A influência dos fenômenos climáticos no mercado de commodities
Fenômenos climáticos podem ter um impacto significativo no mercado de commodities. Isso acontece porque eles influenciam a oferta e demanda. A consequência? Variação nos preços desses produtos, tanto do setor agrícola quanto do energético.
Na China, por exemplo, foram registradas as piores chuvas em 140 anos no mês de agosto de 2023, causadas pelo tufão Doksuri. A temporada de furacões na costa do Golfo do México, a chegada do El Niño e as monções na Índia são também situações que repercutem em todo o planeta.
Neste texto, você irá entender como os eventos climáticos se relacionam à cadeia de commodities e qual o papel do gerenciamento de riscos.
Quais fenômenos climáticos afetam o mercado de commodities?
Os fenômenos climáticos são intensificações ou alterações dos padrões atmosféricos, podendo ser naturais ou resultantes da interferência humana. Eles desempenham um papel crucial na formação do clima global e regional e repercutem no ambiente e na sociedade.
Abaixo, você confere 6 fenômenos que surgem em decorrência das mudanças do clima. As alterações causadas por eles têm a chance de impactar a produtividade do mercado agrícola e de energia, modificando a oferta e demanda.
O resultado? Maior volatilidade no mercado. Eventos que impactam diretamente a oferta restringindo seu volume podem levar a um aumento de preços. Enquanto nem sempre são prejudiciais à produção, esses fenômenos podem ampliar a oferta e levar à queda dos preços. Assim, torna-se essencial compreender tanto suas causas quanto seus potenciais efeitos e fazer uso de mecanismos de gerenciamento de risco adequados.
1. Enchentes
As enchentes se formam quando uma área experimenta um acúmulo significativo e rápido de água. Em geral, são causadas por chuvas em excesso. Rios costumam ser transbordados, havendo também inundações e danos à infraestrutura.
2. Secas
Secas são períodos prolongados de ausência de chuvas, quando há níveis insuficientes de água para atender às necessidades das plantas, animais e atividades humanas. As secas podem variar em intensidade, duração e magnitude, atingindo tanto as áreas rurais quanto urbanas.
3. Furacões
Furacões são tempestades climáticas com ventos extremamente fortes, chuvas intensas e pressão atmosférica baixa. Eles se formam próximos à Linha do Equador devido ao aquecimento da temperatura do oceano.
4. El Niño
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador. Normalmente, é formado no segundo semestre do ano.
Durante o período de atuação do fenômeno, as águas ficam, pelo menos, 0,5°C acima da média por um longo tempo, que varia entre seis meses a dois anos. No Brasil, causa o aumento do risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva no Sul do país.
5. La Ninã
O La Niña ocorre a partir do resfriamento das águas superficiais nas partes central e leste do Pacífico Equatorial. Ele traz mudanças na circulação atmosférica tropical, alterando os regimes de temperatura e chuva em vários locais do globo.
Durante o período de atuação do fenômeno, as águas ficam, pelo menos, 0,5°C abaixo da média por um longo período. No Brasil, o La Niña é responsável por chuvas fortes no Norte e Nordeste, com secas no Sul.
6. Monções
As monções são um tipo de variação climática que têm efeitos mais visíveis na porção sul e sudeste da Ásia. São formadas pela variação da direção dos ventos de acordo com as estações do ano, o que acarreta chuvas fortes no verão e secas rigorosas no inverno em países como Índia, Paquistão e Bangladesh.
Quer saber de que modo esses fenômenos estão associados ao mercado de commodities? Leia a seguir!
Quais os efeitos desses fenômenos no mercado agrícola?
Para você entender como esses fenômenos acima se relacionam ao mercado de commodities agrícolas, trazemos dois exemplos atuais:
- China
Na nação chinesa, as chuvas contínuas causadas pelo tufão Doksuri afetaram 258 mil hectares da área semeada na maior província produtora de grãos do país, Heilongjiang. As águas da enchente inundaram fazendas e cidades na região nordeste. A tempestade foi tão forte que diminuiu as áreas de plantio de arroz na vila de Lianhua, em Wuchang.
Segundo analistas, com mais chuvas previstas à medida que outro tufão se aproxima na China, há ameaças de aumento das pressões globais de inflação de alimentos. A previsão é de que as fortes chuvas na região produtora de grãos da China elevem os preços mundiais do arroz.
- Índia
Em julho deste ano, os agricultores indianos atrasaram o plantio de grãos devido às chuvas irregulares das monções. A produção do país é vista com muita atenção pelo mercado, pois os atrasos de plantio geralmente são acompanhados de redução na produtividade.
Aliado a isso, o El Niño pode reduzir as chuvas no período de maturação das plantas. O evento provoca mudanças nos padrões atmosféricos, levando a um enfraquecimento da circulação das monções (tendem a ser mais fracas e menos confiáveis).
Por isso, os produtores de cana-de-açúcar da Índia estão preocupados com a possibilidade de seca durante o momento crucial de crescimento da safra. Nesse cenário, poderá haver menor produção de açúcar na próxima temporada, diminuindo as exportações do segundo maior produtor mundial de açúcar.
O mercado de energia também pode ser afetado por fenômenos climáticos?
Sim! Para isso, basta lembrarmos como foi o furacão Ida. Ele passou pela costa sul dos Estados Unidos em 2021 e foi o sexto mais custoso de todos os tempos. Os seus efeitos no mercado de energia foram significativos:
- Corte de 95% da produção de petróleo da costa do Golfo do México;
- Fornecimento de energia fortemente atingindo, com o fechamento da maioria dos poços marítimos da região;
- Quase metade da produção de combustível para motores foi paralisada, aumentando o valor do combustível consideravelmente;
- Mais de 1,3 milhão de residências e empresas na Louisiana e no Mississippi ficaram sem energia.
A temporada de furacões dos Estados Unidos está acontecendo no momento. Esse é mais um evento que traz toda a atenção para o mercado de commodities, tendo em vista os riscos de rompimento nas cadeias de fornecimento de energia.
Gerenciamento de riscos: entenda o papel neste cenário
O gerenciamento de riscos não evita os riscos climáticos, mas é uma ferramenta para proteger da volatilidade de preços causada por esses fenômenos.
Para isso, produtores e demais agentes da cadeia global de commodities podem recorrer a instrumentos como o uso de derivativos. A hEDGEpoint alia inteligência de mercado a produtos de hedge para ajudar os negócios a encontrarem proteção da volatilidade de preços deste mercado.
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