Especialistas da hEDGEpoint avaliam 2022!
O ano de 2022 foi atípico para o mercado de commodities, assim como para tantos outros. Depois de dois anos tão afetados pela pandemia – 2020 e 2021 – o último ano foi aquele em que o Coronavírus passou a reduzir seu impacto nos negócios.
Porém, não podemos dizer que as coisas voltaram a se estabilizar, pois outros eventos exerceram grandes influências no mercado. Foi o caso da Guerra na Ucrânia, das questões políticas e período de eleições no Brasil e mudanças climáticas.
Nossos especialistas fizeram um balanço de como foi o ano de 2022 para cada commodity. Confira abaixo.
Energia, por Heitor Paiva
Volátil é a palavra que define o mercado de óleo e gás em 2022. O petróleo chegou a ser negociado por 140 dólares o barril, após a invasão russa. Já nos últimos meses, o preço foi a 75 dólares, em função de expectativas de uma recessão à frente.
A Guerra na Ucrânia teve papel fundamental nos acontecimentos do ano, pois com a redução de oferta, houve alta no preço do petróleo, gás e combustíveis. Para os produtores de óleo, os ganhos foram positivos. Para consumidores, nem tanto. Investidores do ramo nunca receberam dividendos tão largos – mesmo que ao custo do investimento da própria empresa em aumentar a sua capacidade de produção.
Para este ano, a expectativa (e temor) é de que possa haver uma recessão global. A alta de juros pelos bancos centrais tem feito com que traders e participantes do mercado esperem por uma retração no consumo de petróleo e derivados.
Outro fator que gera expectativa é a reabertura da China, que deve voltar à normalidade no segundo trimestre de 2023. Isso pode adicionar demanda por petróleo, derivados e gás natural.
Açúcar, por Lívea Coda
O mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico impulsionado pela quebra da safra brasileira em meados de 2021. A falta do maior fornecedor de açúcar bruto levou os principais participantes do Hemisfério Norte, Índia e Tailândia, a focar na produção desta qualidade. Além disso, com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o custo do refino na Europa, adicionando ainda mais suporte aos preços do açúcar, em especial do branco e, portanto, criou-se um suporte ao Prêmio do Branco. A recuperação parcial da safra brasileira de 22/23 (abr-mar) combinada ao aperto nos fluxos comerciais, que aumentou o diferencial pago por essa origem, trouxe mais lucro ao produtor brasileiro.
No mercado do etanol brasileiro, as principais alterações vieram das mudanças na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix de açúcar maior que o esperado inicialmente, quando o hidratado se encontrava no mesmo patamar de preços que o adoçante.
O clima também contribuiu para a manutenção da alta no açúcar no final do segundo semestre. Tanto secas quanto chuvas em excesso prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte. Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que se inicia em abril 2023, fortalecendo a expectativa de superávit para o balanço global em 22/23 (out-set).
Cbios, por Yuri Renni
Foi um ano de mudanças no mercado de Cbios com dois períodos bem-marcados. No primeiro semestre, houve uma antecipação da compra de créditos que costumavam se concentrar no final do ano, próximas à data de cumprimento da meta. Esse novo padrão gerou uma escalada nos preços do crédito, ultrapassando a marca de 200 reais.
O segundo semestre trouxe um fato novo: o adiamento da data de cumprimento da meta, definida por meio de decreto, o que gerou incertezas e causou uma queda acentuada nas transações e no valor negociado.
O fator político no Brasil causou instabilidade. A revisão do Renovabio também trouxe insegurança ao programa, o que é preocupante, pois afasta novos investimentos no setor de biocombustíveis, necessários para o atingimento das metas do programa no médio e longo prazo.
O mercado de Cbios fechou o ano de 2022 de forma atípica, também pelo adiamento da data de cumprimento da meta. Houve uma baixa aposentadoria de créditos e baixa negociação no mês de dezembro, uma vez que a data de cumprimento da meta de 2022 foi adiada, do último dia do ano para 30 de setembro de 2023.
Trigo e algodão, por David Silbiger
A Guerra na Ucrânia foi de longe o maior fator de influência no mercado do trigo, pois impactou diretamente dois países que são grandes produtores e exportadores da commodity.
A Argentina, outro grande produtor de trigo, também apresentou queda na produção devido à seca. Diante destes cortes na produção e os subsequentes aumentos de preços, os principais importadores se viram forçados a se adaptar.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Já o algodão teve outros fatores pautando os seus fundamentos. Maior exportador global, os EUA enfrentaram uma seca histórica que causou quebra de safra. Enquanto isso, outros importantes produtores, como China e Índia, também viram suas safras ameaçadas pelo clima.
Enquanto isso, o Brasil viu sua participação no mercado global da pluma aumentar. A alta no preço do petróleo também influenciou uma maior compra de algodão, já que tornou os sintéticos mais caros.
Outro ponto importante foram as sanções por parte dos EUA quanto ao algodão chinês, após denúncias de abusos dos direitos humanos, inclusive na indústria têxtil.
Café, por Natália Gandolphi
Em 2022, as questões climáticas marcaram as safras dos principais produtores: Brasil, Colômbia, Centrais e Vietnã, o que inicialmente marcou o mercado com um tom altista, devido ao déficit do ciclo 22/23. Porém, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, se iniciou um impacto baixista, com o mercado reagindo ao movimento de aversão ao risco e precificando a possibilidade de redução na demanda destes países.
Em conjunto a este cenário, com a frustração das expectativas de geada durante o inverno brasileiro, e o retorno das chuvas durante a primavera, ocorreu um aumento no otimismo em relação à safra 23/24 no país. Este fato derrubou o mercado no último trimestre. Para o arábica, os preços tiveram uma variação de -30% no ano, enquanto no robusta a variação foi de -20%.
No ciclo atual (22/23), que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023, é esperado um déficit de 1,9M scs, enquanto que para o próximo ciclo (23/24) o mercado de café tem potencial para retornar para um superávit, em 3,7M scs.
Soja e milho, por Pedro Schicchi
2022 já começou em uma tendência de alta dado o baixo nível de chuvas visto em dezembro e janeiro na América do Sul por conta do La Niña, o que impactou fortemente o resultado das safras brasileiras e argentinas. Com o início da guerra na Ucrânia, o milho encontrou mais um forte fundamento de suporte, dado que o país é o 4º maior exportador global do grão.
Ainda no primeiro semestre, a proibição das exportações do óleo de palma (que compete com o de soja) por parte da Indonésia e as preocupações com as safras americanas e europeias, por conta do clima seco, contribuíram para um cenário extremamente altista.
Contudo, já na metade de junho, a soja e o milho entraram em uma tendência de correção, que atingiu o mercado de commodities como um todo, muito por conta da aceleração do aperto monetário a nível global, devido aos altos índices de inflação. A elevação dos juros tende a impactar a demanda por grãos e oleaginosas tanto na economia “real”, por conta da desaceleração econômica, quanto do lado financeiro, dado que os investidores reduzem suas posições em commodities para aplicar em ativos menos arriscados.
Julho de 2022 também marcou o início do Acordo de Exportação de Grãos entre Rússia e Ucrânia, o que permitiu que as dezenas de milhões de toneladas de grãos estocadas nos portos ucranianos chegassem ao mercado global, contribuindo para a tendência baixista.
Após se aproximar das mínimas do ano em julho, os preços vêm se recuperando, dada a confirmação dos resultados decepcionantes das safras no hemisfério norte, que fazem com que o ciclo 22/23 seja mais um de estoques apertados a nível global.
Mais recentemente, as expectativas com relação à reabertura da economia chinesa, o fim do ciclo de aperto monetário por parte do Fed e as menores exportações americanas por conta da seca no rio Mississippi também têm contribuído para um cenário relativamente mais altista para os grãos e oleaginosas.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
Com tantas variações que afetam o mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
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