Política Cambial e o impacto nas commodities
Política cambial é um conjunto de medidas adotadas pelo governo ou pelo banco central que buscam influenciar a taxa de câmbio de um país. Seu objetivo é evitar flutuações acentuadas, como uma forte depreciação ou apreciação da moeda, que possam gerar desequilíbrios econômicos em relação a outras moedas estrangeiras, especialmente o dólar americano.
A taxa de câmbio é volátil, influenciada por eventos políticos e econômicos em todo o globo. As políticas cambiais são as ferramentas utilizadas para reduzir essa volatilidade, garantindo maior estabilidade econômica. Neste texto, vamos entender os principais tipos de regimes cambiais, como essa política é aplicada na prática e os seus impactos no mercado de commodities. Boa leitura!
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Quais os objetivos da política cambial?
A política cambial visa equilibrar diferentes aspectos econômicos de um país conforme o valor da sua moeda. Entre os principais objetivos, estão:
● Controle da inflação
Se uma moeda perde seu valor em comparação às outras, o preço de produtos importados acaba ficando mais caro. Uma política cambial eficiente ajuda a evitar grandes variações nos preços de bens e serviços.
● Equilíbrio da moeda
As políticas cambiais buscam alcançar o equilíbrio no poder de compra para manter a competitividade nas exportações sem afetar significativamente a inflação.
● Atração de investimentos estrangeiros
Um ambiente cambial estável atrai investidores internacionais, pois reduz os riscos associados às variações de moeda.
Política cambial na prática:
Para alcançar esses objetivos, o banco central de cada país utiliza diferentes ferramentas cambiais. Veja as principais:
● Ajustes na taxa de juros
Essa é uma das principais práticas para o controle econômico de uma moeda. Taxas de juros mais altas podem atrair investidores estrangeiros, fortalecendo a moeda local. Por outro lado, taxas menores podem incentivar o consumo interno, acelerando a economia doméstica.
● Compras e vendas de moeda estrangeira
O banco central de um país pode intervir no mercado cambial comprando ou vendendo moedas. Negociar dólares (ou outra moeda estrangeira) no mercado ajuda a controlar a oferta e a demanda da moeda local.
● Operações de swap cambial
Contratos realizados pelo banco central para fornecer proteção contra oscilações cambiais sem alterar diretamente as reservas internacionais. Essa ferramenta é um produto de hedge que ajuda a proteger financeiramente os envolvidos.
● Restrições ao capital estrangeiro
Outro recurso que pode ser utilizado pelo governo é o limite ou incentivo de entrada e saída de capital estrangeiro. Essa estratégia também impacta a demanda e a oferta por moeda local.
● Incentivos fiscais
O governo de um país também pode oferecer vantagens tributárias para investimentos estrangeiros em determinados setores. O objetivo é aumentar a entrada de dólares, valorizando a moeda local.
Os principais regimes de política cambial
Existem três tipos de políticas cambiais que podem ser adotadas pelo banco central de um país. Conheça cada um deles:
- Câmbio fixo: é fixado no valor da moeda nacional em relação às estrangeiras. A intenção é determinar um preço fixo para a negociação entre uma moeda e outra.
- Câmbio flutuante: o valor da moeda é determinado pelo mercado, de acordo com a oferta e a demanda. Neste caso, não há intervenção do governo no preço das negociações. Apesar de ser um regime mais volátil, permite ajustes às condições econômicas.
- Câmbio administrado: também conhecido como banca cambial ou câmbio híbrido. Opera como uma combinação dos dois regimes mencionados acima. O banco central permite que a moeda flutue dentro de um limite mínimo e máximo, intervindo quando é preciso corrigir grandes desequilíbrios.
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Como a política cambial afeta o mercado de commodities?
O mercado de commodities é movimentado globalmente, com acordos comerciais entre países que utilizam diferentes moedas. Por isso, o setor é particularmente sensível às flutuações cambiais. Abaixo, vamos entender como a política cambial impacta o preço dessas mercadorias:
● Competitividade das exportações
Uma moeda valorizada, aumenta o poder de compra da população interna de um país, mas encarece o valor dos produtos exportados. Uma moeda desvalorizada aumenta a competitividade das exportações, mas diminui o poder de compra.
● Custo de produção
- Um dos grupos de commodities mais importantes é o agrícola. Grande parte deste setor e de outros consome produtos importados, como fertilizantes e maquinários. Neste cenário, uma moeda desvalorizada significa custos mais altos de produção.A relação da moeda com o dólar
No mercado de commodities, a maioria das mercadorias são comercializadas em dólar. Com isso, ajustes na taxa de juros nos EUA podem impactar o valor do dólar no mercado e, consequentemente, o poder de compra das outras moedas. Um dólar mais forte tende a encarecer as commodities para países com moedas mais fracas, reduzindo a demanda global. Por outro lado, um dólar enfraquecido pode estimular o consumo, aumentando os preços dessas commodities.
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A importância do hedge na proteção financeira
Como o câmbio tem taxas flutuantes, monitorar a política cambial é fundamental para empresas que desejam se manter competitivas e rentáveis em um mercado globalizado. Neste cenário, as ferramentas de hedge são essenciais para lidar com os desafios impostos pela volatilidade cambial. Na Hedgepoint, contamos com especialistas em hedge de moedas e soluções personalizadas para atender às necessidades do mercado de commodities. Entre em contato pelo nosso site e converse com nossa equipe!
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
O preço do petróleo e a agricultura
O preço do petróleo é um fator determinante na economia de diversas cadeias produtivas. Por ser o combustível mais utilizado no mundo, a sua volatilidade afeta os custos de logística.
Pensando nisso, convidamos o especialista Rodrigo Lamberti, especialista em gestão de riscos para grãos na Hedgepoint, para explicar o impacto do preço do petróleo no mercado agrícola. Exploramos a influência dessa variável em pontos importantes para o setor, como o retorno de investimento ao produtor. Acompanhe a nossa análise e boa leitura!
O preço do petróleo e o impacto no basis
Segundo o especialista, o preço do petróleo exerce uma influência direta sobre os custos de diversos setores agrícolas, com destaque para as despesas logísticas, como frete e armazenamento. O custo logístico impacta diretamente no “basis” ou “prêmio” de um produto agrícola. Esses termos representam a diferença entre o preço internacional negociado em bolsa de uma commodity e o seu valor no mercado local.
O frete é um dos mais importantes componentes precificadores do grão. Quanto maior o custo logístico, menor o prêmio (basis) naquele local e, portanto, menor será o valor recebido pelo produtor”, comenta Lamberti.
No Brasil, esse impacto no prêmio pode ser ainda maior, já que o transporte rodoviário é predominante no país. Um estudo realizado pelo Esalq-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) em parceria com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês) afirma que os caminhões foram responsáveis por 69% do transporte de milho no Brasil em 2019. Para a soja, esse percentual foi de 67%.
Abaixo, você pode acompanhar o fluxo rodoviário de escoamento de grãos no Brasil (em laranja). Os dados foram levantados pela CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil):
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Fonte: CNA
De acordo com o especialista, “a dependência do transporte rodoviário torna o setor agrícola brasileiro mais vulnerável ao preço do petróleo, através de seus produtos derivados, como o diesel”. Essa influência do combustível também aumenta devido às longas distâncias percorridas pelos caminhões no escoamento de grãos. O material publicado pelo Esalq-LOG e pelo USDA ressalta que a distância média de entrega da soja e do milho no Brasil é de 574 milhas, ou 923 quilômetros.
“Durante a colheita, a alta demanda por transporte também causa um aumento no preço do frete. Esse crescimento é mais uma variável que impacta diretamente a margem do produtor agrícola”, acrescenta o especialista da Hedgepoint. Além disso, a concentração de entregas também sobrecarrega a frota disponível e eleva ainda mais os custos logísticos.
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Frete internacional e influência do petróleo
Além de impactar diretamente o transporte rodoviário nacional, o preço do petróleo também influencia o preço de produtos agrícolas comercializados internacionalmente. O especialista aponta que o diesel marítimo, conhecido como bunker, é majoritariamente feito de petróleo. Qualquer aumento nos preços afeta o setor agrícola, pois a quantidade de combustível consumido neste tipo de transporte é ainda maior.
“Além disso, conflitos internacionais podem mudar rotas logísticas, aumentando consideravelmente o trajeto de entrega. Nestes casos, o frete se torna ainda mais caro”, afirma o especialista.
Por outro lado, o aumento do preço do petróleo também pode ter um efeito positivo para alguns setores agrícolas. Atualmente, a produção do biodiesel está em uma tendência crescente, e o próprio biocombustível vem aumentando a sua participação no transporte, incluindo o biobunker.
Segundo Lamberti, por serem produtos substitutos, a alta nos preços dos combustíveis fósseis abre espaço para o crescimento da demanda pelos biocombustíveis produzidos a partir de produtos agrícolas, gerando também, por consequência, uma maior demanda por óleo de soja, milho e cana-de-açúcar, por exemplo.
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A relação entre a armazenagem e o custo do frete
Rodrigo Lamberti destaca a atuação que a armazenagem de grãos tem no custo do frete. O especialista aponta que o Brasil tem uma capacidade de armazenagem inferior à produção total de grãos, o que força os produtores a escoar os estoques rapidamente, mesmo em condições de mercado desfavoráveis.
“A falta de armazenagem muitas vezes leva a perdas significativas de qualidade, com grãos armazenados no chão, expostos ao clima. Além disso, produtores que precisam pagar por espaço ou investir em armazéns próprios enfrentam custos adicionais que impactam suas margens”, explica Lamberti.
Os dados publicados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) evidenciam esse déficit na armazenagem. Confira abaixo as informações mais recentes divulgadas pela instituição:
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Fonte: Conab
Em 2024, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou que a capacidade disponível para armazenamento de grãos no Brasil no 1º semestre do ano foi 5,4% superior à do semestre anterior. O site também aponta que os estoques aumentaram 15,5% em relação ao ano passado.
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Soluções de logística no setor agrícola
Segundo Lamberti, o mercado tem aplicado para contornar esses custos influenciados pelas longas distâncias percorridas em estrada. Embora o transporte rodoviário ainda predomine, o Brasil tem avançado na diversificação logística. O uso do transporte ferroviário, hidroviário e da cabotagem (transporte marítimo entre portos nacionais ) representam alternativas promissoras para reduzir a dependência dos caminhões.
“Inovações como a cabotagem podem tornar o transporte mais eficiente, aproveitando o potencial marítimo do Brasil. O uso de combustíveis alternativos (como o biobunker) também é uma tendência que pode diminuir a dependência do petróleo”, afirma Lamberti.
O estudo da Esalq-LOG em parceria com o USDA relata que a participação do transporte rodoviário no escoamento de grãos brasileiros diminuiu 8% de 2010 a 2019. Com a redução no uso de rodovias, houve um aumento de 4% no uso ferroviário e de 4% no uso de transporte fluvial.
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Ferramentas de hedge: a proteção financeira para o agricultor
Por fim, o especialista reforça que há maneiras de proteger o agricultor financeiramente. Mesmo que o prêmio (basis) permaneça exposto às condições locais de frete e armazenamento, o produtor pode utilizar o hedge para travar o preço de outros dois componentes voláteis: o valor da commodity (grão) na bolsa e a taxa de câmbio.
Na Hedgepoint, você conta com especialistas em hedge de commodities agrícolas para aplicar esses produtos na prática. Entre em contato com nossa equipe e saiba mais!
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Energia no Sudeste Asiático
Atualmente, o Sudeste Asiático está se destacando como um dos principais protagonistas no cenário energético global. Segundo o relatório Southeast Asia Energy Outlook 2024, publicado pela Agência Internacional de Energia (IEA), a região terá um papel central no crescimento da demanda energética nas próximas décadas.
Dentro deste contexto, exploramos as principais tendências destacadas pela IEA, incluindo o consumo de combustíveis no Sudeste Asiático, perspectivas até 2050, aumento na demanda por energia e mais. Entre os países que englobam essa região estão: Brunei Darussalam, Camboja, Indonésia, República Democrática Popular do Laos (RDP do Laos), Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã.
Acompanhe o conteúdo e faça uma boa leitura!
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O consumo energético no Sudeste Asiático
O relatório da IEA aborda dados sobre o consumo energético no Sudeste Asiático nas últimas décadas. De acordo com a organização, a região foi responsável por 11% do crescimento da procura global de energia desde 2010. Além disso, os países locais devem contribuir com mais de 25% do crescimento até 2035 no STEPS (Stated Policies Scenario), que é baseado nas políticas energéticas declaradas atualmente.
Conforme a economia da região foi crescendo na última década, a procura por energia mais do que duplicou desde 2000. A maior parte desta evolução foi suprida pelos combustíveis fósseis, principalmente o carvão. Veja abaixo os dados levantados pela IEA:
Quanto ao petróleo, a procura na região aumentou 60% no mesmo período. Contudo, o crescimento no consumo foi abastecido por importações já que a produção no Sudeste Asiático caiu mais de um terço desde o século passado.
Esse aumento na demanda por petróleo é impulsionado pela indústria e pelo transporte. Como evidenciado no gráfico acima, o consumo nos transportes mais que duplicou, passando de 1,3 mb/d (milhões de barris por dia) em 2000 para 2,8 mb/d em 2024.
No mix energético local, o carvão aumentou a sua participação de 9% em 2000 para 28% em 2024. Já na produção de eletricidade, o carvão tem participação ainda maior, alcançando 45%. Entretanto, as fontes elétricas na região têm se diversificado nos últimos cinco anos. Confira nos gráficos:
Devido às tensões geopolíticas, a segurança energética continua sendo a prioridade do Sudeste Asiático. A IEA aponta que a recente crise global evidenciou a vulnerabilidade da região ao aumento dos preços, já que depende do Oriente Médio para obter 60% do seu petróleo importado.
No consumo de energia, o petróleo e o carvão respondem por mais de um quarto da demanda energética da região, cada um. O gás natural vem em terceiro lugar, contribuindo com cerca de um quinto. A organização também abordou que o carvão gerou metade da energia elétrica consumida no Sudeste Asiático em 2023, além de 30% da procura industrial.
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Perspectivas energéticas no Sudeste Asiático até 2050
Segundo os dados apresentados no relatório da IEA, a demanda por energia no Sudeste asiático deve continuar crescendo até 2050. Para o mix energético local, a perspectiva é que a participação dos combustíveis mude completamente até a metade do século, caso os países alcancem as metas climáticas. Veja nos gráficos abaixo as expectativas STEPS e APS (cenário de promessas anunciadas, em inglês):
Apesar da mudança no mix energético, todos os cenários mostram uma maior demanda até 2050. Com isso, espera-se que a matriz continue a diversificar as fontes de energia, com todos os tipos de combustíveis garantindo uma posição importante na cadeia produtiva.
Atualmente, o petróleo e o carvão são as principais fontes da região e em 2035 ainda devem representar quase 30% do mix energético. O relatório aponta também que a composição deste mix ainda não está clara, mas que a indústria deve continuar sendo o setor que mais precisa de energia. Contudo, o transporte deve reduzir a procura por combustíveis devido ao aumento dos carros elétricos. Acompanhe os dados:
No transporte, a redução da procura por combustíveis fósseis é acompanhada por um aumento na demanda por biocombustíveis e por eletricidade. O relatório afirma que esse crescimento vai ser significativo, mas que o petróleo continuará dominante no setor. Acompanhe:
Atualmente, o transporte e o frete rodoviário representam quase metade da procura de energia no Sudeste Asiático (48%), os automóveis de passageiros ficam em segundo lugar com 34% de participação, veículos de duas/três rodas com 16% e ônibus com 2%. Neste cenário, o petróleo supre 90% da demanda enquanto os biocombustíveis apenas 8%. Até 2050, a participação dos biocombustíveis deve aumentar para 20%.
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Aumento da demanda por energia no Sudeste Asiático
De acordo com os dados, a demanda energética do Sudeste Asiático deve ultrapassar a da União Europeia até 2050. Esse crescimento na procura por energia é liderado pelo setor de eletricidade.
A instituição aponta que a demanda deve crescer a uma taxa anual de 4%, impulsionada pelo uso do ar-condicionado. Veja abaixo os dados:
Por fim, a instituição também relata que fontes de energia limpa, como a eólica e a bioenergia, devem suprir mais de um terço do crescimento da demanda energética na região até 2035. Confira no gráfico:
Acesse outros relatórios sobre energia no Hedgepoint HUB
A equipe da Hedgepoint está sempre atenta às tendências globais do setor energético, como o próprio relatório da IEA. Além disso, você também pode conferir outros conteúdos exclusivos da Hedgepoint em nosso HUB. Na plataforma, é possível acessar dados, além de insights aprofundados sobre energia.
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- 6 dicas de como acompanhar o mercado de commodities
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Federal Reserve e a economia brasileira
O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, foi criado em 23 de dezembro de 1913. Sua fundação teve como objetivo estabelecer um sistema monetário e financeiro mais seguro, estável e adaptável às necessidades da economia americana. Atualmente, o FED se divide em quatro áreas gerais de responsabilidades:
- Conduzir a política monetária do país;
- Supervisionar e regular bancos;
- Manter a estabilidade do sistema financeiro;
- Fornecer certos serviços financeiros ao governo dos Estados Unidos.
Contudo, a influência do Federal Reserve vai muito além das fronteiras estadunidenses, influenciando e impactando diretamente economias de outros países, incluindo a do Brasil.
Neste artigo, convidamos o especialista Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, para explicar como as decisões da organização afetam o poder de compra do real, o mercado de commodities e a inflação brasileira. Boa leitura!
O poder de compra do dólar e seu impacto no real
“O dólar é a principal moeda de transação comercial no mundo. Quando o FED ajusta sua política monetária, visando controlar a inflação ou promover pleno emprego nos Estados Unidos, todos os mercados globais acabam sendo impactados de alguma forma”, comenta Victor Arduin.
O especialista destaca que o aumento das taxas de juros pelo FED fortalece o dólar em relação a outras moedas, incluindo o real. Como resultado, o poder de compra do Brasil no mercado internacional diminui, pois são necessários mais reais para adquirir a mesma quantidade de dólares.
Por outro lado, políticas monetárias expansionistas adotadas pelo banco central americano, como a redução das taxas de juros, tendem a desvalorizar o dólar, aumentando o poder de compra do real.
“A depreciação do real frente ao dólar impacta a inflação no Brasil, especialmente em produtos importados, como trigo, petróleo e bens tecnológicos. Para frear a inflação e ancorar o poder de compra da moeda, o Banco Central brasileiro frequentemente precisa aumentar os juros e fortalecer o real”, relata Arduin.
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O efeito das políticas monetárias do FED na economia brasileira
Além do efeito cambial, as políticas do FED também impactam a movimentação da economia brasileira. Quando a organização eleva os juros, países emergentes enfrentam desafios como:
- A saída de capital estrangeiro;
- A desvalorização da moeda encarece importações;
- A inflação torna os produtos mais caros.
Em momentos em que o FED reduz os juros, a tendência é que mais capital estrangeiro busque países emergentes como o Brasil, onde o retorno pode ser mais atrativo. Esse movimento ajuda a estabilizar a moeda e pode reduzir a pressão inflacionária.
● Commodities brasileiras
O especialista explica o impacto das políticas monetárias do Federal Reserve no mercado de commodities brasileiras. A desvalorização do real pode tornar os produtos brasileiros mais atrativos no mercado de exportação, mas encarece o custo de vida para a população. Por outro lado, a valorização afeta a competitividade das commodities brasileiras, mas melhora o poder de compra do real.
“O setor de energia é um dos mais sensíveis à valorização do dólar, mesmo em um país como o Brasil, que é autossuficiente na produção de petróleo, mas não consegue processar tudo internamente e depende de importações”, relata Victor.
A produção agrícola também é afetada pelo FED. Segundo Arduin, a agricultura brasileira tem custos diretamente atrelados ao dólar, como a importação de fertilizantes. Com o real desvalorizado, esses produtos ficam mais caros e pesam no bolso dos produtores.
“Nestes casos, os agricultores podem mitigar riscos financeiros realizando operações de hedge. Essas ferramentas financeiras protegem o produtor contra as variações cambiais ocasionadas pelo FED“, destaca Arduin.
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Taxa de juros do Federal Reserve hoje
Nos últimos anos, a taxa de juros do Federal Reserve dos Estados Unidos tem mostrado um perfil mais restritivo, com aumentos graduais. Entre março de 2022 e julho de 2023 a taxa foi elevada 11 vezes, buscando o controle da inflação. Veja os dados dos últimos 5 anos no gráfico abaixo ou confira as atualizações anuais direto no site oficial do FED.
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Fonte: Trading economics
Contudo, o banco central dos Estados Unidos reduziu as taxas de juros ainda em setembro de 2024, surpreendendo o mercado com um corte de 0,5% para sua taxa principal. Antes, a porcentagem estava no intervalo de 5,25% a 5,50%. Atualmente, a taxa do FED está em 4,5% e 4,75% após nova redução um dia depois da vitória do republicano Donald Trump. A baixa foi realizada para combater o crescente aumento do desemprego nos país norte-americano.
“As mudanças nas taxas de juros do FED em setembro tiveram um impacto imediato no real brasileiro. A moeda ganhou força logo após o anúncio da redução”, completa Arduin.
Conforme informado pelo especialista da Hedgepoint, o dólar recuou mais de 1% após a publicação do FED sobre a redução nas taxas de juros. Essa mudança atrai investimentos ao Brasil onde os juros permanecem mais altos: a taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano.
A próxima reunião do FED para discutir a taxa de juros dos Estados Unidos está marcada para 17 e 18 de dezembro. “Nesta data, podemos ter mais informações, mas espera-se que a taxa continue caindo conforme as duas últimas atualizações”, finaliza o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint.
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Inteligência de mercado no Hedgepoint HUB
Conheça o Hedgepoint HUB: nossa plataforma de informações e conhecimento que permite acompanhar todos os acontecimentos significativos sobre o mercado de commodities. Semanalmente, nossos especialistas disponibilizam relatórios atualizados sobre produtos agrícolas, energéticos e de moedas. Acesse e conheça mais!
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Políticas monetárias brasileiras e o mercado de commodities
As políticas monetárias brasileiras são estratégias adotadas pelo Banco Central do Brasil (BC) para controlar a oferta de dinheiro e perseguir a meta de inflação do país. De acordo com o próprio BC, a estabilidade dos preços preserva o valor do dinheiro, mantendo o poder de compra da moeda.
Como o Brasil faz parte dos maiores produtores e exportadores globais de commodities, as decisões monetárias impactam diretamente a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Por isso, convidamos o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, Victor Arduin, para discutir essa influência e seu papel na economia brasileira. Acompanhe no texto e faça uma boa leitura!
O impacto das políticas monetárias nas commodities brasileiras
As políticas monetárias, como explica Arduin, têm como objetivo principal o controle da inflação ou, em alguns casos especiais, da deflação. “Essa última indica uma falta de consumo na economia, podendo levar a um cenário recessivo, com perda de empregos e renda”, completa Victor.
No Brasil, as políticas monetárias são tradicionalmente focadas na redução inflacionária. Segundo o analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint, essa é uma característica comum entre países emergentes.
É por isso que o perfil das ações monetárias no Brasil costuma ser mais restritivo. Neste caso, o Banco Central eleva as taxas de juros, tornando o crédito mais caro e diminuindo o consumo e o investimento. Isso ajuda a reduzir a quantidade de dinheiro em circulação e a controlar a inflação.
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“Ainda, quando o Brasil aumenta os juros, cria-se um diferencial atrativo em relação a economias externas, incentivando um fluxo de dólares para o país. Essa entrada de capital ajuda a apreciar o câmbio, mas pode prejudicar a competitividade das nossas commodities”, completa Arduin.
O profissional também explica que o efeito é reverso em caso de políticas monetárias mais expansivas, usadas para estimular a economia em tempos de recessão ou crescimento lento. Neste cenário, o BC reduz as taxas de juros para facilitar o crédito e estimular o consumo. Com mais dinheiro circulando, a demanda por produtos e serviços tende a crescer, incentivando a economia.
“Essa medida pode levar à depreciação do Real e ao aumento da inflação. Contudo, isso tende a tornar as commodities brasileiras mais competitivas no mercado global, incentivando as exportações de produtos”, finaliza o especialista.
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O cenário atual das políticas monetárias brasileiras
Atualmente, as políticas monetárias do Brasil continuam mais restritivas. A taxa básica de juros, a Selic, foi recentemente aumentada e segue em alta quando comparada a outras economias.
“Isso afeta o custo do empréstimo para o setor de commodities e agronegócio, embora existam linhas de crédito subsidiadas para determinados segmentos. Esses incentivos permitem que os produtores ampliem seus investimentos com juros mais baixos, mas podem criar distorções no custo para outros setores”, relata Arduin.
● A taxa Selic brasileira
Atualmente, a taxa Selic é de 11,25% ao ano, valor fixado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. A instituição também divulgou em setembro de 2024 uma retrospectiva da taxa Selic desde janeiro de 2023. Veja abaixo:
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Fonte: Banco Central do Brasil
● Dados sobre a inflação
Quanto à inflação, os dados do BC reiteram o posicionamento do especialista da Hedgepoint. Em comparação com outras economias, os países latino-americanos possuem taxas de inflação mais altas e políticas monetárias mais restritivas. O Brasil mantém uma inflação dentro do intervalo da meta, mas no limite superior. As expectativas para 2025 seguem nos mesmos patamares. Veja:
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Fonte: Banco Central do Brasil
● Endividamento público
Victor Arduin também ressalta que o endividamento público crescente no Brasil traz riscos para a economia nacional. Segundo o especialista, os altos índices de endividamento pressionam a moeda e podem reduzir a confiança dos investidores.
“A situação econômica do país merece um ‘farol amarelo’, especialmente pelo impacto que o aumento da dívida pode ter sobre os investidores”, completa o analista.
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A volatilidade da moeda brasileira
A história do Brasil com a instabilidade da moeda não é recente. Na década de 80/90, o país latino-americano enfrentou taxas de inflação que alcançaram 2.500% ao ano. Essa quebra na economia começou em 1979 com a segunda crise internacional do petróleo. Em 1994, o país conseguiu implantar o Plano Real, igualando o poder de compra da moeda brasileira com o dólar americano da época.
“O Plano Real foi uma resposta à inflação inercial que o Brasil vivia. Para conter a perda no poder de compra, foi preciso criar uma nova moeda que gerasse confiança e estabilizasse a inflação, combinada com ajustes fiscais para equilibrar as contas públicas”, completa Victor.
Atualmente, a inflação brasileira está mais contida, porém ainda tem volatilidade maior quando comparada com moedas mais competitivas, como o Euro e o Dólar. Em 2023, a inflação do Brasil atingiu 4,6%, um dado relativamente alto, mas ainda dentro da meta do Conselho Monetário Nacional.
O especialista da Hedgepoint ressalta que “manter um equilíbrio nas políticas monetárias é essencial. Uma moeda excessivamente depreciada pode gerar inflação, e isso afeta o custo de vida no país, mesmo que traga ganhos de competitividade para os exportadores.”
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O hedge a as políticas monetárias brasileiras
Victor Arduin destaca que o hedge pode ajudar a mitigar os impactos das políticas monetárias brasileiras, principalmente em contextos de alta volatilidade cambial e de preços de commodities. Segundo o especialista, “as ferramentas de hedge se tornam uma camada financeira de proteção para os produtores e exportadores”.
Uma política monetária que fortaleça o real, por exemplo, pode impactar negativamente a receita de empresas que trabalham com commodities. O hedge permite que essas companhias travem um preço mínimo para suas vendas futuras, garantindo um retorno financeiro pré-acordado, mesmo que o poder de compra do Real seja alterado.
Entre em contato com a Hedgepoint e saiba mais sobre o hedge em FX com um de nossos especialistas.
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Este documento foi preparado pela Hedgepoint Global Markets LLC e suas afiliadas (“HPGM”) exclusivamente com fins informativos e instrucionais, não tendo o propósito de estabelecer obrigações ou compromissos à terceiros, nem a intenção de promover uma oferta, ou solicitação de oferta de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários, futuros, opções, moedas e swap ou produtos de investimento. A Hedgepoint Commodities LLC (“HPC”), uma entidade de propriedade integral do HPGM, é uma Introducing Broker e um membro registrado do National Futures Association. A negociação de futuros, opções, moedas e swap envolve riscos significativos de perdas e pode não ser adequado para todos os investidores. Performance anterior não é necessariamente indicativo de resultados no futuro. Os clientes da Hedgepoint devem confiar em seu próprio julgamento independente e em consultores externos antes de entrar em qualquer transação que seja introduzida pela empresa. A HPGM e seus associados expressamente não se responsabilizam por qualquer uso das informações contidas neste documento que resulte direta ou indiretamente em danos ou prejuízos de qualquer tipo. Em caso de questionamentos não resolvidos por nossa equipe de atendimento ao cliente ([email protected]), contate nosso canal de ombudsman interno ([email protected]) ou 0800-878 8408/[email protected] (somente para clientes no Brasil).
Janela de semeadura da soja
A janela de semeadura da soja é o período recomendado para o plantio da cultura nas lavouras brasileiras, determinado pelas condições climáticas e agronômicas de cada região. Esse calendário é essencial para o desenvolvimento da planta, a produtividade da cultura e a qualidade dos grãos.
Neste artigo, falaremos sobre sua importância, como as datas são definidas, bem como dados sobre o plantio das lavouras brasileiras para a safra 2024/2025. Convidamos o especialista Ignacio Espinola, Analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, para falar sobre o tema. Leia e aproveite!
O papel do período de plantio da soja
O calendário de plantio permite que a cultura se beneficie de um ciclo de crescimento mais favorável, especialmente em termos de chuva e temperatura. “O objetivo é maximizar a produtividade da soja brasileira, bem como minimizar os riscos de estresse climático, como seca ou geada”, diz Ignacio Espinola.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as datas de semeadura são definidas conforme dados técnicos e sugestões enviadas pelos estados brasileiros. Entre as variáveis analisadas estão:
● Condições climáticas em cada região
Os dados de precipitação, temperatura e umidade do solo são verificados para facilitar a germinação e o crescimento inicial das plantas;
● Ciclo agrícola
A soja tem um ciclo de vida que varia de 90 a 150 dias. A escolha do período é analisada para evitar que a plantação enfrente condições climáticas adversas no final da safra.
● Zoneamento agrícola
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) do Brasil determina os períodos de semeadura recomendados de acordo com o risco climático de cada região.
● Fatores agronômicos locais
As variáveis de cada região do Brasil que podem influenciar a qualidade da soja são analisadas: tipo de solo, altitude, histórico de produção, etc.
“O plantio fora da janela recomendada pode afetar o rendimento das lavouras de soja. A cultura pode enfrentar adversidades como a redução do suprimento de água e a exposição a geadas ou secas“, acrescenta o especialista da Hedgepoint.
Ignacio também ressalta que essas condições climáticas podem reduzir a qualidade dos grãos e aumentar a probabilidade de pragas, afetando seu valor comercial. Com preços mais baixos, todo o mercado brasileiro de soja é afetado, o que influencia as exportações e a economia nacional.
Calendário de semeadura para a safra de soja 2024/2025
Em maio deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária publicou o calendário de semeadura da soja. As datas específicas variam conforme a região e podem ser encontradas abaixo:
- Centro-Oeste: do início de outubro a meados de novembro;
- Sul: entre outubro e dezembro;
- Sudeste: de meados de outubro a novembro;
- Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia): entre o final de novembro e o início de janeiro.
Verifique as datas específicas diretamente no site do MAPA.
Atraso no plantio de soja é recuperado no Brasil
Devido ao clima seco, a safra de soja 2024/2025 no Brasil começou com um atraso no plantio. Os levantamentos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que o início da semeadura foi mais lento do que nos anos anteriores porque o solo não estava com a umidade ideal para a cultura.
De acordo com o primeiro levantamento da Conab sobre a safra 2024/2025, o Brasil estava com 9,1% de sua área plantada até 12 de outubro. Isso era um número bem abaixo do que havia sido plantado na safra anterior, 19%, e abaixo da média de cinco anos, de 11,3%. Confira os dados publicados na época:
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Fonte: Conab
“Contudo, o Brasil recebeu boas chuvas nas últimas semanas, o que ajudou os agricultores a voltarem ao plantio“, acrescenta Ignacio Espínola, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint.
De acordo com os levantamentos da Hedgepoint, a semeadura da soja brasileira voltou aos números de anos anteriores, inclusive ultrapassando a área plantada do ano passado. Confira no gráfico abaixo:
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Fonte: Hedgepoint
“No momento, o plantio de soja está em 53% contra 47% no ano passado. Portanto, o atraso no plantio não existe mais. Estamos 6% acima em relação à safra anterior”, finaliza Espinola.
O profissional também compartilhou dados sobre o andamento do plantio de soja em cada estado brasileiro. Apesar do atraso inicial na semeadura, a maioria das regiões conseguiu acelerar o processo e alcançou áreas maiores do que no ano anterior. Confira:
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Fonte: Hedgepoint
Expectativas para a produtividade de soja brasileira
O especialista da Hedgepoint informa que as perspectivas de produção para a soja são positivas. Os dados oficiais da Conab também esperam um aumento em relação aos anos anteriores. Veja abaixo:
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Fonte: Conab
“O primeiro levantamento da safra 2024/2025 mostra um aumento de produtividade de 9,6% em relação ao ano passado. A área plantada também deve crescer 2,8% e a produção, 12,7%”, acrescenta o especialista.
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Fonte: Conab
“A Conab espera uma produtividade muito boa para esta safra, de 3,51 toneladas/ha, o que se aproxima do recorde de 3,53 toneladas/ha para a safra 2020/2021. Além disso, este ano o La Niña também afetará a safra brasileira de soja, influenciando positivamente o clima e a produção nacional”, conclui Espinola.
Monitoramento de relatórios agrícolas no Hedgepoint HUB
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Café na América do Sul
O Brasil e a Colômbia são os dois maiores produtores de café na América do Sul. Segundo a Embrapa, esse continente contribui com 46% da produção mundial de café, sendo o Brasil responsável por 76% desse total e a Colômbia por 17%.
Neste artigo, vamos explorar a importância desses dois países para o mercado cafeeiro global, as expectativas em torno de exportação, preços, rendimentos, entre outros fatores. Para isso, contamos com a especialista Laleska Moda, Analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint e Victor Sousa, gerente de relacionamento de café, que trazem insights sobre a safra 2024/2025. Boa leitura!
As estimativas de produção para o café sul-americano
A América do Sul é uma região-chave na produção de café, favorecida por condições climáticas ideais. A Colômbia se destaca como o maior fornecedor mundial de arábica lavado, enquanto o Brasil lidera tanto na produção quanto na exportação global de café.
No Brasil, a colheita da safra 2024/2025 foi finalizada em agosto. Já na Colômbia, a colheita da safra principal deve ser iniciada neste mês e se alongar até o início de 2025, enquanto a safra mitaca já foi finalizada em agosto. Veja o calendário completo abaixo:
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Fonte: Hedgepoint
Leia também:
- Calendário de safra: época de plantio e de colheita das principais commodities do mundo
Como grandes produtores, as safras de café do Brasil e da Colômbia têm papel fundamental no suprimento global. No entanto, as últimas temporadas ao redor do planeta, especialmente no Brasil e no Vietnã, enfrentaram problemas de produção. Essa queda recorrente no rendimento influenciou os preços no mercado.
“Nesta safra brasileira, observamos que os grãos ficaram menores do que o esperado no início do ano. A estimativa inicial para a produção de arábica e robusta era de 65 milhões de sacas, mas o número final foi ajustado para 63 milhões“, explica Laleska.
O café robusta brasileiro (conilon) teve uma queda significativa, de 22 milhões para 20 milhões de sacas colhidas. Enquanto isso, a produção de arábica, inicialmente estimada em 44 milhões de sacas, foi ajustada levemente para 43,2 milhões.
“A seca no Brasil impactou negativamente as lavouras nacionais. Na Colômbia, por outro lado, o clima vem sendo mais positivo e pode contribuir para uma recuperação na produção local”, completa Laleska.
Segundo Victor de Sousa, o mercado de café colombiano deve aumentar sua produção ainda neste ano, devido a recuperação das chuvas. “Com duas colheitas anuais, a Colômbia se diferencia de outros países e pode ter um leve aumento de produção, chegando a 12,4 milhões de sacas, representando 7,2% da produção mundial”, reforça.
Veja os dados sobre o bom índice de chuvas na Colômbia abaixo:
Precipitação acumulada – Colômbia (mm)
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Fonte: Refinitv
Leia também:
- O papel do Brasil na segurança alimentar da China: uma parceria de 50 anos
Expectativas de exportações de café e redução dos estoques
Os levantamentos da Hedgepoint indicam um aumento nas exportações de café no Brasil tanto para o arábica quanto para o robusta. Abaixo, podemos analisar as estimativas:
Oferta e Demanda – arábica – Brasil (M sacas)
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Fonte: Hedgepoint
Oferta e Demanda – Conilon/robusta – Brasil (M sacas)
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Fonte: Hedgepoint
De acordo com os gráficos, a produção de café arábica no Brasil se manteve praticamente estável, enquanto o robusta teve uma queda mais acentuada. A redução da oferta e a quebra do Vietnã em 23/24 elevou o preço deste tipo de café no mercado, influenciando os agricultores a optar pela exportação e aproveitar esse crescimento nos valores.
“O Conilon está muito valorizado no Brasil e isso pode contribuir para as exportações acumuladas da temporada 24/25 aumentem em mais de 2 milhões de sacas, frente à 23/24.
Contudo, estimamos que a demanda global pelo robusta pode recuar nesta temporada”, completa Moda.
Para a Colômbia, a especialista da Hedgepoint espera um aumento da participação nas exportações do café arábica devido ao crescimento da produção. Entretanto,
a demanda pelo café colombiano pode seguir mais branda que em anos anteriores, dado os maiores valores do arábica lavado no mercado global” – finaliza Moda.
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Estimativas de preços para o café na América do Sul
Segundo Moda, a oferta encolhida tem aumentado os preços do café no mercado de commodities. “O que podemos ver para os próximos meses é uma correção de preços em decorrência das chuvas que estão previstas para o Brasil e pelo possível adiantamento do Regulamento de Desmatamento (EUDR).
Contudo,, o clima seco que impactou o país até agora também influencia os valores no futuro. A safra 25/26 está atualmente em fase de floração e sofreu com a falta de chuvas na região”, afirma Sousa.
Segundo o profissional, outro fator de sustentação para o alto preço do café no longo prazo é o estoque reduzido. “No geral, as reservas no mundo inteiro vão seguir em níveis abaixo das médias históricas”. Confira nos dados abaixo:
Origens – Estoques finais de Arábica e relação estoque/uso (M sacas)
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Fonte: Hedgepoint
Origens – Estoques finais de Robusta e relação estoque/uso (M sacas)
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Fonte: Hedgepoint
De acordo com a Organização Internacional do Café, os preços já têm crescido nos últimos meses. No café verde, por exemplo, houve um aumento de 1% em agosto de 2024 em relação ao mês anterior. Já os suaves–colombianos aumentaram 2,3% no mesmo período.
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Perspectivas globais e a rastreabilidade do mercado de café
A proposta da União Europeia de adiar a implementação do Regulamento de Desmatamento (EUDR) para dezembro de 2025 trouxe um alívio temporário para produtores de café que enfrentam dificuldades em se adaptar às rigorosas exigências.
“Essa possível postergação permite que países exportadores de café, como o Brasil, ajustem seus sistemas de rastreabilidade e práticas sustentáveis. É valido lembrar que muitos importadores europeus anteciparam suas compras devido ao EUDR e, com o possível adiamento, a pressão compradora pode reduzir no curto prazo, pressionando os preços para baixo. Por outro lado, o adiamento é percebido como positivo para exportadores brasileiros, que ganharam mais tempo para se adaptar às novas regras”, reforça Sousa.
Países como Brasil e Colômbia estão à frente na adaptação, com uma parte significativa de suas áreas de cultivo já cumprindo com padrões de sustentabilidade. Entretanto, países menores ou com menos infraestrutura, como países da América Central e África, enfrentam desafios enormes para garantir a conformidade com as novas regras, especialmente nas áreas onde a produção de café está associada ao desmatamento.
“Além da União Europeia, é provável que outras regiões, como os Estados Unidos, adotem regulamentações semelhantes voltadas à sustentabilidade e rastreabilidade nos próximos anos. Isso aumentará a pressão sobre produtores de café em todo o mundo para que se adaptem a padrões mais rigorosos, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis”, finaliza Sousa.
Relatórios sobre commodities no Hedgepoint HUB
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A cadeia produtiva agrícola
A cadeia produtiva agrícola é um conjunto de processos interligados que garantem a qualidade e o rendimento de diversos tipos de commodities, como a soja, o milho e o trigo. Cada etapa da cadeia tem um papel fundamental no resultado final das lavouras, impactando diretamente a segurança alimentar global, o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade comercial de países. Em 2021, por exemplo, a agricultura empregou cerca de 873 milhões de pessoas no mundo, ou 27% da força de trabalho global.
Para entender o funcionamento desse sistema produtivo, é essencial analisar suas fases, do planejamento à entrega dos produtos. A seguir, você verá os detalhes de cada etapa da cadeia produtiva agrícola e as principais atividades realizadas. Boa leitura!
Etapa 1: planejamento
O planejamento é a primeira etapa do processo produtivo agrícola e uma das mais importantes. É neste momento que as estratégias de produtividade e otimização são analisadas para garantir a sustentabilidade financeira e qualitativa das lavouras.
Geralmente, esse planejamento considera:
- Resultados de safras prévias, analisando dados de produção anteriores;
- Análise de recursos disponíveis (mão de obra, terra, capital e condições climáticas e do solo);
- A escolha das culturas a serem plantadas;
- A análise de mercado e demanda;
- O acompanhamento dos preços atuais;
- A quantidade de insumos no estoque;
- E a definição do cronograma de atividades.
O agricultor está envolvido em todo esse processo e pode contar com o apoio de consultores, técnicos e engenheiros, além do auxílio de cooperativas. Em muitos casos, a tecnologia também é utilizada para monitorar indicadores econômicos e produtivos, facilitando a tomada de decisão.
Leia também:
- O papel das cooperativas no desenvolvimento do mercado agrícola brasileiro
Etapa 2: preparação do solo
O preparo adequado do solo é um passo importante na cadeia produtiva agrícola pois influencia o crescimento e a saúde das plantas. Além de ajustar e recuperar as características pós-colheita, o solo bem preparado facilita o enraizamento das plantas, a absorção de água e nutrientes e o controle de pragas e doenças.
Normalmente, essa etapa conta com o auxílio de profissionais da agronomia, especialistas em fertilizantes e empresas de maquinários agrícolas.
Atividades principais desta etapa:
- Análise química e física do solo;
- Correção da acidez;
- Aplicação de fertilizantes – se necessário;
- Técnicas de aragem e gradagem.
Etapa 3: cultivo
É o início do processo de plantio, envolvendo a escolha de sementes, o preparo de mudas e a irrigação. Além disso, também é realizado o contínuo controle de pragas comuns no desenvolvimento inicial das plantas. Nesta fase, são consideradas as datas de plantio ideais para cada cultura, a temperatura do ambiente e a umidade do solo.
Essa etapa é manejada pelos próprios produtores rurais, empresas de sementes e defensivos agrícolas, técnicos especializados em plantação, irrigação e eficiência.
Etapa 4: crescimento e desenvolvimento das plantas
Na quarta fase, o monitoramento das plantas é constante para garantir que a cultura esteja se desenvolvendo adequadamente. Nesta etapa, também é realizado o controle de pragas, adubação, além da identificação de possíveis problemas para a resolução precoce.
Essa análise envolve a coleta de dados sobre o plantio, taxa de crescimento, saúde da plantação, avaliação da necessidade de insumos e mais. As informações coletadas ajudam o produtor rural a acompanhar o desenvolvimento das culturas e a ajustar suas práticas conforme a necessidade.
Em muitas propriedades, a tecnologia é novamente parceira do agricultor. É possível acompanhar as lavouras por drones, encontrar anomalias através de imagens de satélites e monitorar o clima com dados meteorológicos avançados.
Etapa 5: colheita
Esta etapa é de extrema importância para o produtor rural pois é nesta fase que se pode avaliar o resultado do trabalho realizado. Quando as culturas atingem o melhor ponto de maturação, é realizada a colheita com máquinas agrícolas, como colheitadeiras. Esse maquinário é altamente utilizado na agricultura para acelerar o processo e reduzir perdas nas lavouras. Alguns agricultores também realizam a colheita de forma manual ou semimecanizada.
Entre os principais pontos a serem considerados nesta fase, temos:
- Tamanho da área plantada;
- Datas previstas para a colheita;
- Clima ideal para a colheita;
- Quantidade de maquinário ou trabalhadores;
- Teor de umidade do chão;
- Data para a entrega da safra.
Etapa 6: pós-colheita
O controle de qualidade vai além do cuidado no plantio: também faz parte do processo pós-colheita. Aqui, o objetivo é maximizar o rendimento, diminuir a deterioração e garantir maior retorno econômico.
Entre as atividades desta etapa, temos:
- As culturas passam por processos de limpeza;
- Secagem dos materiais;
- Armazenamento adequado dos produtos.
O armazenamento inadequado pode resultar em perdas significativas, especialmente em países tropicais. Nestes locais, a umidade pode favorecer o surgimento de fungos e pragas. Em muitas culturas, esta também é a fase em que se realiza a nova preparação do solo (etapa 2) para uma próxima lavoura.
Leia também:
- Armazenamento de grãos no Brasil: entenda o problema
Etapa 7: processamento (se aplicável)
Alguns produtos agrícolas passam por processos de beneficiamento antes de serem comercializados. É nesta fase que é realizada a moagem de grãos, a classificação de frutas e a embalagem de produtos para o consumidor final.
Produtos como café, trigo e soja, por exemplo, muitas vezes passam por essas etapas para agregar valor e facilitar a comercialização.
Etapa 8: distribuição
A distribuição é um passo importante na cadeia produtiva agrícola. Essa fase precisa de uma logística eficiente para controlar os custos de transporte dos produtos colhidos e garantir que cheguem ao destino no prazo estipulado e com a qualidade esperada.
Atividades principais:
- Manejo e gestão eficientes dos estoques;
- Logística entre transportadoras e varejistas;
- Transporte para mercados e centros de distribuição.
Leia também:
- Entenda a importância da logística no agronegócio
Etapa 9: comercialização
A comercialização dos produtos agrícolas é realizada durante todas as etapas de produção, de forma contínua. Desde a fase inicial, os produtores já negociam possíveis contratos, analisam os preços do mercado e verificam expectativas sobre a demanda. Esse processo envolve a utilização do hedge por meio de contratos futuros, venda antecipada e mais.
Por se tratar de commodities, os preços dos produtos agrícolas variam conforme a oferta e a demanda. Com essa comercialização prévia, os produtores rurais já garantem a venda de seus produtos e minimizam os riscos financeiros que podem atingir o seu negócio conforme a volatilidade do mercado.
Após a distribuição, é realizada a entrega física das mercadorias já negociadas, além da comercialização de possíveis estoques que ainda não foram comprados.
Etapa 10: exportação
Muitos produtos agrícolas são vendidos além das fronteiras nacionais. As commodities são enviadas para o comércio internacional, geralmente com entrega marítima ou aérea.
No caso, as matérias-primas comercializadas precisam cumprir uma lista de requisitos sanitários e burocráticos, além de passar por processos de embalagem específicos para o envio.
Nesta fase, também são utilizados os produtos de hedge para proteger o produtor das flutuações de preço no câmbio. Como o valor das moedas sofre alterações constantes, essas ferramentas são amplamente utilizadas nas exportações agrícolas.
Atividades principais desta fase:
- Cumprimento de normas internacionais;
- Preparação de documentação;
- Envio para o exterior.
Empresas envolvidas:
- Exportadores;
- Agentes de carga.
- Autoridades aduaneiras;
- Países com acordos comerciais;
- Empresas exportadoras.
Leia também:
- O papel do Brasil na segurança alimentar da China: uma parceria de 50 anos
A importância do hedge na cadeia produtiva agrícola
Como vimos, o produtor rural passa por inúmeras etapas de produção até finalizar a entrega de sua safra. Em todas as fases, esses agricultores estão expostos à volatilidade dos preços no mercado de commodities. Qualquer mudança nos valores pode impactar o rendimento econômico do trabalho realizado nas lavouras.
O hedge ajuda a mitigar os riscos financeiros relacionados às oscilações de preços das commodities e variações cambiais. Essa ferramenta contribui com a proteção do seu negócio, tanto para agricultores, como processadores, distribuidores e exportadores.
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Crise imobiliária na China: impactos e medidas
A crise imobiliária na China começou em 2021 e tem impactado a economia local e global desde então. Em seu auge, o setor imobiliário chinês já chegou a representar cerca de um quarto do PIB do país. Hoje, os preços dos imóveis da China caem periodicamente, registrando em junho de 2024 a queda mais rápida em 9 anos.
Neste texto, vamos entender o que causou esse colapso, qual é o cenário atual da situação, quais são as medidas de retenção e mais. Boa leitura!
Como começou a crise imobiliária na China?
A crise imobiliária chinesa começou principalmente por meio de políticas monetárias concedidas às incorporadoras locais. Os bancos estatais disponibilizaram juros baixos às empresas para impulsionar a construção de moradias ao redor do país. Contudo, essa expansão acelerada resultou no endividamento das empresas que financiaram grandes projetos, muitas vezes sem capital suficiente para cobrir os custos. À medida que menos compradores adquiriam novos imóveis, o setor começou a enfrentar uma crise severa.
Abaixo, você pode acompanhar o pico de construção de imóveis na China em 2021 e a redução nos anos seguintes:
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Fonte: KPMG
Para suprir os gastos, as incorporadoras aumentaram os preços dos imóveis, mas o resultado no mercado foi inverso: os altos valores diminuíram a demanda dentro do país. Isso gerou um efeito em cadeia que você acompanha abaixo:
1 – Políticas restritivas às incorporadoras
O governo local impôs restrições ao endividamento das construtoras, limitando suas dívidas de acordo com a proporção dos seus ativos.
2 – Pressão ao fluxo de caixa das companhias
As empresas imobiliárias enfrentaram dificuldades para obter novos financiamentos e refinanciar suas dívidas, devido às políticas restritivas.
3 – Excesso de oferta
A construção em larga escala e o envelhecimento da população resultaram no aumento da oferta de imóveis no país. Veja os dados mais recentes sobre o estoque imobiliário na China:
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Fonte: ICIS
4 – Crise em uma das maiores empresas imobiliárias
A Evergrande entrou em colapso financeiro devido ao seu endividamento. Isso causou uma série de problemas no mercado de crédito, prejudicando bancos e investidores. Outras incorporadoras, como a Country Garden, também enfraqueceram após o início da crise.
Em agosto de 2023, as ações da Evergrande despencaram 79%. A Country Garden reportou um prejuízo de US$ 6,7 bilhões no 1º semestre do mesmo ano.
5 – Desconfiança no setor imobiliário
Milhares de projetos imobiliários foram paralisados ou atrasados na China. Isso aumentou a desconfiança no setor, pois muitos chineses não receberam suas moradias já compradas.
6 – Queda nos valores dos imóveis
Esse cenário quebrou a imagem de que os imóveis eram um investimento seguro para os chineses. A alta oferta e a demanda encolhida ocasionaram na redução desenfreada dos preços.
Veja abaixo o gráfico que evidencia esse declínio, principalmente a partir de 2021:
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Fonte: Reuters
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O cenário atual da crise imobiliária chinesa
As vendas no setor imobiliário continuam em ritmo de queda. Atualmente, a redução é de 20,2% em comparação com o ano passado. Em investimento, também houve um declínio de 9,8% nos primeiros quatro meses de 2024, enquanto o início de novas construções caiu 24,6%. De acordo com a Reuters, os preços de imóveis novos também caíram pelo 13º mês consecutivo, com 0,7% de queda.
Dados do Banco Central da China relatam a expectativa da população em relação aos preços dos imóveis. Em agosto de 2024, 23,2% dos chineses ainda acreditavam que os valores continuariam a cair no terceiro trimestre do ano, um recorde desde que os dados ficaram disponíveis em 2013. Com a crise de confiança doméstica e a crença de que os preços continuarão a cair, há menos incentivos para que os compradores adquiram imóveis no momento. Isso gera incerteza sobre quando a crise chegará ao fim.
Conforme o Goldman Sachs, o valor total de casas não vendidas ou inacabadas na China é de cerca de 30 trilhões de yuans, ou 4,1 trilhões de dólares. A instituição afirma que pode ser necessário mais de 967 bilhões de dólares para reduzir a oferta de moradias aos níveis anteriores ao colapso.
Em milhões de metros quadrados construídos, os novos empreendimentos residenciais na China caíram 58%, de 1.515 milhões de m² em 2019 para 637 milhões de m² em 2023. Veja abaixo:
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Fonte: Visual Capitalist
As medidas chinesas para conter a crise imobiliária
O recorde na oferta de moradias ainda afeta a liquidez do setor imobiliário e a economia chinesa, como mostram os números. Contudo, o governo local já está trabalhando com medidas para estabilizar o mercado. O objetivo é compensar a demanda decrescente, diminuir a queda dos preços e controlar o estoque de imóveis não vendidos.
Entre as principais soluções anunciadas pelo governo chinês, está a redução das taxas de juros para hipotecas. O objetivo é estimular o uso de empréstimos para impulsionar as vendas dos imóveis. O Banco Central da China também anunciou a criação de um fundo de 300 bilhões de yuans para habitação acessível, medida que busca aumentar a demanda por imóveis na classe média.
Por fim, empresas estatais também têm buscado comprar apartamentos para diminuir a oferta do mercado imobiliário, além da audiência de liquidação da Country Garden (que foi adiada para 20 de janeiro de 2025).
Para o futuro, as expectativas ainda são incertas. Não há previsão para o retorno do setor imobiliário a níveis pré-crise. O governo chinês já acumulou US$ 15 trilhões em dívidas relacionadas à pandemia e à infraestrutura. Isso pressiona as contas públicas e restringe a fonte de financiamento que poderia aquecer o mercado novamente.
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O impacto da crise imobiliária chinesa na economia global
O setor imobiliário da China responde por uma parte significativa do PIB do país. Com a desaceleração desse setor, o crescimento da nação também é impactado diretamente.
Essa redução na economia influencia a demanda global, principalmente por commodities (como aço, soja e mais). Em longo prazo, essas consequências podem prejudicar países exportadores de commodities como o Brasil, grande parceiro comercial da nação asiática.
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A desaceleração econômica na China também afeta as cadeias de suprimentos globais. O país é um grande centro de manufatura e uma queda na atividade econômica pode impactar nações que dependem dos produtos chineses. Além disso, em casos de queda nas exportações e na receita chinesa, outras nações podem ter que baixar as taxas de juros ou adotar políticas expansionistas para mitigar os impactos negativos.
A importância do hedge neste cenário
A incerteza em torno da crise imobiliária chinesa tem provocado volatilidade no mercado de commodities. Como esse colapso pode atingir a demanda por produtos, os preços das matérias-primas também sofrem alterações em todo o globo.
Neste cenário, o hedge é importante ferramenta que contribui para a proteção de preços. Entre em contato com um especialista na Hedgepoint e entenda mais sobre os nossos produtos de hedge que podem te ajudar no gerenciamento de riscos de preço de commodities.
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