A colheita de café no Brasil
A colheita de café 2024-2025 está ganhando ritmo no Brasil com seu pico previsto para junho e julho. Tanto o café robusta quanto o café arábica são importantes produtos de exportação do país e o rendimento desta safra tem impacto direto na economia.
Neste ano, diversas variáveis impactaram as plantações de café nos principais estados produtores. Por isso, Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, contou mais sobre as perspectivas de colheita e estimativas de exportação para esse ano.
Confira o que a profissional fala sobre a safra em andamento. Boa leitura!
O cenário atual do mercado de café brasileiro
O Brasil é um importante exportador de café no mundo, sendo o primeiro em café arábica e o segundo em robusta, conhecido localmente como conilon. Existem mais de 104 variações do grão no mundo, mas essas são as duas mais consumidas globalmente.
O estado de Minas Gerais é o maior produtor do café arábica, seguido por São Paulo e Espírito Santo. Já a produção do café robusta é liderada pelo estado do Espírito Santo, seguido pela Bahia. Entre os principais destinos internacionais desses grãos estão:
- Estados Unidos;
- Alemanha;
- Bélgica;
- Itália;
- Japão.
Nos últimos anos, houve um novo aumento na procura pelo café brasileiro. A analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, conta que um déficit na produção do café robusta no Vietnã e na Indonésia, dois grandes nomes da exportação, trouxe uma nova demanda para o Brasil. Segundo ela, o primeiro teve uma redução significativa na área cultivada e o segundo sofreu com fenômenos climáticos que impactaram seu rendimento produtivo.
Esses fatores têm influenciado os valores do café no mercado. No final de 2023 e início de 2024, os preços dos produtos subiram devido à redução de oferta. Contudo, isso se mostrou como uma nova perspectiva para a exportação das safras brasileiras.
“Hoje o mercado externo é muito dependente dos cafés brasileiros. Porém, a oferta pode não acompanhar essa demanda tão alta”, comenta Laleska.
Essas informações podem ser verificadas também nos últimos dados levantados pela Hedgepoint sobre a oferta e a demanda dos cafés brasileiros:
Oferta & Demanda – Arábica – Brasil (M scs)
Oferta & Demanda – Conilon – Brasil (M scs)
Leia também:
- Qual a situação da safra de trigo 24/25 no Brasil e na Argentina?
Desafios e perspectivas para a colheita de café no Brasil
A colheita brasileira de café 24/25 ainda está em andamento. Conforme afirma Moda, algumas variáveis naturais impactaram a safra brasileira deste ano, mas ainda é cedo para dados mais completos sobre seu rendimento.
O café robusta passou por um período climático conturbado nos últimos meses de 2023. As altas temperaturas no Espírito Santo levaram a uma grande seca na região. Contudo, o maior índice de chuvas em 2024 gerou uma recuperação parcial e melhorou as previsões para a safra.

Laleska Moda
“Por isso, ainda espera-se uma produção dentro da média para o café conilon, tanto no Espírito Santo quanto para a Bahia. Porém, é necessário atenção! Houve recentemente uma nova redução no rendimento das lavouras, especialmente no Espírito Santo, devido às chuvas irregulares nos últimos meses”, afirma Laleska.
Já para o café arábica, o clima não teve a mesma recuperação. As precipitações também foram abaixo do esperado durante o enchimento dos grãos em partes de Minas Gerais e São Paulo. Isso também pode comprometer o rendimento deste grão de café no país.
A influência do La Niña na colheita de café
Fenômenos climáticos sempre tiveram efeito na produção de qualquer plantação agrícola. O La Niña é um exemplo disso. De acordo com Moda, a previsão é que esse evento tenha seus efeitos no café, mas não para essa temporada de produção.
Segundo a profissional, as mudanças no clima são esperadas apenas para o terceiro trimestre do ano, quando a colheita brasileira já estiver finalizada. Em países como o Vietnã, o El Niño ainda vai exercer influência nas plantações atuais, reduzindo as chuvas esperadas pelos produtores.
No Brasil, a expectativa é que os dias continuem mais quentes e secos durante o final da safra 24/25, mas também há o risco de que estas condições persistam até o início da temporada 25/26. Segundo Laleska, o tempo seco vai manter a qualidade do grão e o rendimento da colheita em andamento. Porém, também pode afetar negativamente o início da próxima temporada e o desenvolvimento dos próximos grãos.
Leia também:
- Balança comercial do Brasil: entenda a importância das commodities
Quais as estimativas de exportação para o café brasileiro?
Com a redução da produção do Vietnã e da Indonésia, o Brasil já tem exportado mais café do que antes. Em 2023, o país atingiu níveis recordes e as previsões para 2024 são ainda melhores. No último mês de abril o Brasil registrou um aumento de 53,3% na exportação do café se comparado com o mesmo período do ano passado.
Abaixo, também é possível verificar os índices de exportação de cada café brasileiro nos últimos meses. Os gráficos levantados pela Hedgepoint mostram um crescimento considerável, principalmente no café robusta:
Exportações de Conilon Verde – Brasil (‘000 scs)
Exportações de Arábica Verde – Brasil (M scs)
“Nesta temporada, os primeiros dados já indicam uma estimativa elevada de exportação, principalmente para o café robusta. Esse grão vai prover parte da demanda que não será suprida pelos dois países asiáticos”, confirma a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.
Conforme indicado por Moda, os números esperados são otimistas. Para o café arábica, é estimada uma exportação de 35.2 milhões de sacas com a safra 24/25. Já o café robusta pode gerar em torno de 10.5 milhões de sacas exportadas – um número que já supera o ano anterior.
Inteligência de mercado contribui para uma tomada de decisão mais assertiva
A safra de café deste ano é delicada em relação à oferta e à demanda, principalmente no café robusta. Assim, espera-se que os preços continuem sustentáveis.
O Brasil continua como um grande player mundial nesta temporada. Por isso, é importante acompanhar todas as informações sobre o desenvolvimento da colheita para uma previsão segura dos preços do café.
Na Hedgepoint HUB, você acessa uma plataforma completa com cursos e conteúdos produzidos por quem trabalha com o hedge em café. Confira mais e tome decisões baseadas em dados e relatórios importantes para o seu negócio.
Evolução da marca Hedgepoint: conheça as mudanças
A evolução da marca Hedgepoint foi lançada para representar uma experiência em gestão de riscos ainda mais completa. Em um mundo em transição, olhar para a nossa própria evolução é fundamental.
Dentro deste conceito, atualizamos nossa identidade visual com o objetivo de refletir tudo aquilo que desejamos transmitir como empresa. Ainda assim, mantivemos a essência que sempre nos guiou, responsável por trazer segurança, proximidade e confiança.
Em um mercado dinâmico e inovador como o de commodities, compreendemos a importância de evidenciarmos essas características também em nossa marca. Queremos compartilhar todas as novidades com você.
Acompanhe a leitura e confira!
Uma marca que traduz a nossa evolução
A Hedgepoint é especializada em gestão de risco, inteligência de mercado e produtos de hedge para a cadeia de valor global de commodities. Com ampla experiência em diversos mercados, especialmente, agrícola e de energia, consolidamos a evolução do nosso negócio por meio da mudança na identidade visual.
Nos últimos anos, expandimos nossa presença global, agregando tecnologia a um ambiente cada vez mais digital.
Assista ao nosso vídeo manifesto:
A volatilidade faz parte do dia a dia de quem opera com commodities. Nesse sentido, utilizar instrumentos de hedge é importante para se proteger dos riscos financeiros do mercado.
O cliente é o ponto central da Hedgepoint, pois atuamos com um profundo entendimento das suas necessidades. Oferecemos conhecimento, informação de qualidade, com produtos sob medida para cada etapa da jornada e baseados em análise de dados do mercado.
Com uma perspectiva única, transcendemos fronteiras e conectamos oportunidades, criando pontes entre local e global nos 5 continentes.
Vimos que a nova marca Hedgepoint precisava reforçar tudo isso em sua identidade visual. Abaixo, explicamos como foi esse processo.
O que a nova identidade visual representa para a empresa?
A identidade visual traz mudanças nas cores e em como apresentamos o nosso nome. Agora, escreve-se Hedgepoint de forma direta e sem interrupções, o que destaca a clareza e facilidade que agregamos à experiência do cliente.
A imagem de uma seta direcional foi incorporada para representar a ideia de navegar pelas complexidades do mercado financeiro, visando à inovação e ao progresso. Assim, reflete-se o robusto suporte para uma navegação segura diante das volatilidades e riscos inerentes ao mercado de commodities.
O laranja ganha protagonismo e representa a energia e o dinamismo, o que também remete à ação e tomada de decisão. Além disso, faz referência à terra e ao agronegócio, associados às nossas raízes.
O preto destaca o nome da empresa e remete à sofisticação dos produtos financeiros e soluções arrojadas para a excelência em gestão de riscos.
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- Hedgepoint: conheça os setores de atuação da empresa
Produtos para uma gestão de riscos de preço eficientes
Oferecemos mais de 450 produtos de proteção financeira e que se adaptam a diferentes cenários, como:
Como temos um time de profissionais próximo às principais bolsas de commodities do mundo, conseguimos exercer um olhar ainda mais estratégico. Além de produtos financeiros, democratizamos o conhecimento e fomentamos a capacitação para a gestão de riscos, por meio do Hedgepoint HUB.
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Leia mais:
- Você sabe qual o papel de um time de inteligência de mercado para o gerenciamento de risco?
Hedgepoint Global Markets: conexão e estratégia para gerenciar riscos
A evolução da nossa identidade visual simboliza a essência dinâmica do mercado em que atuamos. Ela também reflete os diversos cenários locais e conecta-os globalmente.
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Impulsionaremos ainda mais o progresso e dinamismo dos negócios. Para isso, estabelecemos vínculos duradouros, construindo relacionamentos confiáveis e sólidos. Desse modo, fornecemos uma experiência completa de gerenciamento de riscos e hedge para toda a cadeia de commodities.
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A importância do hedge de energia
O mercado de qualquer commodity está sujeito à volatilidade, influenciado por uma variedade de fatores globais. Dentro desse cenário, as commodities de energia são altamente influenciadas por essas mudanças, muitas vezes mais do que as commodities agrícolas.
Diversas características tornam-se variáveis importantes nos preços do mercado global de energia. Mesmo assim, é possível gerenciar os riscos usando ferramentas de hedge.
Neste blog post, Daniel Osorio, Head of Energy Americas da Hedgepoint, nos conta mais sobre esses pontos, esclarecendo questões como:
- Quais são as variáveis que tornam o mercado de energia ainda mais volátil?
- Como se proteger dessa volatilidade;
- A importância do Hedge em energia.
Boa leitura!
Mercado de energia: entendendo as commodities
As commodities de energia são bens produzidos e comercializados em todo o mundo. São produtos físicos, como petróleo, gás natural, carvão e eletricidade. Essas matérias-primas são fundamentais para o movimento da sociedade, fornecendo energia para residências, empresas e transporte.
Como parte de um mercado internacional, as commodities de energia têm relevância econômica e estão sujeitas a flutuações significativas de preço. Essas mudanças podem ocorrer devido a questões de demanda e oferta ou devido a condições climáticas e políticas.
Além disso, esse mercado está em constante mudança e crescimento. De 2000 a 2021, o fornecimento total de energia global aumentou 47%, de acordo com a Agência Internacional de Energia dos EUA. Conforme a agência de Administração de Informações de Energia dos Estados Unidos, os maiores produtores de energia do mundo são:
- China;
- Estados Unidos;
- Rússia;
- Arábia Saudita;
- Índia.
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- Brasil: líder no mercado de açúcar em 2024?
Quais são as principais diferenças entre o hedge de energia e o de outras commodities?
As ferramentas de hedge são especialmente importantes no mercado de energia porque as variáveis que podem afetar os preços são mais numerosas e voláteis.
Para explicar a questão, Daniel Osorio, Head of Energy Americas da Hedgepoint, abordou os principais pontos que merecem atenção:
Maior volatilidade de preços
De acordo com Daniel, o mercado de energia apresenta preços mais voláteis do que outras commodities devido aos inúmeros fatores que o influenciam. Diferentemente do café, por exemplo, os produtos energéticos não são extraídos sazonalmente. Eles são vendidos e entregues ao mercado continuamente, todos os dias.
Com o café, você pode ter uma ideia mais próxima de seu valor dependendo da estabilidade do mercado ao longo dos meses. Entretanto, com o mercado de energia, é mais desafiador analisar uma economia que muda a cada 24 horas. Portanto, o preço dessa commodity é mais suscetível a eventos globais.
“Se algo impactante acontecer em qualquer lugar do planeta, isso poderá alterar os preços da energia, porque é um mercado mais volátil”, diz Daniel Osorio.
Dificuldade de previsão de valores
Além da alta volatilidade, o mercado de energia também é único em termos de previsibilidade de valor. Como a produção não é feita em lotes, não há como esperar que uma quantidade média de energia seja entregue ao mercado em um determinado momento.
“A entrega de produtos energéticos não é linear. Dessa forma, a previsão de valores futuros é mais comprometida em comparação com outras commodities“, explica Daniel Osorio.
No caso do trigo, por exemplo, é sempre possível esperar uma entrega sazonal média, o que torna a previsão mais precisa. Com relação à energia, é difícil prever as quantidades de entrega de petróleo e gás natural, pois sua produção não tem padrões estabelecidos. Essa imprevisibilidade torna o hedge de energia ainda mais importante nesse segmento.
Maior influência política do que em outras commodities
Por fim, as questões políticas globais influenciam significativamente a volatilidade dos preços do mercado de energia. De acordo com o diretor de energia das Américas da Hedgepoint:
“É preciso prestar atenção ao ambiente político, ao que está acontecendo politicamente nos Estados Unidos, na Europa e no Oriente Médio“, diz ele.
Questões que surgem rapidamente em outro continente podem afetar o valor do petróleo e do gás natural no Brasil. Esses eventos podem começar repentinamente e ter repercussões generalizadas.
“O atual conflito no Oriente Médio, por exemplo, engloba questões políticas altamente sensíveis que podem se agravar em questão de dias. Isso faz com que a volatilidade da energia esteja em constante mudança”, argumenta Osorio.
Leia também:
- Impacto do conflito na Ucrânia no mercado de commodities após 2 anos
Qual é a importância do hedge de energia?
Em um mercado instável como o do setor de energia, a proteção contra riscos financeiros é extremamente importante para as empresas expostas a essa volatilidade.
“Embora os preços do mercado de energia tenham se estabilizado nos últimos tempos, apesar dos episódios de preços altos, isso não significa que a volatilidade não voltará”, diz Osorio.
No momento, há muitas situações que podem afetar o mercado de energia e alterar rapidamente os valores das commodities de energia. Como resultado, as empresas que dependem da compra e venda de produtos como petróleo e derivados precisam de um conhecimento ainda mais aprofundado. Assim, elas poderão se proteger das rápidas flutuações de preços.
Com ferramentas de hedge bem estruturadas, os preços do petróleo podem ser fixados, independentemente do que o futuro reserva em termos de questões políticas. Osorio explica:
“Se você tiver uma estratégia, essa é a melhor maneira de ter um negócio sustentável. O hedge de energia consiste em buscar proteção para evitar grandes perdas.”
Com isso em mente, é essencial ter suporte para gerenciar os riscos dos preços das commodities e uma equipe experiente de hedge de energia. A Hedgepoint trabalha com todos esses instrumentos e você também pode encontrar mais conteúdo focado em commodities no Hedgepoint HUB.
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Contrato futuro no mercado de grãos e oleaginosas
O contrato futuro é um instrumento bastante utilizado no hedge do mercado de grãos e oleaginosas. Com ele, realiza-se a gestão de riscos para produtores rurais, indústrias agrícolas e demais empresas envolvidas nesta cadeia produtiva.
Esse tipo de derivativo se refere a contratos de compra e venda de uma determinada mercadoria, como a soja. A negociação é padronizada e regulada na bolsa de mercadorias e futuros.
Se você quer entender como o contrato futuro funciona na prática para grãos e oleaginosas, acompanhe a leitura deste conteúdo. Explicamos os detalhes!
O que leva uma empresa agrícola e produtores a utilizarem um contrato futuro?
A principal finalidade do contrato futuro é realizar a proteção contra a volatilidade de preços no mercado de commodities, seja para compra ou venda. Por meio dele, o produtor pode fixar o preço de venda de suas safras antes da colheita ou fixar o preço da compra de insumos, por exemplo.
Dessa forma, também se ganha maior previsibilidade nas receitas. Afinal, o contrato futuro oferece a oportunidade de garantir um preço justo e competitivo, pois mitiga os riscos financeiros associados a flutuações sazonais.
Entre os principais fatores de volatilidade, há as condições climáticas imprevisíveis e as oscilações de oferta e demanda, tanto a nível local quanto global. Portanto, ao recorrer a um contrato futuro, os participantes do mercado de grãos e oleaginosas conseguem planejar com mais confiança suas operações agrícolas.
Saiba mais:
- Como a volatilidade impacta o mercado de commodities?
Antes de explicar os detalhes de como funciona a negociação do contrato futuro, é importante que você compreenda o risco de base. Quase sempre, o preço de uma commodity em um cidade específica pode apresentar fundamentos de oferta e demanda diferentes da cidade que é usada como referência pelas Bolsas de Mercado Futuro.
Exemplo: o preço do milho em Sorriso – MT quase sempre tem fundamentos diferentes que o milho em Campinas – SP. Essa última cidade é a referência para os contratos futuros da B3.
Os fundamentos de oferta e demanda diferentes resultam, portanto, em preços de commodity diferentes entre esses lugares. A essa diferença entre o preço da bolsa e o preço em um lugar específico, é dado o nome de base. O risco de base é a possibilidade de o preço na bolsa variar mais do que na praça específica, ou vice-versa.
Por enquanto, para os nossos exemplos aqui, consideraremos que o risco de base é inexistente. Ou seja: o preço da bolsa é idêntico ao preço negociado em alguma praça específica.
Saiba mais:
- O que é basis? Explicamos o conceito para você!
Como funciona a negociação do contrato futuro de grãos e oleaginosas para venda?
Lembra que falamos da soja lá no início do texto? Vamos voltar para esse exemplo. Imagine um produtor dessa commodity que deseja se proteger das variações de preços no momento de vender a sua produção. Atualmente, ele está no mês de maio.
Primeiro, ele precisará analisar o custo de produção da sua soja e o período em que quer vendê-la. Pense que o custo está em R$ 150,00 por saca de 60kg e ele pretende comercializar a safra em 90 dias, o que será em agosto.
Ele decide visualizar cotações dos contratos futuros da soja, praticados nas bolsas de referência, como a Bolsa de Chicago. Então, conclui que as cotações estão em uma curva positiva de preços, com contratos em valores adequados para as suas receitas.
Vamos supor que o contrato futuro da soja, daqui a 90 dias, esteja sendo comercializado conforme os cenários e valores a seguir:
Cenário | Valor |
Preço de venda do contrato futuro de soja em agosto | US$ 16,00/bushel |
Fator de conversão bushel/saca | US$ 2,2046 |
Preço total de venda do contrato futuro + fator de conversão | US$ 35,27/saca (número obtido pelo cálculo de 16 x 2,2046). |
Cotação do dólar em maio, quando o produtor irá realizar o hedge | R$ 5,00/US$ |
Custo de produção | R$ 150,00/saca
Em dólar: 150/5 = US$ 30,00. |
Lucro Bruto Fixo | US$ 35,27 (venda) – US$ 30,00 (custo de produção) = US$ 5,27/saca. |
Nessa situação, o preço de venda em agosto fixado por contrato futuro será de US$ 35,27 – US$ 30,00 = US$ 5,27/saca como lucro bruto fixo. Neste caso, o produtor poderá realizar o hedge de sua produção e obter mais de um resultado possível. Abaixo, explicamos cada uma das possibilidades.
1. Preço da soja continua em alta
Neste caso, o preço da soja fecha em US$ 16,50/bushel em agosto, no momento da liquidação.
Cotação da soja na liquidação | Preço fixado no hedge da venda | Ajuste financeiro decorrente do hedge | Preço final
da venda |
US$ 16,50 x 2,2046 = 36,3759/saca. | US$ 35,2736/saca | US$ 35,2736 – US$ 36,3759= – US$ 1,1023/saca. | US$ 36,3759 – US$ 1,1023 = US$ 35,2736 |
2. Preço da soja sofre queda
Neste caso, o preço da soja fecha em US$ 15,50/bushel em agosto, no momento da liquidação.
Cotação da soja na liquidação | Preço fixado no hedge da venda | Ajuste financeiro decorrente do hedge | Preço final
da venda |
US$ 15,50/bushel x 2,2046 = US$ 34,1713/saca | US$ 35,2736/saca | US$ 35,2736 – US$ 34,1713= US$ 1,1023/saca | US$ 34,1713 + US$ 1,1023 = US$ 35,2736 |
3. O que podemos concluir?
Em ambos os cenários, o ajuste financeiro decorrente do hedge garante que o preço final de venda se mantenha estável. Ou seja, fixo, conforme o valor de venda dos contratos futuros em maio.
Em outras palavras: no momento de liquidação, o produtor irá realizar a venda no mercado físico ao preço da cotação de agosto. Simultaneamente, irá liquidar sua posição no mercado financeiro.
Ele receberá o ajuste decorrente, o qual será positivo se os preços venham a cair ou negativo se venham a subir. O tamanho do ajuste será proporcional à diferença entre os preços de venda do contrato futuro e o preço spot na liquidação. Assim, assegura-se sempre um preço final de venda fixo.
Desse modo, ao realizar a gestão de riscos com contrato futuro, o produtor não precisa se preocupar com a volatilidade de preços até o momento da colheita e venda. Ele garante o preço com meses de antecedência. Porém, a operação não permitirá que ele aumente mais seu lucro caso os preços continuem subindo ao longo do período.
Leia também:
- Hedge: guia para entender essa ferramenta e gerenciar riscos
Para você entender o funcionamento do contrato futuro na compra, pense em um consumidor do mercado de commodities, como uma indústria esmagadora ou de proteína animal. Ao analisar a conjuntura econômica mundial, ele acredita que os preços da soja vão subir e quer se proteger desse movimento.
Com o objetivo de proteger contra a alta, ele compra contratos futuros da soja para revender no momento da liquidação. Ele prevê um valor maior nesta data, quando terá que comprar o produto físico. Imagine que ele comprou o contrato futuro em R$ 40,00/saca.
Ele obterá ajuste financeiro positivo conforme o preço da soja subir e permanecer acima do valor pago de US$ 40,00 no momento da liquidação. Ou seja: compensando o aumento de preço no mercado físico. Contudo, se a cotação cair ao longo do tempo, ele terá ajustes financeiros negativos, o que será compensado por um preço mais baixo no mercado físico.
Hedgepoint HUB: conhecimento e capacitação para o mercado de grãos e oleaginosas
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Safra de trigo 24/25 no Brasil e na Argentina
Qual a situação da safra de trigo 24/25 no Brasil e na Argentina?
A safra de trigo 24/25 do Brasil e da Argentina é extremamente relevante para ambos os países. Afinal, eles mantêm uma relação comercial importante: os argentinos são os principais fornecedores de trigo para os brasileiros.
Há inúmeras variáveis que podem afetar o mercado de trigo dessas duas nações. Desafios climáticos e a própria oferta da Rússia impactam os preços e a tomada de decisões dos agricultores a nível mundial.
Com o objetivo de explicar as principais perspectivas da safra de trigo para Brasil e Argentina, convidamos os profissionais da Hedgepoint:
- Sol Arcidiacono, Head of Grains LATAM.
- Andrey Cirolini, Relationship Manager.
- Alef Dias, Analista de Inteligência de Mercado.
Boa leitura!
Produção da Rússia influencia a safra de trigo no Brasil e na Argentina
Para entendermos o cenário do mercado de trigo no Brasil e na Argentina, precisamos compreender a situação na safra da Rússia. O país é o maior exportador dessa commodity no planeta.
As condições do ciclo de inverno no Hemisfério Norte estavam bastante positivas nos dois últimos meses. A estimativa é de um bom volume exportado, totalizando cerca de 50 milhões de toneladas, com grande oferta e aumento da área plantada. Porém, o clima da região está mudando e há preocupações em relação à umidade do solo:
“Começou a chover menos na Rússia, com períodos de seca. Em geral, ainda temos a indicativa de bons suprimentos para o ciclo 24/25, mas há uma possível mudança nas próximas semanas e meses”, explica Alef Dias.
Na União Europeia, houve fortes chuvas no final de 2023 e início de 2024. A dinâmica comercial de países como Romênia e Bulgária foi comprometida, além da redução significativa no plantio de trigo da França.
Leia mais:
- Panorama geral para commodities agrícolas e energéticas em 2024
Brasil: menor área plantada e riscos climáticos
Com o fim do fenômeno El Niño no Brasil e probabilidade de La Niña durante o inverno, a produção se encaminha para um momento de transição. Nesse contexto, poderá ocorrer a seguinte situação:
“Existe o risco de maior seca durante o período em que a cultura está estabelecida. Contudo, diminui-se a chance de chuvas demasiadas, principalmente na colheita. Foi o que vimos ano passado no Rio Grande do Sul”, explica Cirolini.
Outro ponto de destaque é a redução na área plantada de trigo no país. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta recuo médio de 4,7% na área semeada em comparação à temporada anterior. A diminuição se deve majoritariamente devido ao Rio Grande do Sul e Paraná, pois ambos reduziram a área em cerca de 100 mil hectares.
“Em 2023, o produtor gaúcho enfrentou muitas chuvas durante a safra, com perda tanto de quantidade quanto de qualidade do trigo. Com um cenário mundial de bastante oferta de trigo, não houve uma compensação nos preços, configurando-se menor competitividade”, pondera o Relationship Manager da Hedgepoint.
Atualmente, o Rio Grande do Sul vive a sua maior tragédia climática da história. Será essencial acompanhar a repercussão dos eventos recentes e como irão repercutir na produção de trigo.
“O período normal de plantio na Região Sul é em meados de junho. Por isso, esperamos que os produtores não sejam fortemente impactados”, comenta Cirolini.
Alef Dias também reforça a importância de analisarmos como as enchentes irão afetar a área plantada:
“Precisaremos analisar como as condições climáticas que assolam o Rio Grande do Sul irão atingir a área plantada. Inicialmente, esperava-se menor área plantada, mas com melhor produtividade, o que gera a compensação na produção total”, explana.
Argentina: recuperação da umidade do solo traz boas perspectivas
A Argentina é o principal produtor de trigo na América do Sul. Segundo Sol Arcidiacono, a recuperação da umidade do solo e os menores preços de fertilizantes fortalecem as expectativas de uma boa safra:
“Esse é um ótimo começo e também observamos uma queda nos preços da ureia, utilizada na fertilização do trigo. Esses dois aspectos são fundamentais para o cálculo da margem do produtor, o que define as intenções de plantio”, pontua.
A ativação tardia do El Niño causou chuvas abundantes durante março e abril em toda a área agrícola do país. Assim, projeta-se uma recuperação drástica das reservas do perfil.
Porcentagem de água útil no perfil

Fonte: SMN-INTA-FAUBA
Próximo da fase de plantio, apoiada também pela boa recuperação observada nos preços internacionais, a Argentina espera ver algum aumento na área, mais perto do recorde. O último número oficial foi revisto para 6,20 milhões de hectares (Bolsa de Cereais), a partir da ideia preliminar de 5,9 milhões de hectares, uma vez que o mercado e as condições climatéricas têm favorecido a decisão de plantação dos agricultores.
Evolução da área semeada de trigo

Fonte: Bolsa de Cereais
Os produtores argentinos se preparam para começar a plantar a partir de junho. Eles analisam, então, a umidade, os preços globais do trigo e também o valor dos insumos:
“Diante do cenário atual, esperamos uma recuperação de cerca de 50% na produção argentina em relação ao ano anterior, que foi de 12 milhões de toneladas, o que impulsionaria a participação das exportações, com a necessidade de buscar outros destinos além do Brasil”, fala Arcidiacono.
Além disso, há a chance de diminuição da área plantada de milho devido aos possíveis efeitos do La Niña, pois podem ser mais intensos nesta cultura. Isso é um incentivo de certa forma para aumentar a plantação de trigo e plantação de soja no final da primavera/verão.
Nesse sentido, o clima e a rentabilidade econômica criam um panorama complexo para os produtores decidirem sobre o plantio de trigo.
Qual a relação entre o mercado de trigo do Brasil e da Argentina?
A evolução da safra brasileira de trigo influencia os agricultores argentinos, já que eles podem ter desvantagens competitivas se a produção do Brasil for substancialmente maior. Outro fator é o crescimento da importação de trigo russo pela nação brasileira.
Desde que a Argentina apresentou uma queda significativa em sua safra de trigo de 2023, a Rússia se tornou o segundo principal fornecedor da commodity para o Brasil, aumentando sua participação. Se o Brasil comprar menos trigo argentino, os produtores argentinos poderão expandir as vendas para países como Indonésia, Vietnã e Filipinas. Ou seja, estarão competindo com a Rússia e outros países da região do Mar Negro com preços historicamente mais baixos:
“Por exemplo, nos últimos dois anos, o Brasil apresentou safra recorde. Então, compensaram a menor oferta argentina”, explica a Head of Grains LATAM da Hedgepoint.
Leia também:
- Mercado do trigo: cenário na Argentina e no Sul do Brasil
A importância de compreender projeções da safra de trigo 24/25 para um bom gerenciamento de riscos de preços
Como você pode perceber, existem diversas expectativas relacionadas à produção de trigo na safra 24/25. Brasil e Argentina poderão enfrentar novos cenários à medida que o La Niña se confirmar.
Aliado a isso, fatores macroeconômicos e a oferta de trigo dos países do Mar Negro são aspectos-chave para a definição dos preços. Acompanhar todas as movimentações relevantes no mercado do trigo torna-se bastante desafiador.
Por isso, contar com inteligência de mercado e um time que entende sobre gerenciamento de riscos de preços faz toda a diferença aos negócios. A Hedgepoint tem um time de profissionais altamente conectados, com presença local e atuação global. Oferecemos análises de dados e relatórios completos, em conjunto com instrumentos de hedge sofisticados para proteger as operações da volatilidade.
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Panorama do mercado de energia da América Latina
A América Latina exerce um papel importante no mercado de energia global. A região contempla países como Brasil, Colômbia, Guiana e Venezuela, reconhecidos internacionalmente pela sua relevância neste setor.
Em meio a questões como a ascensão de energias renováveis, conflitos geopolíticos e novas regulamentações socioambientais, torna-se essencial compreender o cenário do mercado de energia latino-americano. Afinal, ele sofre influência de todos esses fatores, responsáveis por desencadear mudanças significativas.
Pensando nisso, convidamos Daniel Osorio, Head of Desk – Energy US/Latam da Hedgepoint, para falar sobre esse assunto . Boa leitura!
Quem são os maiores produtores e importadores de commodities energéticas da região?
Com abundância de recursos, a América Latina ocupa uma posição estratégica no mercado de commodities energéticas. Nesse sentido, alguns países assumem protagonismo na produção.
Entre eles, o Brasil é líder na região e está no 8° lugar de maior produtor de petróleo bruto e condensado, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE, sigla em português). Além disso, figuram como importantes competidores a Guiana, a Colômbia, a Venezuela, e o México.

Daniel Osorio, Head of Energy Americas
“Em alguns desses países, as companhias nacionais de petróleo são as maiores, como a Petrobrás no Brasil, influenciando consideravelmente as receitas. Em outras palavras, o desenvolvimento social dessas nações é impactado pela venda de hidrocarbonetos“, acrescenta Daniel Osorio.
A Argentina e o Equador, por sua vez, têm uma produção menor no mercado de energia latino-americano. No caso das importações de commodities energéticas, Chile e Paraguai são fortemente dependentes.
Como funciona a dinâmica comercial de energia na América Latina?
Segundo o Head of Desk – Energy US/Latam da Hedgepoint, a América Latina produz, majoritariamente, energia bruta. Portanto, exporta a maior parte dessa produção:
“O Brasil exporta para a Europa, os Estados Unidos e demais países latino-americanos, por exemplo. A Colômbia, a Guiana e o México exportam para os Estados Unidos”, pontua.
Porém, Osorio destaca que a maioria das refinarias de petróleo do mundo estão nos Estados Unidos, principalmente no Texas. Por isso, após o refinamento, o petróleo volta dos Estados Unidos para a América Latina, em forma de gasolina ou diesel.
“Na América Latina, apesar de existirem refinarias, a capacidade não costuma ser suficiente Em alguns casos, elas não produzem combustíveis de qualidade e não seguem todos os regulamentos ambientais necessários. Portanto, precisam importar: no caso da Colômbia, gasolina e diesel norte-americano. Já o Brasil compra mais diesel do mercado externo”, explica.
Em relação a investimentos estrangeiros, Daniel Osorio afirma que estão estáveis na região, com destaque para a China, que investe bastante desde os últimos 10 anos:
“O país investe por meio da criação de usinas de energia e empreendimentos imobiliários na América Latina. Eles apostam no desenvolvimento de matérias-primas do setor de energia nesta região, já que a população chinesa é um grande consumidor de energia. Brasil, Venezuela e Peru são alguns países que recebem capital chinês para essa finalidade”, complementa.
Como a volatilidade de preços do mercado de energia atual afeta a América Latina?
As commodities energéticas estão sujeitas à volatilidade. Ou seja: os acontecimentos globais afetam esse mercado e repercutem nos preços. Atualmente, o conflito no Oriente Médio, bem como entre Rússia e Ucrânia, trazem riscos de afetar os players da América Lantina:
“Os conflitos atuais seguem elevando os preços. A tendência é de que a situação permaneça, o que poderá beneficiar as empresas de petróleo da América Latina. Sendo assim, a economia desses países ganha como um todo”, pondera.
Leia mais:
- Impactos do conflito na Ucrânia no mercado de commodities após 2 anos
Quais as perspectivas para o mercado de energia LATAM nos próximos anos?
Segundo a AIE, a produção mundial de petróleo aumentará em 5,8 milhões de barris por dia até 2028. Cerca de 1/4 dessa oferta adicional virá da América Latina. Brasil e Guiana serão os protagonistas desse movimento:
“Guiana começou a realizar descobertas de petróleo em alto-mar e águas abertas. Nos últimos 3 anos, fortaleceu a produção de petróleo bruto, ganhando relevância no mercado. O Brasil permanecerá com a produção estável de petróleo, pois o governo brasileiro sabe que ela é fundamental econômica e socialmente”, explana Daniel Osorio.
Por isso, a maior parte da produção virá desses dois países. No caso de Argentina, Peru, Equador e Colômbia, a produção de energia será realizada por empresas independentes e menores. Para Daniel Osorio, a América Latina precisará viver uma transição:
“Os países precisam usar todos os recursos provenientes de matérias-primas, como petróleo bruto, para investir em fontes de energia mais limpa e também em infraestrutura“, explana.
Mas, ele reforça que os combustíveis fósseis ainda permanecerão importantes na matriz energética. Isso ocorre em um contexto de crescimento da população, aumento da demanda e geração de riqueza para o desenvolvimento das nações:
“A verdadeira questão é como vamos produzir e consumir essas commodities. Devemos aumentar nossos padrões de segurança, a fim de garantir que não estamos afetando o planeta mais do que o necessário”, conclui.
Leia também:
- Panorama geral para commodities agrícolas e energéticas em 2024
Hedgepoint: gerenciamento de riscos no mercado de energia da América Latina
O mercado de energia da América Latina sofre as consequências da volatilidade. Há eventos imprevisíveis que podem afetar toda a dinâmica deste setor.
Nesse sentido, contar com o gerenciamento de riscos faz toda a diferença para proteger os negócios. Para isso, a Hedgepoint alia produtos de hedge com inteligência de mercado ao unir análise de dados e ferramentas sofisticadas na gestão de riscos.
Acompanhamos todas as movimentações a nível local e mundial, sempre avaliando os possíveis impactos para o mercado de energia. Com um time de profissionais altamente capacitados e presença global, transformamos riscos em oportunidades.
Fale com um profissional da Hedgepoint e saiba como podemos atuar no seu negócio!
Balança comercial do Brasil e papel das commodities
A balança comercial do Brasil influencia toda a economia do país. Nesse sentido, as commodities são parte essencial das exportações brasileiras e assumem um papel importante para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Somente no mês de março, as commodities corresponderam a 70% das exportações. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o índice quantum, que mede a evolução do volume de produtos que compõem os embarques internacionais, subiu 14,6%.
Ao contrário do que se imagina à primeira vista, esse aumento não ocorreu por causa da produção de grãos como soja e milho. Os destaques foram o açúcar, o algodão e o café verde.
Em um contexto no qual a balança comercial é majoritariamente composta por commodities, como o Brasil se beneficia do ciclo de alta deste setor? Neste conteúdo, você irá entender. Boa leitura!
Qual a importância do mercado de commodities na balança comercial do Brasil?
Em 2023, o comércio exterior brasileiro conquistou recorde históricos e um saldo comercial próximo dos US$ 100 bilhões. As exportações alcançaram um número de US$ 339,67 bilhões, resultado inédito e que superou em 1,7% os números de 2022.
O volume exportado aumentou 8,7%, com queda nos preços de 6,3%. As importações, por sua vez, fecharam o ano com redução de 11,7% e saldo de US$ 240,83 bilhões. Uma das surpresas positivas foi o setor de petróleo e derivados, que atingiu um superávit recorde de US$ 25 bilhões em 2023, 20% maior do que o observado em 2022.
No entanto, o agronegócio segue como um dos segmentos mais expressivos e fundamentais da economia brasileira. O setor obteve um superávit acumulado em US$ 148,58 bilhões, crescimento de 4,9% em relação ao ano anterior. As exportações somaram US$ 165,05 bilhões.
A participação do agronegócio no total exportado de janeiro a dezembro de 2022 chegou a 48,6%, conforme evidencia o gráfico abaixo.
Esses dados comprovam o papel de extrema relevância do mercado de commodities no Brasil. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a agropecuária e a indústria extrativa foram os principais responsáveis pela elevação das exportações.
Assim, os produtos que apresentaram maior destaque em aumento nas vendas externas foram:
- Animais vivos.
- Minério de ferro.
- Petróleo.
- Açúcar.
- Alimentos para animais.
- Instalações e equipamentos de engenharia civil.
Leia mais:
- A internacionalização do agronegócio brasileiro: evolução e perspectivas
Como o mercado de commodities influencia a balança comercial do Brasil?
O mercado de commodities tem força significativa na balança comercial do Brasil devido à sua grande participação na exportação de produtos. Afinal, o país é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de commodities como soja, café, açúcar, proteína animal, minério de ferro e petróleo.
Por isso, as variações nos preços dessas mercadorias afetam diretamente o desempenho da balança comercial brasileira. Por exemplo, quando os preços das commodities estão altos no mercado internacional, as receitas de exportação do Brasil podem se intensificar. Isso impulsiona um saldo positivo na balança comercial.
O Real, a moeda do país, também influencia as exportações do Brasil. Sua valorização torna os produtos brasileiros mais caros em relação aos de outros países, enquanto sua desvalorização os torna mais competitivos.
Ainda, queda nos preços internacionais podem reduzir a receita de exportação e, consequentemente, impactar negativamente a balança comercial. Além disso, a demanda global por commodities é influenciada por fatores macroeconômicos, climáticos e geopolíticos, como o crescimento econômico e políticas comerciais de outros países.
Portanto, eventos como recessões econômicas em grandes consumidores de commodities ou mudanças nas políticas comerciais de países importadores podem afetar a demanda. Sendo assim, o Brasil corre risco de sofrer diminuição nas exportações.
Quem são os maiores compradores de commodities brasileiras?
Em 2023, o principal destino das exportações brasileiras foi a China. Os embarques para o gigante asiático somaram US$ 105,75 bilhões, um aumento de 16,5% em relação a 2022. Foi a primeira vez que as exportações para um único parceiro ultrapassaram a marca dos US$ 100 bilhões.
Outros destaques foram a Argentina, com aumento de 8,9% em relação a 2022, o que totalizou US$ 16,72 bilhões. Para os Estados Unidos e a União Europeia, destinos historicamente relevantes, houve queda de 1,5% e 9,1%, respectivamente.
Leia também:
- Como a logística de commodities impulsiona a competitividade do Brasil?
Brasil: força do agro potencializa resultados positivos na balança comercial
A sucessão de recordes na balança comercial tem um motivo: o agronegócio. Aliado a isso, o país também busca a diversificação do comércio brasileiro.
Em geral, o mercado chinês cumpre o papel de protagonista para o Brasil, por meio da compra de commodities. Os números reforçam a importância deste setor para se obter um saldo positivo na balança comercial. Afinal, soja, minério de ferro e petróleo correspondem juntos por 37,2% das exportações.
Nesse sentido, a capacidade do Brasil de produzir e exportar commodities em grande escala, aliado à sua posição geográfica estratégica e aos recursos naturais, influencia fortemente o desempenho comercial. Assim, evidencia-se o poder do agro para toda a economia brasileira.
Hedgepoint: gestão de riscos para o mercado de commodities brasileiro
A Hedgepoint atua com a gestão de riscos de commodities agrícolas e energéticas. Em um mercado volátil, com variações constantes de oferta e demanda, contar com instrumentos de hedge faz toda a diferença.
Sendo assim, atuamos para proteger os negócios da volatilidade. No Brasil, esse é um fator crucial para toda a economia da nação. O país depende de commodities. Em outras palavras, quedas na produção podem impactar toda a balança comercial.
Com inteligência de mercado, análise de dados e uma plataforma educativa, a Hedgepoint contribui para a tomada de decisões nos negócios. Capacitamos nossos parceiros e oferecemos ferramentas de hedge que se adequam às particularidades de cada mercado, com instrumentos financeiros sofisticados.
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Agricultura: qual a importância para a segurança alimentar?
A agricultura é uma das práticas mais antigas do planeta. A sua relevância perpassa a história e contribui para a segurança alimentar de toda a sociedade, levando desenvolvimento e inovação.
Com uma população mundial que superou a marca de 8 bilhões de pessoas, combater a fome se transformou em uma questão primordial a nível global. Só para você ter ideia, a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que esse número atingirá o pico de 9,6 bilhões em 2050.
Em contrapartida, aponta-se que a demanda por alimentos será até 70% maior. Essa porcentagem é calculada com base nas calorias necessárias para o indivíduo diariamente e requer melhora dos hábitos alimentares das pessoas.
Você já imaginou como garantir alimento para essas pessoas? Nesse sentido, investimentos no setor agrícola visando ampliar a produção de commodities alimentícias se tornam cada vez mais importantes.
Além disso, por estar sujeito a fatores que causam volatilidade e impactam a produtividade, os participantes do setor buscam formas de gerenciar seus riscos O objetivo é melhor atender às suas metas financeiras e garantir a segurança alimentar da população.
Quer entender mais sobre a relação entre agricultura, gerenciamento de risco e segurança alimentar? Continue a leitura do nosso conteúdo exclusivo!
O que é a segurança alimentar e como alcançá-la?
Antes de tudo, você precisa entender bem que a segurança alimentar é um direito de todo cidadão. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), a segurança alimentar é uma situação em que todas as pessoas têm:
- Acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para contemplar suas necessidades nutricionais.
Portanto, existem práticas e iniciativas que devem assegurar às pessoas o acesso a esses alimentos de qualidade. Sendo assim, há um conjunto de regras em relação à produção dos alimentos. Entre elas, destacamos:
1. Sustentabilidade
Responsabilidade dos agricultores, pois devem usar os recursos de maneira consciente. Assim, o uso de agroquímicos precisa ser totalmente adequado à praga e à cultura específica, com atenção para a escala de toxicidade dos produtos.
A transição energética é essencial na promoção da sustentabilidade na agricultura. Com ela, há redução da pegada de carbono, diversificando a matriz. Ao adotar fontes de energia renováveis, os agricultores podem mitigar as emissões de gases de efeito estufa associadas às operações agrícolas, como o uso de maquinaria e transporte.
Saiba mais:
- Perspectivas do mercado de etanol no Brasil
2. Agricultura de precisão
Emprego de tecnologia para a coleta precisa de dados que otimizam os processos produtivos, como a irrigação. O produtor consegue, então, acessar informações em tempo real, essenciais para a tomada de decisões. Além disso, consegue ter maior confiança de que os alimentos estão seguros e livre de contaminações.
3. Embalagens e preparo de alimentos
O cuidado com os recipientes é imprescindível para que os produtos não se degradem. Por isso, a embalagem deve preservar a integridade dos alimentos e facilitar o transporte e manuseio.
Qual o papel da agricultura na segurança alimentar?
A agricultura é importante para a segurança alimentar de várias maneiras. Nós explicamos o porquê em seguida, confira!
● Produção e diversificação de alimentos
A agricultura e a pecuária são os principais setores responsáveis pela produção de alimentos básicos, como grãos e oleaginosas, cereais, frutas, legumes, carne, laticínios, entre outros. Ela fornece os alimentos necessários para sustentar a população mundial.
Dessa forma, contribui para garantir a diversidade alimentar, pois fornece uma variedade de culturas que atendem às necessidades nutricionais das pessoas. Assim, uma agricultura saudável e sustentável é fundamental para a segurança alimentar tanto local quanto globalmente.
Em outras palavras, a agricultura proporciona a produção de alimentos suficientes para atender a demanda, tanto no presente quanto no futuro.
● Acesso aos alimentos
A agricultura influencia a disponibilidade e acessibilidade de alimentos. Cada país apresenta vantagens competitivas em relação a determinados mercados, com base em características geoclimáticas.
Alguns países, como o Brasil, possuem clima favorável para a plantação e produção em larga escala de soja, milho, açúcar e café. Porém, outras regiões, como a Europa, não conseguem se destacar nestes produtos.
A Rússia, por exemplo, é um expoente em trigo, assim como outros países da região, enquanto o Brasil e os Estados Unidos produzem menos deste produto. Dadas as vantagens competitivas e investimentos nos setores de interesse, o mercado de commodities confere acesso a produtos diversificados à população.
Os fluxos comerciais garantem que, por mais que não sejamos grandes produtores de um determinado produto, consigamos acesso a eles. Essa organização mercadológica tem como equilíbrio o preço.
Quanto mais demandado é um produto, maior o seu preço e mais incentivo à sua produção e investimentos no setor. Assim, produção e demanda se equilibram. Preços menores mostram um desinteresse, muitas vezes levando a escolha de não produção ou venda de certo produto. Em casos mais extremos, a mudança do destino da área para outra cultura.
● Empregos e renda
A agricultura é uma fonte significativa de emprego e renda para muitas pessoas, especialmente em áreas rurais. Ela ajuda a reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento socioeconômico.
No Brasil, são cerca de 5 milhões de produtores rurais, segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também indica que o agronegócio alcançou a marca de 28,34 milhões de pessoas ocupadas no setor.
● Resiliência a choques e crises
Agricultores que utilizam tecnologia e conhecem profundamente os riscos do seu mercado de atuação podem aumentar a resiliência diante de choques, como desastres naturais, conflitos geopolíticos ou crises econômicas. Isso facilita que as comunidades tenham acesso a alimentos mesmo em tempos difíceis.
Para você entender melhor sobre essa questão, nós criamos um tópico exclusivo que aborda o papel do gerenciamento de risco na agricultura em prol da segurança alimentar. Continue a leitura abaixo!
Como a volatilidade das commodities impacta a agricultura e a segurança alimentar?
A volatilidade das commodities impacta a agricultura e até mesmo a segurança alimentar devido a vários aspectos. Afinal, as incertezas sobre a produção e produtividade das safras de commodities agrícolas impactam diretamente os preços. Ou seja: ocorrem variações repentinas.
Tendências de preços mais estabelecidas, indicando algum desequilíbrio entre oferta e demanda, podem impactar as decisões de plantio e a adoção de práticas agrícolas. Por exemplo, preços mais baixos no mercado de soja e milho podem indicar uma produção superior à demanda, gerando estoques mais altos.
Assim, outros produtos podem oferecer margens superiores aos produtores e desencadear uma mudança no destino da área. Além disso, a volatilidade dos preços repercute para os consumidores, especialmente os mais vulneráveis. Aumentos bruscos nos preços dos alimentos podem levar a uma diminuição do acesso aos alimentos básicos, o que torna a segurança alimentar uma preocupação.
A volatilidade das commodities também pode ter implicações mais amplas na economia global. Flutuações nos preços das commodities agrícolas afetam os mercados financeiros, a inflação e até mesmo a estabilidade política em países dependentes da agricultura. Isso pode criar um ambiente que interfere em investimentos e programas de segurança alimentar.
Para mitigar os impactos da volatilidade das commodities agrícolas, o gerenciamento de riscos é fundamental. O monitoramento constante dos mercados de commodities contribui para que se possa responder rapidamente às movimentações nas condições de mercado e se proteger.
Leia também:
- Volatilidade no mercado de commodities: perspectivas para 2024
Gerenciamento de riscos na agricultura: qual a relação com a segurança alimentar?
O gerenciamento de riscos de mercado é essencial para proteger os produtores das flutuações de preços das commodities agrícolas.
Eles estão sujeitos a enfrentarem fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, e também o surgimento de pragas agrícolas e instabilidades geopolíticas. Ou seja: acontecimentos que podem acontecer a qualquer momento e impactar esse mercado.
Com instrumentos de hedge sofisticados, auxiliamos os negócios a se protegerem da volatilidade. Uma abordagem eficaz de gerenciamento de riscos na agricultura protege os meios de subsistência dos agricultores e contribui para a estabilidade do fornecimento de alimentos.
Entre em contato com a Hedgepoint e saiba mais sobre os nossos produtos.
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