El Niño: o que é e quais seus efeitos no mercado de commodities
O clima desempenha um papel fundamental no lado da oferta de commodities agrícolas. Por isso que, quando ocorrem fenômenos como o El Niño, mudanças nos padrões climáticos podem impactar na produção e, portanto, no mercado.
São diversas as formas como os aspectos climáticos afetam a produção, como no rendimento das culturas, ciclo de crescimento das plantas e qualidade dos produtos. Estima-se que até 80% da variação na produtividade no campo seja resultado da sazonalidade do clima. Os outros 20% restantes seriam relativos a questões econômicas, sociais e políticas.
Sendo assim, um dos fenômenos climáticos que mais afetam a agricultura é o El Niño, pois ele gera alterações de temperatura e precipitação. Uma de suas principais características é que ele pode causar tanto chuvas torrenciais quanto secas severas.
Segundo o Índice Oceânico Niño (ONI em inglês), modelo desenvolvido pela Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) há uma probabilidade de 60-70% do El Niño se tornar ativo no trimestre de maio a julho. Passando o último trimestre do ano, as chances aumentam para 80-90%.
Com essa previsão, o produtor pode começar a se preparar para enfrentar esse momento. Mesmo assim, não há ainda forte precisão de datas e nem de como será o efeito dessa vez.
Neste artigo, vamos explicar melhor o que é este fenômeno, como ele afeta o mercado de commodities e como gerenciar riscos financeiros causados pela instabilidade climática.
O que é El Niño e como ele afeta o mercado de commodities?
Sob condições normais, o vento sopra de leste a oeste sobre o oceano Pacífico tropical, levando águas quentes para o sudeste da Ásia e a Austrália. Às vezes, esses ventos, também chamados de ventos alísios, enfraquecem. Se esse evento for intenso o suficiente, as águas quentes param de se acumular no lado asiático do Pacífico e se movem para o leste, reduzindo a ressurgência de água fria na costa sul-americana. Este cenário, com temperatura da superfície do mar acima da média na seção leste do Oceano Pacífico tropical, é conhecido como El Niño.
O El Niño-Oscilação Sul (ENOS ou ENSO, na sigla em inglês) é um padrão climatológico recorrente que se relaciona com os ventos e a temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico tropical. O ENOS oscila em três fases: quente (El Niño), neutra e fria (La Niña). E, para cada uma delas, o padrão climático é diferente e impacta o desenvolvimento das culturas ao redor do mundo.
Quais commodities podem ser afetadas pelo El Niño em 2023?
É claro que uma mudança climática tão brusca pode afetar qualquer cultura agrícola, mas de acordo com o período, regiões e previsões do tempo, nossos especialistas podem sugerir algumas das commodities que devem ser afetadas.
Como a previsão do ENSO aponta para uma maior probabilidade de formação de El Niño durante maio-agosto, as preocupações com relação à produção total de açúcar no ciclo 23/24 (out-set) aumentaram. Normalmente, a Ásia é a região mais afetada, pois o padrão climático pode reduzir as monções e impactar o desenvolvimento da cana. Se extremamente forte, o Brasil, principal fornecedor de açúcar, também pode sofrer: um inverno mais úmido pode prejudicar a concentração de sacarose e atrapalhar o ritmo de moagem.
Em relação à produção de café, sabe-se que o fenômeno historicamente leva a um clima mais quente durante as janelas de crescimento vegetativo e florada no Brasil. Este ano, especificamente, os níveis de umidade do solo estão adequados e, portanto, as perspectivas são atualmente menos vulneráveis, mas ainda podem mudar ao longo do inverno. O El Niño também impactou a produção de arábica da América Central no passado, uma vez que leva a um clima mais quente durante a florada e o crescimento do fruto.
Quando se trata de soja e milho, as regiões de interesse incluem EUA, Brasil, Argentina e Mar Negro. Dada a grande extensão desses países e diferenças no calendário de safras, os efeitos do El Niño variam amplamente. Nos Estados Unidos, o El Niño costuma ser mais fraco durante o verão. Como resultado, seus efeitos sobre a produtividade no país são leves, embora em geral positivos.
Na América do Sul, o El Niño é conhecido por trazer calor para a maior parte do Brasil e chuvas acima da média no sul do Brasil e na Argentina no final do ano. Assim, o evento costuma ser neutro/negativo para o milho de inverno, mas positivo para soja e milho no Sul do Brasil e na Argentina durante o verão.
Em relação ao trigo, os produtores do Hemisfério Norte com safras de primavera e os produtores do Hemisfério Sul serão os mais afetados. Este ano, a produção de trigo de primavera do Canadá deve ser a mais impactada no Hemisfério Norte, enquanto na Rússia, boas perspectivas para a safra de inverno e altos estoques de passagem podem reduzir a influência do El Niño sobre a oferta total.
A Argentina e os EUA podem se beneficiar dos efeitos do El Niño, mas a Austrália pode ter chuvas reduzidas e rendimentos de safra mais baixos, causando um impacto altista nos mercados de trigo.
Como se prevenir dos riscos financeiros que o El Niño pode causar?
Com os aspectos climáticos influenciando tão fortemente na formação de preço das commodities, é imprescindível contar com um planejamento que dê mais previsibilidade financeira.
Utilizar produtos de hedge é uma ótima solução disponível para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities.
Especialidade da hEDGEpoint, este mecanismo opera como uma espécie de seguro contra as variações de preços do mercado, reduzindo os riscos nas transações.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas, que conhecem o campo e suas inúmeras variáveis, com produtos de gestão de risco para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender e ajudar com as melhoras estratégias de hedge para o seu negócio. Entre em contato com um especialista para saber mais sobre como utilizar este instrumento.
Falar com o especialista da hEDGEpoint Global Markets
Dia internacional do milho: a importância global dessa commodity
O milho é, atualmente, um dos grãos mais produzidos no mundo. Apesar de a América ser a sua origem, hoje ele é cultivado em regiões espalhadas globalmente. Para o Dia Internacional do Milho, elaboramos este post especial para falar sobre essa commodity.
Foi na América do Norte, mais especificamente no México, que ele foi encontrado, há pelo menos 7 mil anos. Depois, espalhou-se pelo continente inteiro, até que foi levado para a Europa, servindo de alimento para a população mais pobre.
No Brasil, quando os portugueses chegaram, o milho já era cultivado e consumido pelos povos indígenas. Então não se tem certeza de quanto tempo faz que ele está presente em terras brasileiras.
Se em tempos passados ele era cultivado basicamente para a alimentação humana, hoje, além de ainda ter muita relevância na culinária, também é matéria-prima para outros produtos, como alimentos e bebidas (a pipoca e a cerveja, por exemplo), mas também em outras indústrias, como na fabricação de ração animal, farmacêutica e a de biocombustíveis.
A produção anual do grão nos últimos anos é de mais de 1,2 bilhão de toneladas, segundo a USDA. E a estimativa é se manter acima de 1,1 bi na safra 22/23 também. Com tanta oferta, esse mercado também tem diversas características próprias, como veremos a seguir.
Mercado do milho: principais características e como funciona
O milho é um ingrediente comum, e até tradicional ou típico, em muitos pratos e áreas da gastronomia. Mas, segundo o Analista Sênior de Grãos e Proteína Animal da hEDGepoint Pedro Schicchi, o consumo humano desse grão é pequeno se comparado aos números de produção global.
“Hoje, os principais produtos gerados a partir do milho são a ração para animais, principalmente suínos, na China, e o etanol”, informa Schicchi. No ranking dos países que mais produzem estão, em ordem, Estados Unidos, China, Brasil e Argentina.
A China consome praticamente todo o milho que produz, devido ao gigantesco rebanho suíno do país. “Existe, lá, uma política de produzir internamente 95% de todo o milho que é usado. Ainda assim, eles precisam importar para dar conta de toda a demanda”, acrescenta o especialista.
Já nos Estados Unidos e Brasil, há consumo interno, mas também altos índices de exportação.Nos Estados Unidos e Brasil, o consumo interno também é alto, mas as exportações são parte integral da demanda. No mercado de ração, frangos, suínos e bovinos são os maiores consumidores nos EUA. No Brasil, o gado bovino representa uma parcela menor, já que aqui ele é alimentado majoritariamente de pasto.
Sendo assim, em termos de exportação, os Estados Unidos lideram, seguidos de Brasil e Argentina. O próximo país desse ranking seria a Ucrânia, que nos últimos anos teve sua participação prejudicada pela guerra. A região é muito favorecida pela posição geográfica, que facilita e torna mais barata a importação da Europa e da Ásia
O mercado de etanol também demanda milho como matéria-prima, apesar de no Brasil não ser tão comum quanto a fabricação a partir da cana. Assim como no mercado de açúcar, existe o dilema: destinar o milho para a alimentação ou para o combustível? Essa decisão acaba acontecendo através dos preços que, seguindo a oferta e demanda, ditam quais dessas indústrias poderão oferecer uma melhor proposta de compra, sem prejudicar suas margens.
Como funciona a produção de milho?
O milho é produzido e consumido em muitos locais do mundo – diferente de commodities, como a soja por exemplo, que tem sua produção e consumo concentrada em um número menor de países. Mas, é claro, ainda assim existem os grandes players, que produzem e exportam em maior quantidade. É o caso dos Estados Unidos e do Brasil.
O Brasil tem uma peculiaridade na produção, pois tem duas safras do cereal, conforme destaca Thais Italiani, gerente de Inteligência de Mercado. Muitos produtores plantam soja no verão e utilizam a mesma área para plantar milho no inverno como forma de rotação de cultura. Assim, após a colheita da soja – entre final de janeiro e início de março – a terra recebe o plantio de milho. Em meados de julho ele já começa a ser colhido. “É importante mencionar que nos últimos anos, esta segunda safra do milho cresceu expressivamente, dando importante posicionamento para o Brasil no cenário global”, afirma a especialista.
Já nos Estados Unidos, o milho é plantado entre abril e maio e será colhido a partir de setembro, até novembro. “Os EUA plantam sua safra em abril, junto com a safrinha do Brasil e coincidindo com o período de enchimento de grãos do milho argentino. A safra dos EUA emergirá no período de colheita do milho brasileiro/argentino. A safra americana acontece pouco antes do plantio na Argentina. Cada um desses períodos oferece sua própria oportunidade de gerenciar riscos do ponto de vista da produção”, informa John Payne, relationship manager na hEDGEpoint.
“Além dos riscos que vêm com o cultivo da safra, o preço do milho comercializado é correlacionado a uma variedade de commodities”, alerta Payne. Confira a relação:
- Açúcar/óleo cru/gasolina – dado o componente etanol também obtido através do milho;
- Gás natural – é um insumo para fertilizantes aplicados no milho, ou seja, implica no custo de produção;
- Soja – é o principal concorrente por área de produção nos EUA e na Argentina;
- Farelo de soja – o milho é usado como ração em conjunto com farelo de soja;
- Óleo de soja/canola – o óleo de milho compete com cada mercado;
- Trigo – é um substituto para o milho na ração alimentar, dependendo dos preços;
- Pecuária – é o principal uso do milho no mundo.
Sendo assim, é possível e muito importante fazer operações de hedge nas transações em qualquer etapa da cadeia do milho. São muitas as variáveis que podem influenciar nos preços e gerar ganhos, mas também prejuízos.
Como e por que gerenciar riscos no mercado de milho?
Muitos fatores políticos e econômicos que ainda estão em aberto afetarão a formação de preço do milho, seja num futuro próximo ou no mais distante. O especialista John Payne alerta para alguns deles.
“A Ucrânia pode se tornar um produtor de milho para o mundo novamente? Os produtores brasileiros continuarão a aumentar sua área e sua produção nos próximos ciclos? As políticas para o etanol dos EUA mudarão? A China continuará a ser um importador global?”. Todos esses são questionamentos relevantes e ainda sem resposta.
“O milho CBOT é um mercado de futuros e de opções muito líquido, muito mais do que as bolsas da concorrência. Ele oferece a capacidade de negociar três anos à frente”, acrescenta Payne. Por isso, proteger os preços no momento adequado é a melhor estratégia.
Para fazer hedge de forma segura e estratégica, a melhor opção é contar com um parceiro especializado, como a hEDGEpoint. Além de tecnologias e ferramentas para analisar as perspectivas futuras, os especialistas possuem conhecimentos nas mais diversas commodities, como o milho.
Assim, podemos oferecer um trabalho personalizado para cada negócio, independente de que etapa da cadeia ele esteja.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Dia Mundial do Café: saiba mais sobre os ciclos e especificidades da commodity
O café é uma das commodities mais comercializadas do mundo. Consumido de diferentes maneiras, ele faz parte do dia a dia de grande parte da população mundial. Por estar presente em tantos momentos existe uma data para celebrá-lo: 14 de abril é o Dia Mundial do Café.
Sua história não possui registros exatos da verdadeira origem, mas muitos acreditam que é da Etiópia, de meados do século IX. Reza a lenda que um pastor local percebeu que suas cabras ficavam mais ativas e alegres ao comer os pequenos frutos avermelhados. A partir daí, ele passou a fazer infusões, pois também queria absorver a essência estimulante.
Outras vertentes contam que um monge se assustou com o poder do grão e jogou ao fogo. Ao sentir o aroma liberado pelo café queimando, resolveu dar mais uma chance e preparou uma bebida.
Independente da origem, a Arábia Saudita é a responsável por espalhar o café pelo mundo, pois o grão passou a ter grande importância econômica para o país. Foi assim que chegou à Europa e depois ao Brasil, que é até hoje o maior produtor mundial, seguido do Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia, que ainda possui papel importante na produção.
Por ser tão cultuado, o mercado do café também tem suas peculiaridades. Seu consumo acompanha as tendências de comportamento globais. Porém sua relevância na economia também é notável.
Atualmente, são dois os principais tipos de café que são negociados nas bolsas de referência. Arábica, em Nova Iorque, e Robusta, em Londres. Considerando o agregado dos dois, temos uma média de produção global de 175 milhões de sacas de 60kg. A produção média de robusta é de 79 milhões de sacas, e a de arábica, 96 milhões.
Para entender melhor este mercado, precisamos entender como ele se consolidou.
Mercado do café: as ondas e as tendências para o futuro
Durante muito tempo, o café era produzido por poucos produtores pelo mundo, que detinham esse poder sobre o grão e negociavam com alguns exportadores, cobrando o preço que desejavam e obtendo altos lucros. Mas com o aumento da demanda, os ofertantes também começaram a buscar novas práticas de mercado.
Até hoje o café se diferencia um pouco de outras commodities, pois a precificação não depende apenas de oferta e demanda, mas cada produtor pode agregar valor ao grão através da sua forma de produção, localização, colheita e, após, torrefação, estratégia de mercado e outros.
Além disso, hoje existem diversos pequenos produtores, cooperativas, agricultura familiar e outros modelos de negócio. Mas para entender como chegamos até esse ponto precisamos olhar para a evolução ao longo dos anos e entender as ondas do café.
1ª onda: pela década de 1960, o consumo começou a disparar. Nesse período, a característica principal é o padrão de produção industrial. O café é visto como um produto da indústria, e não vindo da fazenda. Seu sabor é amargo, a bebida é muito escura e com adição de sabores artificiais. A venda acontece em grandes quantidades para mercados de mantimentos gerais.
2ª onda: já pelos anos 1970, a forma de consumo começa a mudar. O Starbucks é um bom representante desse momento, quando o mais importante é a experiência. Assim surgem os expressos, lattes e outras receitas, mas a qualidade ainda se mantém limitada. O foco é nos sabores, mesmo que artificiais.
3ª onda: os anos 2000 marcam mais uma mudança no mercado, caracterizada por cafés de torragem mais suave, com sabores e perfis bem específicos e com as origens se tornando o ponto principal para o consumidor. A cadeia de produção se torna mais transparente e, tanto a qualidade quanto a sustentabilidade (seja ambiental, social ou econômica) é importante para produtores, torrefadores e consumidores.
E o futuro? Nossa analista de Inteligência de Mercado, Natalia Gandoplhi, conta que no mercado especializado já se considera que estamos entrando na quarta onda. “As pessoas querem consumir cafés especiais, estão mais preocupadas com a qualidade e as especificidades. Está se tornando uma questão de conjunto da obra, e não de focar em uma característica ou outra”, afirma Natalia.
No entanto, o café tradicional nunca vai deixar de existir, mas é importante olhar para as tendências de consumo para entender as forças do mercado no futuro próximo. “Apesar de existir um crescimento desse nicho de mercado, a característica de commodity do café tradicional permanecerá”, afirma Natalia Gandolphi, Analista de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint.
Produção de café: como funciona e o que influencia uma boa safra
O café passa por muitas etapas até chegar à mesa do consumidor. Entre elas, podemos citar, de modo geral:
- Negociação de insumos
- Plantio & Cultivo
- Negociação dos preços
- Colheita
- Exportação
- Secagem e Beneficiamento
- Classificação
- Torra, Blend e Moagem
- Negociação
- Embalagem
- Transporte
- Varejo
Sendo assim, é possível observar por quantos processos e negociações o café passa e o quanto afeta e é afetado pela economia. O Brasil, por exemplo, que é o maior produtor do grão, mas também o segundo maior consumidor, tem papel fundamental nessa equação. Quando algo acontece na oferta brasileira, acontece um impacto grande no balanço global, já que o país representa, em média, um terço da oferta global de café.
A Analista de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint, Natalia Gandolphi, nos conta que um exemplo de como as dinâmicas de oferta e demanda podem afetar vem exatamente do Brasil, relacionado ao fator climático. “Em abril de 2020, foi alertado sobre a possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña que, no Brasil, pode afetar os padrões de chuva e trazer temperaturas abaixo da média no país. De fato, houve problemas com chuvas em 2020 e geadas em 2021.”
No café, por ser uma cultura perene, o que acontece durante o desenvolvimento vegetativo também afeta a produção do ano seguinte. “Com o calendário brasileiro do arábica iniciando com a colheita por volta de maio, seguindo com as floradas em setembro e outubro, e enchimento dos frutos e posterior maturação entre novembro e meados de abril, temos períodos em que as chuvas são extremamente necessárias”, complementa Natalia.
No último trimestre de 2020, durante a florada do ciclo 21/22, tivemos chuvas abaixo da média, o que gerou uma quebra acentuada pela bienalidade negativa do arábica. No inverno de 2021, tivemos geadas, que afetaram o desenvolvimento vegetativo da safra 22/23. “Foram dois anos afetados pelo La Niña, que observamos com antecedência, em abril de 2020”, conta Natalia sobre o relatório elaborado previamente pela hEDGEpoint.
Devido aos tratos culturais necessários para recuperação após dois anos de eventos climáticos adversos, além dos impactos residuais que ficaram desses mesmos eventos, a produção 23/24 também foi negativamente afetada.
Portanto, com a primeira quebra, da safra 21/22, os preços do arábica em Nova Iorque avançaram de uma média de 110 cents por libra peso em abril de 2020 para 150 em maio de 2021, no início da colheita de 21/22. Com a geada, os preços voltaram a saltar, atingindo uma média de 250 cents por libra, em fevereiro de 2022.
No último trimestre de 2022, o Brasil registrou ótimas floradas para a temporada de 23/24, o que derrubou os preços para a faixa de 150 cents por libra peso. Porém, com o impacto residual dos problemas climáticos, a florada não alcançou o ideal e os preços reagiram de acordo, voltando para os patamares de 170 cents.
Ou seja, olhando para os últimos anos podemos entender por completo o mercado de café hoje e fazemos isso através da análise fundamentalista, observando fatores que afetam diretamente a oferta e a demanda.
“O mercado do café sofre impacto direto de todos os movimentos que estão acontecendo globalmente, como questão climática, a atual crise bancária. Além disso, os últimos anos em que tivemos problemas de produtividade mudaram a dinâmica de preços e spread. A expectativa para os próximos anos é positiva, mas é preciso estar atento ao que acontece para se proteger”, afirma Edelcio Samorano, Head de Desk na hEDGEpoint Global Markets.
Qual a importância de gerenciar riscos no mercado de café?
Todas as commodities estão sujeitas a riscos que tornam importantes o gerenciamento. Desde as imprevisibilidades do tempo, que podem comprometer ou ajudar no sucesso de safras, até as taxas de câmbio, eventos mundiais que afetam políticas e mudanças de mercado, entre outros.
“Por ser uma das commodities mais comercializadas do mundo, esse mercado atrai muito dinheiro, especulador, investidor e com isso a volatilidade aumenta. Por isso, é importante contar com uma proteção para os solavancos do mercado. Todos os participantes devem fazer hedge se não do produto, do câmbio”, afirma Edelcio.
Com tantas fontes de instabilidade, esse mercado torna imprescindível contar com um parceiro que ofereça produtos especializados na gestão de riscos. A hEDGEpoint é especialista em hedge, aliando o conhecimento com tecnologias para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Nossa equipe possui alto nível de experiência e entendimento das características próprias de cada commodity, como o café. Assim, podemos oferecer um trabalho personalizado para cada negócio, independente de que etapa da cadeia ele esteja.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Emirados Árabes Unidos: qual a importância da região para o mercado de commodities?
Quando falamos sobre o mercado global de commodities, normalmente os países citados são os mesmos: Brasil, Estados Unidos e China, principalmente. Mas ao olhar para algumas commodities específicas, como petróleo e gás natural, a região do Oriente Médio é considerada um player dominante.
A realidade é que a região está se fortalecendo cada vez mais. Muitos acontecimentos recentes têm levado o Oriente Médio a protagonizar conversas sobre o assunto. O mercado está em constante mudança e, sendo assim, é natural que ocorra a descentralização de algum setor da economia.
Nesse caso, poderíamos até chamar de “centralização”. Isso porque estar no centro tem sido um dos motivos para os Emirados Árabes estarem no jogo, conforme abordaremos no próximo tópico.
As vantagens dos Emirados Árabes no mercado
A principal vantagem para os EAU em relação não apenas ao mercado de commodities, mas ao mundo dos negócios, com certeza está na sua localização estratégica.
Estando no Oriente Médio, o país tem a facilidade de estar localizado no “meio do caminho”. É um bom local para se posicionar tanto em relação aos hemisférios Norte e Sul quanto na referência ao Oriente e Ocidente.
Essa posição oferece facilidades em alguns fatores. É o caso do fuso horário. O Horário do Golfo (GST) é quatro horas adiantado em relação ao Tempo Universal Coordenado, a referência mundial. Assim, é possível conversar com importantes parceiros comerciais de diferentes continentes sem grandes ajustes na agenda.
Se estamos falando em localização estratégica, é claro que a posição geográfica também é uma vantagem. O país está perto de grandes potências como a China e a Índia, se olharmos para o Sul, e Rússia e Ucrânia, no Norte. Também é relativamente próximo da Europa. Para as Américas, pode até estar mais distante, mas ainda assim fica no meio do caminho logisticamente falando.
As contribuições dos Emirados Árabes Unidos no mercado de commodities
Apesar de estarmos falando aqui sobre o mercado de commodities, é importante salientar que os EAU não são referência em produção. O solo desértico não favorece as atividades agrícolas, sendo assim, a economia se torna mais orientada à importação.
“O açúcar e os grãos, principalmente, são em grande parte comprados do Brasil, mas o país é altamente dependente dos países do Sul da Ásia para alimentação. Sendo assim, os Emirados Árabes são um expoente no mercado de commodities na área de negócios, mas não como produtor agrícola”, conta Vipul Bhandari.
Por outro lado, o país tem alta capacidade de produção e exportação de energia. O petróleo é, sem dúvida, a commodity mais importante produzida pelos EAU. O país possui a sexta maior reserva de petróleo do mundo, com cerca de 98 bilhões de barris.
Os EAU também são um importante produtor de gás natural. O país possui a quinta maior reserva de gás natural do mundo, com cerca de 215 trilhões de pés cúbicos.
Infraestrutura e políticas favorecem mercado de commodities nos EAU
Os Emirados têm se destacado no mercado global de commodities pela sua infraestrutura de transporte e logística bem desenvolvida. O país é conhecido por sua política pró-negócios e investimentos em infraestrutura. Isso tem atraído negócios e ajudado a impulsionar a economia e o setor de commodities.
Além disso, o país possui portos modernos e bem equipados que permitem a exportação e importação rápida e eficiente de commodities para todo o mundo. Além disso, os EAU têm uma rede de rodovias, ferrovias e aeroportos que facilitam a distribuição de commodities dentro do país e para os países vizinhos.
hEDGEpoint oferece gerenciamento de riscos a nível global
A hEDGEpoint trabalha com a gestão de riscos financeiros de commodities agrícolas e de energia. Especializada em hedge, utiliza ferramentas, conhecimento de especialistas e inteligência de mercado para propor produtos de proteção contra a volatilidade para a cadeia global.
Com atuação global, estamos presentes em seis países: Brasil, Estados Unidos, Uruguai, Suíça, Singapura e Emirados Árabes. Assim, conseguimos atender o mundo inteiro e ter uma ampla visão do mercado de commodities, pois estamos inseridos nele a nível mundial.
Toda a nossa expertise em gerenciamento de riscos através de tecnologias e conhecimento está disponível para possibilitar que nossos clientes transformem riscos financeiros em oportunidades. Acreditamos que criar uma boa estratégia de hedge pode ser a chave para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira.
Ao todo, a hEDGEpoint trabalha com mais de 50 tipos de commodities diferentes, moedas (FX) e mais de 400 produtos de hedge em nossa plataforma. Tudo isso desenvolvido com foco em tecnologia e promovendo a melhor experiência em todos os processos.
Fale com um especialista da hEDGEpoint
Recent Comments
Search
Recent Posts
Recent Comments
Archives
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023