Mercado de energia: quais as perspectivas para 2023?
É impossível olhar para o futuro do mercado de energia sem pensar em transição energética. Se há alguns anos a maior preocupação era conseguir gerar a energia necessária para o mundo, hoje o desafio é fazê-la com o menor impacto ambiental possível.
Será que é possível dar conta de toda a demanda de energia apenas com fontes renováveis? A busca por uma economia de baixo carbono é uma tendência global, mesmo que seja um caminho cheio de desafios.
As empresas que não se adequarem às pautas ESG, serão intensamente cobradas pelos seus investidores e consumidores.
Na Cop26, a maior conferência sobre clima do planeta, o Brasil se comprometeu a reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa até 2030. Ainda que seja uma meta ambiciosa, ainda não é o suficiente para alcançar o objetivo de subir a temperatura do planeta em apenas 1,5ºC.
Em relação à geração elétrica, o Brasil se destaca tanto em relação aos seus pares emergentes quanto aos países desenvolvidos. Isto porque nossa geração de energia elétrica é majoritariamente proveniente de fontes menos danosas ao meio ambiente que o carvão e gás natural – muito usados em países europeus e nos EUA.
Por aqui, quase 85% da eletricidade do país é gerada por fontes renováveis, vindo principalmente de hidrelétricas, parques eólicos e solares, biogás e biomassa.
Os maiores desafios relacionados à energia que podem ser encontrados no Brasil são os combustíveis para veículos. Mesmo com muita energia limpa sendo produzida aqui, o Brasil é um país muito grande e demanda muito combustível para o transporte principalmente de cargas, seja rodoviário, aéreo ou marítimo.
Além disso, há influências da política e economia internacional no preço do petróleo e derivados e do gás. 2022 foi um ano muito atípico no setor energético e os acontecimentos devem impactar também em 2023.
Overview do mercado de energia em 2022
Volátil é a palavra que define o mercado de óleo e gás em 2022. O petróleo chegou a ser negociado por 140 dólares o barril, após a invasão russa. Já nos últimos meses, o preço foi a 75 dólares, antecipando o medo de que uma recessão esteja por vir.
A Guerra na Ucrânia teve papel fundamental nos acontecimentos que marcaram o ano, pois com a redução de oferta, houve alta no preço do petróleo, gás e combustíveis.
Para as empresas que tinham oferta doméstica, principalmente a Petrobrás e outros menores, os ganhos foram positivos. Dividendos nunca foram tão altos, o que animou a indústria. Por outro lado, também deu origem a uma inflação doméstica, já que os preços dos combustíveis na bomba subiram significativamente.
Em setembro de 2022, a demanda chinesa por petróleo caiu substancialmente. Foi a primeira queda no consumo do país em mais de 20 anos!
Com as medidas de restrição à Covid sendo abrandadas, o fluxo comercial, saindo e vindo da China, está gradualmente voltando ao normal. Isto é algo extremamente positivo para o mercado de commodities, já que os chineses são os maiores consumidores destes ativos.
Quais as perspectivas para 2023?
Com a reabertura da China, sua economia deve voltar à normalidade já no segundo trimestre de 2023 e, com o otimismo em relação a essa demanda que com certeza aumentará, o preço do petróleo já está em alta neste início de ano. Isso pode adicionar demanda por petróleo, derivados e gás natural.
Outra expectativa (e temor) é de que possa haver uma recessão global. A alta de juros pelos bancos centrais têm feito com que traders e participantes do mercado esperem por uma retração no consumo de petróleo e derivados.
Entre as energias chamadas “limpas”, a solar vem crescendo e já superou a eólica nos primeiros dias do ano. Este setor é uma forte tendência para 2023, principalmente na geração de energia elétrica doméstica.
A guerra entre Rússia e Ucrânia ainda pode ter desdobramentos inesperados e impactar o mercado de energia. Por isso, também é uma importante pauta para acompanhar em 2023.
Como se proteger das volatilidades do mercado de energia?
Existem diferentes tipos de riscos no mercado de energia. Com um novo governo recém iniciado no Brasil, mudanças políticas e econômicas em curso, guerras em andamento, uma crise climática que exige mudanças estratégicas na iniciativa privada e traz à tona pautas ESG, são muitas as variáveis que influenciam a formação de preço do petróleo e das energias.
Em um mercado tão volátil, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos seus investimentos no mercado de energia.
A melhor opção para gerenciar riscos e evitar perdas e prejuízos é contar com um parceiro especialista em hedge que possua amplo conhecimento do mercado energético, como é o caso da hEDGEpoint.
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COVID-19 na China: Impactos na economia do país e do mundo
A COVID-19 foi um acontecimento que mobilizou e abalou o mundo inteiro de forma nunca antes vista. E ela ainda não acabou. Continuam aparecendo novos casos todos os dias, porém atualmente em menor número, com menos internações e letalidade reduzida.
O primeiro caso a ser detectado, lá em 17 de novembro de 2019, foi descoberto na província de Hubei, próximo à Wuhan, na China, local onde a doença começou a se espalhar e, de lá pra cá, já contabilizou mais de 6 milhões e 670 mil mortes no mundo inteiro.
No país oriental, onde o vírus começou a se espalhar, teve início ainda em 2020 a política de COVID-19 Zero, que incluía rigorosos lockdowns mesmo quando havia poucos casos, testes em massa, fechamento de empresas, escolas e lojas, exceto as de alimentos e isolamento até zerar o número de novos casos.
Depois, surgiram as vacinas, o que fez cair o número de óbitos, e já nos encaminhamos para o acesso a medicamentos para tratar a Covid-19 que poderão ser comprados em farmácia.
Mas a China foi bastante impactada economicamente pelas decisões tomadas ao longo destes anos e, mesmo com um possível novo surto devido a uma nova variante, não deve voltar a impor normas tão restritivas, já que a própria população realizou protestos contra a Covid Zero e não quer voltar a viver um novo lockdown.
Qual a situação atual da economia da China?
Com imposições de regras rígidas para combater a pandemia do coronavírus, a China está enfrentando como consequência prejuízos econômicos que podem levar um bom tempo para voltar à estabilidade. O país, que vinha crescendo cerca de 9% anualmente durante a última década, não deve alcançar os 3% esse ano.
Atualmente, o desemprego entre os jovens atingiu um novo recorde chegando a 20%, os lucros das empresas diminuíram drasticamente e o setor manufatureiro voltou a registrar retração. Se continuar nesse ritmo, será a expansão mais lenta que a China vive nos últimos 40 anos.
Os lockdowns causaram grandes danos às cadeias de suprimentos de produtos, levando à falta de itens básicos dentro do país. Além disso, quando um país tão grande quanto a China está enfraquecido economicamente, a crise se reflete no mundo inteiro, já que são eles os maiores compradores de commodities, desde minério de ferro, ao petróleo, mas também de grãos e alimentos.
Diante desse cenário, a população foi às ruas para se manifestar contra a política de Covid Zero e pedir por liberdade, pois com uma nova onda do vírus se espalhando a imposição de lockdown poderia surgir novamente e impedir uma tentativa da economia de se restabilizar e voltar à normalidade.
Pela primeira vez, o governo chinês ouviu os pedidos da população, garantindo que deve flexibilizar as medidas protetivas que fará de tudo para evitar que aconteça um novo lockdown.
Porém, com um novo surto de coronavírus se espalhando e novas variantes surgindo a todo momento, é preciso acompanhar os próximos acontecimentos para poder afirmar com certeza os próximos movimentos econômicos globais, pois os cenários são muito instáveis e imprevisíveis.
Quais os impactos do retorno da China ao mercado após as restrições pela COVID-19?
A China é atualmente o país que mais demanda por commodities no mundo. Quando olhamos para a produção brasileira, o país oriental é um dos maiores consumidores da nossa soja, milho, petróleo, entre outros.
“Se a China voltar para o mercado, é como se, basicamente, um milhão de barris por dia a mais de petróleo e derivados fossem consumidos”, explica o especialista Heitor Paiva, Analista de Macroeconomia e Energia na hEDGEpoint.
Com a China voltando a consumir nossas commodities, especula-se sobre uma segunda onda de inflação para o ocidente, pois a demanda vai aumentar muito e isso deve gerar uma grande competição por produtos, principalmente os que também são altamente consumidos nos Estados Unidos e Europa.
Outra estimativa é que estes últimos citados entrem em uma recessão, o que reduziria o consumo de commodities do Brasil, por parte deles. Porém, com a China voltando ao mercado, a baixa de atividade dos EUA e Europa seria compensada. E, caso os países ocidentais consigam se manter economicamente estáveis, será melhor ainda para o Brasil.
Para o produtor, esta pode ser uma boa notícia, pelo menos por determinado tempo, já que seus produtos ficam mais valorizados, os preços sobem e a margem aumenta, pois haverá mais interessados no que temos para ofertar.
Porém, após uma grande onda é sempre preciso ser cauteloso com o que vem depois, pois todos os cenários gerados pelo Covid-19 são ainda muito novos e difíceis de prever.
Quando se fala em uma pandemia altamente contagiosa, que já registrou tantas mortes e que tem como principal risco o contato humano, não se sabe como será o dia de amanhã. Basta lembrar que, em 2019, estávamos realizando outras projeções sem nem imaginar o que vinha pela frente.
Por isso, buscar informação e recursos existentes é essencial.
Com tantas imprevisibilidades, como se proteger financeiramente?
Diante de um contexto tão complexo como o da pandemia e suas consequências, quem trabalha na cadeia de commodities precisa contar com um planejamento e se antecipar aos movimentos de mercado para garantir maior segurança e estabilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar uma estratégia de hedge pode ser a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha com commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas nas mais diversas commodities com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
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Segurança alimentar: o cenário mundial na produção de alimentos
Segurança alimentar é o nome que se dá a um conjunto de programas e ações que tem como objetivo garantir o acesso de toda a população à alimentação adequada. Entre eles, oportunizar acesso à água, disponibilizar alimentos, consumo nutricional eficiente e apoio aos processos de produção e transporte.
Combater a fome sempre esteve em pauta nos governos nacionais e mundiais, porém com mais desafios nos países em desenvolvimento. Porém, desde a Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York, em setembro de 2015, a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) estabeleceu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Conforme a Agenda 2030, uma das missões é colocar fim em todas as formas de fome no mundo. O prazo para isso é o mesmo ano que dá nome ao projeto. Mas foi após o estabelecimento dos objetivos que o mundo entrou em conflitos diversos que trouxeram consequências catastróficas. Será que é possível atingir o objetivo de levar segurança alimentar à toda população?
Um ponto importante de salientar é que a questão da fome mundial não é atrelada a quantidade insuficiente de alimento. O problema está na distribuição. Isto porque a produção é concentrada em determinadas regiões, enquanto o consumo é por todo o globo.
Conflitos mundiais e os impactos na segurança alimentar
O termo segurança alimentar foi criado durante a Primeira Guerra Mundial. Ou seja, fica clara a relação direta entre o problema da fome e as grandes tragédias globais.
Nos últimos anos, o mundo está enfrentando uma pandemia de Covid-19 que já levou a óbito mais de 6 milhões de pessoas. Além disso, deixou prejuízos inestimáveis de diversas naturezas.
Mais recentemente, foi o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que abala os dois países diretamente, mas muitos outros indiretamente. Neste último, especial atenção ao suprimento de grãos – base da alimentação humana.
Se de 2015 até 2020 os números da fome no mundo eram estáveis, quando a pandemia começou, eles dispararam. É o que mostra a edição 2022 do relatório Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, desenvolvido pela ONU.
Ele mostra que, em 2021, 828 milhões de pessoas passavam fome. Um aumento de 46 milhões de pessoas em relação a 2020 e de 150 milhões, em relação a 2019.
Numa situação de calamidade, como a da pandemia do coronavírus, o foco das lideranças mundiais é naturalmente combater e prevenir a doença, porém diversos outros fatores vão sendo afetados paralelamente.
Consequências dos eventos mundiais na produção de alimentos
Em toda a cadeia do agronegócio, houve dificuldades em relação à produção de insumos. A falta de matéria-prima, dificuldades em estocagem e transporte resultaram em problemas de distribuição. Isso gerou inflação no preço do alimento que chega à mesa do consumidor final.
Com a Guerra na Ucrânia, o Brasil sentiu os efeitos da falta de insumos para produzir fertilizantes, cerca de 85% importados. Mas há outros impactos indiretos, como por exemplo, a situação do milho e do trigo. A Ucrânia é o quarto e quinto maior exportador dessas commodities, respectivamente.
O preço dessas commodities é definido internacionalmente por oferta e demanda. Com a guerra, um dos maiores produtores e exportadores, a Ucrânia, teve déficit em sua produção. Além disso, tiveram restrições para disponibilizar esta oferta. E quando isso acontece, o preço sobe.
Sempre que o preço do milho, por exemplo, sobe, vai impactar no preço do frango, do porco, do leite e assim sucessivamente, provocando um efeito em cadeia.
Sendo assim, quando grandes conflitos abalam o mundo, aumentam a insegurança alimentar. Isso significa que estão afetando diretamente uma ou diversas partes da cadeia do agronegócio. Os prejuízos de quem produz acabam refletindo na dificuldade de acesso aos alimentos, seja por motivos financeiros ou por causas operacionais.
Como o agronegócio contribui para a segurança alimentar?
O Brasil é atualmente um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Mesmo assim, estima-se que mais de 61 milhões de brasileiros estejam em situação de insegurança alimentar.
Isso porque não é apenas a quantidade de alimentos produzidos que contribui para que a segurança alimentar seja estabelecida. Fatores como distribuição, estoque e, é claro, preços acessíveis são imprescindíveis.
Com todos os acontecimentos recentes, a inflação atingiu altos níveis, impossibilitando o acesso de boa parte da população à comida.
Alguns especialistas acreditam em uma meta para que a inflação comece a ser estabilizada novamente. Seriam necessários dois anos consecutivos de boas safras, não só no Brasil, mas no mundo. Aqui, já estamos acostumados com os custos da alimentação subindo ano a ano. Porém nos países mais desenvolvidos está sendo um choque ver os preços subirem tanto.
No hemisfério norte, a colheita das safras de grãos já está praticamente concluída. Mas, na maioria dos casos, os resultados foram inferiores aos das safras passadas. Contudo, o Brasil está se preparando para colher bons resultados no próximo ano, e há até a expectativa de uma possível safra recorde de soja.
Adicionalmente, as perspectivas do lado da oferta são otimistas. Contudo, há todo um contexto macroeconômico de pano de fundo que mantém o cenário ainda desafiador. Um exemplo é o aumento das taxas de juros, que desincentivam investimentos.
Além disso, a segurança alimentar toca um ponto importante: o poder de compra da população é uma questão de renda. De nada adianta muitos alimentos sem a capacidade de comprá-los.
Como o agronegócio pode se posicionar diante dessa temática?
Tendo em vista que o preço das commodities é formado por oferta e demanda internacional, o produtor e toda a cadeia agro está exposta aos riscos de mercado. Mas existem formas de gerenciá-los para se prevenir de prejuízos.
Contar com uma boa estratégia de hedge pode ser a chave para se precaver da instabilidade do mercado financeiro, tanto evitando surpresas desagradáveis em sua programação financeira quanto se valendo de boas oportunidades para travar suas margens. Mas não basta apenas decidir usar essa forma de proteção sem muito estudo e conhecimento prévio.
A melhor opção para entrar neste universo é contar com um parceiro que possua vasto entendimento no mercado agro e, ao mesmo tempo, no financeiro. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado agro com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias. Assim, oferece consultoria customizada para proporcionar sempre a melhor experiência em operações de futuros e seus derivativos.
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Mercado de etanol: cenário atual e perspectivas futuras
Quem acompanha o mercado de combustíveis sabe que, nos últimos anos, ocorreram muitos altos e baixos tanto para quem é produtor, quanto para quem consome.
A oscilação do preço da gasolina durante todo o ano de 2022, que chegou a custar mais de R$8 por litro em alguns locais do país, e a alta no diesel, que encarece o transporte e por consequência o valor final de muitos produtos, fizeram consumidores mais uma vez se questionarem sobre as alternativas a estes combustíveis.
Por outro lado, o etanol também sofreu muita variação, mas vem sendo cada vez mais valorizado por ser uma fonte de energia limpa e menos poluente, em tempos em que pautas ESG estão tão em alta.
Há ainda outros pontos que impactam o mercado do etanol, como a disseminação do carro elétrico, o hidrogênio verde, os investimentos para utilizar outras matérias-primas na fabricação do biocombustível, sem contar, é claro, a influência política e econômica, que são sempre motivo de atenção.
Diante deste cenário, é difícil visualizar as perspectivas futuras, mas nossos especialistas abordam aqui algumas possibilidades de caminhos para o etanol baseadas em dados e tendências do mercado atual.
O carro elétrico e o etanol
O etanol como combustível surgiu no Brasil nos anos 1980 com o Programa Pró-Álcool, como alternativa aos combustíveis fósseis, pois o país era dependente do mercado exterior em petróleo e durante a grande crise que ocorreu em 1979, tornou-se inviável continuar com as taxas tão altas de importações.
Foi assim que surgiu no Brasil o carro movido 100% a álcool, movimentando toda a indústria automobilística e também a produção de cana no país, que passou a ter novo destino para o plantio desta cultura, além do açúcar.
Depois, o etanol anidro passou a ser misturado na gasolina, em índices que variaram ao longo dos anos. Até que, em 2003, foram lançados no mercado os carros flex, capazes de rodar com qualquer proporção de gasolina e etanol hidratado. A inovação foi um sucesso e, em 2009, eles já eram 92% de todos os veículos novos vendidos no país.
A recente chegada do carro elétrico e o aumento da aderência a este modelo de abastecimento têm animado as montadoras, que veem como uma novidade capaz de empolgar o consumidor preocupado com o meio ambiente e gerar um novo mercado impulsionado pelas pautas de sustentabilidade.
Por outro lado, a inovação ainda traz incertezas para o produtor de etanol. Hoje, ao pensar em “carro verde” o que vem à mente do público consumidor é o carro elétrico à bateria, e não mais o que utiliza combustível de matéria-prima vegetal.
Enquanto isso, outra inovação que vem sendo testada é o carro elétrico movido a etanol. Visto que, em muitos países a energia elétrica é produzida via combustíveis fósseis, a versão à bateria, que exige horas ligado à tomada para recarregar, continuaria sendo poluente, perdendo o seu valor.
Porém o modelo elétrico a base de etanol seria abastecido normalmente com etanol no posto de gasolina e o hidrogênio gerado a partir desse biocombustível seria capaz de carregar as células de bateria e fazerem o carro rodar novamente, economizando tempo e energia elétrica.
Assim, o carro elétrico volta a animar o produtor de etanol, que atualmente vê mais vantagem em produzir açúcar e exportar para ter margens maiores de lucro.
E o etanol que não vem da cana?
As perspectivas são boas também para o etanol fabricado a partir do milho. Há uma expectativa de, até 2030, a produção com esta origem atingir 10 bilhões de litros, aumentando a participação nacional de 15% para 20%, segundo estudo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
Para a safra 2022/23 do milho, a projeção da Conab é de colher 126,9 milhões de toneladas, um aumento de 12,5% em relação à safra passada no Brasil. Sendo esta segunda safra a que mais transforma milho em etanol, a expectativa é de crescimento da produção do combustível também.
O milho também é uma alternativa sustentável e a sua utilização é uma forma de trazer mais visibilidade para ambos os mercados, do etanol e do milho, que ganham mais relevância juntos.
Além do milho, há mais uma nova fonte de etanol surgindo no país. É o trigo, que terá em 2023 sua primeira usina. Se na Europa e Canadá o etanol de trigo já é comum, aqui no Brasil a tecnologia está apenas começando e deve ser uma boa alternativa para suprir as demandas desse mercado em crescimento.
O projeto já teve início no Rio Grande do Sul e pretende já estar produzindo etanol até 2024.
Como se proteger das variações do mercado do etanol?
Como a produção de etanol depende das safras da cana, do milho e futuramente do trigo, o mercado fica à mercê da disponibilidade desses produtos, o que torna o cenário muito instável.
Sabemos que na economia, instabilidade significa variação de preços. Ao longo do ano, o valor do etanol pode chegar a variar em até 50%. Por isso, é muito importante assegurar uma boa estratégia de gerenciamento de riscos.
A melhor opção é contar com um parceiro especialista em estratégias de hedge que possua vasto entendimento no mercado financeiro e, ao mesmo tempo, no de energia. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado do etanol com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria em inteligência de mercado customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
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