Estiagem no Rio Grande do Sul: prejuízos para a agricultura e a economia local
O RS tem um importante papel no agronegócio brasileiro. A soja, o milho, o arroz e o trigo estão entre as principais commodities produzidas e exportadas pelo estado. Mas a estiagem no Rio Grande do Sul vem causando prejuízos aos agricultores.
Durante o verão, período crucial para o desenvolvimento da soja, o efeito La Niña prejudicou as plantações. Com clima quente e ausência de chuvas, os grãos semeados por volta de outubro e novembro de 2022 tiveram dificuldades para crescer e amadurecer até a época de colheitas, entre janeiro e abril.
Diante desse cenário, mais de 200 cidades do RS já decretaram situação de emergência. Mesmo com chuvas no radar e já se manifestando em algumas regiões, ainda é difícil visualizar um bom cenário para produtores.
Perdas e prejuízos estimados no RS
No Brasil, quatro estados são responsáveis por 70% da produção de grãos no país: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Entre eles, MT é o maior produtor e RS o quarto, no ranking nacional. Mesmo assim, a commodity é de grande importância para a economia do estado gaúcho.
Já são três anos seguidos de fenômeno La Niña no verão, período de crescimento da soja. Mas mesmo com a estiagem, as exportações de grãos do agronegócio brasileiro atingiram o maior valor da série histórica em 2022.
Isso porque houve queda no volume embarcado, mas aumento nos preços médios dos itens. A venda de trigo e o estoque de soja (da safra 20/21) compensaram a quebra de safra 21/22. Mas com a volta da seca no verão 22/23, já fica mais complicado ter estimativas de aumento, seja em volume ou em valores.
Como a precificação da soja depende também de oferta e demanda, quando há pouca oferta o preço pode subir. E nesse caso, o Centro-Oeste deve suprir as demandas, pois lá o clima é mais previsível e já se consolida uma nova safra recorde em 22/23.
Essa mesma safra de grãos no Rio Grande do Sul já estima perda de 50 a 60%. Se a produtividade esperada do milho de verão, por exemplo, era de 5 a 6 milhões de toneladas, devem ser colhidas cerca de 3 milhões.
Na soja, a expectativa de 22 milhões caiu para 15 milhões. E atualmente, se esse número se mantiver será uma excelente notícia. Olhando para os prejuízos financeiros, estima-se perda de 6 a 7 bilhões para a economia gaúcha.
Apesar de o principal impacto ser no bolso do agricultor, toda a cadeia econômica acaba sendo afetada. É um valor que deixa de chegar ao estado e circular no comércio, serviços e outros.
O que fazer para gerenciar os riscos no mercado agrícola?
No mercado de commodities, para minimizar os impactos é preciso fazer gestão de risco. Mas são diversos os tipos de riscos envolvidos, logo, existem diversas possibilidades de gerenciamento.
Uma prática muito comum no mercado de grãos é a realização de contratos a termo. Quando o produtor de soja investe em insumos para a próxima safra, ele vende parte dessa safra travando o preço futuro para obter na hora o valor que precisa.
O problema disso é que há um compromisso com a entrega física do produto. E com as quebras de safra que vêm acontecendo, pode não haver produto suficiente para entregar a este comprador. No RS, já houve casos de um produtor precisar comprar soja de outro para poder entregar ao comprador.
É aí que entra a estratégia de hedge como uma possível alternativa para reduzir prejuízos. Pois apesar de também travar um preço para a commodity, os contratos são realizados em bolsa.
Como usar estratégias de hegde no mercado de commodities?
As estratégias de hedge surgem como um novo patamar de negociação para o agricultor. É uma opção onde o produtor pode encontrar mais tranquilidade para negociar sem tanta pressão para a entrega final.
Uma das grandes vantagens é que não há comprometimento físico. Ou seja, os valores são negociados a partir da bolsa de valores de Chicago, e não em contraparte de produtos. Assim, se a safra não atingir a expectativa desejada, basta desfazer o contrato.
Além disso, é uma forma para se precaver das instabilidades do clima e das taxas de câmbio. Ou seja, uma boa estratégia de hedge pode ser a chave para um gerenciamento de riscos eficaz, evitando surpresas desagradáveis em sua programação financeira.
A melhor opção para entrar neste universo é contar com um parceiro que possua vasto entendimento no mercado agro e, ao mesmo tempo, no financeiro. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado agro com produtos em gestão de risco para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros e seus derivativos.
Estamos presentes globalmente, sempre prontos para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar estes instrumentos a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Guerra na Ucrânia: os principais impactos no mercado de commodities
No dia 20 de fevereiro de 2022, um evento chocou o mundo. Foram os primeiros ataques russos à Kiev, capital ucraniana, e outras áreas. Um ano depois, a Guerra na Ucrânia já trouxe diversos desafios ao mercado de commodities e algumas mudanças.
A partir das dificuldades que se apresentaram, soluções foram propostas, novos acordos surgiram, e assim o mercado foi se modificando. Além de todas as tragédias consequentes de uma guerra, os prejuízos econômicos afetam principalmente os dois países envolvidos.
Com isso, outros países entram em cena para suprir as demandas deixadas e acabam sendo beneficiados. Foi o que aconteceu com outros fornecedores das mesmas commodities das quais Rússia e Ucrânia eram grandes fornecedoras.
Nossos especialistas nas principais commodities afetadas fizeram um overview dos principais acontecimentos deste um ano de guerra. Olhamos para os impactos, prejuízos e mudanças que ocorreram.
Impacto da Guerra na Ucrânia no mercado de grãos
É claro que quando dois grandes países estão passando por uma guerra, muitos mercados serão afetados de muitas formas. Com o mundo globalizado, todo o comércio internacional está entrelaçado de maneira que, se um grande player vê o seu fluxo alterado, acaba afetando todo o resto do mundo em efeito cascata.
No caso desse conflito, o principal mercado agrícola afetado foi o de grãos, especialmente o trigo. A Rússia é o maior exportador mundial da commodity e a Ucrânia ocupa o quarto lugar nesse ranking. Juntos, os países são responsáveis por 30% da exportação de trigo global.
Até mesmo o Brasil, que assiste a uma alta da sua produção e caminha em direção à autossuficiência, ainda precisa importar entre 50-60% de todo o trigo que consome. Nosso maior fornecedor é a Argentina, sétimo maior produtor mundial. Mas o exemplo mostra o impacto, já que outros países, principalmente os que não produzem, são muito dependentes da Rússia e Ucrânia nesse sentido.
Com o conflito, o preço do trigo registrou, em 2022, a maior alta de preços da série histórica. Os preços internacionais do trigo tiveram aumento de 76% acima da média de fevereiro, segundo o Ipea. Com isso, houve incentivo para maior produção no Brasil, mas poucos produtores conseguiram adaptar suas produções para realizar a mudança.
Diante dessa situação, Rússia e Ucrânia assinaram um acordo em julho para a criação de um corredor marítimo para exportação de grãos. Supervisionado pela Turquia e pelas Nações Unidas, o “corredor de grãos”, como ficou conhecido, ajudou a dar alívio à crise alimentar.
Com seis meses de atividades, 19 milhões de toneladas de produtos agrícolas já embarcaram no porto de Odesa, no Mar Negro.
Impactos no mercado de energia
Logo que a guerra começou, uma das grandes preocupações foi com o fornecimento de energia para a Europa, principalmente de gás natural e petróleo. A Rússia é o maior fornecedor do continente e, além das dificuldades de negociações e logística de um país em guerra, houve sanções impostas aos produtos russos.
Mas a preocupação foi maior que a realidade. Como o inverno na Europa não foi tão frio como os anteriores, a produção própria, e a importação de outros players, deu conta de suprir a necessidade. E quanto ao petróleo, os Estados Unidos conseguiram atender à demanda através de estoques que possuíam.
Durante o ano, a oscilação do preço de petróleo foi uma das maiores desde a grande crise de 2008. Logo que a guerra iniciou, o preço disparou subindo em 20%. Ao longo do ano, foram altos e baixos e a instabilidade é que reinou. No Brasil, o cenário político tornou o mercado de energia ainda mais imprevisível.
Ainda não há expectativa de um fim à guerra na Ucrânia. Mesmo que se chegue a um acordo, deve levar um bom tempo para que tudo se estabilize e volte ao que era antes – se é que tem como voltar, pois algumas mudanças do período vieram para ficar.
Como se proteger das oscilações no mercado de commodities?
Como vimos, o mercado de commodities é muito instável. Mesmo quando não está sendo impactado por um conflito internacional, o cenário político e econômico do Brasil e do exterior influenciam na formação de preço. Assim como as taxas de câmbio, que também oscilam muito.
Com tantas variações, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar estratégias de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities.
A hEDGEpoint une o conhecimento de especialistas em gestão de risco por meio de tecnologias e produtos personalizados para oferecer sempre a melhor experiência.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Soja: como gerenciar riscos da produção à comercialização
A soja é atualmente a commodity agrícola mais produzida e exportada pelo Brasil. E, não poderia ser diferente, o país é o maior exportador e produtor do mundo. Estão no ranking, em seguida, Estados Unidos, Argentina, China e Índia.
São diversos os pontos favoráveis para que o Brasil se destaque. Um deles é o clima quente e úmido, apesar da instabilidade em algumas regiões. Em estados do Centro-Oeste, onde as chuvas são mais previsíveis, a incerteza quanto à produtividade é menor.
Mas em estados como o Rio Grande do Sul, por exemplo, onde as temperaturas variam muito e as chuvas são imprevisíveis, o clima requer mais atenção e preocupação. No momento, por exemplo, o estado passa por uma seca, podendo haver uma redução na produção esperada.
Porém, a imensidão do país é outro ponto a favor. O vasto território brasileiro oferece muita área para plantio. E ela vem aumentando. Espaços que já foram pasto e hoje são improdutivos para a criação de animais, se tornam campos de soja.
Assim, o Brasil vem se transformando nessa potência no mercado da soja. Mas, quanto maior o crescimento, mais necessário se torna o conhecimento para administrar, negociar, lucrar e gerenciar riscos.
Como funciona a produção de soja no Brasil?
A produção brasileira de soja tem características bem específicas. Uma delas é o calendário de safra. A soja de verão começa a ser plantada em setembro e vai até final de novembro. A soja se desenvolve no período mais quente do verão e começa a ser colhida no primeiro trimestre do ano seguinte, dependendo de quando foi plantada e de qual região do país.
O que acontece de diferente dos outros países, é que junto com a colheita de soja, ocorre o plantio de milho de inverno. Ou seja, o produtor, principalmente no Centro-Oeste, não precisa escolher entre milho ou soja.
Já nos Estados Unidos e na Argentina, os produtores costumam optar pelo que estiver valendo mais a pena.
Outro ponto que influencia o mercado nacional é a logística. Os principais estados produtores de soja são Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Nem todos eles estão próximos a portos e hidrovias. Ou seja, no Brasil há muito transporte rodoviário, por caminhões, e assim o valor dos combustíveis, principalmente do diesel, acaba afetando muito no preço final.
Os números projetados para a safra 22/23 preveem 153 milhões de toneladas , segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso significa um crescimento de 22,2% em relação ao ciclo anterior. Mas os números de produção não significam necessariamente bons lucros para os produtores.
Para aumentar as possibilidades de melhores margens de lucros, é preciso estar atento aos riscos do mercado e saber como se precaver.
Quais são os riscos existentes no mercado da soja?
Antes de falar em gerenciamento, é preciso entender quais são os tipos de risco existentes no mercado de commodities. Existem os sistêmicos e os não sistêmicos. Sistêmicos, significa que englobam toda a cadeia de suprimentos, e não sistêmicos, dizem respeito à realidade de cada um e não necessariamente vão afetar toda a cadeia.
Os não sistêmicos, são aqueles considerados incontroláveis e que normalmente não estão diretamente ligados às transações financeiras. Podemos citar como os principais os riscos climáticos e os operacionais (falha humana, problemas com maquinário, enfim, que envolvem a operação).
E por sistêmicos, podemos compreender aqueles que podem levar a um efeito bola de neve. Quando afeta uma parte da cadeia, provavelmente acabará afetando toda ela.
Entre os riscos sistêmicos, podemos nomear dois tipos principais: os de mercado/preço e os de crédito/da contraparte.
Os riscos de crédito abrangem aqueles em que uma das partes acaba não honrando suas obrigações estabelecidas em contrato. Aqui entram questões como não cumprimento de prazo, não entrega do produto, pagamento atrasado, entre outros.
Para problemas desta natureza, a melhor forma de se precaver é por meio de recomendações, busca de referências de quem se compra ou vende, levantamento do histórico do contratante ou contratado e de outras informações que tornem a transação mais segura.
Já o risco de mercado é o que diz respeito à variação de preços. Como são definidos internacionalmente, são muitos os aspectos que influenciam, pois depende da situação da economia mundial.
Como é a formação de preço da soja?
O preço das commodities em geral são determinados pela oferta e procura internacional – mesmo quando a distribuição fica em solo nacional. Isso porque a demanda gera competição tanto entre os países que produzem quanto pelos que consomem.
Sendo assim, a Bolsa de Chicago, nos EUA, é a principal referência da formação de preços de grãos, pois é por lá que é feita a maioria das negociações de compra e venda de grãos.
Já o preço FOB (Free on Board) indica o preco da commodity dentro do navio no porto. Ele é resultante do preço da bolsa mais o prêmio de exportação, entre outros custos.
Por isso, o risco de mercado está muito relacionado à variação cambial, pois ela pode influenciar não apenas uma, mas diversas vezes na definição de preço de uma mesma commodity – por exemplo, o valor na hora de se prepararpara a próxima safra, nacompra de insumos, importação de suprimentos e, é claro, a cotação no momento da venda.
Essas variações até podem acabar gerando lucro quando a cotação do dólar está maior no momento da venda, em comparação ao período de investimentos, mas para isso ocorrer é preciso contar com a sorte.
Para não ficar à mercê do azar, é preciso fazer gerenciamento de riscos. Hoje, existem no mercado recursos para se proteger da volatilidade, tanto do risco de preço como do risco cambial, e se prevenir de surpresas, garantindo bons negócios.
Como se proteger da volatilidade do mercado de soja?
Desenvolver uma boa política de hedge pode ser a chave para evitar surpresas desagradáveis no seu orçamento. Mas, para isso, é preciso entender as ferramentas de derivativos disponíveis no mercado de forma a escolher e aplicar as melhores alternativas de acordo com a estratégia e resultado almejado.
Por isso, a melhor opção para enfrentar esses riscos é contar com um parceiro que possua vasto entendimento de produtos de derivativos e de mercado, tanto cambial como da commodity. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado agro com produtos de gestão de risco para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um especialista para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint.
O que esperar do mercado de commodities em 2023?
Se o ano de 2022 foi marcado pela volatilidade, o mercado de commodities em 2023 exige grande atenção aos movimentos globais. Acontecimentos do ano passado podem continuar impactando este ano. Além disso, há fatores imprevisíveis e os climáticos, que agem diretamente nas commodities.
A instabilidade geral evidencia a necessidade de uma estratégia de gerenciamento de riscos. Por isso, a equipe de especialistas da hEDGEpoint elaborou este conteúdo com perspectivas para o mercado agrícola e energético.
Cenário macroeconômico em 2023
Quem acompanha a economia, sabe que 2022 foi um ano histórico em relação às políticas monetárias. Bancos centrais de todo o mundo se viram obrigados a tomar decisões para combater a inflação. Assim, as taxas de juros se elevaram para os níveis mais altos dos últimos 40 anos.
Esta situação nos países desenvolvidos preocupa os produtores de commodities. Isto porque taxas altas normalmente enfraquecem a propensão a consumo – o que pode desencadear em menos importações.
A Guerra na Ucrânia, que não apresenta evidência de uma resolução próxima, continuará gerando impactos principalmente a Europa. Para compensar a falta do gás canalizado, a região passou a importar GNL, porém foi mais um fator de inflação.
Empresas do setor de fertilizantes estão apostando em investimentos na Ásia, devido aos altos custos de energia na Europa. Fatores como este sugerem que a economia da região poderá ter um desempenho abaixo do esperado em 2023.
O acontecimento que tem gerado grande expectativa para todo o mercado de commodities é a reabertura da China. Por ser um grande importador de commodities, o reaquecimento da economia chinesa traz otimismo ao mercado, soja e milho, por exemplo, que são as commodities mais associadas ao país, devem ter grande influência chinesa em 2023.
2023 para o setor de Energia
O mercado de óleo e gás teve um ano marcante. A invasão da Ucrânia fez com que choques de oferta fossem observados, à medida que países perderam acesso a produtos em função das sanções à Rússia.
Assim, houve baixo fluxo de gás russo para a Europa e os preços de commodities energéticas ficaram extremamente voláteis. O Brent quase atingiu US$140/bbl no início de 2022, mas fechou o ano em US$80/bbl.
2023 não deve ser muito diferente, mas há fatores que exigem cautela. Há o risco de uma recessão estar a caminho no Ocidente e a reabertura da China, que pode aumentar as exportações para regiões onde os estoques estão apertados.
O mercado de energia este ano desempenhará um papel crucial na dinâmica global da inflação. Especialmente se a volta da China se tornar mais forte do que inicialmente prevista, compensando os impactos de uma provável retração econômica em alguns países do ocidente.
Perspectivas para o mercado agro em 2023
No mercado de commodities agrícolas, os mesmos acontecimentos influenciaram em 2022 e impactarão 2023. A guerra da Ucrânia tem grandes efeitos no mercado de commodities como trigo, por exemplo, pois o país é um dos maiores exportadores.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Outro ponto que impacta diretamente no mercado agro é o clima. Há grande probabilidade de acontecer o fenômeno El Niño. Mesmo que seja possível prever, não é possível evitá-lo e, caso ocorra, deve afetar safras 23/24.
Baixe o relatório completo.
No mercado do açúcar, a expectativa é positiva para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que já se inicia em abril 2023, o que deve contribuir para a disponibilidade do adoçante no mercado global dentro de um contexto de deterioração das safras do Hemisfério Norte.
No caso do café, há perspectivas de melhora da produção de 23/24, trazendo expectativa de superávit. É esperada uma produção global de 172,8M scs e demanda global de 174,78M scs no ciclo atual, que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023.
Na soja, a produção total de 22/23 provavelmente será recorde devido ao Brasil (que estimamos em 150M ton vs 153M ton do USDA) ajudado por uma melhor produção no Paraguai.
Os números do USDA apontam para um superávit global um tanto confortável. Mas no Brasil, o clima será uma variável fundamental, principalmente entre março e junho, após o plantio de fevereiro e março.
O novo governo também não deixou muito claro os próximos passos em relação à agricultura, especialmente a soja. E, com certeza, a reabertura da China é um fator de grande influência, pois o país é o maior consumidor mundial do grão.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
Com tantas variações que afetam o instável mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Especialistas da hEDGEpoint avaliam 2022!
O ano de 2022 foi atípico para o mercado de commodities, assim como para tantos outros. Depois de dois anos tão afetados pela pandemia – 2020 e 2021 – o último ano foi aquele em que o Coronavírus passou a reduzir seu impacto nos negócios.
Porém, não podemos dizer que as coisas voltaram a se estabilizar, pois outros eventos exerceram grandes influências no mercado. Foi o caso da Guerra na Ucrânia, das questões políticas e período de eleições no Brasil e mudanças climáticas.
Nossos especialistas fizeram um balanço de como foi o ano de 2022 para cada commodity. Confira abaixo.
Energia, por Heitor Paiva
Volátil é a palavra que define o mercado de óleo e gás em 2022. O petróleo chegou a ser negociado por 140 dólares o barril, após a invasão russa. Já nos últimos meses, o preço foi a 75 dólares, em função de expectativas de uma recessão à frente.
A Guerra na Ucrânia teve papel fundamental nos acontecimentos do ano, pois com a redução de oferta, houve alta no preço do petróleo, gás e combustíveis. Para os produtores de óleo, os ganhos foram positivos. Para consumidores, nem tanto. Investidores do ramo nunca receberam dividendos tão largos – mesmo que ao custo do investimento da própria empresa em aumentar a sua capacidade de produção.
Para este ano, a expectativa (e temor) é de que possa haver uma recessão global. A alta de juros pelos bancos centrais tem feito com que traders e participantes do mercado esperem por uma retração no consumo de petróleo e derivados.
Outro fator que gera expectativa é a reabertura da China, que deve voltar à normalidade no segundo trimestre de 2023. Isso pode adicionar demanda por petróleo, derivados e gás natural.
Açúcar, por Lívea Coda
O mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico impulsionado pela quebra da safra brasileira em meados de 2021. A falta do maior fornecedor de açúcar bruto levou os principais participantes do Hemisfério Norte, Índia e Tailândia, a focar na produção desta qualidade. Além disso, com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o custo do refino na Europa, adicionando ainda mais suporte aos preços do açúcar, em especial do branco e, portanto, criou-se um suporte ao Prêmio do Branco. A recuperação parcial da safra brasileira de 22/23 (abr-mar) combinada ao aperto nos fluxos comerciais, que aumentou o diferencial pago por essa origem, trouxe mais lucro ao produtor brasileiro.
No mercado do etanol brasileiro, as principais alterações vieram das mudanças na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix de açúcar maior que o esperado inicialmente, quando o hidratado se encontrava no mesmo patamar de preços que o adoçante.
O clima também contribuiu para a manutenção da alta no açúcar no final do segundo semestre. Tanto secas quanto chuvas em excesso prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte. Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que se inicia em abril 2023, fortalecendo a expectativa de superávit para o balanço global em 22/23 (out-set).
Cbios, por Yuri Renni
Foi um ano de mudanças no mercado de Cbios com dois períodos bem-marcados. No primeiro semestre, houve uma antecipação da compra de créditos que costumavam se concentrar no final do ano, próximas à data de cumprimento da meta. Esse novo padrão gerou uma escalada nos preços do crédito, ultrapassando a marca de 200 reais.
O segundo semestre trouxe um fato novo: o adiamento da data de cumprimento da meta, definida por meio de decreto, o que gerou incertezas e causou uma queda acentuada nas transações e no valor negociado.
O fator político no Brasil causou instabilidade. A revisão do Renovabio também trouxe insegurança ao programa, o que é preocupante, pois afasta novos investimentos no setor de biocombustíveis, necessários para o atingimento das metas do programa no médio e longo prazo.
O mercado de Cbios fechou o ano de 2022 de forma atípica, também pelo adiamento da data de cumprimento da meta. Houve uma baixa aposentadoria de créditos e baixa negociação no mês de dezembro, uma vez que a data de cumprimento da meta de 2022 foi adiada, do último dia do ano para 30 de setembro de 2023.
Trigo e algodão, por David Silbiger
A Guerra na Ucrânia foi de longe o maior fator de influência no mercado do trigo, pois impactou diretamente dois países que são grandes produtores e exportadores da commodity.
A Argentina, outro grande produtor de trigo, também apresentou queda na produção devido à seca. Diante destes cortes na produção e os subsequentes aumentos de preços, os principais importadores se viram forçados a se adaptar.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Já o algodão teve outros fatores pautando os seus fundamentos. Maior exportador global, os EUA enfrentaram uma seca histórica que causou quebra de safra. Enquanto isso, outros importantes produtores, como China e Índia, também viram suas safras ameaçadas pelo clima.
Enquanto isso, o Brasil viu sua participação no mercado global da pluma aumentar. A alta no preço do petróleo também influenciou uma maior compra de algodão, já que tornou os sintéticos mais caros.
Outro ponto importante foram as sanções por parte dos EUA quanto ao algodão chinês, após denúncias de abusos dos direitos humanos, inclusive na indústria têxtil.
Café, por Natália Gandolphi
Em 2022, as questões climáticas marcaram as safras dos principais produtores: Brasil, Colômbia, Centrais e Vietnã, o que inicialmente marcou o mercado com um tom altista, devido ao déficit do ciclo 22/23. Porém, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, se iniciou um impacto baixista, com o mercado reagindo ao movimento de aversão ao risco e precificando a possibilidade de redução na demanda destes países.
Em conjunto a este cenário, com a frustração das expectativas de geada durante o inverno brasileiro, e o retorno das chuvas durante a primavera, ocorreu um aumento no otimismo em relação à safra 23/24 no país. Este fato derrubou o mercado no último trimestre. Para o arábica, os preços tiveram uma variação de -30% no ano, enquanto no robusta a variação foi de -20%.
No ciclo atual (22/23), que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023, é esperado um déficit de 1,9M scs, enquanto que para o próximo ciclo (23/24) o mercado de café tem potencial para retornar para um superávit, em 3,7M scs.
Soja e milho, por Pedro Schicchi
2022 já começou em uma tendência de alta dado o baixo nível de chuvas visto em dezembro e janeiro na América do Sul por conta do La Niña, o que impactou fortemente o resultado das safras brasileiras e argentinas. Com o início da guerra na Ucrânia, o milho encontrou mais um forte fundamento de suporte, dado que o país é o 4º maior exportador global do grão.
Ainda no primeiro semestre, a proibição das exportações do óleo de palma (que compete com o de soja) por parte da Indonésia e as preocupações com as safras americanas e europeias, por conta do clima seco, contribuíram para um cenário extremamente altista.
Contudo, já na metade de junho, a soja e o milho entraram em uma tendência de correção, que atingiu o mercado de commodities como um todo, muito por conta da aceleração do aperto monetário a nível global, devido aos altos índices de inflação. A elevação dos juros tende a impactar a demanda por grãos e oleaginosas tanto na economia “real”, por conta da desaceleração econômica, quanto do lado financeiro, dado que os investidores reduzem suas posições em commodities para aplicar em ativos menos arriscados.
Julho de 2022 também marcou o início do Acordo de Exportação de Grãos entre Rússia e Ucrânia, o que permitiu que as dezenas de milhões de toneladas de grãos estocadas nos portos ucranianos chegassem ao mercado global, contribuindo para a tendência baixista.
Após se aproximar das mínimas do ano em julho, os preços vêm se recuperando, dada a confirmação dos resultados decepcionantes das safras no hemisfério norte, que fazem com que o ciclo 22/23 seja mais um de estoques apertados a nível global.
Mais recentemente, as expectativas com relação à reabertura da economia chinesa, o fim do ciclo de aperto monetário por parte do Fed e as menores exportações americanas por conta da seca no rio Mississippi também têm contribuído para um cenário relativamente mais altista para os grãos e oleaginosas.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
Com tantas variações que afetam o mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint Global Markets
Safra de grãos 2021/22 no Brasil: contexto atual e possíveis rumos
O Brasil é, atualmente, um dos principais produtores de grãos no mundo. Estima-se que o volume total da produção global de grãos ultrapasse os 3 bilhões de toneladas, sendo que apenas os quatro principais países – o Brasil em quarto lugar – são responsáveis por mais da metade dessa quantidade.
O país que está hoje em primeiro lugar no ranking de maior produtor e também de maior consumidor de grãos é a China. Quase toda sua produção – mais de 620 milhões de toneladas – são absorvidos pela própria demanda interna, já que conta com uma população atual de 1,4 bilhão de pessoas.
Lá, o grão mais produzido é o milho, que representa 23,4% do total, mas eles também estão à frente das maiores produções de arroz e feijão do mundo – 28% e 40% do volume global, respectivamente.
Atrás da China, o segundo e terceiro maiores produtores de grãos são os Estados Unidos – que também é o país que mais exporta grãos para o mundo inteiro – e a Índia, que responde por 8,6% do volume mundial, com 264 milhões de toneladas.
Qual a importância do Brasil na produção de grãos?
A agricultura do Brasil é a responsável pela quarta posição entre os maiores produtores de grãos do mundo, com 239 milhões de toneladas, o que equivale a 7,8% da produção mundial. Porém é o segundo que mais exporta, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
O país é, hoje, o maior produtor de soja do mundo, título alcançado em 2019/20 quando produziu 124,8 milhões de toneladas e superou os EUA. Dessa quantidade, 84 milhões foram exportados, o que também nos transformou no maior exportador da commodity.
Quando se trata de soja, os Estados Unidos são, ainda, os maiores concorrentes em exportação, principalmente para suprir a demanda da China. O país asiático consome cerca de 116 milhões de toneladas, mas produz apenas 15 milhões.
Além da soja, o agro brasileiro também é responsável por 116 milhões de toneladas de milho, responde pela quarta maior produção de feijão e está em nono lugar na produção de arroz.
Qual a situação atual do mercado?
A safra 2021/2022 de grãos atingiu números recordes no Brasil. Estima-se que a produção total tenha chegado a 271,2 milhões de toneladas, o que representaria um acréscimo de 14,5 milhões de toneladas, quando comparado ao ciclo anterior.
A soja, principal commodity cultivada em território nacional, enfrentou muitas adversidades climáticas, principalmente de baixa precipitação combinada a altas temperaturas e em estados de grande relevância para essa cultura, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Com isso, a quebra registrada em algumas regiões desses estados superou 50% e a colheita ficou estimada em 125,6 milhões, uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra 2020/21.
Já no caso do milho, houve um incremento de 30% em relação ao ciclo anterior. O feijão, teve perdas porém colherá o suficiente para abastecer o país. E o arroz, colheu 10,8 toneladas, sofrendo leve diminuição em relação à safra anterior.
Qual a expectativa para a safra de grãos 2022/23?
As projeções preparam para um cenário positivo e há uma grande expectativa em relação às safras 2022/23, principalmente no que diz respeito ao mercado da soja. Um dos fatores que contribuem para um possível novo recorde já é o suficiente para oferecer boas perspectivas: a área destinada à produção desta commodity será recorde.
A área reservada para plantio de soja aumentou em 3,5% neste ano, mais do que a área total de cultivo de grãos em geral, que cresceu em 2,5%. Este percentual corresponde a um incremento de quase 2 milhões de hectares.
Sendo assim, há um grande otimismo em relação ao número de grãos produzidos, porém, no mercado de commodities é preciso estar sempre atento às oportunidades e ao que está acontecendo no mercado global para fazer as apostas certas e evitar danos.
Quais os pontos de atenção para o produtor?
Os produtores de grãos precisam estar atentos à seguinte equação: quanto mais produto há no mercado, mais baixos serão os preços. Os ganhos podem até ser superiores devido a uma maior produção, porém não necessariamente a uma boa margem de lucro.
A China, nossa maior importadora de soja, tem demanda crescente por farelo para alimentação na criação pecuária e a exportação pode seguir em bom ritmo, principalmente porque os Estados Unidos estão enfrentando uma seca no Rio Mississippi que tem dificultado a produção e principalmente o transporte da soja, pois é o principalmente canal de saída para as exportações, e isso tem aumentado o preço.
É preciso estar sempre bem-informado sobre o que está acontecendo no mercado agro mundial e em toda a cadeia de commodities para conseguir fazer as melhores escolhas e se expor menos aos riscos.
Como o produtor de grãos pode se proteger das variações de preço no mercado de commodities?
Para estar preparado para as variações de preços que acontecem com tanta frequência no mercado agro, é muito importante ter um planejamento rigoroso e, se possível, contar com um bom parceiro de inteligência de mercado e gerenciamento de riscos.
As estratégias de hedge disponíveis hoje para todo o mercado agro são ótimas soluções para evitar as surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities e principalmente os tão indesejados prejuízos.
A hEDGEpoint faz uso deste mecanismo, operando como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os possíveis riscos nas transações.
Os serviços que prestamos aliam o conhecimento de nossos especialistas, que entendem do campo e de suas inúmeras variáveis, com soluções em gestão de risco por meio de ferramentas tecnológicas e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um de nossos especialistas para saber mais sobre como utilizar as nossas soluções a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Rio Mississippi: Impactos da seca na cadeia do agronegócio
Na cadeia do agronegócio, o que acontece em qualquer lugar do mundo pode impactar em diversas outras regiões e continentes. Os fenômenos naturais, incontroláveis pelo ser humano, são ainda grandes desafios para os que trabalham no mercado de commodities.
Chuvas, enchentes, secas, calor extremo, geadas, tornados e outros eventos meteorológicos podem impactar diretamente na produção de alimentos – vegetal ou animal – e consequentemente em seu valor de mercado.
Sendo assim, quem atua na cadeia de commodities precisa estar sempre atento ao clima, às estações do ano e aos efeitos das mudanças climáticas não só aqui, mas no mundo todo.
É o caso da atual seca no Rio Mississippi, que nasce no norte do estado de Minnesota, atravessa os Estados Unidos e lança suas águas no Golfo do México, após percurso de 3.800 km. É o maior rio do país e o principal canal de transporte de grãos (via barcaças) para exportação global.
O que está acontecendo no Rio Mississippi?
O Rio Mississippi registrou baixas nos níveis de água como não se via há mais de 30 anos. Outubro já costuma ser um mês ocorrem poucas chuvas nos Estados Unidos, mas neste ano, a falta dela provocou uma seca que atinge principalmente o Vale do Rio Ohio e o Alto Mississippi – no meio oeste e região dos lagos.
Com isso, já diversos casos de barcaças encalhadas em bancos de areia, pois não há profundidade suficiente para navegar, e rompimentos nos cabos que ligam reboques e barcaças.
Para piorar a situação, as perspectivas para os próximos meses não são boas. O inverno e o frio se aproximam no hemisfério norte e não há previsão de chuvas, por enquanto, agravando a seca que já está atingindo 59% do país.
Por que a seca do Rio Mississippi impacta no mercado de grãos?
O Rio Mississippi é o maior não apenas dos Estados Unidos, mas também de toda a América do Norte. Por ele, são transportados pelo menos dois terços dos grãos exportados por via marítima nos EUA.
Normalmente, durante o último trimestre do ano (período entre outubro e dezembro) seria comum ver cerca de 40 barcaças – sendo que cada uma tem capacidade para transportar o equivalente a 15 vagões e 60 semirreboques. Mas no mesmo período, em 2022, a média baixou e é de apenas 24 a 25 por vez, dependendo do nível de água.
Quanto mais baixo o nível das águas do rio Mississippi, mais alta a influência desse problema sobre as cotações do milho na bolsa de Chicago. Os preços para o transporte fluvial mais do que dobraram em questão de semanas e não pararam de subir durante o período de colheita.
O custo para envio de uma tonelada chegou a triplicar de valor em alguns momentos. Agricultores, produtores e outros relacionados à cadeia de commodities correm para garantir o transporte ou buscar outras vias de escoamento, como ferrovias, por exemplo. Mas já encontram dificuldades em encontrar trabalhadores, pois a demanda subiu muito.
Quando ocorrem mudanças como esta no transporte de grãos, principalmente de soja e milho, que são os que mais utilizam o Mississippi, o que pode acabar acontecendo é que os preços da soja perdem pontos na Bolsa de Chicago enquanto os prêmios disparam no Golfo do México.
Como a seca do Rio Mississippi impacta o mercado de grãos?
Atualmente, três maiores produtores de soja do mundo são: Brasil, Estados Unidos e Argentida, sendo o ranking (em toneladas por ano, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos [USDA] de 2021),
- Brasil – 127 milhões de toneladas
- Estados Unidos – 121,5 milhões de toneladas
- Argentina – 43,9 milhões de toneladas
Seguidos por China, Índia e Paraguai.
Na relação de maiores produtores de milho, os primeiros colocados do ranking são:
- Estados Unidos – 382,8 milhões de toneladas.
- China – 272,5 milhões de toneladas.
- Brasil – 116 milhões de toneladas.
Seguidos por União Europeia, Argentina e Ucrânia.
Outros países podem ser chamados para suprir o gap da demanda dos Estados Unidos. A China, que é a maior consumidora de soja do mundo, costuma importar tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos, sendo que, neste período do ano dá preferência para o país norte-americano por ser época de colheita e ter preços mais atrativos. Porém, levando em consideração todo o cenário atual, comprar do Brasil pode ser a melhor opção.
Além disso, o Brasil já está se preparando para o período de colheita, em janeiro, quando há expectativa de um número recorde. Mas toda a cadeia precisa estar atenta às mudanças no cenário com a imprevisibilidade do clima e alterações no apetite chinês sendo os principais fatores a serem monitorados.
Como se proteger das oscilações de mercado com uma estratégia de hedge?
Com tantas variações que afetam o instável mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas, que conhecem o campo e suas inúmeras soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes nos cinco continentes, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Recent Posts
- Ciclo do milho: entenda cada etapa e a importância dessa commodity global
- Plano Safra: como funciona e por que é essencial para o agronegócio
- Os desafios da armazenagem e do transporte de grãos no Brasil em 2025
- Entenda como o preço do trigo é formado
- Tarifas de Trump: quais os impactos no mercado agrícola global?
Recent Comments
Search
Recent Posts
- Ciclo do milho: entenda cada etapa e a importância dessa commodity global
- Plano Safra: como funciona e por que é essencial para o agronegócio
- Os desafios da armazenagem e do transporte de grãos no Brasil em 2025
- Entenda como o preço do trigo é formado
- Tarifas de Trump: quais os impactos no mercado agrícola global?
Recent Comments
Archives
- junho 2025
- maio 2025
- abril 2025
- março 2025
- fevereiro 2025
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023