Cooperativas agrícolas: diferenças entre Brasil e Estados Unidos
As cooperativas agrícolas são organizações formadas por produtores que se unem para alcançar objetivos em comum. No mercado de commodities, desempenham um papel importante como intermediárias na produção e comercialização da commodity, maximizando os benefícios econômicos e sociais para os cooperados.
Para isso, oferecem uma série de serviços aos seus membros, incluindo:
- Gerenciamento de riscos;
- Compra de insumos;
- Realização de cursos de capacitação;
- Auxílio na venda de produtos;
- Aumento da capacidade de armazenamento da produção;
- Assistência técnica ao produtor.
Entre as suas principais características, destacam-se a intercooperação e o interesse pela comunidade. Há a participação dos cooperados nos lucros, investimentos e prejuízos, em que cada um tem voz ativa nas decisões. Visa-se sempre à obtenção de vantagens competitivas para aprimorar a qualidade de vida de todos os membros da cooperativa.
As atividades desenvolvidas pelas cooperativas agrícolas de commodities dependem dos tipos de mercadorias cultivadas pelos produtores, uma vez que cada uma tem suas especificidades. Também, são influenciadas pelas demandas e características particulares dos locais em que estão inseridas.
Neste artigo, você irá entender a atuação das cooperativas agrícolas no setor de commodities do Brasil e dos Estados Unidos, compreendendo também as principais diferenças entre os países.
Como as cooperativas atuam no mercado de commodities?
Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, as cooperativas agrícolas reúnem agricultores que têm metas em comum e trabalham conjuntamente para alcançá-las. Em ambos os países, as cooperativas agrícolas exercem uma posição de extrema relevância no mercado de commodities.
Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o agronegócio brasileiro tem 1 milhão de produtores que fazem parte de 1.173 cooperativas. Já nos Estados Unidos, existem cerca de 3.000 cooperativas de agricultores cujos membros incluem a maioria dos 2 milhões de produtores do país, conforme dados do Conselho Nacional das Cooperativas Agropecuárias (NCFC, sigla em inglês).
Agora que você já tem uma ideia da importância das cooperativas, é hora de saber o que elas fazem de fato. Ao formar uma cooperativa agrícola, os produtores rurais se juntam para atender a um mercado específico, articulando-se estrategicamente. Marcelo Lacerda, Head Sales Trader da hEDGEpoint, explica a função no mercado de commodities:
“A cooperativa é uma forma de o pequeno e médio produtor conquistarem mais força nas negociações, tanto na compra de insumos como nas vendas de produtos. Algumas cooperativas se especializam em serviços, atendendo a todas as necessidades do produtor e fornecendo a logística operacional”.
Para Chris Trant, Head de U.S Agriculture Desk da hEDGEpoint, as cooperativas agrícolas também são importantes para facilitar uma série de demandas:
“As cooperativas agrícolas podem apoiar os agricultores com insumos, como sementes e fertilizantes. Também ajudam na armazenagem e na comercialização de grãos, ajudando a garantir os melhores preços”, explica.
Trant enfatiza que as cooperativas têm a finalidade de agregar valor aos produtores, o que pode vir de várias formas. Segundo o Head of Desk da hEdDGEpoint, outro papel importante é a concessão de acesso a mercados amplos e diversificados:
“A cooperativa irá auxiliar nas negociações para obter preços favoráveis, pois reúne a produção de seus membros, acumulando-a em quantidades maiores e mais consistentes”, argumenta.
Ao negociar em nome de seus membros, as cooperativas agrícolas têm maior poder de barganha, buscando valores ideais, condições contratuais benéficas e contratos de longo prazo. Além disso, apresentam certificações e adotam padrões de qualidade reconhecidos, aumentando a confiabilidade dos produtos agrícolas comercializados.
Cooperativas agrícolas: há diferenças entre Brasil e Estados Unidos?
No Brasil, as cooperativas são organizadas como forma de sociedade, em que os ganhos são repartidos proporcionalmente para todos os membros, da mesma forma que os investimentos. Eles têm direitos iguais de participação e voto nas assembleias.
Nos Estados Unidos, as cooperativas agrícolas são regulamentadas, em geral, por leis específicas de cada estado. Ademais, são comumente organizadas como entidades de responsabilidade limitada ou corporações. Por isso, a estrutura é mais flexível em relação à propriedade e governança.
Essa é uma diferença expressiva em relação ao Brasil: o governo brasileiro possui órgãos específicos, como o OCB, para promover o desenvolvimento do cooperativismo. Na nação estadunidense, o sistema é mais orientado pela livre iniciativa, com menor intervenção regulatória direta.
Na visão dos especialistas da hEDGEpoint, a principal diferença entre as cooperativas agrícolas de ambos os países está na questão dos serviços prestados. Chris Trant explica que, inicialmente, as cooperativas foram essenciais para resolver o problema da armazenagem dos fazendeiros norte-americanos:
“As cooperativas armazenavam os grãos dos agricultores, o que era fundamental, pois eles não tinham essa capacidade nas fazendas. Porém, nos últimos anos, os fazendeiros aumentaram o espaço e reduziram essa dependência”, comenta.
Já no Brasil, a questão da armazenagem ainda é um dos principais serviços prestados: as cooperativas agrícolas oferecem soluções. Lacerda pondera:
“A principal dificuldade de armazenamento do Brasil é o déficit de capacidade estática. Hoje, o país produz muito mais do que ele consegue armazenar em grãos. Nos EUA, há superávit de capacidade de armazenagem“, fala.
Tendo em vista esse cenário, os serviços prestados pelas cooperativas agrícolas nos EUA precisaram se aperfeiçoar e, hoje, estão mais avançados. Futuramente, Trant prevê que o mesmo acontecerá no Brasil:
“Chegará o dia em que os fazendeiros brasileiros vão preferir ter o armazenamento em suas propriedades. Isso obrigará as cooperativas brasileiras a evoluírem ainda mais, assim como foi nos Estados Unidos”, argumenta.
Desse modo, as cooperativas agrícolas estadunidenses estão mais concentradas, atualmente, em soluções de marketing e gestão de risco quando comparadas ao Brasil. Uma das estratégias para isso são as transações no mercado OTC.
Abaixo, explicamos todos os detalhes!
Importância da gestão de risco em cooperativas agrícolas
As operações OTC propõem aos investidores um novo ambiente de negociações. São transações realizadas no chamado “mercado de balcão”, ou seja, permitem realizar negociações de ativos que não estão registrados na Bolsa de Valores.
O objetivo principal é reduzir o risco de uma exposição financeira. Essas operações são usadas por empresas, instituições e investidores para proteção contra flutuações indesejadas nos preços, taxas de câmbio, taxas de juros e outros fatores que possam afetar investimentos ou ativos.
Quando uma cooperativa realiza uma operação OTC para fazer hedge, ela busca mitigar os riscos associados a determinadas posições ou investimentos. Assim, garante que haja uma contraproposta capaz de compensar possíveis perdas.
Com transparência, tecnologia e entendimento dos seus negócios, a hEDGEpoint oferece acesso às estratégias que permitem a cobertura e o gerenciamento de riscos financeiros. Para isso, alia o conhecimento de especialistas e ferramentas tecnológicas, atuando em toda a cadeia global de commodities:
“As cooperativas precisam de um parceiro como a hEDGEpoint para oferecer esses produtos OTC aos seus membros. Com eles, é possível garantir um preço melhor para os grãos entregues à cooperativa” explica Chris Trant.
Conheça os benefícios em contar com uma empresa como a hEDGEpoint para realizar a gestão de riscos das cooperativas agrícolas neste mercado:
- Proteção contra volatilidade de preços;
- Estabilização da margem de lucro;
- Melhoria do planejamento financeiro, com assistência especializada;
- Relações comerciais mais estáveis e confiáveis.
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