Hedge: guia para entender essa ferramenta e gerenciar riscos
O hedge é um assunto bastante complexo e importante para a cadeia global do mercado de commodities. Para que você possa compreender os aspectos que envolvem essa operação bastante presente no dia a dia do mercado financeiro, organizamos um guia com todos os pontos necessários.
Neste texto, você irá entender:
- O que é hedge e como surgiu;
- Qual o seu funcionamento;
- Quais são os tipos de hedge;
- Quando se aplica;
- Quem deve fazê-lo;
- Qual a ligação entre hedge e mercado futuro;
- Como criar uma estratégia de hedge;
- Qual a sua importância;
- Atuação da hEDGEpoint neste universo.
O que é hedge e como surgiu?
A palavra hedge vem da língua inglesa e pode ser traduzida em português como cerca ou limite. Por isso, quando falamos em hedge no mercado financeiro, estamos apontando um modo de proteger os negociadores, pois se coloca um limite no preço dos ativos em negociação.
A sua origem remete ao século XIX, nos Estados Unidos. Agricultores e pecuaristas buscavam uma forma de reduzir os riscos de quedas súbitas nas cotações. Para resolver o problema, começaram a negociar e fixar no presente os preços de commodities agrícolas a serem entregues no futuro.
A técnica se popularizou e passou a ser empregada em outras categorias de ativos. Hoje, o hedge se aplica no agronegócio, setor de energia e de moedas.
Como o hedge funciona?
O hedge funciona para proteger operações financeiras expostas à volatilidade, ou seja, à variação constante de preços. Em outras palavras, atua diminuindo a exposição aos riscos de preço (ou de mercado).
Existem diversos instrumentos de derivativos agrícolas e financeiros para a sua realização. Eles são aplicados em diferentes ativos, incluindo commodities, câmbio e ações.
Abaixo, destacamos as principais ferramentas de hedge:
- Contratos futuros: definem um valor de compra e venda de um ativo para uma data futura preestabelecida na negociação. No mercado de commodities, os valores costumam ser negociados com base nos fundamentos de oferta e demanda do produto em questão. No mercado de câmbio, costumam ser calculados com base em índices como taxa de juros futuros sobre o valor atual do ativo.
- Contratos a termo: semelhantes aos contratos futuros, mas comumente negociados no mercado de balcão e podem ser altamente personalizados.
- Contratos de swap: são acordos financeiros em que duas partes trocam fluxos de caixa com base em diferentes taxas de juros ou moedas. Os swaps podem ser usados para proteger contra riscos cambiais ou de taxas de juros.
- Opções: é uma maneira de fazer acordos e adquirir o direito de compra e venda de um ativo por um valor pré-fixado em um período de tempo estabelecido por contrato.
Se você quiser entender melhor sobre a diferença entre contratos futuros x a termo, acesse o nosso conteúdo exclusivo.
Quais são os tipos de hedge?
Conheça abaixo os tipos de operações de hedge.
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Commodities
O mercado de commodities está sujeito à oferta e demanda global. Portanto, em um cenário de grande oferta de soja e redução da demanda a nível mundial, há riscos de ocorrer a queda nos preços de venda.
Nesta situação, produtores e também consumidores da commodity podem realizar a venda da produção por meio de contratos futuros ou opções de venda. Na prática, eles fixam o preço agora, mas repassam o dinheiro ou os próprios produtos só na data acordada no futuro.
Essa estratégia evita variações bruscas nos valores, o que protege da pressão internacional sobre eles, pois o preço das commodities é influenciado por bolsas como a CBOT (Bolsa de Chicago).
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Cambial
O objetivo do hedge cambial é proteger as operações em moedas. Empresas que importam ou exportam produtos cotados em moedas estrangeiras empregam muito esse tipo de ferramenta. Existem várias formas de realizar o hedge cambial, como:
- Com moedas em espécie: o negociador compra moedas quando o valor de mercado está caindo, vendendo-as quando os preços subirem.
- Com contratos futuros: são definidas no presente as condições de compra e venda futura da moeda estrangeira que está em negociação.
- Opções de compra de moeda: o negociador assume o direito de comprar ou vender moedas futuramente, mas com valores definidos no momento da operação de hedge.
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Ações, juros e outros
O hedge de ações pretende proteger o dinheiro, evitando que ele tenha perdas no seu negócio devido às variações dos papéis da bolsa de valores. Por exemplo, o negociador adquire opções de venda por um valor pré-fixado para uma data futura. Mesmo que a ação desvalorize, ele não terá prejuízo.
Ele também se aplica no mercado de juros (muito utilizado em renda fixa ou títulos de dívida), mercado de índices financeiros (como Ibovespa) e muitos outros. O que todos têm em comum é o objetivo de proteger o negociador, desde o presente, de uma possível variação de preço futura.
Porém, quando há valorização do real, essas empresas se tornam sujeitas à queda na receita por causa da provável diminuição das exportações.
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Quando pode se aplicar o hedge?
O hedge se aplica em diversas situações e depende das necessidades e objetivos de cada negociador. Uma das aplicações mais frequentes é para antecipar riscos.
Nesse caso, pode se utilizar ntes da ocorrência de um evento com chance de afetar o produtor negativamente. Por exemplo, imagine um produtor de milho que decide realizar hedge devido à previsão de queda produtiva, o que poderá gerar volatilidade no mercado de commodities.
Outra situação comum é durante a exposição ao risco, pois também se utiliza o hedge enquanto uma posição ou exposição está em vigor. O hedge pode ser modificado conforme novos acontecimentos surgem, sendo aplicado continuamente ao longo do tempo.
Quando há transformações significativas nas condições de mercado, como em um contexto de súbita desvalorização da moeda nacional para empresas de hedge cambial, torna-se importante se proteger das oscilações dessas variações.
Quem deve fazer hedge?
A decisão de fazer hedge depende de diversos aspectos, como a tolerância ao risco, os objetivos financeiros, o tipo de ativos detidos e a exposição a riscos específicos. Em geral, indica-se o hedge para todos os negociadores que estão sujeitos à volatilidade de preços.
É importante ter em mente que, ao utilizá-lo, você não elimina todos os riscos, mas ajuda a mitigá-los ou a gerenciá-los de forma mais eficaz.
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Qual a ligação entre hedge e mercado futuro?
O mercado futuro é um ambiente da bolsa de valores em que ocorrem as operações de hedge. É nele que se negociam contratos de compra ou venda de ativos para uma data futura. Pense que você é um produtor agrícola e sabe que a cotação média dele é de R$ 40,00 no período de entressafra.
Para garantir que, na época da colheita, você consiga vendê-lo por este valor, resolve comprar uma opção de venda da mercadoria por R$ 40,00. Assim, você fixa o valor de venda do produto para esse período. Caso aconteça um movimento de desvalorização da mercadoria, pode-se manter o rendimento esperado.
Já que você comprou apenas uma opção de venda, se ocorrer a valorização do ativo no período em que a venda se realizaria, pode-se optar por não vender o produto pelo preço acordado na época. Assim, você tem a possibilidade de vender pelo novo preço do momento.
Como usar instrumentos de hedge?
É fundamental começar pelo planejamento. Se você não sabe por onde exatamente iniciar, temos três dicas essenciais para usar instrumentos de hedge:
1 – Acompanhe o mercado financeiro, a fim de descobrir oportunidades de negócio;
2 – Analise os riscos, mensurando-os, avaliando e comparando preços de mercado dentro de uma margem histórica. Verifique como esses valores repercutem no seu mercado de atuação.
3 – Conte com um apoio de profissionais que realmente entendem de hedge e oferecem um direcionamento completo.
Por que o hedge é importante?
Essa ferramenta reduz riscos e ajuda a controlar os efeitos da volatilidade do mercado sobre as negociações.
O hedge também se utiliza em operações aplicando-se instrumentos como spread e basis, usualmente empregados no mercado de commodities. Dessa forma, encontra-se um equilíbrio adequado entre risco e retorno financeiro, adaptando estratégias de acordo com metas e tolerância ao risco.
Quais os motivos para utilizar hedge no mercado de commodities?
Como mencionamos, o mercado de commodities é um dos mais comuns para uso das ferramentas de hedge.
Os mecanismos de hedge dizem respeito às transações financeiras que são complementares às transações do produto físico em si. Desse modo, visam atingir a comercialização agrícola mais eficiente. É sempre possível se valer do hedging para prevenir a volatilidade. A decisão de aplicar esse tipo de operação não depende de cultivo ou em que etapa da cadeia atua.
Acesse aqui e entenda todos os detalhes sobre hedge no mercado de commodities.
hEDGEpoint: conte conosco para gerar proteção aos negócios
Na hEDGEpoint, atuamos com grãos e oleaginosas, proteína animal, algodão, açúcar, café, cacau, petróleo, gás natural, etanol, biocombustíveis e moedas.
A nossa equipe tem experiência no mercado de commodities global e presença próxima às operações do cliente. Nossos produtos de hedge estão integrados à análise de dados para gerar insights que auxiliam na tomada de decisões.
Atuamos no mercado financeiro, adotando ferramentas para oferecer proteção. Temos um entendimento profundo de todos os fatores que afetam o setor de commodities, analisando sempre as tendências e movimentações que podem causar volatilidade.
Fale com um profissional da hEDGEpoint para saber como utilizamos os instrumentos de hedge para gerenciar riscos do seu negócio.
Como a hEDGEpoint atua no mercado de commodities da Ásia?
A hEDGEpoint cobre estrategicamente todo o globo, com olhar aprofundado para a cadeia mundial de commodities agrícolas e energéticas. Segundo Matthew Darvin, Head of Desk da hEDGEpoint com atuação na Ásia, esse continente é um ponto de destaque devido ao seu crescimento significativo durante a maior parte dos últimos 20 anos:
“O foco é trazer educação e produtos de gestão de risco também para o continente asiático. Assim, podemos conferir às empresas a capacidade de aprender e entender os riscos em seus negócios. Com a hEDGEpoint, é possível implementar estratégias assertivas para gerenciar as incertezas no mercado global e que podem ser negligenciadas por grandes instituições financeiras”, explica Darvin.
Só para exemplificar a importância asiática no mercado de commodities, basta olharmos para a China: o país é a segunda maior economia do mundo, com um PIB de US$ 11,2 trilhões, conforme indicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projeta a produção global de soja em 410,59 milhões de toneladas, com as importações pela China chegando a 100 milhões de toneladas.
O gigante asiático também é o maior importador mundial de trigo, estimando-se, na safra de 2022-23, o total de aproximadamente 12 milhões de toneladas importadas, nível mais alto desde a safra de 1995/1996, quando importou 12,5 milhões de toneladas. Em relação ao milho, o USDA aponta que a produção mundial da commodity irá atingir cerca de 1.147,5 milhões de toneladas, valor que representa uma queda de 5,6% em relação à safra 2021/22, com a China demandando cerca de 18 milhões de toneladas e sendo o principal importador.
Ásia: motor de desenvolvimento mundial
A Ásia detém 61% do mercado mundial, com destaque para China, Índia, Indonésia, Japão e Coréia do Sul, que já se consolidam como grandes consumidores do futuro. Há uma ampla gama de commodities importadas e exportadas no continente. O Head of Desk da hEDGEpoint pondera que a Indonésia, o Vietnã e a Tailândia assumem protagonismo nas exportações:
“O primeiro é o maior produtor mundial de óleo de palma e carvão; o segundo é um grande exportador de café; o terceiro é um importante produtor de açúcar”.
Ele evidencia, também, a representatividade dessas economias emergentes, que obtiveram ascensão relevante nas últimas duas décadas e ainda são incipientes quanto à necessidade da gestão de riscos. Pesquisas do Cepea corroboram o posicionamento de Darvin e constatam que o farelo de soja, por exemplo, atendeu a uma diversidade maior de mercados, com a Indonésia, a Tailândia e o Vietnã sendo os principais compradores.
Outros países asiáticos que têm mantido boa participação nas importações de commodities mundiais são Japão e Coreia do Sul. As importações de soja em grão do Japão, na temporada comercial 2023/24, foram estimadas em 3,206 milhões de toneladas, segundo o USDA. Na Coreia do Sul, as importações devem chegar a 1,3 milhão de toneladas em 2023/24, mesmo patamar da safra anterior.
A Índia também se destaca como segundo maior produtor de trigo do mundo, colhendo anualmente cerca de 107 milhões de toneladas. Esse número representa 13,5% da produção de todo o globo, conforme indica o Ministério do Comércio Indiano. A maior parte dessa safra é destinada ao consumo interno. Por outro lado, a China e o Sudeste Asiático importam quantidades maciças de matérias-primas, notadamente produtos agrícolas oriundos da América do Sul e dos Estados Unidos, bem como produtos energéticos do Oriente Médio.
Expansão acelerada traz desafios; proximidade é estratégica
Para Darvin, a maior participação de nações asiáticas no mercado de commodities enfrenta desafios como a lacuna que existe entre o desenvolvimento corporativo e o conhecimento das melhores práticas deste setor. Entre elas, reforça a importância da implementação de programas de gerenciamento de riscos, essenciais para minimizar as ameaças intrínsecas à cadeia de suprimentos de uma empresa. Por isso, argumenta sobre a necessidade de os provedores de gerenciamento de risco, como a hEDGEpoint, chegarem a esses países.
A Ásia é um ponto estratégico para empresas que atuam no mercado de commodities:
“A relação com a China significa acesso a uma expressiva demanda de consumo e a uma enorme quantidade de capital e riqueza que são investidos em toda a região. Grande parte do fluxo comercial de commodities na região flui de e para a esse país”; afirma Darvin.
Além disso, ele comenta sobre a importância de Cingapura, que serve como um relevante centro comercial, pois é o “lar de muitas entidades comerciais envolvidas no comércio de commodities, transporte, logística, etc. e que servem para facilitar o movimento de commodities de e para a China”. O país também atrai comerciantes de todos os tipos para obtenção de incentivos fiscais e corporativos.
hEDGEpoint para gerenciar riscos a nível global
A hEDGEpoint está presente nos cinco continentes para conectar a necessidade local de cada setor ao contexto global, democratizando o acesso aos conhecimentos sobre gestão de riscos. Ao todo, trabalha com mais de 50 commodities diferentes, moedas (FX) e mais de 400 produtos de hedge. A atuação é sempre em prol do cliente, reunindo um time de especialistas.
Fornecemos, assim, produtos de hedge com base em inovação, tecnologia e insights, o que possibilita a melhor experiência em todos os processos. Oferecemos proteção contra os riscos da cadeia de commodities agrícolas e energéticas, sempre com análises e estudos de inteligência para oferecer a melhor experiência em operações de futuros. Os produtos financeiros são personalizados, contribuindo para limitar flutuações de estoque e proteger variações relacionadas aos preços das commodities.
Se preferir, converse com um especialista da hEDGEpoint e saiba detalhadamente como atuamos para gerenciar os riscos dos seus negócios neste mercado.
O que esperar da Safra 2023/2024 da cana-de-açúcar
O Brasil é o líder absoluto na produção de açúcar, exportando mais do que todos os países exportadores do hemisfério Norte juntos. Por isso, há sempre grandes expectativas sobre como será o clima para saber se a safra terá bons resultados.
Os números mais recentes, são positivos, mostrando uma recuperação para valores anteriores a quebra de 21/22 . “Houve uma grande quebra na safra 21/22. Em 22/23, tivemos recuperação parcial. Este ano, há a expectativa de que a produção da região Centro Sul, responsável por 90% da produção brasileira, deve se aproximar de valores pré quebra ”, explica a Coordenadora de Inteligência de Mercado e especialista em Açúcar e Etanol da hEDGEpoint, Lívea Coda.
Para este ano, a projeção é de chegar a 595 milhões de toneladas de cana. No ano passado, foram 548,2 milhões. Lívea explica que isso ocorreu devido às secas provocadas pelo efeito La Niña, em 2021/2022. A produção de sacarose foi alta, porém as geadas e queimadas, características do tempo seco, prejudicaram boa parte da cana-de-açúcar. “Diferente de uma safra de soja, que é totalmente colhida e depois plantada novamente, a cana-de-açúcar leva cortes, mas continua lá. Assim, não é de um ano pro outro que ela se recupera totalmente, pois foi muito prejudicada e precisa se renovar”, explica.
Neste ano, por outro lado, temos previsão do fenômeno El Niño impactando na agricultura mundial. Veremos, a seguir, quais podem ser os impactos na produção de açúcar e outras perspectivas do mercado.
Como funciona o mercado do açúcar?
No Brasil, a safra da cana-de-açúcar começa na primeira quinzena de abril e vai até março do ano seguinte. Os outros grandes produtores de cana-de-açúcar estão localizados no hemisférios Norte. Então, a safra ocorre de outubro a setembro do próximo ano.
Sendo assim, o país supre a demanda mundial por boa parte do ano de forma intercalada com o hemisfério oposto. Assim, quando o clima está dentro do padrão e todos estão com boas produções, há açúcar o ano inteiro, pois uma safra complementa a outra.
Normalmente o clima do Centro-Sul do país, onde se concentra a maior parte da produção brasileira, é seco no inverno. Isso favorece a produção de sacarose, fazendo com que seja possível extrair mais açúcar da cana. Mas se ocorre um inverno chuvoso, como é a previsão, pode prejudicar a qualidade dessa cana.
Outra variável que contribui para a quantidade de açúcar produzido diz respeito a outro processo: o de moagem nas usinas. O usineiro decide se vai transformar em açúcar ou etanol, analisando qual será o caminho mais vantajoso para ele. “No momento atual, o açúcar está pagando mais do que o etanol no mercado, gerando uma tendência de maximização da produção do adoçante”, aposta Lívea.
Chuvas intensas no inverno podem adicionar um teto ao mix açúcar. Por prejudicar a qualidade da cana, interferindo na concentração de sacarose, uma parte maior de cana do que o inicialmente planejado pelas usinas pode ser convertida em etanol.
Perspectivas futuras para o açúcar
A safra atual carrega a expectativa de ser a grande recuperação pós quebra de 21/22. Com uma safra de cana-de-açúcar esperada em 595 milhões de toneladas, aponta-se para uma safra max sugar, com até 48% de açúcar produzido.
Este número é muito alto levando em conta a limitação das usinas e a qualidade da cana. Estima-se 137.8 quilogramas de ATR (açúcar total recuperável) por tonelada. No ano passado, tivemos 140 de ATR, porém com uma safra menor de cana-de-açúcar, e, portanto, um volume reduzido de açúcar.
Assim, o mercado aposta na recuperação da safra Brasileira, sendo a maior preocupação com os outros países produtores. “Se tivermos outro ano de adversidade no Hemisfério Norte, especialmente na Tailândia e Índia, o Brasil vir com força não será o suficiente pra fazer o balanço superavitário pro ano 23/24 out-set”, ressalta Lívea.
Para a safra brasileira, o cenário pode ser considerado positivo até o momento. “O Brasil tem recuperado seu ritmo e mostrado bons resultados”, aponta. A única dúvida é em relação à qualidade, que pode se manter ou não, dependendo do clima. “O prêmio do açúcar em relação ao etanol está muito alto, o sugar mix esperado é 48%, mas pode ser menor se as chuvas vierem a prejudicar de forma intensa a qualidade da cana”, reforça.
Como se proteger das volatilidades do mercado do açúcar?
Mesmo estimando possibilidades futuras, são apenas tendências, pois não é possível prever e nem evitar os acontecimentos reais. As intempéries do clima, as mudanças políticas e econômicas a nível local e/ou global e os eventos imprevisíveis, não se pode mudar, mas pode-se escolher como lidar com eles.
Em um mercado tão volátil, é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos seus negócios.
A melhor opção para gerenciar riscos no mercado de commodities e evitar prejuízos é contar com um parceiro especialista em hedge que possua amplo conhecimento do mercado agro, como é o caso da hEDGEpoint.
Aliamos o conhecimento de especialistas em diferentes commodities com produtos de gestão de risco por meio de tecnologias para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Fale com um especialista da hEDGEpoint para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Commodities: mercados que elas podem ser negociadas?
As commodities são parte significativa da economia mundial. Algumas delas, como as agrícolas e de energia, têm seus preços definidos em bolsa, influenciados pela oferta e demanda mundial. As negociações de compra e venda, entre outras, podem ser negociadas em diversos tipos de mercados, e é isso que veremos abaixo.
Toda a cadeia econômica envolvida no mercado de commodities têm seus negócios expostos a oscilações. Eventos imprevisíveis, macroeconômicos e climáticos podem causar um grande aumento de preços de insumos, por exemplo. São muitas as variáveis, mas não é mais preciso ficar à mercê delas.
Por ser um mercado tão volátil, é comum o uso de estratégias de hedge, que funcionam como um “seguro”, podendo ser usado em qualquer etapa da cadeia do agronegócio ou de energia. Ele atua fixando os preços de commodities reduzindo a chance de prejuízos e assim, gerenciando os riscos. Mas não há apenas uma forma de fazer isso. Há diferentes mercados em que se pode negociar commodities. Nesse post, vamos falar um pouco sobre essas opções e a atuação da hEDGEpoint neles.
Quais os tipos de mercados utilizados para negociar commodities?
Atualmente, os tipos de negociações mais presentes no mercado de commodities são compra e venda spot, compra e venda a termo, long e short basis (acompanhado de hedge das commodities e da moeda), Frame e Barter.
Entre as alternativas de negociação está aquela que deu origem e que ainda é muito comum. É o mercado físico. Nele, as commodities podem ser negociadas diretamente entre compradores e vendedores, através de cooperativas, revendas, cerealistas, via corretores e outros formatos.
Já o hedge é uma ferramenta que ajuda a minimizar os riscos. Ele é feito por meio de uma conta de futuros e/ou OTC (sigla para Over the counter, ou “sobre o balcão”, chamado no Brasil de Mercado de Balcão), através de uma corretora, banco ou agente financeiro devidamente autorizado pelas entidades locais.
Nesse modelo, é realizado um contrato em que o preço da commodity é travada, podendo ser escolhido o momento em que o preço estiver mais conveniente para quem está realizando a compra ou a venda.
Em quais mercados são realizadas as negociações e quais as vantagens de cada um?
Mercado físico: é todo aquele em que o produto é trocado por um valor monetário. A principal característica é o imediatismo. A negociação é feita na hora, o comprador sai com o produto e o vendedor com o dinheiro. Porém, se o preço subir, o vendedor perde a chance de fazer uma venda melhor. Para o comprador, no entanto, se o preço cair, poderia ter economizado ou comprado mais pelo mesmo valor.
Mercado a termo: nele a negociação é feita a partir de uma “promessa” de compra ou venda, com data futura e preços pré-estabelecidos. Apesar de tudo ser determinado antes, a transação de fato ocorre no momento da entrega do produto e/ou sua liquidação. Como um exemplo desse mercado poderíamos citar o mercado de juros futuros ou de FX.
Mercado de futuros: é uma evolução do mercado à termo. Funciona de maneira parecida ao mercado a termo, com a diferença de que no mercado a termo, o comprador não pode vender a obrigação adquirida. Já no mercado de futuros, o comprador/vendedor pode cumprir o contrato ou, pode transferir a obrigação adquirida, para outro participante do mercado. No mercado de futuros a bolsa é que especifica a data e local de entrega .
Cada contrato negociado no mercado futuro tem um lote mínimo e padronizado, que é a quantidade mínima a ser negociada de um determinado ativo. Quando um participante adquire um contrato futuro, o hedger garante um preço máximo de compra e o vendedor um preço mínimo de venda.
Todos os contratos seguem um determinado padrão estabelecido pela bolsa dando clareza e transparência no que estão negociando.
OTC: no Brasil, a sigla Over the Counter é também chamada de Mercado de Balcão. É onde são negociados títulos que não têm registro na bolsa de valores. O modelo também é utilizado pela hEDGEpoint através do Mercado de Opções, onde o que se negocia são os direitos de compra e venda de um ativo, como acontece no mercado de bolsa de futuros.
Nesse formato, é possível proteger as negociações de preços desfavoráveis, como também aproveitar a valorização dos preços além do pré-estabelecido entre as partes.
Para fazer hedge, utilizamos, na hEDGEpoint o Mercado de Futuros, de Opções e OTC. Enfatizamos aqui a importância de entender o mercado financeiro e o de commodities (agrícolas ou de energia, dependendo da sua atuação) para ter os melhores resultados.
Quais os benefícios de ter um parceiro especializado em hedge para essas negociações?
Como mencionamos anteriormente, essas operações exigem alto conhecimento do mercado financeiro. No caso da hEDGEpoint, os especialistas contam não só com essa expertise, mas também em commodities específicas agrícolas e de energia.
A hEDGEpoint é uma empresa de gerenciamento de risco de commodities que utiliza todas as ferramentas financeiras para proteger o produtor, consumidor, comprador, vendedor e outros agentes do mercado da oscilação de preços. Para oferecer esses produtos, são utilizadas ferramentas tecnologias e inteligência de mercado para basear as tomadas de decisões em fundamentos de mercado.
A equipe é altamente qualificada e têm o conhecimento necessário para poder mapear tendências futuras entregando, assim, as melhores previsões.
A hEDGEpoint está presente globalmente, sempre preparada para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato com um especialista para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
Agronegócio: entenda a importância para a indústria nacional e por que gerenciar riscos
O agronegócio é extremamente importante no dia a dia das pessoas e na economia, promovendo a segurança alimentar, o desenvolvimento socioeconômico e o crescimento sustentável. No Dia da Indústria (25 de maio) criamos esse conteúdo especial para falar sobre esse setor.
Só para você ter uma ideia da relevância do agronegócio no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) deste mercado alcançou 24,8% de participação na economia brasileira em 2022, registrando a primeira queda após dois anos de recordes consecutivos. O índice é calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP/Esalq, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
O cálculo leva em conta a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A análise desse conjunto é feita para os ramos agrícola e pecuário. A metodologia aplicada considera conjuntamente as evoluções de volume e preços reais.
Enquanto o PIB do ramo agrícola recuou 6,39%, o do ramo pecuário avançou 2,11%. Os pesquisadores do Cepea/USP-Esalq apontam que o resultado negativo do PIB no setor agrícola esteve associado a fatores como a alta dos custos com insumos para a produção agrícola dentro da porteira, destacando-se o preço elevado de sementes e fertilizantes. O aumento real dos custos com insumos chegou a 37,4%. A redução da produção em culturas expressivas, como a soja, também justifica essa queda.
Já a seção pecuária apresentou avanços no segmento primário e de agrosserviços. A alta decorreu de algum crescimento do valor bruto da produção somado à redução dos custos com insumos, principalmente quando comparado ao ano de 2021, em que as altas foram intensas para os pecuaristas.
Continue a leitura deste artigo para entender o que é o agronegócio, como é o seu funcionamento e qual a sua importância para a economia brasileira. Além disso, vamos destacar também quais as vantagens do hedge para gerenciar riscos desse mercado.
O que é o agronegócio?
O agronegócio é um setor econômico complexo que envolve desde a produção de commodities agrícolas, como grãos, até a fabricação de insumos agrícolas, agroindústria, logística, comércio exterior, serviços e pesquisa agropecuária. O PLS (Projeto de Lei do Senado) 487/2013, que institui o Novo Código Comercial, traz em seu art. 681 o conceito de agronegócio como “a rede de negócios que integra as atividades econômicas organizadas de fabricação e fornecimento de insumos, produção, processamento, beneficiamento e transformação, comercialização, armazenamento, logística e distribuição de bens agrícolas, pecuários, de reflorestamento e pesca, bem como seus subprodutos e resíduos de valor econômico”.
Este mercado é um dos principais pilares da economia de muitos países. Ele desempenha um papel fundamental na geração de empregos, no abastecimento de alimentos e na exportação de produtos agrícolas.
O setor também é conhecido pelo seu nome adotado internacionalmente – agrobusiness, em inglês, termo usado para definir todo um conjunto de agentes econômicos incorporados à produção agropecuária. Os mais variados perfis integram a cadeia produtiva do agronegócio, como:
- Empresas agrícolas;
- Pecuária;
- Fabricantes de defensivos agrícolas (como fertilizantes e herbicidas);
- Desenvolvedoras de sementes para plantio;
- Fabricantes de máquinas e equipamentos rurais;
- Produtoras de rações;
- Frigoríficos;
- Empresas de laticínios;
- Fabricantes de sucos
- Moinhos;
- Armazéns e silos;
- Atacadistas;
- Distribuidores;
O Brasil é um dos principais produtores e exportadores mundiais de commodities agrícolas, como soja, milho, café e açúcar. Essa atividade envolve desde pequenos produtores rurais até grandes empresas agroindustriais, cooperativas e outros agentes ao longo da cadeia produtiva.
Como o agronegócio funciona?
No agronegócio, existem três níveis de atuação interligados que abrangem desde a produção agrícola e pecuária até a distribuição dos produtos. O primeiro nível é composto por produtores rurais de micro, pequeno, médio ou grande porte. O segundo nível engloba todos aqueles que fornecem insumos como máquinas e sementes. Por fim, o terceiro nível é formado pelos distribuidores, responsáveis por levar o produto até a mesa do consumidor, como os atacadistas.
Forma-se, assim, uma rede em que cada integrante depende do outro. Didaticamente, o agronegócio funciona da seguinte forma:
- Produção: envolve a produção de culturas agrícolas, criação de animais e aquicultura. Os agricultores, pecuaristas e produtores rurais são responsáveis por cultivar alimentos, criar animais e obter matérias-primas agrícolas. Isso inclui o plantio de sementes, cuidado com os animais, aplicação de práticas de manejo e adoção de tecnologias agrícolas.
- Insumos e serviços: necessários para apoiar a produção do agronegócio, contempla a aquisição de sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, rações, medicamentos veterinários, maquinário agrícola e serviços de consultoria agrícola.
- Processamento: muitos produtos agrícolas passam por modificações antes de chegarem aos consumidores, como o processamento de grãos em farinhas, óleos ou ração animal. As indústrias de processamento agrícola são responsáveis por essas transformações, agregando qualidade e valor.
- Distribuição e logística: após o processamento, ocorre a distribuição e comercialização Isso envolve a logística de transporte, armazenamento e distribuição para os mercados consumidores.
- Comercialização: nesta etapa, os produtores podem vender diretamente o produto para consumidores finais em feiras, mercados ou lojas especializadas. Além disso, há a venda para intermediários, como atacadistas, varejistas e supermercados, que adquirem os produtos agrícolas em grande volume para revenda. A comercialização também pode envolver a exportação de commodities agrícolas para outros países.
- Consumo: a última etapa do agronegócio é o consumo pelas pessoas, quando o produto chega à mesa e é utilizado como alimento, ingrediente ou matéria-prima.
Há outros setores da economia que se relacionam direta ou indiretamente com o agronegócio. Alguns agentes envolvidos são as indústrias financeiras (bancos e agências para concessão de crédito e contratação de seguro rural, por exemplo), automotiva (fabricantes de tratores e outros) e farmacêutica (desenvolvimento de vacinas e remédios utilizados na pecuária).
Evolução e importância do agronegócio no Brasil
O agronegócio representa um papel de ascensão na economia brasileira, o que pode ser constatado por meio da evolução histórica da participação do setor no PIB do país. Em 2012, o Cepea/USP-Esalq apontou a participação de 19,4% no total do PIB, número que cresceu para 21,6% em 2017.
No biênio 2020-21, a cifra alcançou recordes e, em 2020, seu crescimento bateu 24% em relação aos ganhos de 2019 e representou 26,6% de todo o PIB brasileiro. Em 2021, a participação chegou a expressivos 27,4%.
Ainda de acordo com o Cepea/USP-Esalq, de janeiro a março de 2022, a população envolvida no agronegócio brasileiro aumentou 6,2% e chegou a 18,74 milhões de pessoas. É um crescimento de mais de um milhão de trabalhadores em relação ao mesmo período de 2021.
Relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), publicado em abril de 2022, aponta o Brasil entre os maiores exportadores mundiais: foram US$ 281 bilhões no último ano. Os dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em abril de 2023, registram ainda significativo crescimento do valor exportado em março deste ano, comparado ao mesmo mês do ano passado, com alta de 10,6%, totalizando US$ 15,97 bilhões.
Em menos de cinco décadas, o Brasil deixou de ser apenas um importador e se tornou um dos mais proeminentes exportadores de commodities agrícolas do mundo. Estratégias como uso de novas tecnologias e o uso da inteligência de dados, aliadas ao investimento em políticas públicas, foram essenciais para o crescimento do setor.
Por que gerenciar riscos neste mercado?
O mercado do agronegócio está constantemente sujeito à volatilidade nos preços das commodities, com variações significativas de oferta e demanda que podem causar desequilíbrios. A hEDGEpoint é um provedor de produtos de hedge para gerenciar os riscos deste setor e proteger todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Como muitas commodities agrícolas são negociadas em dólar, uma mudança desfavorável na taxa de câmbio pode afetar negativamente a rentabilidade dos produtores. No caso de países com moedas voláteis, contar com um provedor de gerenciamento de riscos pode fazer toda a diferença para prevenir flutuações significativas.
Para isso, a hEDGEpoint transforma riscos financeiros em oportunidades, antecipando e respondendo de maneira estratégica aos movimentos do mercado. Dessa forma, oferece produtos de hedge para toda a cadeia de commodities agrícolas e energéticas, com uma plataforma baseada em tecnologia de ponta. Produtores do agronegócio ganham segurança, recebendo análises detalhadas e valiosas para a tomada de decisões estratégicas.
Fale com um especialista da hEDGEpoint e saiba como utilizar este instrumento para beneficiar o seu negócio.
Renovação do Corredor de Grãos do Mar Negro e suas implicações
O mercado de commodities é diretamente impactado pelas decisões políticas e econômicas de países do mundo inteiro. Quando ocorre um grande conflito, como o que está acontecendo entre Rússia e Ucrânia desde fevereiro de 2022, a produção e distribuição de produtos agrícolas podem ser afetadas, colocando em risco a segurança alimentar. Foi nesse contexto que surgiu o Corredor de Grãos, que acaba de ser renovado por mais 60 dias.
Os dois países que estão em guerra são grandes produtores principalmente de trigo, cereais, petróleo e gás natural. Com o início do conflito, as especulações já começaram a causar preocupação com aumentos de preços e a possível falta de trigo, no mundo inteiro, e gás natural, principalmente na Europa.
Os impactos desse acordo foram positivos, tanto para os países, que puderam manter suas exportações, quanto para o resto do mundo, que pode ter mais tranquilidade sobre a possibilidade de inflação e escassez desses produtos. Nesse texto, entenderemos um pouco mais sobre o que é e como funciona o Corredor de Grãos.
O que é o Corredor de Grãos?
O corredor de grãos do Mar Negro foi estabelecido em 22 de julho de 2022, como um esforço de colaboração entre a Rússia e a Ucrânia, países que estão em guerra desde fevereiro de 2022. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia também deram seu apoio a esta iniciativa, que permitiu à Ucrânia retomar suas exportações.
A Ucrânia costumava exportar 6 milhões de toneladas de trigo por mês, em tempos de paz, de acordo com o ministro da cultura ucraniano Mykola Solskyi. Porém, quando iniciou a guerra, uma grande quantidade ficou armazenada em estoques, sem a possibilidade de sair do país, prejudicando a economia local, impactando a economia global e pondo em risco a segurança alimentar mundial.
Diante dessa situação, a ONU mediou um acordo entre Ucrânia, Rússia e Turquia, chamada Iniciativa de Grãos do Mar Negro. A oficialização ocorreu em cerimônia em Istambul, cidade neutra em relação ao conflito.
Com este acordo, tornou-se possível exportar novamente grãos, outros alimentos e fertilizantes a partir de três portos importantes da Ucrânia para o resto do mundo. As embarcações que por ali passam, devem ser inspecionadas em Istambul, para garantir a segurança da operação.
A rota possui 320 milhas náuticas e conecta três portos ucranianos – Odesa, Chornomorsk e Yuzhny, com áreas de inspeção dentro das águas do território turco.
Quais foram os impactos do Corredor de Grãos no mercado de commodities?
A Ucrânia está exportando atualmente cerca de 15% do milho mundial e 7% do trigo, tendo grande importância na segurança alimentar. Destes, 22% são destinados a países de média e baixa renda, de acordo com a JCC (sigla inglesa para Centro de Coordenação Conjunta, com equipe formada por representantes dos três países e da ONU).
Com o corredor ativo, o total de embarques ucranianos de trigo, milho e cevada pode chegar a 6 milhões de toneladas por mês. Quando o corredor está fechado e o transporte é feito apenas por ferrovias, o número cai para apenas 2 milhões.
O acordo, que nasceu com um prazo de 120 dias para ser revisado, chegou agora a sua terceira rodada de renovação. Desde que foi firmado, 953 navios navegaram transportando 30 milhões de toneladas de alimentos para 45 países.
A nova renovação
Este mês, o Acordo do Corredor de Grãos foi prorrogado, valendo por mais 60 dias. Embora a extensão exerça uma pressão de baixa sobre os preços do trigo e do milho no curto prazo, as exportações da próxima safra continuam em risco.
Ainda assim, do ponto de vista da Rússia, a não prorrogação do Acordo do Corredor de Grãos em julho parece pouco atraente, pois poderia levar a uma retaliação dos países ocidentais, possivelmente prejudicando o potencial de exportação da Rússia.
Consequentemente, a não prorrogação do acordo teria um grande impacto nos mercados de trigo, pois afetaria as exportações de dois dos maiores exportadores do mundo em um cenário de estoques globais já apertados. O mesmo não se aplica tanto para o milho, dada a maior oferta esperada para a próxima safra em diversas regiões – inclusive na Europa.
Esse cenário é um bom exemplo que não nos deixa dúvidas: o mercado de commodities é muito volátil. Mesmo quando não está sendo impactado por um conflito internacional, o cenário político e econômico do Brasil e do exterior influenciam na formação de preço. Assim como as taxas de câmbio, que também podem variar.
Por isso é imprescindível contar com um planejamento que dê segurança e mais previsibilidade para o futuro dos negócios.
Utilizar estratégias de hedge é a melhor opção para evitar surpresas desagradáveis na programação financeira de quem trabalha na cadeia de commodities.
A hEDGEpoint alia o conhecimento de especialistas com produtos de gestão de risco por meio de tecnologias e consultoria customizada para oferecer sempre a melhor experiência em operações de futuros.
Estamos presentes globalmente, sempre preparados para atender a qualquer momento e em qualquer lugar. Entre em contato para saber mais sobre como utilizar este instrumento a favor dos seus negócios.
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Inteligência artificial (IA) no mercado de commodities: o que pode mudar?
Não é de hoje que o mercado de commodities está se modernizando. Cada vez mais, o agronegócio e a cadeia de commodities explora tecnologias que possam otimizar e reduzir custos em seus processos. Sendo assim, a inteligência artificial (IA) não ficaria de fora.
Se já faz algum tempo que a automatização chegou ao campo, com máquinas que podem fazer o trabalho de muitas pessoas, muito mais rápido e com mais precisão, agora é a análise de dados que ganha vez.
Segundo Kim Benni, Global Head of Trading & Quantitative na hEDGEpoint, apesar de o termo Inteligência Artificial ter ganhado maior repercussão recentemente, devido ao surgimento de novas ferramentas que estão fazendo sucesso, esse tipo de tecnologia já é muito utilizada, inclusive na hEDGEpoint e no mercado de commodities.
“Quando utilizamos métodos de análise de dados para avaliar riscos de mercado, imagens de satélite, de preços, de sentimento sobre um assunto muito falado no Twitter, tudo isso já é inteligência artificial”, explica Benni.
Mas e como essa tecnologia pode impactar, seja positiva ou negativamente, no mercado de commodities?
Inteligência artificial no mercado de commodities
São diversas as maneiras como a IA deve impactar a economia em geral. Na área de commodities, não seria diferente. Para as características específicas desse mercado, alguns dos usos podem ser referentes ao clima, por exemplo.
“Existem alguns métodos capazes de conectar dados meteorológicos com dados de precipitação e de produtividade”, conta Benni. “Um deles, é analisar grandes quantidades de dados e encontrar relações, como a temperatura do oceano na costa do Brasil e a quantidade de chuva que cairá nas áreas de soja do mesmo local”.
O Twitter, por exemplo, é uma fonte de informações com grande volume. As ferramentas utilizadas são capazes de selecionar tweets de relevância e analisar
“sentimento”, por exemplo, que é como se chama a categorização de uma mensagem classificada como negativa ou positiva.
Com isso, é possível ter ideia do que tende a acontecer com os preços. “Basicamente, vamos pesquisar no Twitter por milho, por meio de várias palavras-chave que realmente refletirão o sentimento sobre o que está acontecendo com o milho. Ou então sobre o trigo, a cevada, o petróleo bruto ou qualquer outra commodity. Esta é uma visão que usamos em nossos modelos para fazer análise do mercado.”
Ele explica que para fazer essa avaliação, são criados comandos para que a IA reconheça, por exemplo, emojis que expressam sentimentos, quando o texto está todo em caps lock (o que significa, normalmente, raiva), palavras que caracterizem críticas ou satisfação e, assim, se consegue classificar uma quantidade de dados gigantesca de forma muito rápida.
Mas a análise de dados é apenas uma das inteligências artificiais que podem impactar o mercado de commodities. Uma das ferramentas mais revolucionárias que vem sendo muito usada e debatida é o ChatGPT, um assistente virtual em formato de bot capaz de criar textos, dos mais simples aos mais complexos, a partir de um briefing.
Também funciona como mecanismo de pesquisa e preocupa outros já consolidados, como Google, por entregar respostas de forma mais “pronta”. Se antes o usuário precisava pesquisar e ler diversas fontes diferentes para obter todas as respostas que queria, agora pode simplesmente pedir ao ChatGPT e ainda ter um texto criado exclusivamente, que poderá ser replicado em outros meios.
Sendo assim, a produção de conteúdo ganha um aliado que facilita sua criação e as comunicações, pode a ferramenta pode ser usada para escrever e-mails, discursos, releases, posts, sugerir ideias e muito mais.
Futuro das commodities: veículos autônomos
Outra maneira de uso da inteligência artificial que pode causar impacto diretamente no mercado de commodities é através dos veículos autônomos. No futuro, poderemos realizar fretes e enviar cargas por caminhões que utilizem piloto automático.
Se atualmente já existem veículos automotores que trabalham no campo, guiando-se por GPS e sensores, há a expectativa de contarmos com carros e caminhões que dispensem a necessidade de um motorista humano. Com isso, o mercado de commodities ganharia em tempo, pois não precisaria fazer paradas, e reduziria custos.
O Global Head Trading & Quantitative Kim Benni alerta que esta será uma grande evolução, mas é preciso pensar muito nos impactos para a sociedade.
A mensagem final de Benni é que é preciso se preparar para o futuro e se atualizar muito sobre a inteligência artificial e tudo o que aparecer daqui para frente relativo a ela. “É como não saber usar um computador. Na década de 1980, não era um problema. Hoje, não é um problema não entender a IA, mas daqui a 40, ou talvez em 20 anos, se você não for fluente em IA, terá um problema. Então você precisa se preparar para isso”.
hEDGEpoint: tecnologia a favor do mercado de commodities
A hEDGepoint já utiliza o que há de mais tecnológico para realizar o gerenciamento de riscos em toda a cadeia do mercado de commodities. Fornecemos produtos de hedge com base em inovação, tecnologia e insights de mercado, colocando o cliente como ponto central de todo o processo e, dessa maneira, contribuindo para o seu sucesso.
Ao todo, a hEDGEpoint trabalha com mais de 50 commodities diferentes, moedas (FX) e mais de 400 produtos de hedge. Tudo isso desenvolvido com foco em tecnologia e promovendo a melhor experiência em todos os processos.
Com DNA brasileiro, a hEDGEpoint está presente nos cinco continentes, e é por isso que é capaz de conectar a necessidade local de cada setor ao contexto global, democratizando o acesso ao conhecimento sobre gestão de riscos.
Fale com um especialista da hEDGEpoint e saiba como proteger os seus negócios dos riscos de mercado.