O que esperar da produção global de algodão? Tendências e desafios para os próximos meses
Acompanhe as tendências para o mercado de algodão mundial. Confira dados sobre oferta, demanda, importação e exportação.
À medida que avançamos no ano de 2025, a produção global de algodão será influenciada por fatores como a dinâmica macroeconômica e as oscilações na oferta mundial. O setor enfrenta tanto desafios quanto oportunidades, exigindo atenção às tendências de mercado, demanda e comércio internacional.
Neste artigo, exploramos os principais fatores que moldarão o cenário do algodão no próximo ano, com base em dados recentes e projeções do setor. Confira a análise completa!
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Por dentro da produção global de algodão
No mercado global, a principal fonte de informação para a agricultura é o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em 14 de abril, a instituição publicou o relatório “Cotton and Wool Outlook: April 2025” com informações atualizadas do mercado.
O report indicou que a produção mundial de algodão para a temporada 2024/25 está projetada em 120,0 milhões de fardos, 7% acima do ano anterior. De acordo com o USDA, este crescimento é impulsionado por aumentos na área plantada nos principais países produtores, incluindo Estados Unidos, Brasil, China, Índia e Paquistão.
O rendimento também deve aumentar em nível global neste ano. A estimativa é projetada em um recorde de 854 quilos (kg) por hectare – um aumento de 65 kg por hectare em relação à última temporada. Confira os dados abaixo:
Fonte: USDA
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De acordo com a projeção, a produção de algodão deve crescer em 2024/25, já que os aumentos superam as quedas de alguns países. China, Brasil, Estados Unidos e Austrália devem aumentar a produção enquanto Paquistão e Índia reduzem.
- Na China, a previsão é de 32 milhões de fardos, recuperando 17% ao comparar com a temporada 2023/24. O rendimento é projetado em um recorde de 2.402 kg por hectare.
- Para a Índia, a produção de algodão é projetada em 25 milhões de fardos, cerca de 2% abaixo da safra passada.
- No Paquistão, os dados indicam uma produção de 5,0 milhões de fardos, uma queda de 2 milhões em relação ao ano anterior.
- Um aumento significativo na produção de algodão é esperado para o Brasil. A projeção é estimada em 17 milhões de fardos — 2,4 milhões acima de 2023/24.
Demanda e oferta de algodão
Apesar do crescimento na produção, a demanda global por algodão não tem avançado no mesmo ritmo, resultando em um desequilíbrio entre oferta e consumo. Segundo o USDA, o uso global de algodão pelas indústrias têxteis está estimado em 116 milhões de fardos para 2024/25, abaixo dos 120 milhões de fardos estimados para a produção.
Esse número caiu 520.000 fardos em relação à previsão de março – principalmente devido ao menor uso projetado pela China. Com as atuais tarifas de Trump para o país asiático, espera-se que o uso de fábricas de algodão pela China diminua.
Essa volatilidade entre oferta e demanda resulta em estoques finais globais maiores. Os dados projetam 78,9 milhões de fardos, um aumento de 7% em relação à temporada anterior. Entretanto, a organização também indica que o crescimento econômico global deve se estabilizar, aumentando a demanda de moinhos de algodão em 2024/25.
Entre os principais consumidores, China e Índia se mantêm no topo do ranking. Ambos os países correspondem por 54% do uso global de moinhos em 2024/25. Veja abaixo:
Fonte: USDA
Quanto à demanda, o gráfico indica uma redução no comércio mundial. Entre os fatores apontados, estão a queda na importação chinesa e o aumento da produção do próprio país.
- A redução do comércio global está prevista em 5% abaixo de 2023/2024.
- Bangladesh deve ser o principal importador de algodão. A previsão é de que as importações do país aumentem em 8%, alcançando 8,2 milhões de fardos.
- Vietnã e Paquistão também devem aumentar as importações. São projetados níveis recordes em ambos países: 7,4 milhões de fardos (+12%) para o Vietnã e 5,5 milhões de fardos (+72%) para o Paquistão.
- Na China, entretanto, as importações devem cair mais de 50%, chegando a apenas 6,5 milhões de fardos.
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Maiores exportadores no mercado internacional de algodão
O Brasil e os Estados Unidos são os maiores exportadores globais de algodão. Segundo o USDA, o país sul-americano deve ser responsável por mais de 30% das exportações nesta temporada. Enquanto isso, as exportações estão previstas para cair 7% na América, atingindo 10,9 milhões de fardos ou 26% do comércio global. A concorrência com o Brasil causou essa diminuição e deve manter as exportações americanas em seu menor nível desde 2015/16.
No ano passado, o Brasil tomou o primeiro lugar como grande exportador mundial. Na temporada, a safra recorde deve alavancar ainda mais as exportações do país, aumentando em quase 5% em relação à temporada passada.
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Desafios e expectativas para o algodão em 2025
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as cotações no Brasil podem ser pressionadas pela maior oferta. A organização também relata que a produção mundial está crescendo mais que a demanda. Além disso, os avanços nos custos superam os aumentos nos preços de venda para a nova temporada. O petróleo negociado a patamares abaixo dos registrados há um ano também é um fator que favorece as fibras sintéticas em detrimento do algodão.
O aumento dos estoques globais e a demanda enfraquecida exercem pressão sobre os preços. Nos Estados Unidos, os estoques finais para 2024/25 são projetados em 5 milhões de fardos, um aumento de 1,85 milhão de fardos nesta temporada. No Brasil os estoques devem crescer e alcançar 3,9 milhões de fardos.
Com esse comportamento no estoque, o preço mundial do algodão 2024/25 deve cair pela terceira temporada consecutiva, para uma média próxima a 80 centavos por libra, conforme cita o USDA no relatório de março. Vale destacar que esse preço mundial não é o mesmo que os preços negociados na bolsa de Nova Iorque — trata-se de uma média global estimada pela instituição com base em cotações ao redor do mundo.
Fonte: USDA
A importância do hedge neste cenário de volatilidade
Diante desse cenário de volatilidade no mercado de algodão em 2025, a gestão de riscos financeiros se torna essencial para produtores, traders e indústrias têxteis. As oscilações nos preços, influenciadas principalmente pela alta oferta, reforçam a importância do hedge.
Na Hedgepoint, você conta com inúmeras opções de produtos para gerenciar os riscos do mercado. Entre em contato e converse com um especialista!
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