Rio Mississippi: Impactos da seca na cadeia do agronegócio
Na cadeia do agronegócio, o que acontece em qualquer lugar do mundo pode impactar em diversas outras regiões e continentes. Os fenômenos naturais, incontroláveis pelo ser humano, são ainda grandes desafios para os que trabalham no mercado de commodities.
Chuvas, enchentes, secas, calor extremo, geadas, tornados e outros eventos meteorológicos podem impactar diretamente na produção de alimentos – vegetal ou animal – e consequentemente em seu valor de mercado.
Sendo assim, quem atua na cadeia de commodities precisa estar sempre atento ao clima, às estações do ano e aos efeitos das mudanças climáticas não só aqui, mas no mundo todo.
É o caso da atual seca no Rio Mississippi, que nasce no norte do estado de Minnesota, atravessa os Estados Unidos e lança suas águas no Golfo do México, após percurso de 3.800 km. É o maior rio do país e o principal canal de transporte de grãos (via barcaças) para exportação global.
O que está acontecendo no Rio Mississippi?
O Rio Mississippi registrou baixas nos níveis de água como não se via há mais de 30 anos. Outubro já costuma ser um mês ocorrem poucas chuvas nos Estados Unidos, mas neste ano, a falta dela provocou uma seca que atinge principalmente o Vale do Rio Ohio e o Alto Mississippi – no meio oeste e região dos lagos.
Com isso, já diversos casos de barcaças encalhadas em bancos de areia, pois não há profundidade suficiente para navegar, e rompimentos nos cabos que ligam reboques e barcaças.
Para piorar a situação, as perspectivas para os próximos meses não são boas. O inverno e o frio se aproximam no hemisfério norte e não há previsão de chuvas, por enquanto, agravando a seca que já está atingindo 59% do país.
Por que a seca do Rio Mississippi impacta no mercado de grãos?
O Rio Mississippi é o maior não apenas dos Estados Unidos, mas também de toda a América do Norte. Por ele, são transportados pelo menos dois terços dos grãos exportados por via marítima nos EUA.
Normalmente, durante o último trimestre do ano (período entre outubro e dezembro) seria comum ver cerca de 40 barcaças – sendo que cada uma tem capacidade para transportar o equivalente a 15 vagões e 60 semirreboques. Mas no mesmo período, em 2022, a média baixou e é de apenas 24 a 25 por vez, dependendo do nível de água.
Quanto mais baixo o nível das águas do rio Mississippi, mais alta a influência desse problema sobre as cotações do milho na bolsa de Chicago. Os preços para o transporte fluvial mais do que dobraram em questão de semanas e não pararam de subir durante o período de colheita.
O custo para envio de uma tonelada chegou a triplicar de valor em alguns momentos. Agricultores, produtores e outros relacionados à cadeia de commodities correm para garantir o transporte ou buscar outras vias de escoamento, como ferrovias, por exemplo. Mas já encontram dificuldades em encontrar trabalhadores, pois a demanda subiu muito.
Quando ocorrem mudanças como esta no transporte de grãos, principalmente de soja e milho, que são os que mais utilizam o Mississippi, o que pode acabar acontecendo é que os preços da soja perdem pontos na Bolsa de Chicago enquanto os prêmios disparam no Golfo do México.
Como a seca do Rio Mississippi impacta o mercado de grãos?
Atualmente, três maiores produtores de soja do mundo são: Brasil, Estados Unidos e Argentida, sendo o ranking (em toneladas por ano, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos [USDA] de 2021),
- Brasil – 127 milhões de toneladas
- Estados Unidos – 121,5 milhões de toneladas
- Argentina – 43,9 milhões de toneladas
Seguidos por China, Índia e Paraguai.
Na relação de maiores produtores de milho, os primeiros colocados do ranking são:
- Estados Unidos – 382,8 milhões de toneladas.
- China – 272,5 milhões de toneladas.
- Brasil – 116 milhões de toneladas.
Seguidos por União Europeia, Argentina e Ucrânia.
Outros países podem ser chamados para suprir o gap da demanda dos Estados Unidos. A China, que é a maior consumidora de soja do mundo, costuma importar tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos, sendo que, neste período do ano dá preferência para o país norte-americano por ser época de colheita e ter preços mais atrativos. Porém, levando em consideração todo o cenário atual, comprar do Brasil pode ser a melhor opção.
Além disso, o Brasil já está se preparando para o período de colheita, em janeiro, quando há expectativa de um número recorde. Mas toda a cadeia precisa estar atenta às mudanças no cenário com a imprevisibilidade do clima e alterações no apetite chinês sendo os principais fatores a serem monitorados.
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