Derivativos agrícolas: o que são e como atuam na gestão de riscos?
Hoje, vamos esclarecer o que são os derivativos agrícolas. Para isso, precisamos pensar na origem da própria palavra: derivativo está associado à derivação, ou seja, algo que é formado a partir de outra coisa.
Portanto, os derivativos agrícolas se referem à família dos instrumentos financeiros em que são realizadas negociações com liquidez futura e cujo preços derivam do mercado físico dos seus respectivos produtos agrícolas. Sendo assim, através de operações de hedge, eles possibilitam a gestão de riscos relacionados ao valor de diversos ativos agrícolas, como por exemplo, de commodities tais como café, soja, milho e açúcar.
Neste texto, você irá entender o que são os derivativos agrícolas, quais os principais tipos e como atuam na gestão de riscos do mercado de commodities.
Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!
Entenda o que são os derivativos agrícolas
Para entender o que são os derivativos agrícolas, precisamos compreender primeiro o que são as commodities agrícolas. As commodities são mercadorias que se originam em diversas atividades, como a agropecuária, e comercializadas em estado bruto ou com pequeno grau de industrialização.
Via de regra, a produção é em larga escala e destinada ao comércio exterior. Os preços são determinados por oferta e demanda internacional da economia. Por isso, os produtores e as indústrias não têm controle sobre as flutuações de preço das commodities. É neste contexto que surge a importância do uso de derivativos.
Para você entender perfeitamente, vamos usar um exemplo bem prático. Imagine que o senhor João, produtor de milho, começa a plantação. Depois de todo o ciclo, ele colheu e contratou uma cooperativa para negociar o preço da saca. Após concluir a operação, ele entrega o milho para a cooperativa e recebe o pagamento combinado.
O derivativo agrícola funciona quase da mesma forma. A diferença é que, com o seu uso, o senhor João poderá fixar o preço do milho antes de negociar o produto físico. Para isso, ele deve vender um contrato de derivativo na bolsa ou então fechar um contrato para entrega futura. Neste contrato, precisa constar a data em que ele entregará a quantidade de milho e qual o valor acordado.
A trava de preço realizada pelo senhor João é uma operação financeira chamada hedge. Para realizá-la, uma das opções é recorrer ao uso de derivativos agrícolas, essenciais para assegurar que a negociação vai realmente acontecer.
Então, os derivativos agrícolas funcionam como contratos, cuja referência é um produto agrícola no mercado físico. Atuam, assim, para garantir a proteção contra as oscilações de preço desses produtos.
Quais são os tipos de derivativos agrícolas e onde são negociados?
Existem três tipos principais de derivativos:
- Contratos a termo: realiza-se a venda ou compra antecipada de um ativo mediante preço e prazo previamente combinados entre as partes. O contrato deve apresentar as informações de preço, data de liquidação e qual será a quantidade negociada, uma vez que essa alternativa exige a entrega física do produto.
- Contratos futuros: negocia-se a obrigação de compra ou venda de um ativo em data futura por um preço previamente combinado e que é negociado em bolsa.
- Contratos de opções: são contratos nos quais uma parte, ao pagar um valor denominado prêmio, adquire o direito opcional de compra ou de venda do ativo em uma data futura e em preço predeterminado.
Os derivativos habitualmente são negociados por intermédio de uma bolsa de valores, que define as regras para negociação destes contratos e estabelece os preços de referência de acordo com a oferta e demanda.
Para realizar a compra ou venda de contratos diretamente em bolsas de valores, é preciso que compradores e vendedores sejam aprovados em um processo burocrático. Isso torna essas bolsas por vezes inacessíveis para negociadores de pequeno e médio porte.
Por isso, nem todas as negociações de derivativos ocorrem em bolsas: muitas delas acontecem no mercado de balcão, também chamado de OTC (da sigla em inglês, Over the Counter). Essa expressão remete à época em que títulos financeiros eram negociados em balcões das bolsas e corretoras.
No mercado OTC, as negociações oferecem menos burocracia e podem ser adaptadas às necessidades dos negociadores. Assim, há maior flexibilidade nos prazos e volumes negociados. A maior vantagem aqui é a possibilidade de negociação de ativos e derivativos que não estão habilitados para negociação na bolsa de valores, o que torna os custos mais baixos e possibilita linhas de financiamento.
Qual a importância dos derivativos agrícolas para a gestão de riscos no mercado de commodities?
Podemos dizer que os derivativos são ferramentas importantes na gestão de riscos. Quem negocia derivativos não necessariamente está comprando o produto ou ativo em si, mas realiza um contrato de transação que confere direitos relativos às oscilações de preço sobre esses ativos.
Por isso, os derivativos agrícolas são usados para eliminar ou diminuir as apreensões com relação aos preços no mercado, promovendo a tranquilidade para o negociador. Os comercializadores de commodities são tomadores de preços que buscam mecanismos capazes de eliminar ou reduzir os riscos oriundos das variações futuras de preços.
Dentro desse cenário, os derivativos agrícolas têm algumas finalidades básicas, destacando-se:
- Hedge: ferramentas aplicadas no mercado de commodities, como no agronegócio, para que produtores e consumidores possam se proteger contra a variação dos preços.
- Especulação: realizada por aqueles que não têm o produto físico ou não são necessariamente produtores ou consumidores. Ocorre quando a compra ou venda de um derivativo acontece visando à sua revenda ou à recompra posteriormente. Espera-se, assim, que os preços mudem de forma a proporcionar lucro.
- Arbitragem: essa técnica aproveita as diferenças de preços entre ativos e respectivos derivativos, negociados em diferentes mercados.
Como começar a utilizar derivativos agrícolas?
Se você atua no setor de commodities, sabe como esse mercado pode ser volátil. É imprescindível contar com o uso de derivativos para garantir mais proteção aos seus negócios.
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