Tecnologia: tendências e relevância no mercado de commodities
Muitas mudanças estão ocorrendo no mercado de commodities, como a relevância cada vez maior dos avanços tecnológicos. Atualmente, as empresas investem em tecnologia e inovação para promover agilidade e flexibilidade em todas as áreas, juntamente com soluções focadas em segurança. A digitalização já é uma realidade importante nos modelos de negócio dos mais diversos setores, trazendo eficiência nas operações.
A tecnologia proporciona acessibilidade, o recebimento de dados mais assertivos e a aplicação de funcionalidades que contribuem para gerar uma melhor experiência ao cliente. Além disso, oferece mais confiança na tomada de decisões estratégicas.
Outra questão fundamental na tecnologia é a preocupação com a segurança cibernética, campo de estudo e práticas que envolvem a proteção de sistemas de computadores, redes, dispositivos eletrônicos e dados contra ameaças cibernéticas. O objetivo é prevenir o acesso não permitido, o uso indevido, a divulgação não autorizada ou a destruição de informações confidenciais, por exemplo. Enio Nagae, Head de Tecnologia da hEDGEpoint, pontua a relevância:
“É crescente o número de organizações que sofrem ataques cibernéticos. Por isso, é fundamental que as empresas disponibilizem as informações de forma segura, de modo conectado e digitalizado”.
Segurança cibernética para prevenir ameaças
As empresas precisam garantir a segurança cibernética. Existe grande preocupação em relação aos ataques cibernéticos porque a maioria afeta áreas estratégicas do negócio, podendo paralisar operações e causar danos financeiros significativos.
Com investimento em segurança cibernética, as companhias podem lidar com os riscos que surgem devido ao aumento de dispositivos e sistemas conectados on-line. É crescente a quantidade de recursos que são direcionados para construir uma infraestrutura inteligente, capaz de prevenir as ameaças e gerenciar os acessos. A contratação de especialistas em segurança da informação é outra prioridade.
Só para você ter ideia da importância desta questão, uma pesquisa realizada pela KPMG entrevistou mais de 450 profissionais de segurança cibernética e Tecnologia da Informação (TI). Cerca de 80% deste número relatou preocupação com algum tipo de ameaça. Já um estudo da Global Digital Trust Insights Survey, realizado em 2022, apontou que 8 a cada 10 empresas no Brasil afirmam que irão investir em segurança cibernética.
Plataformas de nuvem: proteção e integração de dados
Uma pesquisa da Gartner, empresa global de dados e análises, revela que, em 2027, 50% das organizações usarão plataformas de nuvem para potencializar suas atividades no mercado. A busca por essas ferramentas só deve crescer, pois integram uma imensidão de conteúdos digitais de maneira simples e ágil.
Além disso, essas plataformas estão associadas à mobilidade, disponibilizando acessos à rede de qualquer lugar do globo:
“Os dados dos nossos clientes estão armazenados por meio de tecnologias que garantem segurança cibernética. Utilizamos recursos que permitem o funcionamento da rede em qualquer espaço geográfico”, comenta Nagae.
Uma das formas de garantir essa segurança são os provedores em nuvem, que têm infraestrutura distribuída em diversos lugares, possibilitando a replicação e redundância dos dados. Assim, se ocorrer uma falha em algum servidor ou localização, os dados ainda estarão disponíveis em outro local. Além disso, são realizados backups regulares dos dados, reduzindo o risco de perda de informações relacionadas à produção e às negociações realizadas no mercado de commodities.
“Na hEDGEpoint, aplicamos a monitoração de forma proativa para prevenir ataques. Caso haja riscos, já conseguimos diagnosticar, receber a informação e realizar as providências necessárias. Conscientizamos e treinamos a equipe sobre como usar as nossas tecnologias para maximizar o desempenho e evitar erros”, avalia Nagae.
Tecnologia: principais desafios e perspectivas
Nagae aponta que outra tendência no setor de commodities é o uso da Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT. Ele é considerado uma tecnologia generativa, pois envolve a capacidade de criar, gerar e produzir conteúdo original: “Ferramentas como essa funcionam conferindo apoio e assistência para um número maior de pessoas, pois são mais acessíveis. A questão que precisamos compreender ainda é como aplicá-las efetivamente e de forma integrada ao processamento de dados”, argumenta.
O grande desafio tecnológico na gestão de riscos do mercado de commodities, segundo o Head da hEDGEpoint, está nas múltiplas variáveis para serem observadas:
“É necessário observar muitas variáveis, como questões relacionadas à expectativa de produção de safra, e aos cenários econômicos e geopolíticos, entre outros. São variáveis complexas e dinâmicas que precisamos entender e processar”, explica.
Por isso, é importante analisarmos de que modo novas tecnologias poderão ser integradas às tecnologias analíticas, responsáveis por coletar, processar, verificar e interpretar dados com o objetivo de obter insights: “Tratar esses dados com inúmeras variáveis é a parte mais demorada do processo. Se conseguirmos uma tecnologia generativa que consiga adiantar uma parte desse trabalho, haverá grande ganho de produtividade”, esclarece.
Para corresponder a esses desafios apontados, Nagae vê como perspectiva importante a multidisciplinaridade nos profissionais que atuam no mercado de commodities. Assim, será necessário uma combinação de habilidades:
“Hoje, temos profissionais que são desenvolvedores, por exemplo. Em um futuro próximo, acredito que vamos precisar de um desenvolvedor que também entenda de data science e combine tudo isso com o conhecimento em finanças”, pondera.
Como usar a tecnologia na gestão de riscos?
Com a hEDGEpoint, é possível utilizar a tecnologia a favor da cadeia global de commodities. Estamos sempre expandindo a nossa plataforma de dados, desenvolvendo soluções para gerenciar as informações dos nossos clientes de forma totalmente segura.
Já utilizamos o que há de mais tecnológico para gerenciar riscos. Fornecemos produtos de hedge baseados em inovação e insights valiosos, com o cliente sendo o ponto focal de todo o processo. Trabalhamos com mais de 50 commodities diferentes, moedas (FX) e mais de 400 produtos de hedge, promovendo sempre a melhor experiência.
A hEDGEpoint está presente nos cinco continentes, sempre preparada para atender a qualquer momento e em qualquer lugar, conectando as necessidades locais à realidade mundial. Reunimos relatórios e insights exclusivos feitos por uma equipe que entende profundamente dos mercados de commodities agrícolas e de energia. Invista em um planejamento que dê segurança e alie o conhecimento dos nossos especialistas aos seus objetivos.
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Tendências de consumo do café e impactos no mercado
Compreender as tendências de consumo do café é importante para todos os envolvidos na cadeia global dessa commodity. Afinal, esse mercado tem enorme relevância para a economia de muitos países, sendo indispensável no dia a dia de diversas pessoas.
Segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC, sigla em inglês), a produção mundial estimada para a safra 2022/23 foi de 171,3 milhões de sacas, número que representa um aumento de 1,7% em comparação ao ciclo passado.
Já a previsão do consumo global de café para a safra atual em curso é de que a demanda deverá alcançar em torno de 178,5 milhões de sacas de 60kg, Essa quantidade representa um acréscimo também de 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Tendo em vista esse cenário, é essencial acompanharmos as mudanças de consumo do café para gerenciar riscos que podem afetar todo o mercado cafeeiro. Pensando nisso, convidamos Natália Gandolphi, Analista de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint, para falar sobre as principais tendências de consumo e seus impactos.
Continue a leitura para entender tudo sobre o assunto!
Saiba quais são os tipos de café e a diferença entre eles
Existem quatro tipos principais de café no planeta: Arábica, Robusta, Libérica e Excelsa. Entre eles, apenas dois dominam o comércio mundial: são os grãos do tipo arábica e do tipo canéfora (também chamado de conilon ou robusta). A principal diferença entre essas duas variedades está no número de cromossomos de cada espécie.
Enquanto o conilon tem 22 pares de estruturas que abrigam o material genético da planta, o arábica tem o dobro. Na prática, isso significa modos de cultivo e sabor de cafés diferentes. Abaixo, explicamos outras diferenças significativas entre eles:
- Café arábica: exige maiores cuidados no cultivo e manejo, pois requer clima mais ameno. É considerado refinado e de sabor mais suave. Apresenta condições melhores para oferecer diferentes aromas, sendo incorporado em notas achocolatadas, frutadas e florais, por exemplo.
- Café conilon: é cultivado principalmente em climas mais quentes e úmidos. Com resistência maior e produção constante e abundante, tem valor inferior ao café arábica. O grão dessa variedade costuma ter sabor mais amargo.
Quais são as principais tendências de consumo de café a nível global?
Conforme explica Natália Gandolfi, quando falamos no consumo de café, poderá haver migração da preferência de cafés mais caros para cafés mais baratos:
“Isso acontece como resposta às condições macroeconômicas, em um contexto global de inflação alta e juros elevados, reduzindo o poder de compra“, esclarece.
Como uma das consequências deste cenário, há uma tendência de consumo de migração do café arábica para o canéfora por custar menos ao consumidor. Só para se ter uma ideia, o número de importações do café arábica para a União Europeia (UE) está no menor patamar desde 1999. Segundo Gandolfi, as nações da UE estão buscando, assim, aumentar a importação de café robusta, principalmente de países da Ásia e África, grandes produtores dessa variedade.
Participação de arábica no total de importações – União Europeia.
Para o ciclo 22/23 do café, espera-se um déficit tanto para o café arábica quanto robusta. Já para o ciclo 23/24, o café arábica deverá ter superávit e pressionar a arbitragem entre os preços, com tendência de crescimento da demanda em países como o Brasil.
O déficit mundial da safra 22/23 do café ocorreu, principalmente, por causa da redução na produção brasileira devido às condições climáticas adversas. A partir desse cenário, observamos outras tendências de consumo, como:
- Troca da ida para cafeterias pelo consumo de café em casa, pois a oferta internacional está menor do que a demanda. O aumento da inflação também trouxe a necessidade de economizar.
- A sustentabilidade já é uma realidade para os produtores, que correspondem a essa exigência dos consumidores a partir da adoção de práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). A sociedade busca por conhecimento e analisa profundamente o processo de fabricação. Por isso, os produtores precisam se preparar e adotar métodos mais sustentáveis, fortalecendo esse vínculo com o consumidor.
O que explica a migração para o café robusta?
Gandolphi aponta que a migração está diretamente relacionada com os cenários antes e após a pandemia de COVID-19:
“Quando entramos na pandemia, houve políticas de auxílio disponibilizadas para as famílias. Nesse momento, as poupanças também estavam altas. O consumo não sentiu tanto os impactos, e o café arábica continuou com número elevado de vendas”, explica.
Porém, conforme chegamos no fim da pandemia, as poupanças se esgotaram. Os auxílios também foram encerrados, ocorrendo uma deterioração do poder de compra e uma inflação elevada a nível global:
“Não temos mais os auxílios governamentais, os níveis de poupança reduziram, a inflação está persistente em nações como os Estados Unidos, principal importador de café do mundo. Os bancos de vários países aumentaram as taxas de juros para controlar a situação. O resultado? Impactos para o consumidor, que sentiu no bolso todos esses efeitos”, completa Gandolphi.
Mercado do café: efeitos serão sentidos a longo prazo
Com o consumidor final buscando por um café mais barato, o produtor precisará adaptar a produção para corresponder a essa demanda.Gandolfi destaca que o café é uma cultura perene, ou seja, a decisão de plantar hoje será refletida na oferta dos próximos dois a três anos seguintes:
“A dinâmica que vemos hoje não vai se refletir necessariamente no próximo ciclo, mas a partir da safra de 24/25. No Brasil, por exemplo, maior produtor mundial de café, estamos vendo um aumento das plantações de café conilon, correspondendo a essa tendência de aumento de consumo do grão”, pondera.
Outro fator que poderá impactar a produção cafeeira a longo prazo está associado às questões climáticas. Gandolphi destaca que o aumento das temperaturas interfere na produção do café arábica, menos resistente ao calor: “Ele precisa de mais chuva e temperaturas mais amenas, enquanto o conilon consegue aguentar as temperaturas mais altas e períodos maiores de seca”, fala.
Quando observamos a questão climática, esse é um aspecto de longo prazo que poderá afetar todo o ciclo do café. Caso as temperaturas sigam aumentando, o cultivo do café robusta deverá crescer ainda mais, já que se adapta melhor a essas condições.
Temperatura global atinge novo recorde.
hEDGEpoint: compreensão dos cenários para gerenciar riscos
Com novas tendências de consumo, mudanças climáticas e efeitos da macroeconomia global, o mercado do café está constantemente sujeito à volatilidade de preços. É imprescindível contar com um planejamento que possa dar mais segurança e proteção a todos os envolvidos na cadeia dessa commodity.
A melhor opção para gerenciar riscos é a hEDGEpoint. Nós temos um amplo conhecimento do setor cafeeiro para entender as novas dinâmicas e oferecer produtos de hedge eficazes.
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Cooperativas agrícolas: diferenças entre Brasil e Estados Unidos
As cooperativas agrícolas são organizações formadas por produtores que se unem para alcançar objetivos em comum. No mercado de commodities, desempenham um papel importante como intermediárias na produção e comercialização da commodity, maximizando os benefícios econômicos e sociais para os cooperados.
Para isso, oferecem uma série de serviços aos seus membros, incluindo:
- Gerenciamento de riscos;
- Compra de insumos;
- Realização de cursos de capacitação;
- Auxílio na venda de produtos;
- Aumento da capacidade de armazenamento da produção;
- Assistência técnica ao produtor.
Entre as suas principais características, destacam-se a intercooperação e o interesse pela comunidade. Há a participação dos cooperados nos lucros, investimentos e prejuízos, em que cada um tem voz ativa nas decisões. Visa-se sempre à obtenção de vantagens competitivas para aprimorar a qualidade de vida de todos os membros da cooperativa.
As atividades desenvolvidas pelas cooperativas agrícolas de commodities dependem dos tipos de mercadorias cultivadas pelos produtores, uma vez que cada uma tem suas especificidades. Também, são influenciadas pelas demandas e características particulares dos locais em que estão inseridas.
Neste artigo, você irá entender a atuação das cooperativas agrícolas no setor de commodities do Brasil e dos Estados Unidos, compreendendo também as principais diferenças entre os países.
Como as cooperativas atuam no mercado de commodities?
Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, as cooperativas agrícolas reúnem agricultores que têm metas em comum e trabalham conjuntamente para alcançá-las. Em ambos os países, as cooperativas agrícolas exercem uma posição de extrema relevância no mercado de commodities.
Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o agronegócio brasileiro tem 1 milhão de produtores que fazem parte de 1.173 cooperativas. Já nos Estados Unidos, existem cerca de 3.000 cooperativas de agricultores cujos membros incluem a maioria dos 2 milhões de produtores do país, conforme dados do Conselho Nacional das Cooperativas Agropecuárias (NCFC, sigla em inglês).
Agora que você já tem uma ideia da importância das cooperativas, é hora de saber o que elas fazem de fato. Ao formar uma cooperativa agrícola, os produtores rurais se juntam para atender a um mercado específico, articulando-se estrategicamente. Marcelo Lacerda, Head Sales Trader da hEDGEpoint, explica a função no mercado de commodities:
“A cooperativa é uma forma de o pequeno e médio produtor conquistarem mais força nas negociações, tanto na compra de insumos como nas vendas de produtos. Algumas cooperativas se especializam em serviços, atendendo a todas as necessidades do produtor e fornecendo a logística operacional”.
Para Chris Trant, Head de U.S Agriculture Desk da hEDGEpoint, as cooperativas agrícolas também são importantes para facilitar uma série de demandas:
“As cooperativas agrícolas podem apoiar os agricultores com insumos, como sementes e fertilizantes. Também ajudam na armazenagem e na comercialização de grãos, ajudando a garantir os melhores preços”, explica.
Trant enfatiza que as cooperativas têm a finalidade de agregar valor aos produtores, o que pode vir de várias formas. Segundo o Head of Desk da hEdDGEpoint, outro papel importante é a concessão de acesso a mercados amplos e diversificados:
“A cooperativa irá auxiliar nas negociações para obter preços favoráveis, pois reúne a produção de seus membros, acumulando-a em quantidades maiores e mais consistentes”, argumenta.
Ao negociar em nome de seus membros, as cooperativas agrícolas têm maior poder de barganha, buscando valores ideais, condições contratuais benéficas e contratos de longo prazo. Além disso, apresentam certificações e adotam padrões de qualidade reconhecidos, aumentando a confiabilidade dos produtos agrícolas comercializados.
Cooperativas agrícolas: há diferenças entre Brasil e Estados Unidos?
No Brasil, as cooperativas são organizadas como forma de sociedade, em que os ganhos são repartidos proporcionalmente para todos os membros, da mesma forma que os investimentos. Eles têm direitos iguais de participação e voto nas assembleias.
Nos Estados Unidos, as cooperativas agrícolas são regulamentadas, em geral, por leis específicas de cada estado. Ademais, são comumente organizadas como entidades de responsabilidade limitada ou corporações. Por isso, a estrutura é mais flexível em relação à propriedade e governança.
Essa é uma diferença expressiva em relação ao Brasil: o governo brasileiro possui órgãos específicos, como o OCB, para promover o desenvolvimento do cooperativismo. Na nação estadunidense, o sistema é mais orientado pela livre iniciativa, com menor intervenção regulatória direta.
Na visão dos especialistas da hEDGEpoint, a principal diferença entre as cooperativas agrícolas de ambos os países está na questão dos serviços prestados. Chris Trant explica que, inicialmente, as cooperativas foram essenciais para resolver o problema da armazenagem dos fazendeiros norte-americanos:
“As cooperativas armazenavam os grãos dos agricultores, o que era fundamental, pois eles não tinham essa capacidade nas fazendas. Porém, nos últimos anos, os fazendeiros aumentaram o espaço e reduziram essa dependência”, comenta.
Já no Brasil, a questão da armazenagem ainda é um dos principais serviços prestados: as cooperativas agrícolas oferecem soluções. Lacerda pondera:
“A principal dificuldade de armazenamento do Brasil é o déficit de capacidade estática. Hoje, o país produz muito mais do que ele consegue armazenar em grãos. Nos EUA, há superávit de capacidade de armazenagem“, fala.
Tendo em vista esse cenário, os serviços prestados pelas cooperativas agrícolas nos EUA precisaram se aperfeiçoar e, hoje, estão mais avançados. Futuramente, Trant prevê que o mesmo acontecerá no Brasil:
“Chegará o dia em que os fazendeiros brasileiros vão preferir ter o armazenamento em suas propriedades. Isso obrigará as cooperativas brasileiras a evoluírem ainda mais, assim como foi nos Estados Unidos”, argumenta.
Desse modo, as cooperativas agrícolas estadunidenses estão mais concentradas, atualmente, em soluções de marketing e gestão de risco quando comparadas ao Brasil. Uma das estratégias para isso são as transações no mercado OTC.
Abaixo, explicamos todos os detalhes!
Importância da gestão de risco em cooperativas agrícolas
As operações OTC propõem aos investidores um novo ambiente de negociações. São transações realizadas no chamado “mercado de balcão”, ou seja, permitem realizar negociações de ativos que não estão registrados na Bolsa de Valores.
O objetivo principal é reduzir o risco de uma exposição financeira. Essas operações são usadas por empresas, instituições e investidores para proteção contra flutuações indesejadas nos preços, taxas de câmbio, taxas de juros e outros fatores que possam afetar investimentos ou ativos.
Quando uma cooperativa realiza uma operação OTC para fazer hedge, ela busca mitigar os riscos associados a determinadas posições ou investimentos. Assim, garante que haja uma contraproposta capaz de compensar possíveis perdas.
Com transparência, tecnologia e entendimento dos seus negócios, a hEDGEpoint oferece acesso às estratégias que permitem a cobertura e o gerenciamento de riscos financeiros. Para isso, alia o conhecimento de especialistas e ferramentas tecnológicas, atuando em toda a cadeia global de commodities:
“As cooperativas precisam de um parceiro como a hEDGEpoint para oferecer esses produtos OTC aos seus membros. Com eles, é possível garantir um preço melhor para os grãos entregues à cooperativa” explica Chris Trant.
Conheça os benefícios em contar com uma empresa como a hEDGEpoint para realizar a gestão de riscos das cooperativas agrícolas neste mercado:
- Proteção contra volatilidade de preços;
- Estabilização da margem de lucro;
- Melhoria do planejamento financeiro, com assistência especializada;
- Relações comerciais mais estáveis e confiáveis.
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Macroeconomia: Entenda a situação do setor imobiliário chinês
O setor imobiliário chinês é extremamente importante para a macroeconomia a nível local e global, representando cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) da China. Só para você ter ideia, é um ramo que representa aproximadamente um terço da produção econômica da nação.
O mercado global tinha uma expectativa alta com a reabertura econômica da China e o fim da política de “Covid Zero”. Porém, a economia do país não vem crescendo no ritmo esperado.
Neste conteúdo, vamos falar sobre os principais aspectos que levaram a nação chinesa à crise no setor imobiliário e quais são os possíveis efeitos para a cadeia global de commodities. Convidamos Alef Dias e Victor Arduin, Analistas de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, para falarem sobre esse assunto.
Continue a leitura e descubra!
Qual a situação atual do setor imobiliário chinês?
Em 1998, a China passou por uma reforma imobiliária que deu origem a um mercado que se expandiu rapidamente. Nos últimos 20 anos, o campo imobiliário se beneficiou das facilidades de crédito para crescer de modo acelerado.
Além disso, houve influência dos fatores culturais, já que um dos pré-requisitos dos chineses para casar está fortemente associado à compra de uma casa. As famílias também realizam a aquisição de propriedades como forma de investimento.
Contudo, o acesso facilitado ao crédito elevou a especulação imobiliária e o endividamento do setor. A consequência? Muitas empresas passaram a enfrentar problemas de financiamento e de endividamento, elevando a desconfiança entre consumidores e investidores. Isso, somado a uma estrutura demográfica desafiadora, levou diversos projetos a serem paralisados em 2022, ano marcado pela queda de 24% nas vendas do ramo imobiliário.
“O mercado imobiliário chinês apresenta o problema de endividamento das empresas, o que vem ocorrendo com mais intensidade desde 2021. O governo não está concedendo estímulos, pois deseja evitar a especulação financeira”, explica Dias.
Fim da política de “Covid Zero” e reabertura econômica
Desde dezembro de 2022, o governo chinês encerrou abruptamente a sua política chamada “Covid Zero”, que consistia em aplicar medidas de quarentena, além de testes em massa da população. As regras incluíam confinamentos rigorosos, com fechamento de lojas, escolas e empresas.
No ano passado, a China obteve uma das piores taxas de crescimento em quatro décadas, conforme dados oficiais. As restrições de saúde levaram várias pessoas a evitarem atividades de lazer, o que reduziu o consumo. Muitas fábricas e empresas também precisaram fechar.
Os especialistas da hEDGEpoint destacam que a reabertura econômica da China, após o fim da política de “Covid Zero”, não tem gerado o crescimento econômico esperado e isso também se relaciona com a crise no setor imobiliário do país:
“Esperava-se a reabertura de forma intensa, mas não foi o que ocorreu. O mercado chinês não está suficientemente aquecido com os incentivos fiscais e monetários atuais”, comenta Victor Arduin.
Cenário global: desaceleração com taxas de juros em alta
O mundo inteiro está desacelerando economicamente por conta das taxas de juros bastante elevadas, o que provoca consequências como o encarecimento de crédito para pessoas físicas e empresas, comprometendo o ritmo da atividade econômica. Assim, fica mais caro solicitar dinheiro para comprar bens e serviços, o que poderá diminuir a produção e a demanda, retardando toda a economia.
Uma inflação mais alta do que o previsto, sobretudo nos Estados Unidos e nas principais economias europeias, está provocando um aperto das condições financeiras mundiais. Como medida para enfrentar esse contexto e estimular o mercado doméstico, a China diminuiu as suas taxas de juros.
“A China baixou a taxa de juros de forma muito pequena. Isso sinaliza uma preocupação do governo em não causar nervosismo no mercado ou especulação de preços, mas tendo um impacto limitado em impulsionar a demanda por moradia e investimento”, pondera Arduin.
Como a desaceleração global impacta a China?
Quando há desaceleração econômica na Europa e nos Estados Unidos, como estamos vendo atualmente, o setor industrial chinês poderá sofrer consequências mais diretas do que o setor imobiliário em si, que já enfrenta seus problemas próprios. Segundo Arduin, isso acontece porque os países europeus, por exemplo, poderão importar menos bens da China, caso a sua população passe a consumir menos:
“Sem essa importação europeia, a China produzirá menos, desacelerando as vendas e, consequentemente, a sua economia”, elucida o especialista.
Quais as consequências para o mercado de commodities?
A reabertura chinesa não obteve o impacto esperado, principalmente quando falamos em demandas por commodities. Isso se explica, em grande parte, pelo fato de que a recuperação se concentrou no setor de serviços.
A China é a principal demandante de diversas commodities do mundo todo, principalmente de grãos e energia. Quando se tem previsão de retomada econômica, há expectativa por maior demanda dessas commodities, principalmente no caso da energia, já que as pessoas tendem a sair mais de casa. Os mercados esperavam por isso, mas não foi o que se verificou.
Isso ocorre porque, em um cenário de maior atividade econômica, há estímulo para produção de bens que precisam de importações de commodities para o seu desenvolvimento. Alef Dias explica a relação:
“O setor imobiliário não obteve o mesmo desempenho quando comparado ao de serviços. Um exemplo prático: a própria construção em si necessita de mais tratores. Tratores consomem combustíveis e, se houvesse maior construção e aquecimento do setor imobiliário, levaria a um provável aumento de demanda por petróleo, por exemplo”.
Victor Arduin destaca que o desaceleramento da China em relação à demanda por commodities não é homogêneo, pois se observa recorde nas importações de petróleo nos meses de março e maio deste ano.
“Observamos que o país tem se beneficiado da guerra entre Rússia e Ucrânia, aproveitando os descontos do petróleo russo e melhorando a margem de ganhos dos seus produtos refinados”, completa.
Importações de petróleo bruto da China.
Setor Imobiliário: perspectivas para o segundo semestre de 2023
A perspectiva é de aumento dos estímulos por parte do governo chinês:
“Esperamos um aumento desses incentivos por parte do governo chinês, mas provavelmente não será com a magnitude necessária para proporcionar um crescimento forte e compensar toda a desaceleração que estamos vendo no Ocidente”, comenta Alef.
A análise da hEDGEpoint evidencia que o governo chinês está se mostrando mais favorável para conceder estímulos monetários. O problema é que o corte de juros corre riscos de ser menos eficiente do que um estímulo fiscal, como os investimentos em novos projetos para o setor imobiliário.
Segundo analistas do banco Goldman Sachs, também é provável que a China implemente mais medidas de flexibilização no segundo semestre, incluindo:
- Novos cortes nas taxas de juros;
- Mais emissões de títulos;
- Apoio imobiliário.
Porém, a perspectiva é de uma recuperação gradual e equilibrada do mercado imobiliário, evitando o superaquecimento, como aconteceu em ciclos anteriores.
Como o gerenciamento de riscos pode atuar neste cenário?
A hEDGEpoint está acompanhando todos os acontecimentos que podem afetar a macroeconomia e repercutir no mercado de commodities. Assim, conseguimos oferecer soluções de gerenciamento de risco de forma estratégica para os nossos clientes.
Entender todos os fatores capazes de impactar o setor de commodities é essencial para trazer mais segurança e proteção aos negócios. Com base em inovação, insights valiosos e inteligência de mercado, a hEDGEpoint fornece produtos de hedge importantes para o planejamento eficaz e a tomada de decisões assertivas.
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Mercado de proteína animal: risco de colapso nos Estados Unidos?
A commodity de proteína animal se refere aos produtos de origem animal que são negociados em mercados internacionais como bens básicos homogêneos. Além disso, são amplamente comercializados e com preços influenciados por diversos fatores, incluindo: oferta e demanda, condições climáticas, ração animal, políticas governamentais, conflitos sociopolíticos, mudanças econômicas e doenças sanitárias.
A proteína animal pode incluir uma variedade de produtos, como carne bovina, suína, aves, cordeiro, peixes, laticínios, ovos e demais derivados de origem animal. Essas mercadorias são produzidas em escala industrial e estão sujeitas a padrões e regulamentações específicas para garantir a segurança alimentar e a qualidade.
Atualmente, é um setor caracterizado por um contexto mundial complexo e desafiador. A pandemia da COVID-19, por exemplo, impactou significativamente a oferta e demanda, bem como os preços. Um dos países mais afetados por esse panorama foram os Estados Unidos.
Neste artigo, você irá entender como está o cenário da carne bovina e suína na nação norte-americana e por que há riscos de colapsar, com destaque para a importância da gestão de riscos.
Carne bovina enfrenta produção reduzida nos EUA
John Payne, Relationship Manager da hEDGEpoint com atuação nos Estados Unidos, explica o principal desafio do mercado de carne bovina no país:
“Estamos em um ponto no qual não há muitos animais disponíveis no curto prazo. O abastecimento de gado foi eliminado nos últimos 5 anos por causa de fazendas não lucrativas, COVID-19 e seca extrema. Os produtores estão sendo incentivados a aumentarem os rebanhos, mas é um processo longo e com custos variados”, argumenta Payne.
Após a pandemia, a demanda voltou a aumentar, mas o ciclo de produção da carne bovina leva tempo e não acompanha o ritmo do consumo. Só para se ter uma ideia, o rebanho de vacas de corte do país caiu para o seu nível mais baixo desde 1962, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Uma das razões para isso foi a seca extrema sofrida pelos Estados Unidos em 2022. Com isso, elevaram-se os custos de alimentação animal, pois o clima adverso reduziu a quantidade de pasto disponível. Os pecuaristas enviaram cada vez menos vacas ao abate, em vez de mantê-las para se reproduzirem.
Outra questão relevante é a quantidade de feno disponível. Uma parte considerável do rebanho bovino dos EUA ainda enfrenta efeitos da seca, apesar de as condições terem melhorado. Isso resultou em escassez de feno, cujos estoques em 1º de maio caíram 13% em relação a 2022, nível mais baixo em uma década.
Dessa forma, o suprimento reduzido de feno pode não ser suficiente para compensar as pastagens ruins e sustentar os rebanhos no verão norte-americano, o que afetará a reprodução. Por isso, o USDA afirma que o abate de vacas de corte continuará em uma taxa relativamente alta.
Como consequência, Payne sinaliza a elevação expressiva dos preços dessa commodity devido à baixa oferta no mercado, como podemos ver no gráfico abaixo:
Tendo em vista esses fatores, o USDA estima que a produção mundial da carne bovina deverá diminuir 0,2,% em 2023. A queda acontece, principalmente, pela redução na produção dos Estados Unidos: o país deve somar 12,01 milhões de toneladas, quantidade 6,3% menor do que em 2022. Já as projeções do banco holandês Rabobank indicam que a produção de carne bovina estadunidense deve diminuir de 400 mil a 500 mil toneladas por ano até 2026.
Carne suína: demanda doméstica menor do que a oferta
No mercado de suínos dos Estados Unidos, a demanda doméstica está mais lenta neste ano. A inflação continua reduzindo o poder de compra da população e desacelerando a economia. O USDA aponta que a produção comercial dos EUA está prevista 1,4% maior em 2023, totalizando cerca de 12,4 milhões de toneladas, com o aumento gradual das safras de suínos e pesos maiores.
Esse cenário contribui para a maior oferta de carne suína em relação ao consumo interno. Por isso, os preços reduziram e estão com valor extremamente atrativo para grandes importadores, como China e México. O USDA prevê exportações ligeiramente maiores também para Japão e Coreia do Sul, devido ao aumento da competitividade do país em relação à União Europeia. O crescimento se deve, sobretudo, à demanda maior desses países asiáticos, pois há recuperação do consumo em direção aos níveis anteriores à pandemia.
Outro aspecto importante que poderá ampliar o volume de exportações norte-americanas é um novo surto de Peste Suína Africana (PSA) na China, principal exportador e importador de carne de porco do planeta. As interrupções nas cadeias de fornecimento chinês implicam a reorganização dos mercados de proteínas globais, bem como o possível aumento de preços.
Segundo análise da hEDGEpoint, no curto prazo, o mercado não deverá sentir o problema envolvendo a PSA na China, pois a oferta está elevada: “O que poderá acontecer é a tendência de aumento das importações da nação chinesa no longo prazo, caso haja surto de PSA novamente”, pontua Payne.
Estados Unidos: entenda por que existe risco de colapso
Com o atual cenário da carne bovina e suína estadunidense, identificamos alguns fatores principais que podem levar ao colapso:
- A baixa produção de carne bovina;
- O desequilíbrio entre oferta e demanda da carne suína;
- Surto de PSA;
- Mudanças climáticas.
John Payne explica que o risco de colapso está na própria lógica de funcionamento da cadeia produtiva deste setor:
“Você não tem a capacidade de aumentar ou diminuir a produção rapidamente. O processo reprodutivo é mais demorado, principalmente para a carne bovina e, ainda, há a necessidade de mais ração quando se aumenta a reprodução”.
No caso da carne de porco suína, a PSA poderá afetar a produção estadunidense no futuro. As perdas seriam, em média, de US$ 7,5 bilhões por ano, de acordo com o economista Dermot Hayes, da Universidade Estadual de Iowa.
Isso ocorreria porque as exportações seriam perdidas e parte do produto que poderia ter ido para a China seria processado, tornando-se inútil ou perdendo muito valor. Mas, grande parte da carne muscular acabaria no mercado interno, aumentando o consumo em até 30% e causando uma enorme queda nos preços, segundo Hayes.
Em relação às transformações climáticas, a Climate Risk Tool da FAIR aponta que os custos relacionados ao clima poderão afetar a produção agrícola, como os preços mais altos de ração e taxas de carbono esperadas. A elevação no valor da ração será responsável por 5% do aumento de custos para as empresas de pecuária, sendo mais um obstáculo para as indústrias. Já os impostos de carbono esperados sobre as emissões da produção pecuária representarão 4% do acréscimo de custo.
Qual a importância da gestão de riscos?
O cenário de proteína animal nos Estados Unidos é um exemplo que não deixa dúvidas: o mercado de commodities é extremamente volátil. Mudanças econômicas, políticas e climáticas interferem na produção e nos preços.
Contar com um planejamento que dê segurança é fundamental para os agentes envolvidos nesta cadeia global. Por isso, utilizar estratégias de gestão de risco é imprescindível. Com produtos de hedge, conhecimento de especialistas e análises de inteligência do mercado, a hEDGEpoint oferece todo o suporte para a melhor experiência em operações de futuros.
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Mercado do trigo: cenário na Argentina e no Sul do Brasil
No Brasil, o mercado do trigo é marcado pela dependência de importações. O país também vem recebendo destaque devido à produção em ascensão na Região Sul. A Argentina, por sua vez, sempre foi o principal exportador de trigo para a nação brasileira, mas a safra 2022/23 dessa commodity agrícola sofreu impactos pela seca extrema.
Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção brasileira de trigo, na safra 22/23, tem previsão estimada de 10,4 milhões de toneladas, tornando-se o 14ª maior produtor mundial. Andrey Cirolini, Relationship Manager da hEDGEpoint, reforça o bom desempenho do Rio Grande do Sul para esse resultado: “A área de plantio aumentou consideravelmente neste estado, saindo de 1,165 milhão de toneladas para 1,5 milhão”.
Na Argentina, a produção chegou a 12,4 milhões de toneladas na safra 22/23 de trigo, o que representa 8,1 milhões abaixo das projeções iniciais. Além disso, são 10 milhões de toneladas a menos que o recorde de 22,4 milhões de toneladas da safra anterior, ou seja, uma queda de 45%. Sol Arcidiácono, Sales Head Desk da hEDGEpoint, aponta que o clima contribuiu para a redução expressiva:
“Foi um panorama complexo, ocorrendo falta de chuvas, com seca severa que afetou toda a região produtiva da Argentina e impediu o bom desenvolvimento das lavouras”, explica.
Safra de trigo 22/23 marcada por seca histórica na Argentina
A situação de estiagem na Argentina definiu a safra 22/23 de trigo como a pior dos últimos anos. Devido ao clima irregular, muitas áreas não foram plantadas. A presença de seca rigorosa está fortemente associada ao La Niña, que durou três anos e chegou ao fim em março de 2023.
Esse fenômeno causa um resfriamento do Pacífico e é capaz de alterar o regime de chuvas e as temperaturas em todo o planeta, com efeitos em diversas culturas. No país argentino, afetou consideravelmente a produtividade do trigo semeado no final do inverno de 2022.
Conforme divulgado pelo USDA, as exportações de trigo na temporada 22/23 estão previstas em 5,8 milhões de toneladas, com destino principalmente para o Brasil, Indonésia e demais países da América Latina. A BCR (Bolsa de Comércio de Rosário) indica que a queda na produção total do grão deve ter consequências significativas nas receitas: os embarques ao exterior estão projetados em 5,6 milhões de toneladas, um número 40% menor do que na safra de 21/22.
No gráfico, exibimos as estimativas de exportações mensais de trigo nas safras de 2021/22 e 2022/23 e o preço médio mensal FOB:
Para Sol Arcidiácono, o ano foi um dos mais difíceis aos produtores argentinos, com quebra de expectativa e necessidade urgente de recuperação. Muitos haviam, inclusive, vendido a produção de forma antecipada. Contudo, não puderam cumprir diversas dessas vendas, que se prorrogaram para a próxima safra:
“As vendas dos produtores para o ciclo que está sendo plantado atualmente estão em mínimos históricos. Isso se deve aos preços consideravelmente mais baixos e ao desafio climático da transição do ano do La Niña para o El Niño. As reservas de umidade estão em baixa, e as chuvas não devem melhorar até a primavera. Os produtores não se sentiram confortáveis com a aceleração das vendas. A incerteza política também é outro fator, já que é ano eleitoral e não há candidato favorito”, explica a especialista da hEDGEpoint.
O gráfico ilustra a fala de Arcidiácono, exibindo as vendas de produtores até a semana de 24 de maio de 2023:
Região Sul do Brasil: protagonismo na produção de trigo
Apesar da seca histórica da safra de 22/23 na Argentina, o Brasil não sentiu os impactos da seca no país vizinho porque teve sua necessidade de importações reduzida. Segundo dados do 9° levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em abril de 2023, para suprir a demanda interna, foram importadas 312,8 mil toneladas de trigo. Esse número representa 26,96% a menos do que em março/2023 e 38,87% a menos do que no mesmo período do ano passado. Do total importado, 54,79% são da Argentina.
A redução se deve ao fato de termos colhido uma safra maior, com a indústria originando principalmente no mercado interno. Andrey Cirolini esclarece: “O Brasil aumentou bastante a produção de trigo até chegar ao recorde de 10 milhões de toneladas. Obtivemos uma quantidade maior de produção, por isso reduzimos também essa dependência. Além disso, a Região Sul ainda exportou quase 3 milhões de toneladas”.
O Rio Grande do Sul é protagonista nesse contexto: na safra 22/23, foram 6,01 milhões de toneladas de trigo produzidas, em um total de 1,6 milhão de hectares. As condições climáticas para o trigo no RS foram importantes para os bons resultados:
“O clima foi favorável para a produção de trigo no Rio Grande do Sul com o La Niña contribuindo para uma primavera seca, o que favorece o cultivo no momento da colheita. Antes, o Paraná ocupava a posição de principal produtor. Porém, nos últimos anos, vem perdendo esse posto para o estado do Rio Grande do Sul. Chuvas no final do ciclo da cultura no ano passado geraram problemas de qualidade no trigo paranaense, provocando a necessidade de exportação de aproximadamente 300 mil toneladas de trigo ração, o que contribuiu para consolidação desse cenário”, pondera Cirolini.
Perspectivas de mercado apontam recuperação argentina
Segundo análise da hEDGEpoint, a perspectiva é de recuperação argentina e retorno do equilíbrio nas exportações para o Brasil na safra de trigo 23/24. Dessa forma, prevê o restabelecimento do funcionamento habitual do mercado.
A estimativa é de que a nação argentina alcance a produção de 18 milhões de toneladas para a safra 23/24, com plantio de 6,3 milhões de hectares, conforme a Bolsa de Grãos de Buenos Aires.O USDA tem uma estimativa mais otimista do que as fontes locais, projetando 19,50 milhões de toneladas.
Veja no gráfico o volume de trigo negociado na nova campanha na semana 18 de cada ano, sobre a área + produção de trigo na Argentina:
“Na Argentina, o avanço atual do plantio de trigo é de quase 40%, em meados de junho. Há uma expectativa de produção melhor, impulsionada pelo El Niño, que deve trazer mais chuvas no segundo semestre, embora o investimento em fertilizantes seja menor neste ano”, diz Sol Arcidiácono.
Confira o volume de água na camada superficial do solo e no perfil, até 12/06/2023:
No Brasil, a safra de trigo da temporada 23/24 foi estimada em 10 milhões de toneladas, conforme informações do USDA. Os estoques foram apontados em 1,83 milhão de toneladas, com exportações em 3,50 milhões de toneladas. Estados como o Rio Grande do Sul e Paraná já estão com áreas semeadas, iniciando o desenvolvimento vegetativo.
É importante observar os possíveis impactos do El Niño na produção da Região Sul. Em Santa Catarina, a Conab sinaliza a expectativa de menor área cultivada e queda de produtividade devido ao fenômeno. Andrey Cirolini destaca:
“Com a chegada do El Niño, haverá risco de mais chuvas nos meses de inverno e primavera, o que pode impactar negativamente na safra de trigo. Desse modo, tanto a produtividade quanto a qualidade das lavouras podem ser afetadas. Precisamos ficar atentos”, elucida o especialista da hEdDGEpoint.
Como se proteger dos riscos desse mercado?
Apesar de todas as previsões realizadas, é importante lembrar que são apenas tendências. Não é possível evitar acontecimentos como mudanças políticas, eventos imprevisíveis, intempéries climáticas e conflitos econômicos a nível local e/ou global.
Em um mercado tão volátil como o de commodities, é importante contar com a gestão de riscos. Na hEDGEpoint, aliamos o conhecimento de especialistas com produtos de hedge que oferecem sempre a melhor experiência em operações de futuro. Os seus negócios recebem análises e insights valiosos para um planejamento seguro, em que são identificadas oportunidades estratégicas.
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Como a hEDGEpoint atua no mercado de commodities da Ásia?
A hEDGEpoint cobre estrategicamente todo o globo, com olhar aprofundado para a cadeia mundial de commodities agrícolas e energéticas. Segundo Matthew Darvin, Head of Desk da hEDGEpoint com atuação na Ásia, esse continente é um ponto de destaque devido ao seu crescimento significativo durante a maior parte dos últimos 20 anos:
“O foco é trazer educação e produtos de gestão de risco também para o continente asiático. Assim, podemos conferir às empresas a capacidade de aprender e entender os riscos em seus negócios. Com a hEDGEpoint, é possível implementar estratégias assertivas para gerenciar as incertezas no mercado global e que podem ser negligenciadas por grandes instituições financeiras”, explica Darvin.
Só para exemplificar a importância asiática no mercado de commodities, basta olharmos para a China: o país é a segunda maior economia do mundo, com um PIB de US$ 11,2 trilhões, conforme indicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projeta a produção global de soja em 410,59 milhões de toneladas, com as importações pela China chegando a 100 milhões de toneladas.
O gigante asiático também é o maior importador mundial de trigo, estimando-se, na safra de 2022-23, o total de aproximadamente 12 milhões de toneladas importadas, nível mais alto desde a safra de 1995/1996, quando importou 12,5 milhões de toneladas. Em relação ao milho, o USDA aponta que a produção mundial da commodity irá atingir cerca de 1.147,5 milhões de toneladas, valor que representa uma queda de 5,6% em relação à safra 2021/22, com a China demandando cerca de 18 milhões de toneladas e sendo o principal importador.
Ásia: motor de desenvolvimento mundial
A Ásia detém 61% do mercado mundial, com destaque para China, Índia, Indonésia, Japão e Coréia do Sul, que já se consolidam como grandes consumidores do futuro. Há uma ampla gama de commodities importadas e exportadas no continente. O Head of Desk da hEDGEpoint pondera que a Indonésia, o Vietnã e a Tailândia assumem protagonismo nas exportações:
“O primeiro é o maior produtor mundial de óleo de palma e carvão; o segundo é um grande exportador de café; o terceiro é um importante produtor de açúcar”.
Ele evidencia, também, a representatividade dessas economias emergentes, que obtiveram ascensão relevante nas últimas duas décadas e ainda são incipientes quanto à necessidade da gestão de riscos. Pesquisas do Cepea corroboram o posicionamento de Darvin e constatam que o farelo de soja, por exemplo, atendeu a uma diversidade maior de mercados, com a Indonésia, a Tailândia e o Vietnã sendo os principais compradores.
Outros países asiáticos que têm mantido boa participação nas importações de commodities mundiais são Japão e Coreia do Sul. As importações de soja em grão do Japão, na temporada comercial 2023/24, foram estimadas em 3,206 milhões de toneladas, segundo o USDA. Na Coreia do Sul, as importações devem chegar a 1,3 milhão de toneladas em 2023/24, mesmo patamar da safra anterior.
A Índia também se destaca como segundo maior produtor de trigo do mundo, colhendo anualmente cerca de 107 milhões de toneladas. Esse número representa 13,5% da produção de todo o globo, conforme indica o Ministério do Comércio Indiano. A maior parte dessa safra é destinada ao consumo interno. Por outro lado, a China e o Sudeste Asiático importam quantidades maciças de matérias-primas, notadamente produtos agrícolas oriundos da América do Sul e dos Estados Unidos, bem como produtos energéticos do Oriente Médio.
Expansão acelerada traz desafios; proximidade é estratégica
Para Darvin, a maior participação de nações asiáticas no mercado de commodities enfrenta desafios como a lacuna que existe entre o desenvolvimento corporativo e o conhecimento das melhores práticas deste setor. Entre elas, reforça a importância da implementação de programas de gerenciamento de riscos, essenciais para minimizar as ameaças intrínsecas à cadeia de suprimentos de uma empresa. Por isso, argumenta sobre a necessidade de os provedores de gerenciamento de risco, como a hEDGEpoint, chegarem a esses países.
A Ásia é um ponto estratégico para empresas que atuam no mercado de commodities:
“A relação com a China significa acesso a uma expressiva demanda de consumo e a uma enorme quantidade de capital e riqueza que são investidos em toda a região. Grande parte do fluxo comercial de commodities na região flui de e para a esse país”; afirma Darvin.
Além disso, ele comenta sobre a importância de Cingapura, que serve como um relevante centro comercial, pois é o “lar de muitas entidades comerciais envolvidas no comércio de commodities, transporte, logística, etc. e que servem para facilitar o movimento de commodities de e para a China”. O país também atrai comerciantes de todos os tipos para obtenção de incentivos fiscais e corporativos.
hEDGEpoint para gerenciar riscos a nível global
A hEDGEpoint está presente nos cinco continentes para conectar a necessidade local de cada setor ao contexto global, democratizando o acesso aos conhecimentos sobre gestão de riscos. Ao todo, trabalha com mais de 50 commodities diferentes, moedas (FX) e mais de 400 produtos de hedge. A atuação é sempre em prol do cliente, reunindo um time de especialistas.
Fornecemos, assim, produtos de hedge com base em inovação, tecnologia e insights, o que possibilita a melhor experiência em todos os processos. Oferecemos proteção contra os riscos da cadeia de commodities agrícolas e energéticas, sempre com análises e estudos de inteligência para oferecer a melhor experiência em operações de futuros. Os produtos financeiros são personalizados, contribuindo para limitar flutuações de estoque e proteger variações relacionadas aos preços das commodities.
Se preferir, converse com um especialista da hEDGEpoint e saiba detalhadamente como atuamos para gerenciar os riscos dos seus negócios neste mercado.
Commodities: mercados que elas podem ser negociadas?
As commodities são parte significativa da economia mundial. Algumas delas, como as agrícolas e de energia, têm seus preços definidos em bolsa, influenciados pela oferta e demanda mundial. As negociações de compra e venda, entre outras, podem ser negociadas em diversos tipos de mercados, e é isso que veremos abaixo.
Toda a cadeia econômica envolvida no mercado de commodities têm seus negócios expostos a oscilações. Eventos imprevisíveis, macroeconômicos e climáticos podem causar um grande aumento de preços de insumos, por exemplo. São muitas as variáveis, mas não é mais preciso ficar à mercê delas.
Por ser um mercado tão volátil, é comum o uso de estratégias de hedge, que funcionam como um “seguro”, podendo ser usado em qualquer etapa da cadeia do agronegócio ou de energia. Ele atua fixando os preços de commodities reduzindo a chance de prejuízos e assim, gerenciando os riscos. Mas não há apenas uma forma de fazer isso. Há diferentes mercados em que se pode negociar commodities. Nesse post, vamos falar um pouco sobre essas opções e a atuação da hEDGEpoint neles.
Quais os tipos de mercados utilizados para negociar commodities?
Atualmente, os tipos de negociações mais presentes no mercado de commodities são compra e venda spot, compra e venda a termo, long e short basis (acompanhado de hedge das commodities e da moeda), Frame e Barter.
Entre as alternativas de negociação está aquela que deu origem e que ainda é muito comum. É o mercado físico. Nele, as commodities podem ser negociadas diretamente entre compradores e vendedores, através de cooperativas, revendas, cerealistas, via corretores e outros formatos.
Já o hedge é uma ferramenta que ajuda a minimizar os riscos. Ele é feito por meio de uma conta de futuros e/ou OTC (sigla para Over the counter, ou “sobre o balcão”, chamado no Brasil de Mercado de Balcão), através de uma corretora, banco ou agente financeiro devidamente autorizado pelas entidades locais.
Nesse modelo, é realizado um contrato em que o preço da commodity é travada, podendo ser escolhido o momento em que o preço estiver mais conveniente para quem está realizando a compra ou a venda.
Em quais mercados são realizadas as negociações e quais as vantagens de cada um?
Mercado físico: é todo aquele em que o produto é trocado por um valor monetário. A principal característica é o imediatismo. A negociação é feita na hora, o comprador sai com o produto e o vendedor com o dinheiro. Porém, se o preço subir, o vendedor perde a chance de fazer uma venda melhor. Para o comprador, no entanto, se o preço cair, poderia ter economizado ou comprado mais pelo mesmo valor.
Mercado a termo: nele a negociação é feita a partir de uma “promessa” de compra ou venda, com data futura e preços pré-estabelecidos. Apesar de tudo ser determinado antes, a transação de fato ocorre no momento da entrega do produto e/ou sua liquidação. Como um exemplo desse mercado poderíamos citar o mercado de juros futuros ou de FX.
Mercado de futuros: é uma evolução do mercado à termo. Funciona de maneira parecida ao mercado a termo, com a diferença de que no mercado a termo, o comprador não pode vender a obrigação adquirida. Já no mercado de futuros, o comprador/vendedor pode cumprir o contrato ou, pode transferir a obrigação adquirida, para outro participante do mercado. No mercado de futuros a bolsa é que especifica a data e local de entrega .
Cada contrato negociado no mercado futuro tem um lote mínimo e padronizado, que é a quantidade mínima a ser negociada de um determinado ativo. Quando um participante adquire um contrato futuro, o hedger garante um preço máximo de compra e o vendedor um preço mínimo de venda.
Todos os contratos seguem um determinado padrão estabelecido pela bolsa dando clareza e transparência no que estão negociando.
OTC: no Brasil, a sigla Over the Counter é também chamada de Mercado de Balcão. É onde são negociados títulos que não têm registro na bolsa de valores. O modelo também é utilizado pela hEDGEpoint através do Mercado de Opções, onde o que se negocia são os direitos de compra e venda de um ativo, como acontece no mercado de bolsa de futuros.
Nesse formato, é possível proteger as negociações de preços desfavoráveis, como também aproveitar a valorização dos preços além do pré-estabelecido entre as partes.
Para fazer hedge, utilizamos, na hEDGEpoint o Mercado de Futuros, de Opções e OTC. Enfatizamos aqui a importância de entender o mercado financeiro e o de commodities (agrícolas ou de energia, dependendo da sua atuação) para ter os melhores resultados.
Quais os benefícios de ter um parceiro especializado em hedge para essas negociações?
Como mencionamos anteriormente, essas operações exigem alto conhecimento do mercado financeiro. No caso da hEDGEpoint, os especialistas contam não só com essa expertise, mas também em commodities específicas agrícolas e de energia.
A hEDGEpoint é uma empresa de gerenciamento de risco de commodities que utiliza todas as ferramentas financeiras para proteger o produtor, consumidor, comprador, vendedor e outros agentes do mercado da oscilação de preços. Para oferecer esses produtos, são utilizadas ferramentas tecnologias e inteligência de mercado para basear as tomadas de decisões em fundamentos de mercado.
A equipe é altamente qualificada e têm o conhecimento necessário para poder mapear tendências futuras entregando, assim, as melhores previsões.
A hEDGEpoint está presente globalmente, sempre preparada para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um especialista para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.