Estratégias de gestão de risco para se proteger das incertezas do mercado de açúcar
O Brasil é líder mundial na produção e exportação de açúcar. Quase todo o país conta com produção de cana-de-açúcar e os números da safra 22/23 deve subir ainda mais em 2023. Mas para se proteger contra as volatilidades do mercado e obter bons resultados, contar com uma boa estratégia de gestão de risco pode ser a solução.
Nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, a produção de cana-de-açúcar tem grande importância econômica. Apenas São Paulo foi responsável por mais de 40 bilhões de reais, em 2021 (IBGE). Cinco vezes mais do que o segundo estado do ranking, Minas Gerais.
Mas olhar só para o valor gerado, não necessariamente significa bons negócios. Na prática, o produtor precisa que o valor total da comercialização da commodity seja mais alto do que o investido naquela safra.
Para que os retornos sejam positivos, é preciso ter um cenário altista pela frente. Ou seja, perspectivas de que as cotações continuem se valorizando em um horizonte de tempo. E isso depende do valor do dólar e da oferta e demanda da commodity.
É por isso que utilizar estratégias de hedge podem ser a solução para se proteger e conseguir melhores resultados. Com a utilização de contratos futuros ou do mercado de opções, pode-se fixar um preço mínimo de negociação de preço e participar da alta do mercado.
Quem deseja usar esse tipo de estratégia no mercado de açúcar, tem dois caminhos: ou estudar muito o assunto ou contar com um parceiro que tenha especialistas no mercado de açúcar e financeiro ao mesmo tempo.
Perspectivas do mercado de açúcar em 2023, por especialistas
Para olhar para o futuro, precisamos construir uma linha do tempo recente. A quebra de safra brasileira em 2021 gerou escassez no mercado, principalmente quanto a qualidade de açúcar bruto, dando sustentação aos seus preços em meio a uma perspectiva de déficit para a safra 2021/2022 (out-set). Assim, o contrato nº 11 mantém-se acima da paridade de exportação indiana durante todo o ano de 2022, em aproximadamente 18.8c$/lb.
Esse nível de preços foi responsável por incentivar que os produtores asiáticos alterassem sua proporção de produção entre qualidades em favor do açúcar bruto. Essa tendência transferiu grande parte da escassez para o mercado de açúcar branco incentivando seus preços a atingirem patamares não vistos em mais de 5 anos.
Assim, de uma forma geral, o mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico. Com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o preço do refino na Europa – adicionando ainda mais suporte aos preços do adoçante.
No mercado do etanol, as principais mudanças vieram das alterações na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix maior que o esperado.
O clima também contribuiu para uma alta nos preços do açúcar no segundo semestre de 2022. Tanto as secas quanto as chuvas prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte.
Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira, amenizando os efeitos de uma deterioração das safras do Hemisfério Norte e contribuindo para um pequeno superávit em 2022/2023 (Out-Set).
Mas o mercado de açúcar também é bastante afetado por fatores externos ao seu próprio mercado, como pela conjuntura macroeconômica e o complexo de energia, não podendo ignorar seus movimentos.
Estratégias de hedge para ajudar os resultados financeiros
O mercado do açúcar, assim como outras commodities, é muito volátil. As incertezas existentes devido ao cenário político e econômico, nacional e mundial, mudam constantemente, influenciando a oferta e demanda por açúcar e derivados.
No etanol, as políticas para combustíveis exercem influência. Para produtores, o clima é extremamente importante e, apesar de poder ser previsto, não é evitável. Assim, é muito fácil entrar em más negociações e acabar obtendo prejuízos de todo o trabalho dedicado a uma safra.
Diante das incertezas do mercado, é importante buscar uma estratégia de hedge que a proteção, em qualquer que seja a etapa da cadeia. O que a hEDGEpoint oferece são produtos flexíveis para participar na alta dos preços, caso existam indícios de que o mercado vai subir. É possível garantir um preço mínimo de venda e participar da alta do mercado através de estruturas de opções, por exemplo, produto que a hEDGEpoint oferece.
hEDGEpoint Academy oferece cursos focados no mercado de açúcar
A hEDGEpoint Academy é o braço de educação da hEDGEpoint. São cursos que vão do nível iniciante ao avançado e foram construídos pelos especialistas da empresa. Além de módulos focados nos fundamentos e conceitos de hedge, existem os específicos para algumas commodities.
O mercado de açúcar, tão importante para a economia brasileira, já possui uma estrutura de cursos em três níveis: Iniciante, Intermediário e Avançado. Neles, são oferecidas técnicas para analisar o mercado com embasamento, além de ferramentas utilizadas para gerenciar riscos.
Os cursos são 100% online e podem ser acessados via celular, tablet ou computador, de qualquer lugar, afinal o objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento sobre hedge.
Há, ainda, uma opção para empresas, que são pacotes personalizados, montados especialmente com as abordagens que interessam ao grupo de pessoas que receberá as aulas.
Para saber mais sobre as trilhas de cursos, acesse hEDGEpoint Academy.
Para entrar em contato com nossos especialistas e saber mais sobre soluções em gerenciamento de risco, acesse hEDGEpoint Global Markets.
Governança e o papel do compliance no G de ESG
A sigla ESG surgiu em 2004, em uma publicação do pacto global da ONU, mas faz apenas alguns poucos anos que vem sendo amplamente utilizada e debatida no mundo corporativo, pressionando empresas a abordarem o tema não apenas interna, mas publicamente.
Juntando as iniciais das palavras Environmental (que se refere ao meio ambiente), Social (de tradução equivalente) e Governance (ou Governança, em português) o termo tem sido muito difundido recentemente principalmente por sua ligação com a sustentabilidade e a necessidade das empresas de demonstrarem sua preocupação com a causa.
Devido à urgência em combater as mudanças climáticas, tornou-se indispensável para uma empresa ter um plano de redução ou contenção de impactos e danos ambientais. Sendo este um tema tão emergente, a sigla acabou ficando muito ligada às questões de meio ambiente, mas na verdade ela tem um significado muito mais abrangente do que isso.
A expressão ESG trata do crescimento sustentável como um todo. Se antes era possível “crescer” ampliando os lucros da companhia ano após ano, hoje, aumentar apenas as cifras numéricas não é mais considerada uma evolução. A sociedade, o mercado e as pessoas cobram boas práticas dentro de parâmetros de gestão sustentável.
Se o “e” é a letra que se refere às questões de meio ambiente e o “s” às pessoas, diversidade e direitos humanos, o que afinal, significa o G de ESG?
O que significa G de ESG e qual sua importância
A última das três letras que formam a sigla ESG é a que mais traz dúvidas quanto ao significado e a aplicação. Basicamente, é importante entender que sem uma boa governança não será possível alcançar os objetivos de Environmental e de Social, pois é preciso foco e estratégia para empregar os recursos disponíveis da melhor forma e conseguir atingir as metas definidas.
Governança é o nome dado ao ato de governar, de definir os compromissos e atribuí-los aos respectivos responsáveis e desenhar os processos para as tomadas de decisão de uma organização.
Este sistema será o responsável por:
- Definir os valores, propósitos, e missão da organização;
- Avaliar e direcionar a gestão empresarial para estes objetivos;
- Debater e tomar as decisões estratégicas;
- Gerenciar riscos do negócio;
- Implementar e otimizar políticas, processos internos e controles.
Os atributos podem variar de uma empresa para outra, pois vai depender de qual o tamanho do negócio e em que área atua, mas para garantir que todos esses processos sejam estruturados e seguidos, de forma ética e transparente, o Compliance é um instrumento fundamental para a boa governança das organizações em todos estes pilares.
Compliance e Governança Corporativa andam lado a lado
Há muita confusão quanto às atribuições de governança e de compliance, mas, apesar de muitos acharem que é a mesma coisa, elas são, na verdade, complementares, na medida em que o Compliance é um dos mecanismos de uma boa Governança.
Se a Governança é o estabelecimento de todo esse sistema de gestão, o Compliance é um instrumento deste sistema para garantir que o funcionamento da empresa aconteça de forma alinhada com sua visão, missão e valores. Assim, garante que os processos sejam implementados para entregar valor aos clientes e gerar resultados aos acionistas e stakeholders. Tudo isso cumprindo leis, regulamentos, normas internas e processos, de maneira íntegra, ética e transparente.
Dessa forma, a equipe de Compliance trabalha em conjunto com os colaboradores, lideranças, fornecedores e parceiros incentivando, inspirando e os acompanhando para se certificar de que as ações estejam de acordo com o posicionamento da instituição.
Sendo assim, sua importância está intrinsecamente ligada à criação e manutenção da reputação e imagem da empresa, agindo preventivamente ao estruturar os mecanismos de uma boa governança, e de forma detectiva ao aplicar mecanismos de monitoramento para identificar e corrigir desvios.
Comprometimento ESG na hEDGEpoint
A hEDGEpoint está comprometida em desenvolver os aspectos ESG como parte da sua estratégia. Queremos promover as melhores práticas por meio de nossas atividades e da forma como fazemos negócios. Integridade e responsabilidade são dois dos valores que fazem parte da nossa essência, entre outros como compaixão, diversidade, excelência e inovação. Por isso, fazemos negócios levando em consideração os fatores ambientais, sociais e de governança e continuamos pensando em novas formas de contribuir para impactar positivamente as cadeias de commodities das quais fazemos parte.
(E) Environmental
Fazemos parte de uma cadeia que apoia o desenvolvimento local dos produtores e promove a segurança dos seus negócios e as melhores práticas ambientais pautadas nas práticas de ESG. A hEDGEpoint faz tudo isso por meio de uma gestão de risco adequada, da educação financeira e de insights que trazem informações importantes sobre diferentes setores agrícolas e energético.
O Compliance é parte fundamental deste processo, uma vez que, para se tornar uma empresa verde, é preciso estar em conformidade com a legislação ambiental e com as boas práticas de gestão dos recursos naturais. Existem diversas leis e regulamentos que tratam das questões ambientais e, hoje, o Compliance é um forte aliado na definição de estratégias adequadas, ao apoiar no gerenciamento de riscos legais e regulatórios, como forma de proteger os negócios para que os resultados sejam alcançados de forma sustentável.
(S) Social
A promoção das práticas de valorização à diversidade e equidade no ambiente de trabalho faz parte da cultura da hEDGEpoint. Para isso, queremos incentivar que essa discussão vá além da nossa empresa e possa contribuir para o desenvolvimento de toda a cadeia e da sociedade, e por isso promovemos o voluntariado por meio de programa de incentivo a ações em prol de comunidades em situação de vulnerabilidade e pretendemos lançar, em breve, atividades relacionadas ao combate à fome, desperdício de alimentos, consumo consciente, cidades sustentáveis, inovação social e educação. O Compliance apoia no desenvolvimento deste pilar ao buscar garantir mecanismos para a aplicação dos Direitos Humanos e das leis trabalhistas, bem como das práticas de diversidade e inclusão, em todos os processos da organização.
(G) Governance
Tendo como base as melhores práticas de ESG, a integridade e a responsabilidade são nossos valores, e são fundamentais no relacionamento da hEDGEpoint com todos os seus públicos: clientes, fornecedores, parceiros, instituições externas e funcionários. Para garantir a aplicação destes valores na prática, a governança traz, na gestão do nosso negócio, protocolos rígidos de classe mundial, políticas e código de conduta, além de uma estrutura organizacional adequada para garantir total conformidade com leis e regulamentos.
Para isso, o Compliance reforça a Governança Corporativa, ao prevenir, detectar e corrigir condutas ilícitas e erradicar quaisquer práticas que não estejam baseadas em nossos valores.
Em nosso site, é possível encontrar documentos que proporcionam transparência sobre quem somos e como agimos. Clique aqui e confira, ou saiba mais sobre a hEDGEpoint no nosso site.
Estiagem no Rio Grande do Sul: prejuízos para a agricultura e a economia local
O RS tem um importante papel no agronegócio brasileiro. A soja, o milho, o arroz e o trigo estão entre as principais commodities produzidas e exportadas pelo estado. Mas a estiagem no Rio Grande do Sul vem causando prejuízos aos agricultores.
Durante o verão, período crucial para o desenvolvimento da soja, o efeito La Niña prejudicou as plantações. Com clima quente e ausência de chuvas, os grãos semeados por volta de outubro e novembro de 2022 tiveram dificuldades para crescer e amadurecer até a época de colheitas, entre janeiro e abril.
Diante desse cenário, mais de 200 cidades do RS já decretaram situação de emergência. Mesmo com chuvas no radar e já se manifestando em algumas regiões, ainda é difícil visualizar um bom cenário para produtores.
Perdas e prejuízos estimados no RS
No Brasil, quatro estados são responsáveis por 70% da produção de grãos no país: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Entre eles, MT é o maior produtor e RS o quarto, no ranking nacional. Mesmo assim, a commodity é de grande importância para a economia do estado gaúcho.
Já são três anos seguidos de fenômeno La Niña no verão, período de crescimento da soja. Mas mesmo com a estiagem, as exportações de grãos do agronegócio brasileiro atingiram o maior valor da série histórica em 2022.
Isso porque houve queda no volume embarcado, mas aumento nos preços médios dos itens. A venda de trigo e o estoque de soja (da safra 20/21) compensaram a quebra de safra 21/22. Mas com a volta da seca no verão 22/23, já fica mais complicado ter estimativas de aumento, seja em volume ou em valores.
Como a precificação da soja depende também de oferta e demanda, quando há pouca oferta o preço pode subir. E nesse caso, o Centro-Oeste deve suprir as demandas, pois lá o clima é mais previsível e já se consolida uma nova safra recorde em 22/23.
Essa mesma safra de grãos no Rio Grande do Sul já estima perda de 50 a 60%. Se a produtividade esperada do milho de verão, por exemplo, era de 5 a 6 milhões de toneladas, devem ser colhidas cerca de 3 milhões.
Na soja, a expectativa de 22 milhões caiu para 15 milhões. E atualmente, se esse número se mantiver será uma excelente notícia. Olhando para os prejuízos financeiros, estima-se perda de 6 a 7 bilhões para a economia gaúcha.
Apesar de o principal impacto ser no bolso do agricultor, toda a cadeia econômica acaba sendo afetada. É um valor que deixa de chegar ao estado e circular no comércio, serviços e outros.
O que fazer para gerenciar os riscos no mercado agrícola?
No mercado de commodities, para minimizar os impactos é preciso fazer gestão de risco. Mas são diversos os tipos de riscos envolvidos, logo, existem diversas possibilidades de gerenciamento.
Uma prática muito comum no mercado de grãos é a realização de contratos a termo. Quando o produtor de soja investe em insumos para a próxima safra, ele vende parte dessa safra travando o preço futuro para obter na hora o valor que precisa.
O problema disso é que há um compromisso com a entrega física do produto. E com as quebras de safra que vêm acontecendo, pode não haver produto suficiente para entregar a este comprador. No RS, já houve casos de um produtor precisar comprar soja de outro para poder entregar ao comprador.
É aí que entra a estratégia de hedge como uma possível alternativa para reduzir prejuízos. Pois apesar de também travar um preço para a commodity, os contratos são realizados em bolsa.
Como usar estratégias de hegde no mercado de commodities?
As estratégias de hedge surgem como um novo patamar de negociação para o agricultor. É uma opção onde o produtor pode encontrar mais tranquilidade para negociar sem tanta pressão para a entrega final.
Uma das grandes vantagens é que não há comprometimento físico. Ou seja, os valores são negociados a partir da bolsa de valores de Chicago, e não em contraparte de produtos. Assim, se a safra não atingir a expectativa desejada, basta desfazer o contrato.
Além disso, é uma forma para se precaver das instabilidades do clima e das taxas de câmbio. Ou seja, uma boa estratégia de hedge pode ser a chave para um gerenciamento de riscos eficaz, evitando surpresas desagradáveis em sua programação financeira.
A melhor opção para entrar neste universo é contar com um parceiro que possua vasto entendimento no mercado agro e, ao mesmo tempo, no financeiro. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas do mercado agro com produtos em gestão de risco para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros e seus derivativos.
Estamos presentes globalmente, sempre prontos para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um consultor para saber mais sobre como utilizar estes instrumentos a favor dos seus negócios.
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Guerra na Ucrânia: os principais impactos no mercado de commodities
No dia 20 de fevereiro de 2022, um evento chocou o mundo. Foram os primeiros ataques russos à Kiev, capital ucraniana, e outras áreas. Um ano depois, a Guerra na Ucrânia já trouxe diversos desafios ao mercado de commodities e algumas mudanças.
A partir das dificuldades que se apresentaram, soluções foram propostas, novos acordos surgiram, e assim o mercado foi se modificando. Além de todas as tragédias consequentes de uma guerra, os prejuízos econômicos afetam principalmente os dois países envolvidos.
Com isso, outros países entram em cena para suprir as demandas deixadas e acabam sendo beneficiados. Foi o que aconteceu com outros fornecedores das mesmas commodities das quais Rússia e Ucrânia eram grandes fornecedoras.
Nossos especialistas nas principais commodities afetadas fizeram um overview dos principais acontecimentos deste um ano de guerra. Olhamos para os impactos, prejuízos e mudanças que ocorreram.
Impacto da Guerra na Ucrânia no mercado de grãos
É claro que quando dois grandes países estão passando por uma guerra, muitos mercados serão afetados de muitas formas. Com o mundo globalizado, todo o comércio internacional está entrelaçado de maneira que, se um grande player vê o seu fluxo alterado, acaba afetando todo o resto do mundo em efeito cascata.
No caso desse conflito, o principal mercado agrícola afetado foi o de grãos, especialmente o trigo. A Rússia é o maior exportador mundial da commodity e a Ucrânia ocupa o quarto lugar nesse ranking. Juntos, os países são responsáveis por 30% da exportação de trigo global.
Até mesmo o Brasil, que assiste a uma alta da sua produção e caminha em direção à autossuficiência, ainda precisa importar entre 50-60% de todo o trigo que consome. Nosso maior fornecedor é a Argentina, sétimo maior produtor mundial. Mas o exemplo mostra o impacto, já que outros países, principalmente os que não produzem, são muito dependentes da Rússia e Ucrânia nesse sentido.
Com o conflito, o preço do trigo registrou, em 2022, a maior alta de preços da série histórica. Os preços internacionais do trigo tiveram aumento de 76% acima da média de fevereiro, segundo o Ipea. Com isso, houve incentivo para maior produção no Brasil, mas poucos produtores conseguiram adaptar suas produções para realizar a mudança.
Diante dessa situação, Rússia e Ucrânia assinaram um acordo em julho para a criação de um corredor marítimo para exportação de grãos. Supervisionado pela Turquia e pelas Nações Unidas, o “corredor de grãos”, como ficou conhecido, ajudou a dar alívio à crise alimentar.
Com seis meses de atividades, 19 milhões de toneladas de produtos agrícolas já embarcaram no porto de Odesa, no Mar Negro.
Impactos no mercado de energia
Logo que a guerra começou, uma das grandes preocupações foi com o fornecimento de energia para a Europa, principalmente de gás natural e petróleo. A Rússia é o maior fornecedor do continente e, além das dificuldades de negociações e logística de um país em guerra, houve sanções impostas aos produtos russos.
Mas a preocupação foi maior que a realidade. Como o inverno na Europa não foi tão frio como os anteriores, a produção própria, e a importação de outros players, deu conta de suprir a necessidade. E quanto ao petróleo, os Estados Unidos conseguiram atender à demanda através de estoques que possuíam.
Durante o ano, a oscilação do preço de petróleo foi uma das maiores desde a grande crise de 2008. Logo que a guerra iniciou, o preço disparou subindo em 20%. Ao longo do ano, foram altos e baixos e a instabilidade é que reinou. No Brasil, o cenário político tornou o mercado de energia ainda mais imprevisível.
Ainda não há expectativa de um fim à guerra na Ucrânia. Mesmo que se chegue a um acordo, deve levar um bom tempo para que tudo se estabilize e volte ao que era antes – se é que tem como voltar, pois algumas mudanças do período vieram para ficar.
Como se proteger das oscilações no mercado de commodities?
Como vimos, o mercado de commodities é muito instável. Mesmo quando não está sendo impactado por um conflito internacional, o cenário político e econômico do Brasil e do exterior influenciam na formação de preço. Assim como as taxas de câmbio, que também oscilam muito.
Com tantas variações, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar estratégias de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities.
A hEDGEpoint une o conhecimento de especialistas em gestão de risco por meio de tecnologias e produtos personalizados para oferecer sempre a melhor experiência.
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Soja: como gerenciar riscos da produção à comercialização
A soja é atualmente a commodity agrícola mais produzida e exportada pelo Brasil. E, não poderia ser diferente, o país é o maior exportador e produtor do mundo. Estão no ranking, em seguida, Estados Unidos, Argentina, China e Índia.
São diversos os pontos favoráveis para que o Brasil se destaque. Um deles é o clima quente e úmido, apesar da instabilidade em algumas regiões. Em estados do Centro-Oeste, onde as chuvas são mais previsíveis, a incerteza quanto à produtividade é menor.
Mas em estados como o Rio Grande do Sul, por exemplo, onde as temperaturas variam muito e as chuvas são imprevisíveis, o clima requer mais atenção e preocupação. No momento, por exemplo, o estado passa por uma seca, podendo haver uma redução na produção esperada.
Porém, a imensidão do país é outro ponto a favor. O vasto território brasileiro oferece muita área para plantio. E ela vem aumentando. Espaços que já foram pasto e hoje são improdutivos para a criação de animais, se tornam campos de soja.
Assim, o Brasil vem se transformando nessa potência no mercado da soja. Mas, quanto maior o crescimento, mais necessário se torna o conhecimento para administrar, negociar, lucrar e gerenciar riscos.
Como funciona a produção de soja no Brasil?
A produção brasileira de soja tem características bem específicas. Uma delas é o calendário de safra. A soja de verão começa a ser plantada em setembro e vai até final de novembro. A soja se desenvolve no período mais quente do verão e começa a ser colhida no primeiro trimestre do ano seguinte, dependendo de quando foi plantada e de qual região do país.
O que acontece de diferente dos outros países, é que junto com a colheita de soja, ocorre o plantio de milho de inverno. Ou seja, o produtor, principalmente no Centro-Oeste, não precisa escolher entre milho ou soja.
Já nos Estados Unidos e na Argentina, os produtores costumam optar pelo que estiver valendo mais a pena.
Outro ponto que influencia o mercado nacional é a logística. Os principais estados produtores de soja são Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Nem todos eles estão próximos a portos e hidrovias. Ou seja, no Brasil há muito transporte rodoviário, por caminhões, e assim o valor dos combustíveis, principalmente do diesel, acaba afetando muito no preço final.
Os números projetados para a safra 22/23 preveem 153 milhões de toneladas , segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso significa um crescimento de 22,2% em relação ao ciclo anterior. Mas os números de produção não significam necessariamente bons lucros para os produtores.
Para aumentar as possibilidades de melhores margens de lucros, é preciso estar atento aos riscos do mercado e saber como se precaver.
Quais são os riscos existentes no mercado da soja?
Antes de falar em gerenciamento, é preciso entender quais são os tipos de risco existentes no mercado de commodities. Existem os sistêmicos e os não sistêmicos. Sistêmicos, significa que englobam toda a cadeia de suprimentos, e não sistêmicos, dizem respeito à realidade de cada um e não necessariamente vão afetar toda a cadeia.
Os não sistêmicos, são aqueles considerados incontroláveis e que normalmente não estão diretamente ligados às transações financeiras. Podemos citar como os principais os riscos climáticos e os operacionais (falha humana, problemas com maquinário, enfim, que envolvem a operação).
E por sistêmicos, podemos compreender aqueles que podem levar a um efeito bola de neve. Quando afeta uma parte da cadeia, provavelmente acabará afetando toda ela.
Entre os riscos sistêmicos, podemos nomear dois tipos principais: os de mercado/preço e os de crédito/da contraparte.
Os riscos de crédito abrangem aqueles em que uma das partes acaba não honrando suas obrigações estabelecidas em contrato. Aqui entram questões como não cumprimento de prazo, não entrega do produto, pagamento atrasado, entre outros.
Para problemas desta natureza, a melhor forma de se precaver é por meio de recomendações, busca de referências de quem se compra ou vende, levantamento do histórico do contratante ou contratado e de outras informações que tornem a transação mais segura.
Já o risco de mercado é o que diz respeito à variação de preços. Como são definidos internacionalmente, são muitos os aspectos que influenciam, pois depende da situação da economia mundial.
Como é a formação de preço da soja?
O preço das commodities em geral são determinados pela oferta e procura internacional – mesmo quando a distribuição fica em solo nacional. Isso porque a demanda gera competição tanto entre os países que produzem quanto pelos que consomem.
Sendo assim, a Bolsa de Chicago, nos EUA, é a principal referência da formação de preços de grãos, pois é por lá que é feita a maioria das negociações de compra e venda de grãos.
Já o preço FOB (Free on Board) indica o preco da commodity dentro do navio no porto. Ele é resultante do preço da bolsa mais o prêmio de exportação, entre outros custos.
Por isso, o risco de mercado está muito relacionado à variação cambial, pois ela pode influenciar não apenas uma, mas diversas vezes na definição de preço de uma mesma commodity – por exemplo, o valor na hora de se prepararpara a próxima safra, nacompra de insumos, importação de suprimentos e, é claro, a cotação no momento da venda.
Essas variações até podem acabar gerando lucro quando a cotação do dólar está maior no momento da venda, em comparação ao período de investimentos, mas para isso ocorrer é preciso contar com a sorte.
Para não ficar à mercê do azar, é preciso fazer gerenciamento de riscos. Hoje, existem no mercado recursos para se proteger da volatilidade, tanto do risco de preço como do risco cambial, e se prevenir de surpresas, garantindo bons negócios.
Como se proteger da volatilidade do mercado de soja?
Desenvolver uma boa política de hedge pode ser a chave para evitar surpresas desagradáveis no seu orçamento. Mas, para isso, é preciso entender as ferramentas de derivativos disponíveis no mercado de forma a escolher e aplicar as melhores alternativas de acordo com a estratégia e resultado almejado.
Por isso, a melhor opção para enfrentar esses riscos é contar com um parceiro que possua vasto entendimento de produtos de derivativos e de mercado, tanto cambial como da commodity. Somente a partir de uma visão ampla de um contexto tão complexo e do mercado global será possível tomar as melhores decisões.
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Mercado futuro e mercado de opções: os benefícios e vantagens de cada um
O mundo financeiro permite a utilização de variadas técnicas e práticas de negociações. Entre elas, estão o mercado futuro e o mercado de opções. Ambos possuem suas vantagens, desde que usados da melhor maneira e quando apropriado.
O mercado de commodities é conhecido por ser volátil e oferecer grandes oportunidades para ganhos, mas também grandes riscos. Por esse motivo, muitos buscam alternativas para mitigar o risco e aproveitar as oportunidades deste mercado. É aí que entram os mercados futuro e de opções.
Esses dois tipos de operações estão entre os produtos oferecidos pela hEDGEpoint. Para a especialista em hedge, mercado futuro e de opções são algumas das ferramentas disponíveis. Nesse post, explicaremos mais sobre cada um.
O que são mercado futuro e mercado de opções?
Mercado futuro é um tipo de operação em que se pode negociar contratos de compra ou venda de ativos financeiros, como commodities, moedas, ações, índices etc, a um preço acordado hoje, para entrega ou pagamento em uma data determinada. O objetivo é fixar preços para os ativos e minimizar o risco de variações de preços.
Além disso, o mercado futuro também pode ser utilizado como uma forma de especular previsões de preço de uma commodity. Este mercado é amplamente utilizado em commodities como petróleo, gás natural e soja.
O mercado de opções é semelhante, mas oferece mais flexibilidade. Enquanto o mercado futuro obriga as partes a comprar ou vender uma commodity a um preço fixo em uma data futura, o mercado de opções oferece aos compradores o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender uma commodity a um preço fixo em uma data futura. Isso significa que o comprador de uma opção pode escolher se deseja ou não exercer o seu direito de compra ou venda.
O mercado de opções também oferece a oportunidade de obter lucros potenciais através da especulação sobre o preço futuro da commodity. Este mercado é amplamente utilizado em commodities como petróleo, gás natural, café, cacau e milho.
A principal diferença entre os dois é que, no mercado futuro, o contrato é feito entre as partes e o acordo está acertado. Sendo assim, as partes são obrigadas a comprar ou vender o ativo ao preço acordado. Já no mercado de opções, há a possibilidade de escolher exercer ou não o direito de comprar ou vender o ativo.
As opções são geralmente utilizadas como forma de proteção contra flutuações de preços indesejáveis, ou como uma forma de especulação. Por exemplo, se alguém acredita que o preço do petróleo vai subir, ele pode comprar uma opção de compra de petróleo a um preço fixo. Se o preço do petróleo realmente subir, ele pode exercer seu direito e comprar petróleo a um preço mais baixo do que o operado no mercado.
Quais são os benefícios em cada um desses mercados?
Cada mercado tem seus próprios benefícios. O mercado futuro permite aos envolvidos na transação minimizar o risco de variações de preços e garantir preços futuros para os ativos. O de opções oferece mais flexibilidade.
Ambos são alternativas úteis para quem busca proteção contra o risco e oportunidades no mercado de commodities. Cada um desses mercados pode ser aplicado em diferentes produtos, dependendo das necessidades e objetivos de cada um.
É importante notar que ambos os mercados exigem conhecimento e compreensão profundos da dinâmica do mercado de commodities, bem como de seus próprios riscos e oportunidades. Por esse motivo, é recomendável que sempre se busque aconselhamento profissional antes de fazer uso.
Como começar a trabalhar com mercado futuro e de opções?
Se você trabalha com commodities, sabe como este mercado é volátil. Em meio a tantas variações, é importante contar com um planejamento que ofereça segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para quem trabalha na cadeia de commodities. Especialista na área, a hEDGEpoint oferece produtos de hedge, incluindo serviços relacionados a mercado futuro e de opções.
A hEDGEpoint une o conhecimento de especialistas em gestão de risco por meio de tecnologias e produtos personalizados para oferecer sempre a melhor experiência.
Entre em contato com um de nossos profisisonais para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
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O que esperar do mercado de commodities em 2023?
Se o ano de 2022 foi marcado pela volatilidade, o mercado de commodities em 2023 exige grande atenção aos movimentos globais. Acontecimentos do ano passado podem continuar impactando este ano. Além disso, há fatores imprevisíveis e os climáticos, que agem diretamente nas commodities.
A instabilidade geral evidencia a necessidade de uma estratégia de gerenciamento de riscos. Por isso, a equipe de especialistas da hEDGEpoint elaborou este conteúdo com perspectivas para o mercado agrícola e energético.
Cenário macroeconômico em 2023
Quem acompanha a economia, sabe que 2022 foi um ano histórico em relação às políticas monetárias. Bancos centrais de todo o mundo se viram obrigados a tomar decisões para combater a inflação. Assim, as taxas de juros se elevaram para os níveis mais altos dos últimos 40 anos.
Esta situação nos países desenvolvidos preocupa os produtores de commodities. Isto porque taxas altas normalmente enfraquecem a propensão a consumo – o que pode desencadear em menos importações.
A Guerra na Ucrânia, que não apresenta evidência de uma resolução próxima, continuará gerando impactos principalmente a Europa. Para compensar a falta do gás canalizado, a região passou a importar GNL, porém foi mais um fator de inflação.
Empresas do setor de fertilizantes estão apostando em investimentos na Ásia, devido aos altos custos de energia na Europa. Fatores como este sugerem que a economia da região poderá ter um desempenho abaixo do esperado em 2023.
O acontecimento que tem gerado grande expectativa para todo o mercado de commodities é a reabertura da China. Por ser um grande importador de commodities, o reaquecimento da economia chinesa traz otimismo ao mercado, soja e milho, por exemplo, que são as commodities mais associadas ao país, devem ter grande influência chinesa em 2023.
2023 para o setor de Energia
O mercado de óleo e gás teve um ano marcante. A invasão da Ucrânia fez com que choques de oferta fossem observados, à medida que países perderam acesso a produtos em função das sanções à Rússia.
Assim, houve baixo fluxo de gás russo para a Europa e os preços de commodities energéticas ficaram extremamente voláteis. O Brent quase atingiu US$140/bbl no início de 2022, mas fechou o ano em US$80/bbl.
2023 não deve ser muito diferente, mas há fatores que exigem cautela. Há o risco de uma recessão estar a caminho no Ocidente e a reabertura da China, que pode aumentar as exportações para regiões onde os estoques estão apertados.
O mercado de energia este ano desempenhará um papel crucial na dinâmica global da inflação. Especialmente se a volta da China se tornar mais forte do que inicialmente prevista, compensando os impactos de uma provável retração econômica em alguns países do ocidente.
Perspectivas para o mercado agro em 2023
No mercado de commodities agrícolas, os mesmos acontecimentos influenciaram em 2022 e impactarão 2023. A guerra da Ucrânia tem grandes efeitos no mercado de commodities como trigo, por exemplo, pois o país é um dos maiores exportadores.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Outro ponto que impacta diretamente no mercado agro é o clima. Há grande probabilidade de acontecer o fenômeno El Niño. Mesmo que seja possível prever, não é possível evitá-lo e, caso ocorra, deve afetar safras 23/24.
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No mercado do açúcar, a expectativa é positiva para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que já se inicia em abril 2023, o que deve contribuir para a disponibilidade do adoçante no mercado global dentro de um contexto de deterioração das safras do Hemisfério Norte.
No caso do café, há perspectivas de melhora da produção de 23/24, trazendo expectativa de superávit. É esperada uma produção global de 172,8M scs e demanda global de 174,78M scs no ciclo atual, que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023.
Na soja, a produção total de 22/23 provavelmente será recorde devido ao Brasil (que estimamos em 150M ton vs 153M ton do USDA) ajudado por uma melhor produção no Paraguai.
Os números do USDA apontam para um superávit global um tanto confortável. Mas no Brasil, o clima será uma variável fundamental, principalmente entre março e junho, após o plantio de fevereiro e março.
O novo governo também não deixou muito claro os próximos passos em relação à agricultura, especialmente a soja. E, com certeza, a reabertura da China é um fator de grande influência, pois o país é o maior consumidor mundial do grão.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
Com tantas variações que afetam o instável mercado de commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar a estratégia de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities. Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas com soluções em gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
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Mercado de petróleo: cenário atual e perspectivas futuras
O petróleo é uma das commodities mais importantes da atualidade. Ele é a base para diversas atividades industriais da nossa sociedade devido a sua capacidade de refino, principalmente, em forma de combustível automotivo, como a gasolina e o diesel.
Para entender a importância do petróleo para a economia do Brasil e do mundo, precisamos lembrar que ele é um recurso natural não renovável e encontrado apenas em alguns pontos do globo. Isso se deve ao fato dele ser composto por moléculas de carbono e hidrogênio derivadas de materiais orgânicos acumulados abaixo da superfície em condições específicas de pressão e isolamento.
Além desses fatores, sua extração é um procedimento complexo, realizado por plataformas petrolíferas que possuem a missão de perfurar o solo para extrair esse óleo necessário para as atividades do setor de transportes e energia, que é utilizado também como matéria-prima na fabricação de plásticos, tintas, borrachas sintéticas e alguns outros produtos.
Devido a sua importância para o abastecimento de energia, o petróleo é estratégico na geopolítica. De maneira geral, podemos dizer que os países mais atuantes no mercado dessa commodity são aqueles que possuem reservas amplas do material em seu território ou aqueles que são grandes consumidores.
Atualmente, os Estados Unidos ocupam a posição de maiores produtores de petróleo do mundo. BP Statistical Review of World Energy, considera petroleum – que é petróleo +alguns gases. Só petróleo os EUA produzem algo próximo de 12.2M bpd. Mesmo na ótica de só petróleo ele continua sendo o maior produtor a partir de dados de 2021. O consumo de petróleo dos EUA diário dos EUA é de 14.9M bpd. De derivados, quase 20M bpd.
Em segundo lugar, estão a Arábia Saudita e a Rússia com uma produção de 10,9 milhões de barris por dia. Já a China aparece na sexta posição do ranking, com 3,9 milhões. O Brasil fica em nono lugar nessa lista, com 2,9 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente, segundo os números de 2021 da BP Statistical Review of World Energy.
Panorama do mercado de petróleo em 2022
O ano de 2022 foi marcado pela alta volatilidade nos mercados de commodities e o petróleo não ficou de fora desse cenário. Durante esse período, as restrições de oferta e uma possível desaceleração do ocidente movimentaram os preços e as negociações.
Preços do petróleo tiveram suporte em função da baixa oferta global. Também pela retomada da demanda a partir do fim das medidas de restrição de mobilidade social na maioria dos países, após a fase mais crítica da crise sanitária da Covid-19.
Chegamos a observar o preço do barril ser negociado a 140 dólares, influenciado pelas incertezas que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia geraram no mercado a partir de fevereiro. Aliás, este conflito teve papel fundamental nos acontecimentos do ano de modo geral.
De acordo com a avaliação de Heitor Paiva, um dos especialistas da hEDGEpoint no mercado de energia, nesse contexto de guerra as empresas que tinham oferta de petróleo, principalmente a Petrobrás e outros menores, tiveram ganhos positivos, com altos dividendos que animaram a indústria. Por outro lado, o conflito também deu origem a uma inflação doméstica.
Nos últimos meses do ano, o valor do barril de petróleo retrocedeu para 80 dólares com o endurecimento da atuação dos bancos centrais dos países desenvolvidos, com destaque para o Federal Reserve (Fed).
Quais as perspectivas para o petróleo em 2023?
A reabertura da China é certamente o fator mais importante para este mercado no momento, segundo Heitor. Sua economia deve voltar à normalidade já no segundo trimestre de 2023.
O mercado está muito otimista principalmente em relação à demanda, que com certeza aumentará. Além disso, poderá aumentar a demanda pelos derivados e por gás natural também. Lembrando que o preço do petróleo já está em alta neste início de ano.
Outra expectativa (e temor) é de que possa haver uma recessão global. A alta de juros pelos bancos centrais tem feito com que traders e participantes do mercado esperassem por uma retração no consumo de petróleo e derivados.
A guerra entre Rússia e Ucrânia ainda pode ter desdobramentos inesperados e impactar o mercado de energia. Por isso, também é uma importante pauta para acompanhar em 2023.
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Como se proteger da volatilidade do mercado de petróleo?
Em meio a tantas variações no mercado de petróleo, derivadas de fatores geopolíticos e macroeconômicos, é extremamente importante contar com um planejamento que ofereça segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
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Especialistas da hEDGEpoint avaliam 2022!
O ano de 2022 foi atípico para o mercado de commodities, assim como para tantos outros. Depois de dois anos tão afetados pela pandemia – 2020 e 2021 – o último ano foi aquele em que o Coronavírus passou a reduzir seu impacto nos negócios.
Porém, não podemos dizer que as coisas voltaram a se estabilizar, pois outros eventos exerceram grandes influências no mercado. Foi o caso da Guerra na Ucrânia, das questões políticas e período de eleições no Brasil e mudanças climáticas.
Nossos especialistas fizeram um balanço de como foi o ano de 2022 para cada commodity. Confira abaixo.
Energia, por Heitor Paiva
Volátil é a palavra que define o mercado de óleo e gás em 2022. O petróleo chegou a ser negociado por 140 dólares o barril, após a invasão russa. Já nos últimos meses, o preço foi a 75 dólares, em função de expectativas de uma recessão à frente.
A Guerra na Ucrânia teve papel fundamental nos acontecimentos do ano, pois com a redução de oferta, houve alta no preço do petróleo, gás e combustíveis. Para os produtores de óleo, os ganhos foram positivos. Para consumidores, nem tanto. Investidores do ramo nunca receberam dividendos tão largos – mesmo que ao custo do investimento da própria empresa em aumentar a sua capacidade de produção.
Para este ano, a expectativa (e temor) é de que possa haver uma recessão global. A alta de juros pelos bancos centrais tem feito com que traders e participantes do mercado esperem por uma retração no consumo de petróleo e derivados.
Outro fator que gera expectativa é a reabertura da China, que deve voltar à normalidade no segundo trimestre de 2023. Isso pode adicionar demanda por petróleo, derivados e gás natural.
Açúcar, por Lívea Coda
O mercado de açúcar encontrou suporte no aperto do mercado físico impulsionado pela quebra da safra brasileira em meados de 2021. A falta do maior fornecedor de açúcar bruto levou os principais participantes do Hemisfério Norte, Índia e Tailândia, a focar na produção desta qualidade. Além disso, com a Guerra na Ucrânia o preço do gás subiu, elevando o custo do refino na Europa, adicionando ainda mais suporte aos preços do açúcar, em especial do branco e, portanto, criou-se um suporte ao Prêmio do Branco. A recuperação parcial da safra brasileira de 22/23 (abr-mar) combinada ao aperto nos fluxos comerciais, que aumentou o diferencial pago por essa origem, trouxe mais lucro ao produtor brasileiro.
No mercado do etanol brasileiro, as principais alterações vieram das mudanças na tributação, que levou o etanol hidratado a perder competitividade tanto na bomba quanto contra o açúcar, resultando em mix de açúcar maior que o esperado inicialmente, quando o hidratado se encontrava no mesmo patamar de preços que o adoçante.
O clima também contribuiu para a manutenção da alta no açúcar no final do segundo semestre. Tanto secas quanto chuvas em excesso prejudicaram produtores de todo o mundo, principalmente do hemisfério norte. Para 2023, o clima tem se mostrado positivo para o desenvolvimento da próxima safra brasileira que se inicia em abril 2023, fortalecendo a expectativa de superávit para o balanço global em 22/23 (out-set).
Cbios, por Yuri Renni
Foi um ano de mudanças no mercado de Cbios com dois períodos bem-marcados. No primeiro semestre, houve uma antecipação da compra de créditos que costumavam se concentrar no final do ano, próximas à data de cumprimento da meta. Esse novo padrão gerou uma escalada nos preços do crédito, ultrapassando a marca de 200 reais.
O segundo semestre trouxe um fato novo: o adiamento da data de cumprimento da meta, definida por meio de decreto, o que gerou incertezas e causou uma queda acentuada nas transações e no valor negociado.
O fator político no Brasil causou instabilidade. A revisão do Renovabio também trouxe insegurança ao programa, o que é preocupante, pois afasta novos investimentos no setor de biocombustíveis, necessários para o atingimento das metas do programa no médio e longo prazo.
O mercado de Cbios fechou o ano de 2022 de forma atípica, também pelo adiamento da data de cumprimento da meta. Houve uma baixa aposentadoria de créditos e baixa negociação no mês de dezembro, uma vez que a data de cumprimento da meta de 2022 foi adiada, do último dia do ano para 30 de setembro de 2023.
Trigo e algodão, por David Silbiger
A Guerra na Ucrânia foi de longe o maior fator de influência no mercado do trigo, pois impactou diretamente dois países que são grandes produtores e exportadores da commodity.
A Argentina, outro grande produtor de trigo, também apresentou queda na produção devido à seca. Diante destes cortes na produção e os subsequentes aumentos de preços, os principais importadores se viram forçados a se adaptar.
Por outro lado, altos níveis de produção no Brasil, Rússia e Austrália trouxeram mais alívio pelo lado da oferta, assim como o Acordo do Corredor de Grãos na Ucrânia e sua renovação até o primeiro trimestre de 2023.
Já o algodão teve outros fatores pautando os seus fundamentos. Maior exportador global, os EUA enfrentaram uma seca histórica que causou quebra de safra. Enquanto isso, outros importantes produtores, como China e Índia, também viram suas safras ameaçadas pelo clima.
Enquanto isso, o Brasil viu sua participação no mercado global da pluma aumentar. A alta no preço do petróleo também influenciou uma maior compra de algodão, já que tornou os sintéticos mais caros.
Outro ponto importante foram as sanções por parte dos EUA quanto ao algodão chinês, após denúncias de abusos dos direitos humanos, inclusive na indústria têxtil.
Café, por Natália Gandolphi
Em 2022, as questões climáticas marcaram as safras dos principais produtores: Brasil, Colômbia, Centrais e Vietnã, o que inicialmente marcou o mercado com um tom altista, devido ao déficit do ciclo 22/23. Porém, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, se iniciou um impacto baixista, com o mercado reagindo ao movimento de aversão ao risco e precificando a possibilidade de redução na demanda destes países.
Em conjunto a este cenário, com a frustração das expectativas de geada durante o inverno brasileiro, e o retorno das chuvas durante a primavera, ocorreu um aumento no otimismo em relação à safra 23/24 no país. Este fato derrubou o mercado no último trimestre. Para o arábica, os preços tiveram uma variação de -30% no ano, enquanto no robusta a variação foi de -20%.
No ciclo atual (22/23), que vai de outubro de 2022 a setembro de 2023, é esperado um déficit de 1,9M scs, enquanto que para o próximo ciclo (23/24) o mercado de café tem potencial para retornar para um superávit, em 3,7M scs.
Soja e milho, por Pedro Schicchi
2022 já começou em uma tendência de alta dado o baixo nível de chuvas visto em dezembro e janeiro na América do Sul por conta do La Niña, o que impactou fortemente o resultado das safras brasileiras e argentinas. Com o início da guerra na Ucrânia, o milho encontrou mais um forte fundamento de suporte, dado que o país é o 4º maior exportador global do grão.
Ainda no primeiro semestre, a proibição das exportações do óleo de palma (que compete com o de soja) por parte da Indonésia e as preocupações com as safras americanas e europeias, por conta do clima seco, contribuíram para um cenário extremamente altista.
Contudo, já na metade de junho, a soja e o milho entraram em uma tendência de correção, que atingiu o mercado de commodities como um todo, muito por conta da aceleração do aperto monetário a nível global, devido aos altos índices de inflação. A elevação dos juros tende a impactar a demanda por grãos e oleaginosas tanto na economia “real”, por conta da desaceleração econômica, quanto do lado financeiro, dado que os investidores reduzem suas posições em commodities para aplicar em ativos menos arriscados.
Julho de 2022 também marcou o início do Acordo de Exportação de Grãos entre Rússia e Ucrânia, o que permitiu que as dezenas de milhões de toneladas de grãos estocadas nos portos ucranianos chegassem ao mercado global, contribuindo para a tendência baixista.
Após se aproximar das mínimas do ano em julho, os preços vêm se recuperando, dada a confirmação dos resultados decepcionantes das safras no hemisfério norte, que fazem com que o ciclo 22/23 seja mais um de estoques apertados a nível global.
Mais recentemente, as expectativas com relação à reabertura da economia chinesa, o fim do ciclo de aperto monetário por parte do Fed e as menores exportações americanas por conta da seca no rio Mississippi também têm contribuído para um cenário relativamente mais altista para os grãos e oleaginosas.
Como se proteger da volatilidade do mercado de commodities?
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