Destaques do mercado de petróleo
A IEA (Agência Internacional de Energia, sigla em inglês), publica todo mês um relatório com os destaques do mercado de petróleo a nível mundial. O report Short-Energy Outlook aborda dados sobre consumo global, oferta, estoques e mais.
Neste texto, você vai encontrar as principais atualizações sobre essa commodity abordadas no relatório, além de insights e informações sobre o mercado de petróleo. Confira abaixo e faça uma boa leitura!
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- Perspectivas para o mercado de petróleo até 2030
Destaque do petróleo de acordo com a IEA
O primeiro Relatório do Mercado de Petróleo da IEA em 2025 cita diversos dados sobre 2024 e previsões para esse ano, começando pela procura mundial da commodity. De acordo com a companhia, a demanda global por petróleo apresentou um aumento sazonal no 4º trimestre do ano passado, registrando um crescimento anual significativo de 1,5 milhões de barris por dia (mb/d). Esse valor representa o maior nível desde o 4º trimestre de 2023 e supera em 260 mil barris por dia (kb/d) a previsão anterior. Entre os fatores que contribuem para esse aumento no consumo estão:
- Preços mais baixos de combustíveis;
- Temperaturas mais frias no Hemisfério Norte;
- Ampla disponibilidade de matérias-primas petroquímicas.
Para 2024, o crescimento anual foi definido em 940 kb/d, com um potencial aceleração para 1,05 mb/d em 2025. Referente à oferta global, a agência registrou um crescimento de 20 kb/d em relação ao mês anterior, alcançando 103,5 mb/d em dezembro 2024. Esse número representa um acréscimo de 390 kb/d em relação ao mesmo período do ano anterior (2023).
Para 2025, a estimativa da IEA é de que a oferta global de petróleo cresça 1,8 mb/d, atingindo 104,7 mb/d. A produção de países fora da OPEP+ deve subir 1,5 mb/d tanto em 2024 quanto em 2025, alcançando 53,1 mb/d e 54,6 mb/d, respectivamente.
Além de estimativas de oferta, o relatório da Agência Internacional de Energia indica dados sobre produtos refinados, estoques globais e preços. Veja abaixo os destaques:
- As atividades de refino de petróleo bruto cresceram 1,2 mb/d em dezembro, alcançando 84,3 mb/d;
- No comparativo anual, as operações de refino subiram 930 kb/d, com destaque para os Estados Unidos, Oriente Médio e África;
- Para 2025, espera-se um aumento de 660 kb/d nas operações de refino, após um crescimento de 510 kb/d em 2024;
- Os estoques globais de petróleo aumentaram 12,2 milhões de barris (mb) em novembro, alcançando 7.655 mb;
- Os estoques da indústria na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) recuaram 20,1 mb, ficando em 2.749,2 mb, 118,3 mb abaixo da média de cinco anos;
- Dados preliminares indicam que os estoques globais continuaram crescendo em dezembro;
- Os preços do petróleo ultrapassaram US$ 80 por barril no início de janeiro, impulsionados por sanções mais rigorosas ao petróleo russo e iraniano.
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De acordo com o levantamento da Reuters, os preços do petróleo caíram no final de janeiro após Trump solicitar o aumento na produção dos países da OPEP+ para reduzir os preços. Além disso, a queda de 3% na segunda-feira (27 de janeiro) aconteceu devido às perdas nas ações de tecnologia e energia de Wall Street e o crescente interesse na IA DeepSeek desenvolvida pela China.
O time da Hedgepoint aponta que o petróleo oscila devido a possíveis sanções de Trump a países produtores. Após conversas entre o governo americano e colombiano, os Estados Unidos recuaram na imposição de tarifas contra a Colômbia que poderia afetar o custo do petróleo importado.
Entretanto, a Agência Internacional de Energia também relata novas sanções do país norte-americano à Rússia com o objetivo de reduzir as receitas do setor petrolífero russo. Donald Trump já mencionou tarifas de 10% sobre produtos importados da China em 1º de fevereiro, além de possíveis taxas de 25% para o México e o Canadá.
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Em relação aos preços, a Hedgepoint afirma nos updates que os contratos futuros do petróleo Brent caíram 36 centavos, ou 0,5%, para US$ 78,14 o barril às 12h GMT de 27 de janeiro. O petróleo bruto WestTexas Intermediate dos Estados Unidos estava em US$ 74,27, uma queda de 39 centavos, ou 0,5%.
No HUB, também é possível analisar o comportamento do preço do petróleo na OPEP ao longo de 2024. O gráfico mostra a volatilidade dos valores no ano passado, além da média dos últimos 5 anos: – que servem como baliza para 2025:
Veja o último report referente aos preços dos produtos do petróleo:
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- Como os conflitos no Oriente Médio impactam o preço do petróleo na Ásia?
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Conflitos no Oriente Médio e o impacto no petróleo asiático
O Oriente Médio desempenha um papel estratégico no mercado global de petróleo, concentrando alguns dos maiores produtores da commodity, como Arábia Saudita, Irã e Iraque. No entanto, essa é também uma região marcada por instabilidade geopolítica.
Conflitos recentes em áreas de produção de petróleo no Oriente Médio têm levantado preocupações sobre o impacto que esses eventos podem ter no abastecimento e nos preços globais. A Ásia, em especial, é uma das regiões mais impactadas por esses conflitos devido à sua forte dependência do petróleo importado dessa região.
Diante deste contexto, convidamos o especialista Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, para explicar como essa situação afeta o mercado de petróleo na Ásia. Confira a seguir os principais pontos abordados pelo profissional e boa leitura.
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O Oriente Médio e o mercado de petróleo
Alguns dos principais países envolvidos em conflitos geopolíticos na história moderna são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A instituição busca regular o mercado global de petróleo e garantir preços mais estáveis para a commodity.
● A influência do Irã nos preços do petróleo
O Irã foi o quarto maior produtor de petróleo bruto da OPEP em 2023. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o país possui a terceira maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com 12% do total, enquanto suas reservas no Oriente Médio representam 24%. O Brasil produz cerca de 3M de petróleo, chegando 4M com outros líquidos. Veja os dados de produção da nação em comparação com outros países:

Fonte: EIA
“A expectativa e que uma escalada possa prejudicar o comércio de petróleo, afetando o abastecimento e impulsionando o preço das commodities energéticas”, explica Arduin.
● Rotas de entrega para a Ásia
O especialista da Hedgepoint também aponta a influência dos conflitos no Oriente Médio sobre as rotas de entrega de petróleo para a Ásia. Segundo ele, “o fluxo de petróleo destinado aos países asiáticos passa pelo Oriente Médio. Assim, qualquer interrupção nessa rota logística impacta imediatamente os preços dos barris que chegam até lá.”
O Estreito de Ormuz, por exemplo, é uma das principais rotas para o petróleo asiático. Aproximadamente 20 a 30 milhões de barris passam por essa via diariamente, representando 21% do petróleo comercializado globalmente. Caso o Irã interrompa essa passagem, o continente pode sofrer com a oferta reduzida.
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Sanções econômicas aos países em conflito
De acordo com Arduin, as principais economias do mundo têm aplicado sanções econômicas aos países em conflito, especialmente ao Irã. O objetivo é limitar seu apoio a grupos envolvidos e conter sua participação nas ações.
Segundo a Administração de Informações Energéticas dos EUA (EIA), a China é o segundo maior consumidor de petróleo no mundo. O especialista relata que a nação asiática depende fortemente das importações da commodity vindas do Oriente Médio.
“A China absorve boa parte da oferta sancionada do Irã, principalmente por ser mais barata. A nação asiática não adere a essas sanções impostas pelo Ocidente”, completa o especialista.
Arduin também ressalta que as sanções dos Estados Unidos foram tema recorrente nas eleições americanas. A gestão atual evitou aplicar novas sanções para não afetar a produção de petróleo no Oriente Médio e influenciar uma alta nos preços.
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O impacto dos conflitos nos preços do petróleo na Ásia
Devido à importância do Irã no mercado petroleiro, os conflitos envolvendo o país têm impactado os preços do produto internacionalmente. Em outubro de 2024, o valor do barril subiu mais de 5% nos mercados globais após o país se envolver em novos confrontos contra Israel.
Com a expectativa de uma retaliação israelense, os futuros do petróleo continuaram a subir. Segundo a S&P Global, o WTI (West Texas Intermediate – referência para o preço do petróleo na Bolsa de Valores) de dezembro da NYMEX fechou em alta de US$ 1,59 no final de outubro, a US$ 71,78 por barril. O Brent de dezembro da ICE subiu US$ 1,67, para US$ 76,05 por barril.
“O preço do petróleo sobe rapidamente quando surgem tensões, mas também cai assim que há um esfriamento. Foi o que observamos em outubro: o petróleo chegou a quase US$ 80 e depois voltou para a faixa dos US$ 70”, completa Arduin.
Enquanto isso, a Arábia Saudita elevou os preços para compradores asiáticos para cobrir os riscos e a volatilidade do mercado. Em outubro, uma produtora estatal do país aumentou o preço oficial de venda de seu principal tipo de petróleo bruto em 90 centavos, especialmente para compradores da Ásia. Ao mesmo tempo, a empresa reduziu o preço para os Estados Unidos e a Europa.
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O especialista também destaca que a OPEP tem reduzido a produção para sustentar os preços do petróleo, embora a organização tivesse previsto um aumento na produção de outubro a dezembro.
“Com os conflitos geopolíticos, esse crescimento na oferta não está acontecendo. Isso também pressiona os preços do petróleo”, afirma Arduin.
A China é um dos países asiáticos mais afetados pelo aumento dos preços, por ser a maior importadora de petróleo do mundo. “A China tem utilizado estoques como amortecimento no curto prazo e investe em energia renovável para reduzir sua dependência do petróleo do Oriente Médio no longo prazo”, finaliza Arduin.
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Como se proteger da volatilidade no mercado energético mundial
Diante deste cenário de volatilidade, ferramentas de hedge tornam-se essenciais para empresas que desejam se proteger das oscilações de preço no petróleo. Segundo Arduin, o hedge é indispensável para minimizar o impacto das flutuações de valores.
Saiba mais sobre como proteger seu negócio dos riscos do mercado energético! Entre em contato com a Hedgepoint e converse com um especialista.
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O mercado de petróleo até 2030
A Agência Internacional de Energia (IEA) publicou suas projeções para o mercado do petróleo a médio prazo, com estimativas até 2030. Os dados abrangem informações sobre oferta e demanda a nível global, regiões que lideram o consumo, fatores econômicos que moldam o setor e os desafios impostos pela transição energética.
Leia mais para explorar essas dinâmicas e compreender o futuro da economia petroleira.
Estimativas globais de demanda e produção
No documento “Oil 2024”, a IEA prevê que o crescimento da demanda global de petróleo será impulsionado pelas economias emergentes da Ásia, com destaque para China e Índia. Entretanto, a instituição também afirma que a procura por petróleo nas economias avançadas deve cair nesta década.
Para a China, a previsão é de que o uso do combustível deverá atingir o pico ainda em 2025. O aumento das vendas de carros elétricos e o investimento no transporte ferroviário de alta velocidade abrandaram o crescimento da procura por gasolina.
Na Índia, os combustíveis para transportes desafiarão a tendência global e aumentarão significativamente. De acordo com a IEA, a demanda deverá evoluir em 1,3 milhões de barris por dia (mb/d) no país. Veja as estimativas no gráfico abaixo para as regiões do planeta:
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a Índia está no caminho de se tornar a maior impulsionadora do crescimento da demanda global por petróleo até 2030, superando a China. O país deverá aumentar sua demanda em quase 1,2 milhão de barris por dia, representando mais de um terço do incremento global de 3,2 milhões de barris diários previsto até 2030.
Confira a demanda local por tipo de produto:
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No mundo, é esperado um aumento da capacidade mundial de produção de petróleo, liderado pelos Estados Unidos. Essa ampliação resultará em um excedente de produção em relação à demanda, influenciando os preços e as reservas mundiais.
Segundo a IEA, a oferta total de petróleo deve aumentar em 6 mb/d, alcançando quase 113,8 mb/d até 2030. Esse número é 8 mb/d acima da demanda prevista globalmente (que é de 105,4 mb/d). Veja as projeções no gráfico abaixo:
Para os próximos anos, é previsto um aumento na demanda por petróleo no mundo. Entretanto, essa procura deve se estabilizar até o final da década. A demanda em países não pertencentes à OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, sigla em inglês) é prevista para crescer 6.1 mb/d até 2030.
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O impacto dos preços no mercado de petróleo
Conforme citado pela agência em seu documento, os preços do petróleo são fundamentais na previsão de demanda. Pensando nisso, a organização mostrou estimativas de procura em dois cenários diferentes: com preços maiores e com preços menores.
O cenário com valores elevados assume um aumento de 2,5% por ano. Neste caso, a procura global de petróleo em 2030 reduziria em 650 mil barris/dia. No cenário de preços menores, os valores cairiam de USD 79/bbl em 2025 para USD 69/bbl em 2030. Neste caso, o consumo de petróleo mundial aumentaria em 1,1 mb/d no final da década. Esses dados evidenciam a elasticidade da demanda em resposta às condições econômicas e aos custos de energia. Veja esses dados no gráfico:
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A demanda de petróleo no mercado aéreo e marítimo
No “Oil 2024”, a IEA também aborda estimativas específicas no consumo de petróleo em aviões e navios. Conforme relatado, esses setores de transporte continuarão a apresentar crescimento na demanda de combustíveis, embora em ritmo mais lento devido aos ganhos de eficiência energética.
No mercado marítimo, as previsões da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é de que esse setor se expandirá a uma taxa média anual de 2,1% até 2028. Na aviação, espera-se que o consumo de querosene ultrapasse os níveis pré-pandemia em 2027.
O uso de matérias-primas se expandirá ao longo da década
Estimativas sobre o uso do petróleo em produtos derivados também foram levantadas pela Agência Internacional de Energia. Segundo a organização, a demanda por matérias-primas petroquímicas será a maior responsável pelo crescimento na procura de petróleo em médio prazo.
A perspectiva é de que a demanda neste setor aumente em 2,8 mb/d. Esse dado equivale a cerca de três quartos do aumento global do consumo de petróleo. Neste cenário, a China vai continuar sendo o país que mais movimenta esses produtos, com o uso da matéria-prima aumentando 1.3 mb/d entre 2023 e 2030. Veja no gráfico abaixo:
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Esse aumento na demanda é impulsionado pelo crescimento das cidades, evolução de renda em países emergentes, além da ampliação de compras on-line e serviços de entrega, o que gera a necessidade por embalagens. Com isso, a IEA espera que a procura por olefinas leves (etileno e propileno) aumente em cerca de 2,8% até 2030.
Acesse outros relatórios sobre o mercado de petróleo
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O preço do petróleo e a agricultura
O preço do petróleo é um fator determinante na economia de diversas cadeias produtivas. Por ser o combustível mais utilizado no mundo, a sua volatilidade afeta os custos de logística.
Pensando nisso, convidamos o especialista Rodrigo Lamberti, especialista em gestão de riscos para grãos na Hedgepoint, para explicar o impacto do preço do petróleo no mercado agrícola. Exploramos a influência dessa variável em pontos importantes para o setor, como o retorno de investimento ao produtor. Acompanhe a nossa análise e boa leitura!
O preço do petróleo e o impacto no basis
Segundo o especialista, o preço do petróleo exerce uma influência direta sobre os custos de diversos setores agrícolas, com destaque para as despesas logísticas, como frete e armazenamento. O custo logístico impacta diretamente no “basis” ou “prêmio” de um produto agrícola. Esses termos representam a diferença entre o preço internacional negociado em bolsa de uma commodity e o seu valor no mercado local.
O frete é um dos mais importantes componentes precificadores do grão. Quanto maior o custo logístico, menor o prêmio (basis) naquele local e, portanto, menor será o valor recebido pelo produtor”, comenta Lamberti.
No Brasil, esse impacto no prêmio pode ser ainda maior, já que o transporte rodoviário é predominante no país. Um estudo realizado pelo Esalq-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) em parceria com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês) afirma que os caminhões foram responsáveis por 69% do transporte de milho no Brasil em 2019. Para a soja, esse percentual foi de 67%.
Abaixo, você pode acompanhar o fluxo rodoviário de escoamento de grãos no Brasil (em laranja). Os dados foram levantados pela CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil):

Fonte: CNA
De acordo com o especialista, “a dependência do transporte rodoviário torna o setor agrícola brasileiro mais vulnerável ao preço do petróleo, através de seus produtos derivados, como o diesel”. Essa influência do combustível também aumenta devido às longas distâncias percorridas pelos caminhões no escoamento de grãos. O material publicado pelo Esalq-LOG e pelo USDA ressalta que a distância média de entrega da soja e do milho no Brasil é de 574 milhas, ou 923 quilômetros.
“Durante a colheita, a alta demanda por transporte também causa um aumento no preço do frete. Esse crescimento é mais uma variável que impacta diretamente a margem do produtor agrícola”, acrescenta o especialista da Hedgepoint. Além disso, a concentração de entregas também sobrecarrega a frota disponível e eleva ainda mais os custos logísticos.
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Frete internacional e influência do petróleo
Além de impactar diretamente o transporte rodoviário nacional, o preço do petróleo também influencia o preço de produtos agrícolas comercializados internacionalmente. O especialista aponta que o diesel marítimo, conhecido como bunker, é majoritariamente feito de petróleo. Qualquer aumento nos preços afeta o setor agrícola, pois a quantidade de combustível consumido neste tipo de transporte é ainda maior.
“Além disso, conflitos internacionais podem mudar rotas logísticas, aumentando consideravelmente o trajeto de entrega. Nestes casos, o frete se torna ainda mais caro”, afirma o especialista.
Por outro lado, o aumento do preço do petróleo também pode ter um efeito positivo para alguns setores agrícolas. Atualmente, a produção do biodiesel está em uma tendência crescente, e o próprio biocombustível vem aumentando a sua participação no transporte, incluindo o biobunker.
Segundo Lamberti, por serem produtos substitutos, a alta nos preços dos combustíveis fósseis abre espaço para o crescimento da demanda pelos biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas, gerando também, por consequência, uma maior demanda por óleo de soja, milho e cana-de-açúcar, por exemplo.
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A relação entre a armazenagem e o custo do frete
Rodrigo Lamberti destaca a atuação que a armazenagem de grãos tem no custo do frete. O especialista aponta que o Brasil tem uma capacidade de armazenagem inferior à produção total de grãos, o que força os produtores a escoar os estoques rapidamente, mesmo em condições de mercado desfavoráveis.
“A falta de armazenagem muitas vezes leva a perdas significativas de qualidade, com grãos armazenados no chão, expostos ao clima. Além disso, produtores que precisam pagar por espaço ou investir em armazéns próprios enfrentam custos adicionais que impactam suas margens”, explica Lamberti.
Os dados publicados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) evidenciam esse déficit na armazenagem. Confira abaixo as informações mais recentes divulgadas pela instituição:

Fonte: Conab
Em 2024, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou que a capacidade disponível para armazenamento de grãos no Brasil no 1º semestre do ano foi 5,4% superior à do semestre anterior. O site também aponta que os estoques aumentaram 15,5% em relação ao ano passado.
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Soluções de logística no setor agrícola
Segundo Lamberti, o mercado tem aplicado para contornar esses custos influenciados pelas longas distâncias percorridas em estrada. Embora o transporte rodoviário ainda predomine, o Brasil tem avançado na diversificação logística. O uso do transporte ferroviário, hidroviário e da cabotagem (transporte marítimo entre portos nacionais ) representam alternativas promissoras para reduzir a dependência dos caminhões.
“Inovações como a cabotagem podem tornar o transporte mais eficiente, aproveitando o potencial marítimo do Brasil. O uso de combustíveis alternativos (como o biobunker) também é uma tendência que pode diminuir a dependência do petróleo”, afirma Lamberti.
O estudo da Esalq-LOG em parceria com o USDA relata que a participação do transporte rodoviário no escoamento de grãos brasileiros diminuiu 8% de 2010 a 2019. Com a redução no uso de rodovias, houve um aumento de 4% no uso ferroviário e de 4% no uso de transporte fluvial.
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Ferramentas de hedge: a proteção financeira para o agricultor
Por fim, o especialista reforça que há maneiras de proteger o agricultor financeiramente. Mesmo que o prêmio (basis) permaneça exposto às condições locais de frete e armazenamento, o produtor pode utilizar o hedge para travar o preço de outros dois componentes voláteis: o valor da commodity (grão) na bolsa e a taxa de câmbio.
Na Hedgepoint, você conta com especialistas em hedge de commodities agrícolas para aplicar esses produtos na prática. Entre em contato com nossa equipe e saiba mais!
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Eleições nos Estados Unidos e o mercado energético
O futuro do mercado energético é um dos principais pontos abordados pelos candidatos à presidência dos Estados Unidos. Ambos os candidatos compartilham o objetivo comum de reduzir os custos de energia no país e aumentar os empregos no setor, porém divergem em seus planos para alcançar essas metas.
O especialista Daniel Osorio, head of desk de Energia na Hedgepoint Global Markets US/LATAM, foi convidado para explicar as principais políticas energéticas de cada candidato e o que podemos esperar para o mercado caso sejam eleitos. Boa leitura!
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O que esperar de Donald Trump para o mercado energético?
Em seu mandato anterior (2017-2021), Donald Trump aplicou políticas internas que impulsionaram a produção de combustíveis fósseis no território americano. O especialista da Hedgepoint enxerga um cenário semelhante para o futuro caso Trump seja eleito.
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Políticas para a redução de custos
“Trump é a favor da independência energética dos Estados Unidos, promovendo exploração e produção, especialmente através do fracking, que é uma técnica de extração de petróleo e gás natural do subsolo”, aponta Osorio.
Para o candidato republicano, a exploração de energia fóssil e a relação próxima com empresas energéticas foram fatores que consolidaram os Estados Unidos como grande exportador líquido de energia. Trump também acredita que as políticas de apoio à energia sustentável definidas no governo Biden-Harris tiveram papel importante no aumento dos valores dos combustíveis.
“O perfil político de Donald Trump indica que ele deve flexibilizar essas regulamentações para impulsionar a produção e fornecer um combustível mais barato à população. Para isso, pode ser que o republicano libere a exploração de petróleo em terras federais protegidas, como partes do Alasca e das Montanhas Rochosas”, completa Daniel.
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Posição internacional e geopolítica
Para um segundo mandato de Trump, espera-se uma administração mais firme contra regimes como o Irã, a Rússia e a Venezuela. Sob a administração Biden, as sanções foram amenizadas para evitar o aumento dos preços de energia. Contudo, Donald tende a mudar esse posicionamento.
O especialista complementa: “com Trump, há uma maior probabilidade de uma posição agressiva contra esses países, enquanto Harris provavelmente manteria uma abordagem menos severa.” Contudo, esse tipo de política pode afetar o preço dos combustíveis a níveis mundiais, já que alguns países produtores estão envolvidos nos principais conflitos geopolíticos dos últimos anos.
Quanto à relação delicada dos Estados Unidos com a China, Trump tem intenção de pressionar a economia chinesa com tarifas, o que poderia reduzir a demanda energética gerada pelo país asiático, além de impactar o mercado de energia global.
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- Dia mundial do petróleo: perspectivas para o futuro do mercado
Como Kamala Harris deve gerir o mercado energético?
Ao contrário de Trump, a candidata democrata tem um perfil político direcionado às energias renováveis. No governo de Biden, a atual vice-presidente apoiou a criação de políticas e regulamentações que priorizaram a produção de energia verde. Caso eleita, a candidata deve seguir no mesmo rumo, investindo principalmente no biocombustível.
“Kamala Harris reconhece a necessidade de regulamentações ambientais mais rígidas e incentivos a tecnologias de energia limpa, como solar e eólica”, aponta Osorio.
O especialista da Hedgepoint aponta que a democrata se opôs ao fracking anteriormente. Contudo, Harris recuou em relação à proibição da prática, justamente por sua busca pela redução dos preços.
A candidata tem mostrado certa flexibilidade em relação à produção de petróleo nos Estados Unidos, assim como no mandato de Biden-Harris. De acordo com a IEA (U.S. Energy Information Administration), foi na atual gestão que o país norte americano atingiu um recorde histórico na produção de combustíveis fósseis. Veja abaixo:

Fonte: IEA
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Posicionamento internacional
A candidata Kamala Harris oferece um posicionamento diferente de Trump em relação aos conflitos geopolíticos mundiais. Daniel Osorio relata que a democrata manteve uma administração mais branda ao lado de Biden nos últimos 4 anos e que esse comportamento também deve ser mantido caso seja eleita.
“Se Kamala vencer as eleições, espera-se uma postura mais moderada em relação ao Irã, Rússia e demais países envolvidos em conflitos geopolíticos. A atual vice-presidente mantém essa relação com essas nações para não impactar os preços dos combustíveis mundialmente”, finaliza Osorio.
Quanto ao relacionamento com a China, o especialista também espera poucas mudanças em relação à gestão atual. “Kamala tende a manter os acordos do jeito que estão, sem antagonizar com a China, por exemplo”.
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As eleições nos Estados Unidos e a volatilidade no mercado energético
Os preços no mercado de commodities são influenciados por diversos fatores, como oferta, demanda e política. As eleições dos Estados Unidos costumam gerar uma certa pressão nos valores de matérias-primas, incluindo os combustíveis.
De acordo com Daniel Osorio, “os preços da energia e a volatilidade do mercado provavelmente aumentarão tanto antes quanto após as eleições americanas”. Nas últimas corridas presidenciais, os valores de commodities foram atingidos pela incerteza dos resultados e neste ano os dados mostram pesquisas cada vez mais acirradas.
“Logo após a eleição, podemos esperar alta volatilidade no mercado de energia até que as posições políticas estejam claras. Esse período pode durar cerca de seis meses, até que ambos os lados definam suas políticas para a economia e o setor energético.”
Neste cenário, o uso do hedge é fundamental para proteger empresas de commodities da flutuação nos preços. Com ferramentas avançadas, negócios que trabalham com combustíveis podem trabalhar com maior segurança financeira até que o resultado seja divulgado.
Entre em contato com a Hedgepoint e conte com profissionais especializados no mercado energético.
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O potencial do mercado de biobunker
O bunker é um combustível marítimo que abastece navios de carga e de passageiros. O biobunker é uma alternativa que substitui parcialmente o diesel utilizado no bunker por um biodiesel produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais. Seu objetivo é ampliar a diversidade da oferta energética para esses navios, além de reduzir as emissões de carbono, utilizando uma fonte renovável.
Atualmente, o biobunker é usado apenas em misturas com o diesel tradicional. Contudo, o mercado para esse combustível está em evolução, e sua demanda deve crescer nos próximos anos. Neste texto, vamos explorar o potencial desse biocombustível no mercado energético, seus desafios futuros e mais. Boa leitura!
O que pode impulsionar a demanda de biobunker?
A produção e demanda global de biocombustíveis têm crescido em todo o mundo. Políticas globais se tornaram os maiores incentivos para o uso do biobunker e outras fontes limpas, principalmente no combate às mudanças climáticas. A vantagem do biobunker nesse cenário sustentável é que ele oferece uma solução “drop-in“, ou seja, pode ser utilizado diretamente nos motores dos navios sem necessidade de adaptação tecnológica.
Na União Europeia as iniciativas de controle de emissões de carbono já estão em andamento. O continente implementou um sistema de comércio de emissões para grandes navios, visando regulamentar as emissões de gases de efeito estufa no transporte marítimo.
Além disso, a Europa vai implementar o FuelEU Maritime em 1º de janeiro de 2025. O programa aumentará a participação do biobunker na mistura de combustíveis do transporte marítimo internacional dentro da UE. A iniciativa começará com uma redução de 2% nas emissões de carbono em 2025, aumentando para 6% em 2030 e atingindo 80% até 2050.
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As metas ESG (environmental, social, and governance) de empresas ao redor do mundo também devem impulsionar a demanda por biobunker. Muitos países estão desenvolvendo políticas e acordos relacionados ao ESG para incentivar práticas sustentáveis.
Essas iniciativas já têm impactado o consumo de biobunker. A Bunker Holding, maior comerciante de combustível marítimo do mundo, espera que a demanda dobre até 2025 devido às legislações incentivadoras. De acordo com a IEA Bioenergy (braço da Agência Internacional de Energia), o biodiesel usado no biobunker e o biojato representarão quase metade da expansão futura dos biocombustíveis. A organização prevê que a demanda por essas fontes crescerá 38 bilhões de litros até 2028, com destaque para os países emergentes, especialmente o Brasil.
A utilização do biobunker atualmente
As iniciativas sustentáveis têm mostrado resultados no incentivo ao uso do biobunker. A S&P Global relatou que a demanda pelo biocombustível em Singapura, o maior porto de abastecimento do mundo, continua a crescer. Conforme dados da Autoridade Marítima e Portuária local, as vendas de biobunker saltaram de 140.200 toneladas em 2022 para 518.000 toneladas em 2023.
Essa evolução no consumo já demonstra o compromisso das grandes empresas marítimas em adotar combustíveis mais limpos. Com as metas de emissões net-zero se tornando mais ambiciosas até 2050, espera-se um crescimento contínuo na demanda por biobunker.
Inicialmente, a maior parte dessa procura deve se concentrar nos maiores portos do mundo. Em Roterdã, as vendas totais de biobunker alcançaram 752.000 toneladas, com a Autoridade Marítima local relatando crescimento na demanda desde o início de 2023:

Fonte: Autoridade Portuária de Roterdã
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- A evolução do mercado bioenergético na Ásia
O potencial do Brasil no mercado de biobunker
O Brasil, segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, desempenha um papel importante na produção de biobunker. Atualmente, o país tem uma demanda potencial de 4 milhões de toneladas anuais de biocombustível marítimo.
Em julho de 2024, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) autorizou a Petrobras a vender óleo bunker com uma mistura de 24% de biodiesel. Testes realizados pela agência indicaram uma redução nas emissões de carbono entre 17% e 19%.
Outras empresas devem seguir o exemplo, buscando a mesma autorização e estimulando a produção e demanda de biobunker no Brasil. A IEA prevê que economias emergentes, como o país latino-americano, impulsionarão até 70% do crescimento global de biocombustíveis nos próximos cinco anos.
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- O mercado bioenergético no Brasil
Custo de produção: principal desafio para o futuro do biobunker
Segundo a IEA, os biocombustíveis geralmente custam mais do que os combustíveis fósseis com os quais são misturados. A própria agência estima que os custos de produção de biocombustíveis avançados, como o biobunker, variam entre 65 e 158 EUR/MWh (megawatt-hora) para produção baseada em biomassa e entre 48 e 104 EUR/MWh para produção com resíduos. Em comparação, os combustíveis fósseis têm um custo médio de 30-50 EUR/MWh.
Abaixo podemos ver a diferença entre os preços do biodiesel e do VLSFO (Óleo Combustível com Teor de Enxofre Muito Baixo), um dos combustíveis marítimos mais utilizados atualmente no mercado:

Fonte: Argus Media
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- Dia mundial do petróleo: perspectivas para o futuro do mercado
O papel do hedge em um mercado em expansão
O biobunker oferece uma solução promissora para a descarbonização do transporte marítimo. Com o apoio de governos e empresas, esse produto tem grande potencial de expansão. No entanto, como em qualquer mercado em crescimento, há incertezas, especialmente quando um rápido aumento pode trazer oscilações nos preços.
O hedge desempenha um papel crucial na proteção contra essa volatilidade. Ele permite que empresas se protejam das flutuações de preços, fixando valores ou limitando perdas potenciais. No mercado de petróleo, por exemplo, é possível usar contratos futuros para travar o preço de venda por um período, evitando a exposição à volatilidade.
Na Hedgepoint, você conta com especialistas em hedge de energia para proteger seu negócio. Entre em contato com a nossa equipe e saiba mais.
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Dia Mundial do Petróleo
O Dia Mundial do Petróleo é comemorado em 29 de setembro e destaca a importância desse recurso natural para a movimentação econômica global. O petróleo é uma das principais fontes energéticas do planeta, além de gerar os combustíveis mais consumidos no mundo. É a base para a produção de gasolina, óleo diesel, querosene e mais. Esses produtos são fortemente utilizados devido à sua alta eficiência em automóveis, caminhões, ônibus e aeronaves.
Neste texto, vamos entender o cenário atual da produção de petróleo, perspectivas para o futuro do setor, desafios da transição energética e mais. Acompanhe na leitura!
A economia do petróleo no mundo
A produção mundial de petróleo desempenha um papel central no suprimento energético global. Em 2022, o Petróleo Bruto foi o produto mais vendido, em termos monetários, do planeta, alcançando a marca de $1,45 trilhão de dólares. No mesmo ano, esse setor representou 6,13% do comércio mundial.
Além disso, a produção global de petróleo bruto cresceu 1% em 2023. Essa evolução se deu pelo aumento produtivo de países não pertencentes à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), como os Estados Unidos (+8,5% em 2023), o Brasil (+12%) e a Guiana. Esse crescimento segue constante desde a década de 90:

Fonte: Enerdata
Países como Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia se destacam como os maiores produtores globais, sendo responsáveis por quase metade da produção mundial. Atualmente, o país norte-americano produz mais petróleo bruto do que qualquer nação em qualquer época, de acordo com as Estatísticas Internacionais de Energia.

Fonte: IBP
Incluindo o petróleo condensado, os Estados Unidos atingiram a média de 12,9 milhões de barris produzidos por dia em 2023. O recorde anterior era de 12,3 milhões, estabelecido em 2019 pelo mesmo país. Apesar de números tão altos, a nação ainda importa petróleo pois é o maior consumidor deste produto no mundo.
No ano passado, os Estados Unidos consumiram quase 19 milhões de barris de petróleo por dia. A nação ocupa a terceira posição como maior importadora mundial. Em 2023, a China ficou em primeiro com mais de 13,7 milhões de barris importados por dia. A Europa seguiu de perto como a segunda maior importadora, com 12,8 milhões de barris diários.
Quanto à exportação, a Arábia Saudita lidera com US$ 310,6 bilhões exportados em 2023. Esse valor correspondeu a 16,3% das exportações globais daquele ano. A Rússia, o Canadá e os Estados Unidos completam o ranking mundial de maiores exportadores, respectivamente.
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Dia do petróleo: as perspectivas para o futuro do mercado
As perspectivas para o futuro do petróleo estão diretamente relacionadas à evolução da demanda global e às iniciativas de transição energética. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda por petróleo deve continuar crescendo a curto prazo, com pico esperado para 2029.
A OPEP relata o mesmo crescimento, com uma demanda mundial de 108,3 milhões de barris (mb/d) de petróleo por dia até 2030. Depois disso, o mercado continua estável com 109,8 mb/d em 2045. Veja no gráfico abaixo:

Fonte: IBP
Na transição energética, o papel do petróleo está conectado à diversificação das energias, visto que as reservas de hoje já comprovadas pelos países produtores ainda devem durar pelo menos mais 50 anos. Esses dados podem ser comprovados no Boletim Estatístico Anual 2024 da OPEP:

Fonte: OPEP
De acordo com o órgão, a participação da OPEP nas reservas de petróleo é de 79,09% em 2023. A instituição tem papel fundamental neste mercado devido à sua grande participação produtiva. Você pode acompanhar a divisão entre os países participantes no gráfico abaixo:

Fonte: OPEP
Criado em 1960, o grupo conta com 12 países para coordenar a produção e os preços do petróleo globalmente. Entre os países que fazem parte da organização estão a Arábia Saudita, o Catar, os Emirados Árabes Unidos e mais.
Quanto aos preços do petróleo, a EIA (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos, sigla em inglês) relata que os valores foram negociados principalmente dentro de uma faixa estreita em 2024. O preço spot do petróleo bruto Brent, por exemplo, teve uma média de US$ 82 por barril em agosto, marcando o oitavo mês consecutivo em que teve uma média entre 80 e 90 dólares por barril.
Acompanhe abaixo os dados sobre os preços nos últimos meses e as projeções de curto prazo disponibilizadas pela EIA:
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A importância do petróleo na economia mundial
O petróleo bruto é uma das fontes de energia mais importantes do mundo pois foi com ela que a economia e a tecnologia avançaram nas últimas décadas. Hoje, o produto continua movimentando o mercado tanto na negociação física como em derivativos, além de ser crucial no abastecimento de veículos, máquinas e outros.
Mais do que combustível, o petróleo bruto também é matéria-prima para plásticos, cosméticos, fertilizantes e tintas. Sua relevância é altamente conectada com a economia de países importadores e exportadores, gerando empregos e qualidade de vida.
Na Colômbia, por exemplo, o produto é essencial para o país, já que representa 31,3% de suas exportações. Nos Estados Unidos, a indústria do petróleo e do gás foi responsável por 12,3 milhões de empregos em 2020.
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Inteligência de mercado dedicada à energia
O Dia Mundial do Petróleo nos lembra da sua enorme relevância para a economia global, tanto no presente quanto no futuro. O recurso natural continuará a desempenhar um papel crucial na matriz energética mundial.
A Hedgepoint, com sua inteligência de mercado e especialistas preparados, entende o papel que desempenha ao auxiliar organizações a navegarem pelos desafios e oportunidades desse setor dinâmico.
Acesse nossos updates exclusivos de energia e se mantenha sempre informado da dinâmica e tendências globais.
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O mercado bioenergético na Ásia
A crescente demanda por biocombustíveis está impulsionando o mercado bioenergético, especialmente na Ásia. Vários países do continente têm investido nessa fonte renovável e definido metas de produção cada vez mais ambiciosas para o futuro.
Mesmo em uma fase inicial, o setor bioenergético local demonstra um alto potencial devido ao interesse de grandes empresas e governos. Atualmente, Singapura, China e Índia são líderes em investimentos para reduzir a dependência de exportações de petróleo. O etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, abundante na região, tornou-se o principal biocombustível na Ásia.
A crescente demanda por biocombustíveis na Ásia
De acordo com a Market Research Future, o mercado bioenergético global deve crescer 11,74% ao ano na próxima década, aumentando de US$ 129,83 bilhões em 2023 para US$ 352,48 bilhões em 2032. A instituição também indica que, com o aumento da demanda por biocombustíveis, a tecnologia acompanhará, desenvolvendo produtos mais eficientes e econômicos.
Veja abaixo a projeção em gráfico:
O sudeste asiático desempenha um papel significativo na produção de combustível sustentável, principalmente no setor de transportes. Os principais biocombustíveis em crescimento são o bioquerosene de aviação (SAF) e o biocombustível marítimo (biobunker). Entenda mais sobre essas duas frentes do setor bioenergético:
● SAF
A S&P Global relata que a demanda por SAF (Sustainable Aviation Fuel) deve aumentar significativamente, atingindo seu pico em 2035. Os esforços do mercado e as regulamentações serão cruciais para dominar a mistura de combustível até 2050.
Recentemente, a National Research Foundation de Singapura lançou um programa de US$ 90 milhões focado na produção de SAF e outras fontes renováveis. Esses investimentos visam apoiar as metas globais de uso deste combustível na aviação, previstas para 3,24% em 2040 e 24,06% em 2050.
Os números estão crescendo com a maior planta de produção de SAF do mundo: a Neste Singapore. A empresa investiu US$ 1,4 bilhão em uma biorrefinaria em 2019 e já firmou contratos com a Singapore Airlines e a Scoot.
Leia também:
- A Evolução do Mercado Bioenergético no mundo
Além disso, o Bangchak Group da Tailândia está desenvolvendo uma nova planta de SAF com capacidade para produzir 1 milhão de litros de biocombustível diariamente, com início previsto para o segundo trimestre de 2025.
O MSCI Sustainability Institute também publicou dados sobre o uso do SAF. Segundo a instituição, a escala será essencial para a contínua implantação desse biocombustível. Quanto maior a participação das empresas, maiores serão os resultados das iniciativas. Veja a lista das companhias aéreas com metas de SAF até 2030:
● Biobunker
Segundo a S&P Global, as vendas de biobunker em Singapura aumentaram de 140.200 toneladas em 2022 para 518.000 toneladas em 2023. A Autoridade Marítima e Portuária de Singapura evidenciou esse crescimento no gráfico abaixo:
Esse avanço no setor bioenergético na Ásia conta com o suporte de importantes empresas de transporte de contêineres, como Maersk e Hapag-Lloyd, que são abastecidas com combustível de bunker em Singapura e têm metas estruturadas para atingir emissões líquidas zero até 2050.
Iniciativas também sustentam esse progresso no uso de biocombustíveis marítimos. A União Europeia adotou o programa FuelEU Maritime, que define limites máximos de gases de efeito estufa (GEE) gerados por navios que atracam em portos europeus. O objetivo é reduzir gradualmente os GEE no transporte marítimo, com metas de 2% até 2025 e até 80% em 2050.
Leia também:
- Driving season: o impacto no mercado norte americano de combustíveis
Os desafios do mercado bioenergético na Ásia
O mercado bioenergético na Ásia está em fase inicial e enfrenta barreiras comuns para uma matéria-prima em ascensão. O MSCI Sustainability Institute cita a imaturidade do mercado e o preço como os principais obstáculos para o futuro.
Para aumentar a taxa de mistura de biocombustíveis até 2030, são necessárias inúmeras parcerias entre transportadoras e produtores para expandir a oferta de SAF e biobunker. Em 2022, por exemplo, a produção de SAF representou apenas 0,1% do volume total de combustível de aviação convencional.
Dados da IATA (International Air Transport Association) mostram um aumento nos preços do SAF e um crescimento inicial baixo da oferta:
A própria instituição afirma que será necessária uma combinação de soluções tecnológicas, sendo o SAF um componente chave na redução das emissões de carbono no setor de transporte aéreo. Para um aumento substancial na produção deste biocombustível, a IATA aponta para uma colaboração maior entre governos e a indústria, além de políticas estratégicas sincronizadas e tempo para que a aviação possa cumprir metas realistas.
Algumas medidas de curto prazo estão sendo adotadas para avançar o mercado bioenergético na Ásia. O ministro dos Transportes de Singapura anunciou que haverá um imposto sobre o combustível renovável e os valores serão repassados ao cliente final até que a indústria encontre um modelo de financiamento mais viável.
Até 2050, os custos para alcançar as emissões líquidas zero são estimados entre US$ 1,45 trilhões e US$ 3,2 trilhões, conforme o setor de aviação. Para isso, é necessário aumentar para 65% o uso do SAF nesse período.
Leia também:
- Mistura de biodiesel aumenta para 14% no Brasil: o que isso significa?
Principais iniciativas de outros países asiáticos no mercado bioenergético
Além de Singapura, outras nações asiáticas também estão incentivando o uso de biocombustíveis com metas estruturadas para o futuro. Veja as principais:
- A Malásia estabeleceu a meta de 47% de mistura de SAF até 2050;
- A Índia busca ter 1% de SAF na mistura de combustível até 2027 e 2% até 2028. O país também pode impulsionar sua produção de biocombustíveis por meio da Global Biofuels Alliance, lançada em 2023 com outros oito países;
- A China informou em novembro de 2023 que pretende lançar projetos para incentivar a produção e o consumo de biocombustíveis, além de investir em tecnologias avançadas para a produção a partir de resíduos agrícolas e algas;
- No Japão, o SAF deverá substituir 10% do combustível usado na aviação até 2030.
Fonte: The Straits Times
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Temporada de furacões no Atlântico
Furacões são tipos de tempestades tropicais que formam ciclones sobre as águas quentes do oceano. Se tratam de fenômenos climáticos circulares e sua intensidade é classificada pela escala Saffir-Simpson, que varia de 1 a 5. A velocidade do primeiro pode chegar entre 119-153 km/h e os mais fortes (3-5) alcançam 252 km/h ou mais.
Com ventos e chuvas tão intensos, os estragos causados por esses fenômenos podem atingir cidades inteiras na América e pressionar a economia nacional. Além disso, a temporada de furacões também exerce influência sobre o setor energético do país, que possui muitas refinarias petrolíferas localizadas nas áreas de risco.
Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, abordou o tema e contou quais são os principais impactos desta temporada para a produção de petróleo americano e sua influência no mercado mundial. Faça uma boa leitura!
A temporada de furacões na América
A temporada de furacões no Atlântico começou em 1º de junho e vai até o dia 30 de novembro. Historicamente, o pico das atividades no oceano é no dia 10 de setembro, mas com outras intensas ocorrências entre meados de agosto e meados de outubro. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) publicou um gráfico com o histórico dos últimos 100 anos:

Fonte: NOAA
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- Hedging em energia: como gerenciar os riscos de preço nesse mercado?
Muitas regiões dos Estados Unidos sofrem com os ventos e chuvas intensas causadas por furacões. As mais afetadas são as áreas costeiras do Atlântico e do Golfo do México, Porto Rico, as Ilhas Virgens, o Havaí e partes do sudoeste americano.
Para 2024, a NOAA prevê uma temporada de furacões mais intensa, com 85% de probabilidade de ser acima do normal. A influência do La Niña e das altas temperaturas oceânicas são os principais fatores que podem potencializar o evento climático.
A instituição espera de 4 a 7 grandes furacões para este ano. O primeiro alerta já aconteceu no dia 17 de junho e seu possível impacto pode ser maior no sul dos Estados Unidos.

Fonte: NOAA
Na economia, a temporada de furacões também tem seu impacto. O Katrina foi registrado como o maior deles em termos financeiros. O Instituto de Informações sobre Seguros (Insurance Information Institute) registrou os prejuízos causados pelos 10 maiores furacões americanos, quantificando as perdas através das solicitações de seguros. Veja:
Você também pode acompanhar um mapa interativo da NOAA para visualizar e analisar informações históricas sobre os maiores furacões já registrados no Atlântico. O Centro Nacional de Furacões (National Hurricane Center) também conta com uma tabela quantificando os eventos desde 1851.
Impacto da temporada de furacões no mercado petrolífero
A alta probabilidade de uma temporada de furacões intensa tem preocupado o setor de produção energética offshore dos Estados Unidos. Segundo a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (U.S. Energy Information Administration – EIA), a maior parte das refinarias offshore do país é de petróleo e gás natural.
Localizadas em áreas afetadas pelos furacões, essas refinarias estão sujeitas a fortes chuvas e ventos causados pelos fenômenos. Segundo Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, o mercado do petróleo sofre principalmente porque a produção é interrompida durante eventos climáticos intensos.
“Vemos a interrupção da produção de petróleo e de produtos refinados por questões de segurança”, completa Arduin.
A produção petrolífera americana está concentrada principalmente no Golfo Offshore Federal do México (GOM) e na Costa do Golfo. De acordo com a EIA, a produção de petróleo bruto do GOM representou 14% do total americano em 2023. Já as refinarias da Costa do Golfo representam quase 50% da capacidade de produção estadunidense.
A instituição publicou recentemente um gráfico que evidencia a redução produtiva de petróleo por conta de furacões. Os períodos de paralisação profissional são curtos, mas significativos. Veja abaixo:

Fonte: EIA
“Quando as refinarias param de produzir, vemos uma pressão maior nos preços da gasolina e do diesel, principalmente. Um choque de oferta como esse impacta diretamente os contratos futuros do mercado energético”, afirma o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint.
Leia também:
- Contrato futuro: como funciona no mercado de grãos e oleaginosas?
Segundo Arduin, o interrompimento da produção tem efeitos significativos no mercado de petróleo americano e mundial. Com um estoque mais baixo, os preços dos combustíveis sobem no país e, por consequência, também são refletidos mundialmente.
Além disso, o profissional explica que a exportação do petróleo americano também cai em períodos de fortes eventos climáticos como esses. Victor explica que os países importadores precisam buscar a oferta em outras nações, muitas vezes pagando mais caro ou gastando mais com uma nova logística.
“Outro país não vai conseguir comprar gasolina dos Estados Unidos pela baixa oferta repentina. Por isso, precisa procurar em outros exportadores, nem que pague mais caro. Esse é o efeito global dos furacões, algo que encarece os preços rapidamente”, finaliza Arduin.
A pressão nos valores do petróleo cresce com a temporada de furacões e o mercado precisa se adaptar às condições de preços. No ano passado, a IEA estimou um aumento de 25 a 30 centavos por galão de gasolina em casos de furacões de alto impacto. Com os dados de 2013–2022, a instituição criou uma tabela que representaria a redução de produção petrolífera em 2023 se houvesse algum evento climático mais intenso.
Leia também:
Como o mercado se prepara para a temporada de furacões no Atlântico?
Como comentou o especialista da Hedgepoint, os preços dos combustíveis de petróleo acabam oscilando com as temporadas de furacões. Uma parada brusca nas produções americanas afeta diretamente a oferta no mercado nacional e internacional.
Para gerenciar os riscos financeiros que esse evento desenvolve, o mercado pode utilizar ferramentas de hedge avançadas. São produtos que buscam mitigar as variáveis de valores e proteger as empresas envolvidas de perdas significativas de recursos.
“Na temporada de furacões, é possível trabalhar com estratégias para gerenciar riscos financeiros e controlar a subida ou a queda de preço”, completa Victor.
Entre em contato com a Hedgepoint e conheça mais sobre essas ferramentas que ajudam o seu negócio.
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