Basis aplicado no hedge: entenda estratégias e riscos

Explicamos de que forma o basis pode ser aplicado estrategicamente e como a variação do seu valor traz riscos nas operações de hedge.

04 de setembro de 2023

Hedgepoint Global Markets

Explicamos recentemente em nosso blog o que é basis. Esse conceito se refere à diferença entre o preço à vista de uma commodity no mercado físico em relação ao seu preço no mercado futuro.

Nas operações de hedge, o basis desempenha um papel importante, pois determina como os contratos futuros se alinham aos preços praticados à vista. Os contratos futuros são acordos financeiros padronizados entre duas partes para compra ou venda de um ativo subjacente a um preço determinado, em uma data específica do futuro.

Para você entender melhor, imagine o seguinte cenário: um produtor de milho quer proteger o valor da sua mercadoria que será colhida em junho. Para isso, ele tem a opção de vender contratos futuros de milho para entregar o produto neste mês, fixando o preço.

Porém, se o basis mudar até a data de vencimento dos contratos futuros, poderá afetar o hedge realizado. Por isso, é essencial compreender como utilizar o basis estrategicamente e quais os seus riscos.

Como utilizar de forma estratégica?

As estratégias de basis são utilizadas no mercado de commodities para aproveitar ou gerenciar as variações na diferença entre os preços à vista e os preços dos contratos futuros de um determinado produto. Essas ferramentas podem ser usadas para proteção em relação às flutuações do valor de basis.

Abaixo, pontuamos cada uma delas.

Estratégia long basis: compra de basis

Essa abordagem é utilizada quando um negociador de uma determinada commodity acredita que o preço à vista do mercado físico deve subir em relação ao preço futuro nos próximos meses.

Dessa forma, ao realizar a estratégia long basis, o negociador irá se posicionar long (compra) no mercado à vista, comprando contratos para aquisição do produto no curto prazo no mercado local. Simultaneamente, se posicionará short (venda) em contratos futuros.

Realiza-se, assim, um payoff positivo que reflete exatamente a diferença entre o preço que comprou o produto no mercado à vista e posteriormente vendeu.

Estratégia short basis: venda de basis

Essa abordagem é aplicada quando o negociador acredita que o basis de um determinado ativo em seu mercado local deverá se deslocar em um certo período. Dessa forma,  o preço no mercado à vista deve diminuir ao longo do tempo em relação ao preço dos contratos futuros desta mesma commodity.

Com isso, é prevista a redução nos preços do mercado à vista em relação aos futuros, ou seja, há diminuição do valor do basis. Com a estratégia short basis, o negociador aproveita de uma base mais forte no curto prazo. Assim, pode vender o ativo no mercado local com o preço à vista, pois imagina que ele ficará ainda mais barato nos próximos meses. Simultaneamente, compra contratos futuros deste ativo na bolsa de referência.

Risco de basis: o que é e qual a relação com o hedge?

O mercado de commodities está sujeito a vários riscos. Os preços, por exemplo, sofrem influência de fatores de oferta e demanda.

Neste contexto, os riscos podem ser minimizados por meio de ferramentas de hedge. Entre elas, destaca-se o uso de derivativos, como os contratos futuros. Com essa alternativa, o hedger promete comprar ou vender a mercadoria a um preço específico, em uma data determinada.

Porém, as operações de hedge realizadas em bolsa com contratos futuros têm padrões diferentes das características dos produtos negociados no mercado físico. Isso gera a diferença de basis.

O basis varia ao longo do tempo e pode ser negativo ou positivo, refletindo, respectivamente, o fato de o preço à vista da mercadoria ser menor ou maior do que a cotação no mercado de futuros. Essa variação do basis no tempo é chamada de risco de basis. Esse conceito é importante porque pode afetar o resultado final do hedge.

Exemplo prático de aplicação do risco de basis no hedge

Para entender tudo o que explicamos, vamos voltar para o exemplo do início do texto. Pense na seguinte situação: no mês de janeiro, um produtor de milho do Rio Grande do Sul acredita que a commodity terá um preço à vista no mercado físico que estará maior no final da colheita, que acontece por volta do mês de junho.

Em sua visão, a variação do basis irá aumentar ao longo deste período, pois há previsão de oferta reduzida e aumento da procura em sua região de produção, devido à possibilidade de chuvas fortes que podem afetar a safra. Com isso, os preços da commodity à vista estarão elevados em junho.

Tendo em vista essa estimativa, ele resolve, em janeiro, comprar o grão no mercado físico à vista e armazená-lo, pois espera vendê-lo em junho com valor físico maior. Decide, também, vender contratos futuros deste mesmo grão, pois o preço, no início da colheita, está mais vantajoso do que a média histórica de preços futuros do milho nesta época.

 No início da colheita, em janeiro, os preços estão na seguinte margem:

  • Preço à vista no mercado físico de sua região: R$ 21,00 por saca
  • Preço fixado no contrato futuro com vencimento em junho: R$ 40,50 por saca
  • Base: – R$ 19,50

No fim da colheita, em junho, os preços estão na seguinte margem:

  • Preço à vista no mercado físico de sua região: R$ 25,00 por saca (alta de R$ 4,00 por saca)
  • Preço no mercado futuro: R$ 40,00 por saca (queda de R$ 0,50 em relação ao preço da venda do contrato futuro de R$ 40,50). .
  • Basis: – R$ 15,00 (aumentou).

Quando a colheita estiver no fim e com o cenário de aumento do basis, o negociador terá:

  • Lucro de R$ 0,50 em relação ao mercado futuro, pois vendeu o milho na bolsa de referência por R$40,50 em janeiro, valor fixado no contrato futuro com vencimento em junho.
  • Lucro de R$ 4,00 em relação ao mercado físico. Isso acontece porque comprou o milho por R$ 21,00 por saca no início da colheita. Logo, obteve vantagem, já que, no fim da colheita, o valor no mercado físico subiu para R$ 25,00. Assim, ele poderá vender o milho que comprou em janeiro por um valor físico mais alto em junho.

Somando o resultado da bolsa + mercado físico, o produtor teve um ganho de R$ 4,50 por saca, o que reflete a variação do basis que aumentou. Porém, se o basis fosse reduzido, ele provavelmente teria prejuízo: esse é o risco de basis na prática.

hEDGEpoint: instrumentos de hedge para o seu negócio

Entender o que é basis, como utilizá-lo estrategicamente e quais os riscos da sua variação faz toda a diferença no hedge. Assim, é possível proteger o seu negócio, tomando decisões embasadas.

A hEDGEpoint atua com profundo conhecimento do mercado de commodities, aliando tecnologia, insights e análises de dados para aplicar instrumentos de gestão de riscos.

Fale com um profissional da hEDGEpoint para saber mais!

¡Reciba el mejor contenido sobre gestión de riesgos de commodities en su correo electrónico!

¡Quiero suscribirme!

Follow Us

 

Follow Us

   

hEDGEpoint ©️2021. All rights reserved.

Privacy Settings
We use cookies to enhance your experience while using our website. If you are using our Services via a browser you can restrict, block or remove cookies through your web browser settings. We also use content and scripts from third parties that may use tracking technologies. You can selectively provide your consent below to allow such third party embeds. For complete information about the cookies we use, data we collect and how we process them, please check our Privacy Policy
Youtube
Consent to display content from - Youtube
Vimeo
Consent to display content from - Vimeo
Google Maps
Consent to display content from - Google