coda.
Para este ano, a projeção é de chegar a 595 milhões de toneladas de cana. No ano passado, foram 548,2 milhões. Lívea explica que isso ocorreu devido às secas provocadas pelo efeito La Niña, em 2021/2022. A produção de sacarose foi alta, porém as geadas e queimadas, características do tempo seco, prejudicaram boa parte da cana-de-açúcar. “Diferente de uma safra de soja, que é totalmente colhida e depois plantada novamente, a cana-de-açúcar leva cortes, mas continua lá. Assim, não é de um ano pro outro que ela se recupera totalmente, pois foi muito prejudicada e precisa se renovar”, explica.
Neste ano, por outro lado, temos previsão do fenômeno El Niño impactando na agricultura mundial. Veremos, a seguir, quais podem ser os impactos na produção de açúcar e outras perspectivas do mercado.
Como funciona o mercado do açúcar?
No Brasil, a safra da cana-de-açúcar começa na primeira quinzena de abril e vai até março do ano seguinte. Os outros grandes produtores de cana-de-açúcar estão localizados no hemisférios Norte. Então, a safra ocorre de outubro a setembro do próximo ano.
Sendo assim, o país supre a demanda mundial por boa parte do ano de forma intercalada com o hemisfério oposto. Assim, quando o clima está dentro do padrão e todos estão com boas produções, há açúcar o ano inteiro, pois uma safra complementa a outra.
Normalmente o clima do Centro-Sul do país, onde se concentra a maior parte da produção brasileira, é seco no inverno. Isso favorece a produção de sacarose, fazendo com que seja possível extrair mais açúcar da cana. Mas se ocorre um inverno chuvoso, como é a previsão, pode prejudicar a qualidade dessa cana.
Outra variável que contribui para a quantidade de açúcar produzido diz respeito a outro processo: o de moagem nas usinas. O usineiro decide se vai transformar em açúcar ou etanol, analisando qual será o caminho mais vantajoso para ele. “No momento atual, o açúcar está pagando mais do que o etanol no mercado, gerando uma tendência de maximização da produção do adoçante”, aposta Lívea.
Chuvas intensas no inverno podem adicionar um teto ao mix açúcar. Por prejudicar a qualidade da cana, interferindo na concentração de sacarose, uma parte maior de cana do que o inicialmente planejado pelas usinas pode ser convertida em etanol.
Perspectivas futuras para o açúcar
A safra atual carrega a expectativa de ser a grande recuperação pós quebra de 21/22. Com uma safra de cana-de-açúcar esperada em 595 milhões de toneladas, aponta-se para uma safra max sugar, com até 48% de açúcar produzido.
Este número é muito alto levando em conta a limitação das usinas e a qualidade da cana. Estima-se 137.8 quilogramas de ATR (açúcar total recuperável) por tonelada. No ano passado, tivemos 140 de ATR, porém com uma safra menor de cana-de-açúcar, e, portanto, um volume reduzido de açúcar.
Assim, o mercado aposta na recuperação da safra Brasileira, sendo a maior preocupação com os outros países produtores. “Se tivermos outro ano de adversidade no Hemisfério Norte, especialmente na Tailândia e Índia, o Brasil vir com força não será o suficiente pra fazer o balanço superavitário pro ano 23/24 out-set”, ressalta Lívea.
Para a safra brasileira, o cenário pode ser considerado positivo até o momento. “O Brasil tem recuperado seu ritmo e mostrado bons resultados”, aponta. A única dúvida é em relação à qualidade, que pode se manter ou não, dependendo do clima. “O prêmio do açúcar em relação ao etanol está muito alto, o sugar mix esperado é 48%, mas pode ser menor se as chuvas vierem a prejudicar de forma intensa a qualidade da cana”, reforça.
Como se proteger das volatilidades do mercado do açúcar?
Mesmo estimando possibilidades futuras, são apenas tendências, pois não é possível prever e nem evitar os acontecimentos reais. As intempéries do clima, as mudanças políticas e econômicas a nível local e/ou global e os eventos imprevisíveis, não se pode mudar, mas pode-se escolher como lidar com eles.
Em um mercado tão volátil, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos seus negócios.
A melhor opção para gerenciar riscos no mercado de commodities e evitar prejuízos é contar com um parceiro especialista em hedge que possua amplo conhecimento do mercado agro, como é o caso da hEDGEpoint.
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Açúcar: disputa de espaço físico com grãos eleva risco?
Toda previsão sempre traz embutida algum grau de risco, diante da multiplicidade de fatores que influem nos mercados, mas, ao que tudo indica, a disponibilidade de açúcar deve seguir pressionada ao longo de 2023. E os principais fatores que sinalizam para o aperto de disponibilidade e, portanto, suporte de seus preços acima de 25USc/lb, são três:
– A queda na produção do Hemisfério Norte, em especial na Ásia (Índia e Tailândia);
– A intensificação da probabilidade do El Niño e seus possíveis efeitos negativos para disponibilidade futura do adoçante;
– O provável estresse na capacidade de exportação do Brasil, diante de uma estupenda safra de soja (e também de milho) – e, neste caso, sabemos, os grãos têm preferência em relação ao açúcar na hora do embarque.
Traduzindo: como não se tem conhecimento de investimentos em ampliações da infraestrutura e na capacidade portuária brasileira, a exportação do açúcar, ao competir com a vasta disponibilidade de grãos, poderá ser deslocada, em relação ao calendário. Usualmente, o pico de exportação do açúcar se dá entre junho e agosto, porém, este ano pode ocorrer no 4º trimestre, entre outubro e dezembro. Confira detalhes a seguir.
As condições precárias na Índia e na Tailândia
Como já era esperado, a estação das monções se estendeu até setembro-outubro de 2022 na Ásia, levando a uma queda na produtividade na Índia e na Tailândia, principais produtores do Hemisfério Norte, e a consequente necessidade de aumentar o ritmo da moagem.
Além do clima e do aspecto físico, existem outros fatores que podem influenciar o desempenho do açúcar no cenário global. Na Tailândia, há a competição com o mercado da mandioca, que pode resultar, inclusive, em redução na área plantada do país. Na Índia, variáveis do programa de etanol são o elemento que tende a reduzir a disponibilidade de açúcar.
Agora em 2023, especificamente, com a intensificação do fenômeno El Niño, o mercado deu início à precificação de um segundo ano de produção reduzida nos principais produtores do HN, visto que as monções podem vir abaixo da média e prejudicar o desenvolvimento da cana. Com isso, espera-se que o volume disponível nos fluxos comerciais de açúcar a partir de outubro seja reduzido.
O Hemisfério Norte e o “fator” Brasil
A deterioração das perspectivas da safra atual do Hemisfério Norte, que impacta suas expectativas de produção total e recuperação da safra futura, torna os fluxos comerciais mais dependentes da produção brasileira. Como e por que isso acontece?
Em primeiro lugar, porque a produção de soja e milho no país deve melhorar significativamente – a soja, de 78,9Mt em 2022 para impressionantes 92,4Mt em 2023, e o milho, de 43,4M para 49,2Mt. Com isso, a capacidade de exportação deve testar seus limites durante a janela de junho a agosto. E é de conhecimento geral que a corrente tende a quebrar no elo mais fraco, ou seja, como o mercado de grãos tem maior margem/rentabilidade, geralmente o açúcar é realocado. Dito de outra forma: considerando a capacidade máxima histórica de exportação (grãos combinados com açúcar), as usinas teriam que esperar um pouco mais para que seu produto atingisse o mercado internacional. Ademais, reduzir o volume de junho a agosto, e aumentá-lo a toda velocidade a partir de setembro, contribuiria para que o atual aperto físico ganhe força e dure mais do que o esperado, persistindo até pelo menos até o terceiro trimestre de 2023.
Um aspecto interessante a destacar é que esse ajuste na sazonalidade das exportações brasileiras vai acabar se antecipando à menor produção do Hemisfério Norte em 23/24. Mesmo com uma safra expressiva, o Brasil não será capaz de resolver os fluxos comerciais. O deslocamento acaba por balancear o mercado de açúcar, evitando um superávit momentâneo que poderia ocorrer caso o Brasil colocasse grande parte do seu volume ainda no 2T. O deslocamento, portanto, faz com que o açúcar brasileiro chegue no mercado quando os efeitos de um possível segundo ano de baixa produção do Hemisfério Norte começariam a ser sentidos. Dessa forma, o preço do açúcar tende a seguir sustentado: o fluxo comercial permanece apertado. O risco a este cenário seria uma recuperação do HN. Caso ocorra, a maior disponibilidade em T4 pode ser vista como baixista.
De qualquer forma, seguiria havendo um viés de redução de preço, e este até poderia ganhar tração, mas apenas se a produção do Hemisfério Norte em 23/24, contrariando todas as perspectivas atuais, vier a adicionar um volume extra a esse excesso de oferta esperado.
O cenário para o açúcar brasileiro
Como referido no início, toda análise possui algum grau de risco. No caso do açúcar brasileiro, trabalha-se com a perspectiva de que o país seja capaz de produzir cerca de 595Mt de cana, alcançando cerca de 37,6Mt do adoçante. Embora um ano max açúcar se torne mais claro a cada dia, especialmente considerando o atual aperto do mercado físico e a alta dos preços, há fatores que vão influenciar esse cenário. Entre eles, decisões do governo sobre combustíveis, seus impostos e metodologia de preços. Ademais, um El Niño forte pode penalizar a qualidade da cana e o ritmo da safra.
De outra parte, a sinalização é de que seja superado o nível de 18Mt de exportações em um mês (grãos e açúcar combinados), o que seria problemático. É preciso, entretanto, considerar que a capacidade de exportação é extremamente difícil de estimar, e sempre pode haver surpresas. De qualquer forma, mantendo-se ou não a sazonalidade habitual, esse fator não altera o cenário de aperto do físico: apenas o redistribui.
A síntese possível
Como referido anteriormente, considera-se que há pouca ou nenhuma perspectiva de recuperação nos principais players do Hemisfério Norte (Índia, Tailândia e UE), cujo fluxo pode ficar ainda mais apertado, a depender do impacto do El Niño.
Em resumo, o aperto físico deve persistir, dando suporte aos preços do adoçante. Caso haja uma alteração no ritmo de exportação do país, o fluxo comercial se torna mais balanceado e mantêm-se o suporte – ainda mais dentro de um contexto de deterioração das safras do Hemisfério Norte. Caso não haja uma redistribuição da exportação brasileira, uma maior disponibilidade pode encontrar seu caminho para o fluxo global ainda em T2, induzindo possíveis correções.
O maior risco aos patamares de preços hoje observados é climático: qualquer melhora na perspectiva para o HN pode induzir correções de preços.
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Estratégias de gestão de risco para se proteger das incertezas do mercado de açúcar
O Brasil é líder mundial na produção e exportação de açúcar. Quase todo o país conta com produção de cana-de-açúcar e os números da safra 22/23 deve subir ainda mais em 2023. Mas para se proteger contra as volatilidades do mercado e obter bons resultados, contar com uma boa estratégia de gestão de risco pode ser a solução.
Nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, a produção de cana-de-açúcar tem grande importância econômica. Apenas São Paulo foi responsável por mais de 40 bilhões de reais, em 2021 (IBGE). Cinco vezes mais do que o segundo estado do ranking, Minas Gerais.
Mas olhar só para o valor gerado, não necessariamente significa bons negócios. Na prática, o produtor precisa que o valor total da comercialização da commodity seja mais alto do que o investido naquela safra.
Para que os retornos sejam positivos, é preciso ter um cenário altista pela frente. Ou seja, perspectivas de que as cotações continuem se valorizando em um horizonte de tempo. E isso depende do valor do dólar e da oferta e demanda da commodity.
É por isso que utilizar estratégias de hedge podem ser a solução para se proteger e conseguir melhores resultados. Com a utilização de contratos futuros ou do mercado de opções, pode-se fixar um preço mínimo de negociação de preço e participar da alta do mercado.
Quem deseja usar esse tipo de estratégia no mercado de açúcar, tem dois caminhos: ou estudar muito o assunto ou contar com um parceiro que tenha especialistas no mercado de açúcar e financeiro ao mesmo tempo.
Perspectivas do mercado de açúcar em 2023, por especialistas
Para olhar para o futuro, precisamos construir uma linha do tempo recente. A quebra de safra brasileira em 2021 gerou escassez no mercado, principalmente quanto a qualidade de açúcar bruto, dando sustentação aos seus preços em meio a uma perspectiva de déficit para a safra 2021/2022 (out-set). Assim, o contrato nº 11 mantém-se acima da paridade de exportação indiana durante todo o ano de 2022, em aproximadamente 18.8c$/lb.
Esse nível de preços foi responsável por incentivar que os produtores asiáticos alterassem sua proporção de produção entre qualidades em favor do açúcar bruto. Essa tendência transferiu grande parte da escassez para o mercado de açúcar branco incentivando seus preços a atingirem patamares não vistos em mais de 5 anos.
Assim, de uma forma geral, o mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico. Com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o preço do refino na Europa – adicionando ainda mais suporte aos preços do adoçante.
No mercado do etanol, as principais mudanças vieram das alterações na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix maior que o esperado.
O clima também contribuiu para uma alta nos preços do açúcar no segundo semestre de 2022. Tanto as secas quanto as chuvas prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte.
Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira, amenizando os efeitos de uma deterioração das safras do Hemisfério Norte e contribuindo para um pequeno superávit em 2022/2023 (Out-Set).
Mas o mercado de açúcar também é bastante afetado por fatores externos ao seu próprio mercado, como pela conjuntura macroeconômica e o complexo de energia, não podendo ignorar seus movimentos.
Estratégias de hedge para ajudar os resultados financeiros
O mercado do açúcar, assim como outras commodities, é muito volátil. As incertezas existentes devido ao cenário político e econômico, nacional e mundial, mudam constantemente, influenciando a oferta e demanda por açúcar e derivados.
No etanol, as políticas para combustíveis exercem influência. Para produtores, o clima é extremamente importante e, apesar de poder ser previsto, não é evitável. Assim, é muito fácil entrar em más negociações e acabar obtendo prejuízos de todo o trabalho dedicado a uma safra.
Diante das incertezas do mercado, é importante buscar uma estratégia de hedge que a proteção, em qualquer que seja a etapa da cadeia. O que a hEDGEpoint oferece são produtos flexíveis para participar na alta dos preços, caso existam indícios de que o mercado vai subir. É possível garantir um preço mínimo de venda e participar da alta do mercado através de estruturas de opções, por exemplo, produto que a hEDGEpoint oferece.
hEDGEpoint Academy oferece cursos focados no mercado de açúcar
A hEDGEpoint Academy é o braço de educação da hEDGEpoint. São cursos que vão do nível iniciante ao avançado e foram construídos pelos especialistas da empresa. Além de módulos focados nos fundamentos e conceitos de hedge, existem os específicos para algumas commodities.
O mercado de açúcar, tão importante para a economia brasileira, já possui uma estrutura de cursos em três níveis: Iniciante, Intermediário e Avançado. Neles, são oferecidas técnicas para analisar o mercado com embasamento, além de ferramentas utilizadas para gerenciar riscos.
Os cursos são 100% online e podem ser acessados via celular, tablet ou computador, de qualquer lugar, afinal o objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento sobre hedge.
Há, ainda, uma opção para empresas, que são pacotes personalizados, montados especialmente com as abordagens que interessam ao grupo de pessoas que receberá as aulas.
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O que esperar do mercado de commodities em 2023?
Se o ano de 2022 foi marcado pela volatilidade, o mercado de commodities em 2023 exige grande atenção aos movimentos globais. Acontecimentos do ano passado podem continuar impactando este ano. Além disso, há fatores imprevisíveis e os climáticos, que agem diretamente nas commodities.
A instabilidade geral evidencia a necessidade de uma estratégia de gerenciamento de riscos. Por isso, a equipe de especialistas da hEDGEpoint elaborou este conteúdo com perspectivas para o mercado agrícola e energético.
Cenário macroeconômico em 2023
Quem acompanha a economia, sabe que 2022 foi um ano histórico em relação às políticas monetárias. Bancos centrais de todo o mundo se viram obrigados a tomar decisões para combater a inflação. Assim, as taxas de juros se elevaram para os níveis mais altos dos últimos 40 anos.
Esta situação nos países desenvolvidos preocupa os produtores de commodities. Isto porque taxas altas normalmente enfraquecem a propensão a consumo – o que pode desencadear em menos importações.
A Guerra na Ucrânia, que não apresenta evidência de uma resolução próxima, continuará gerando impactos principalmente a Europa. Para compensar a falta do gás canalizado, a região passou a importar GNL, porém foi mais um fator de inflação.
Empresas do setor de fertilizantes estão apostando em investimentos na Ásia, devido aos altos custos de energia na Europa. Fatores como este sugerem que a economia da região poderá ter um desempenho abaixo do esperado em 2023.
O acontecimento que tem gerado grande expectativa para todo o mercado de commodities é a reabertura da China. Por ser um grande importador de commodities, o reaquecimento da economia chinesa traz otimismo ao mercado, soja e milho, por exemplo, que são as commodities mais associadas ao país, devem ter grande influência chinesa em 2023.
2023 para o setor de Energia
O mercado de óleo e gás teve um ano marcante. A invasão da Ucrânia fez com que choques de oferta fossem observados, à medida que países perderam acesso a produtos em função das sanções à Rússia.
Assim, houve baixo fluxo de gás russo para a Europa e os preços de commodities energéticas ficaram extremamente voláteis. O Brent quase atingiu US$140/bbl no início de 2022, mas fechou o ano em US$80/bbl.
2023 não deve ser muito diferente, mas há fatores que exigem cautela. Há o risco de uma recessão estar a caminho no Ocidente e a reabertura da China, que pode aumentar as exportações para regiões onde os estoques estão apertados.
O mercado de energia este ano desempenhará um papel crucial na dinâmica global da inflação. Especialmente se a volta da China se tornar mais forte do que inicialmente prevista, compensando os impactos de uma provável retração econômica em alguns países do ocidente.
Perspectivas para o mercado agro em 2023
No mercado de commodities agrícolas, os mesmos acontecimentos influenciaram em 2022 e impactarão 2023. A guerra da Ucrânia tem grandes efeitos no mercado de commodities como trigo, por exemplo, pois o país é um dos maiores exportadores.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Outro ponto que impacta diretamente no mercado agro é o clima. Há grande probabilidade de acontecer o fenômeno El Niño. Mesmo que seja possível prever, não é possível evitá-lo e, caso ocorra, deve afetar safras 23/24.
Baixe o relatório completo.
No mercado do açúcar, a expectativa é positiva para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que já se inicia em abril 2023, o que deve contribuir para a disponibilidade do adoçante no mercado global dentro de um contexto de deterioração das safras do Hemisfério Norte.
No caso do café, há perspectivas de melhora da produção de 23/24, trazendo expectativa de superávit. É esperada uma produção global de 172,8M scs e demanda global de 174,78M scs no ciclo atual, que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023.
Na soja, a produção total de 22/23 provavelmente será recorde devido ao Brasil (que estimamos em 150M ton vs 153M ton do USDA) ajudado por uma melhor produção no Paraguai.
Os números do USDA apontam para um superávit global um tanto confortável. Mas no Brasil, o clima será uma variável fundamental, principalmente entre março e junho, após o plantio de fevereiro e março.
O novo governo também não deixou muito claro os próximos passos em relação à agricultura, especialmente a soja. E, com certeza, a reabertura da China é um fator de grande influência, pois o país é o maior consumidor mundial do grão.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
Com tantas variações que afetam o instável mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
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Mercado do açúcar: qual a situação e perspectivas futuras?
O Brasil é o líder mundial na produção e exportação de cana-de-açúcar. Somente o estado de São Paulo produziu 405 milhões de toneladas, o equivalente a 40 milhões de reais, em 2021 (IBGE). A importância do mercado do açúcar está atrelada tanto à economia nacional quanto à sua história.
A cana-de-açúcar é quase tão antiga por aqui quanto a chegada dos portugueses. Acredita-se que em 1520, durante a colonização do país, a cana foi trazida para cá pelos recém chegados, que viram nas terras tropicais as condições ideais de cultivo.
E eles estavam certos, pois a produção em larga escala não apenas foi possível como transformou o país na maior potência mundial. Hoje, além de liderar o ranking de produção da cana, também lideramos a exportação de etanol, combustível valorizado por ser alternativa “limpa” à gasolina.
Por isso, a versatilidade é uma das grandes qualidades dessa commodity. Além de servir de matéria-prima para a indústria alimentícia, através de diversos tipos de açúcar e do próprio caldo da cana, ela também serve ao ramo de energia, pois gera álcool utilizado como insumo para o etanol.
A hEDGEpoint, que conta com especialistas no mercado do açúcar, elaborou o levantamento abaixo com as principais informações sobre o ano que passou (2022) e perspectivas futuras. Confira.
Quais foram os destaques no mercado do açúcar em 2022?
A quebra de safra brasileira em 2021 não apenas gerou uma escassez no mercado como incentivou uma alteração na proporção das qualidades produzidas pelos principais agentes do Hemisfério Norte, Índia e Tailândia.
Desde então, o açúcar bruto encontrou sustentação no cenário de déficit (2021/2022 out-set), mantendo-se acima da paridade de exportação indiana durante todo o ano de 2022, em aproximadamente 18.8c$/lb.
Esse nível de preços foi responsável por incentivar que os produtores asiáticos alterassem sua proporção de produção entre qualidades em favor do açúcar bruto. Essa tendência induziu o mercado de açúcar branco a uma escassez, incentivando seus preços a atingirem patamares não vistos em mais de 5 anos.
O mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico. Com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o preço do refino na Europa.
No mercado do etanol, as principais mudanças vieram das mudanças na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix maior que o esperado.
O clima também contribuiu para uma alta nos preços do açúcar no segundo semestre. Tanto as secas quanto as chuvas em excesso prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte.
O que esperar do mercado de açúcar em 2023?
Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira, que se inicia em abril 2023, fortalecendo a expectativa de superávit para 2022/20223 (Out-Set), mesmo com os atrasos no Hemisfério Norte.
Mas o mercado de açúcar também é bastante afetado por fatores externos ao seu próprio mercado, como pela conjuntura macroeconômica e o complexo de energia, não podendo ignorar seus movimentos.
Além disso, o mercado deve seguir atento às alterações climáticas que afetam diretamente o desenvolvimento vegetativo de suas matérias-primas: cana-de-açúcar e beterraba.
Qual o cenário atual do mercado do etanol?
No mercado de etanol brasileiro, as principais alterações de preços foram resultado de mudanças determinadas pelo governo. No começo de 2022, a safra do Centro Sul ainda gerava dúvidas: os preços do hidratado se encontravam no mesmo patamar que os do açúcar bruto.
Ainda que já se acreditasse em uma safra mais açucareira, o mercado apostava em um mix menor do que a média estimada ao final do mesmo ano. Essa mudança deveu-se, principalmente, às alterações no regime tributário dos combustíveis que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar.
A alta dos preços do petróleo impacta diretamente na cadeia de produção da cana, tanto por elevar os custos de produção quanto pela influência que exerce no preço do etanol.
Como se proteger das volatilidades do mercado do açúcar?
Existem diferentes tipos de riscos no mercado de commodities. Mesmo estimando possibilidades futuras, são apenas tendências, pois não é possível prever e nem evitar os acontecimentos reais.
As intempéries do clima, as mudanças políticas e econômicas a nível local e/ou global e os eventos imprevisíveis, como guerras, não se pode mudar, mas pode-se escolher como lidar com eles.
Em um mercado tão volátil, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos seus negócios.
A melhor opção para gerenciar riscos no mercado de commodities e evitar prejuízos é contar com um parceiro especialista em hedge que possua amplo conhecimento do mercado agro, como é o caso da hEDGEpoint.
Aliamos o conhecimento de especialistas em diferentes commodities com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
A hEDGEpoint conta ainda com a hEDGEpoint Academy, uma plataforma de cursos para disseminar o conhecimento em hedge, que traz muitos benefícios para o mercado agro e ainda é pouco utilizado.
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Mercado de etanol: cenário atual e perspectivas futuras
Quem acompanha o mercado de combustíveis sabe que, nos últimos anos, ocorreram muitos altos e baixos tanto para quem é produtor, quanto para quem consome.
A oscilação do preço da gasolina durante todo o ano de 2022, que chegou a custar mais de R$8 por litro em alguns locais do país, e a alta no diesel, que encarece o transporte e por consequência o valor final de muitos produtos, fizeram consumidores mais uma vez se questionarem sobre as alternativas a estes combustíveis.
Por outro lado, o etanol também sofreu muita variação, mas vem sendo cada vez mais valorizado por ser uma fonte de energia limpa e menos poluente, em tempos em que pautas ESG estão tão em alta.
Há ainda outros pontos que impactam o mercado do etanol, como a disseminação do carro elétrico, o hidrogênio verde, os investimentos para utilizar outras matérias-primas na fabricação do biocombustível, sem contar, é claro, a influência política e econômica, que são sempre motivo de atenção.
Diante deste cenário, é difícil visualizar as perspectivas futuras, mas nossos especialistas abordam aqui algumas possibilidades de caminhos para o etanol baseadas em dados e tendências do mercado atual.
O carro elétrico e o etanol
O etanol como combustível surgiu no Brasil nos anos 1980 com o Programa Pró-Álcool, como alternativa aos combustíveis fósseis, pois o país era dependente do mercado exterior em petróleo e durante a grande crise que ocorreu em 1979, tornou-se inviável continuar com as taxas tão altas de importações.
Foi assim que surgiu no Brasil o carro movido 100% a álcool, movimentando toda a indústria automobilística e também a produção de cana no país, que passou a ter novo destino para o plantio desta cultura, além do açúcar.
Depois, o etanol anidro passou a ser misturado na gasolina, em índices que variaram ao longo dos anos. Até que, em 2003, foram lançados no mercado os carros flex, capazes de rodar com qualquer proporção de gasolina e etanol hidratado. A inovação foi um sucesso e, em 2009, eles já eram 92% de todos os veículos novos vendidos no país.
A recente chegada do carro elétrico e o aumento da aderência a este modelo de abastecimento têm animado as montadoras, que veem como uma novidade capaz de empolgar o consumidor preocupado com o meio ambiente e gerar um novo mercado impulsionado pelas pautas de sustentabilidade.
Por outro lado, a inovação ainda traz incertezas para o produtor de etanol. Hoje, ao pensar em “carro verde” o que vem à mente do público consumidor é o carro elétrico à bateria, e não mais o que utiliza combustível de matéria-prima vegetal.
Enquanto isso, outra inovação que vem sendo testada é o carro elétrico movido a etanol. Visto que, em muitos países a energia elétrica é produzida via combustíveis fósseis, a versão à bateria, que exige horas ligado à tomada para recarregar, continuaria sendo poluente, perdendo o seu valor.
Porém o modelo elétrico a base de etanol seria abastecido normalmente com etanol no posto de gasolina e o hidrogênio gerado a partir desse biocombustível seria capaz de carregar as células de bateria e fazerem o carro rodar novamente, economizando tempo e energia elétrica.
Assim, o carro elétrico volta a animar o produtor de etanol, que atualmente vê mais vantagem em produzir açúcar e exportar para ter margens maiores de lucro.
E o etanol que não vem da cana?
As perspectivas são boas também para o etanol fabricado a partir do milho. Há uma expectativa de, até 2030, a produção com esta origem atingir 10 bilhões de litros, aumentando a participação nacional de 15% para 20%, segundo estudo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
Para a safra 2022/23 do milho, a projeção da Conab é de colher 126,9 milhões de toneladas, um aumento de 12,5% em relação à safra passada no Brasil. Sendo esta segunda safra a que mais transforma milho em etanol, a expectativa é de crescimento da produção do combustível também.
O milho também é uma alternativa sustentável e a sua utilização é uma forma de trazer mais visibilidade para ambos os mercados, do etanol e do milho, que ganham mais relevância juntos.
Além do milho, há mais uma nova fonte de etanol surgindo no país. É o trigo, que terá em 2023 sua primeira usina. Se na Europa e Canadá o etanol de trigo já é comum, aqui no Brasil a tecnologia está apenas começando e deve ser uma boa alternativa para suprir as demandas desse mercado em crescimento.
O projeto já teve início no Rio Grande do Sul e pretende já estar produzindo etanol até 2024.
Como se proteger das variações do mercado do etanol?
Como a produção de etanol depende das safras da cana, do milho e futuramente do trigo, o mercado fica à mercê da disponibilidade desses produtos, o que torna o cenário muito instável.
Sabemos que na economia, instabilidade significa variação de preços. Ao longo do ano, o valor do etanol pode chegar a variar em até 50%. Por isso, é muito importante assegurar uma boa estratégia de gerenciamento de riscos.
A melhor opção é contar com um parceiro especialista em estratégias de hedge que possua vasto entendimento no mercado financeiro e, ao mesmo tempo, no de energia. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado do etanol com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria em inteligência de mercado customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um de nossos especialistas para saber mais sobre como utilizar as nossas soluções a favor dos seus negócios.
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